História I Love You, Idiot Elf! - A Noite Em Que Dois Se Tornam Um

A porta vermelha diante de si parecia ameaçadora, perdera as contas de quantos minutos passara ali analisando cada detalhe dourado e esculpido perfeitamente nela. Seu corpo estava tenso, as mãos suadas tremulavam sem ação.

Não podia desistir. Não agora.

Respirando fundo pela décima vez levou uma das mãos até a madeira rica em detalhes batendo suavimente, duas batidas eram o bastante. Enquanto esperava ansiosamente vagou com os olhos o extenso Corredor das Guardas que no momento se encontrava vazio, também pudera, já que todos os moradores se encontravam em sono profundo na alta madrugada. De repente, um som suave atraiu sua atenção, a maçaneta emitiu um som metálico antes que a porta se abrisse levemente revelando por entre a fresta uma figura conhecida. 

No mesmo instante que fixou as brilhantes orbes verde-ciano seu coração parou de bater. Já ao contraste de si Ezarel apenas arqueou as sombrancelhas visivelmente surpreso. 

- Lua? O que faz aqui a está hora? - o tom de voz quase que reprovador fez com que quase voltasse correndo para seu quarto, contudo, as lembranças do pesadelo continuavam a assombrá-la de modo motivador. Não iria fugir. Não desta vez. - Se não tem nada para me dizer volte para a cama, não quero problemas com Miiko.

Sem esperar pela resposta o elfo tornou a fechar a porta, contudo, num movimento repentino a faeliana colocou o braço contra a madeira impedindo que se fechasse. O alquimista engoliu em seco diante de tal ato.

- Ezarel, eu... - a jovem reuniu coragem para prosseguir antes que fraquejasse. - Preciso falar com você.

- Não pode esperar até amanhã? - mesmo que soasse rude o mesmo apenas se prevenia de realizar algo indecente, sabia que não era aconselhável um casal se encontrar tão tarde da noite.

- Amanhã posso nem estar aqui, então, por favor me escute. - cedendo por fim sem qualquer opção o elfo permitiu que ela adentrasse seu dormitório trancando a porta logo em seguida, não podia negar que estava intrigado com tal atitude estranha. 

- Como assim pode não estar aqui amanhã?

Notando que o mesmo estava completamente trajado em suas vestes habituais a moça se encolheu em sua camisola mesmo com a noite abafada, a janela aberta não somente revelava a Lua e as estrelas em seu esplendor como também deleitava o quarto em um tom prateado mágico. Encima do criado mudo um livro de alquimía estava aberto cuidadosamente.

- Estava lendo no escuro?

- Não mude de assunto. - interrompeu o rapaz cruzando os braços de modo impaciente. - Responda minha pergunta primeiro.

- Eu... Eu tive outro sonho. - o alquimista apenas acenou para que prosseguisse. - Alguma coisa me perseguia e eu corria pela floresta tentando fugir, foi quando um círculo de cogumelos apareceu diante de mim e eu pulei sem hesitar. Somente então percebi que estava indo embora sem você, eu desapareci sem seguer me despedir... E eu não quero isso, não quero me afastar de você desta maneira. Estou com medo desse sonho, foi tão real que eu...

- Lua... - seu nome pronunciado de forma doce fez com que levantasse a cabeça rapidamente, só então percebera que estava chorando. Ezarel a olhou de forma gentil antes de acariciar sua face suavimente secando suas lágrimas. - Você não vai desaparecer, eu estou aqui. Eu sempre estarei com você.

Movida por um ato impulsivo a jovem se adiantou à frente enroscando a mão na parte de trás de seu pescoço o puxando contra si num beijo sôfrego e desesperador, sentia necessidade de tê-lo para si nem que fosse por uma noite, precisava da segurança que somente seus braços proporcionavam. Tomado pelo espanto o faery desvencilhou-se delicadamente segurando-a pelos ombros.

- Lua, não podemos... - sua face demonstrava hesitamento, parecia que lutava contra si mesmo para segurar-se ao seu autocontrole. A moça fungou baixinho fechando os olhos, sentia-se horrível por estar colocando-o nesta situação.

- Por favor, por favor Ezarel. Me deixe ser sua pelo menos esta noite. 

A súplica cortante de sua amada fez seu coração se apertar, queria se entregar também de corpo e alma, o problema era que se baseava demais em seus costumes élficos. Malditas normas antigas.

- Tem certeza que deseja isso? Não farei nada que não quiser, muito menos te tocarei.

- Sim, tenho certeza.

Ao se afastar levemente, a albina visualizou surpresa as orbes verde-água de Ezarel num turbilhão de emoções diferentes, pareciam lutar ardualmente para se agarrarem num mísero fio de razão qualquer. Contudo, numa piscada rápida suas íris escureceram de modo anormal revelando um desejo repentino que incendiara sua carne. Não houve tempo para dizer nada, no segundo seguinte se viu puxada contra um corpo rígido tendo seus lábios colados num beijo eufórico e avassalador, sentia seu corpo arrepiar-se por completo numa onda de explosões de prazer.

Enquanto Ezarel a puxava cada vez mais para si a jovem aproveitou para enlaçar seu pescoço levando uma das mãos para a nuca afim de agarrar os macios fios azuis, ambas as línguas brigavam por espaço aproveitando cada sabor proporcionado, era incrível como seus corpos clamavam um pelo outro, contudo, quando a falta de ar foi presente ambos se afastaram para recuperar o fôlego. Sem aguentar-se mais o elfo afastou os longos cabelos brancos da mesma deixando amostra seu pescoço desnudo, a pele leitosa e macia chamava por ele que sem hesitar despejou um beijo terno no local antes de percorrer toda a curvatura em beijos e chupadas, ao alcançar o ombro mordiscou-o levemente fazendo sua amada suspirar prazerosamente.

- Ezarel... - chamou-o embebida de um prazer descomunal, o alquimista fixou seus olhos na mesma antes de beijá-la novamente, desta vez mordendo seu lábio inferior. - Quero ver você por completo, Ezarel.

- Apressada, hein? - abrindo um meio sorriso malicioso o mesmo se afastou permitindo que ela fizesse o que desejasse, estava ansioso para vê-la dar o próximo passo. 

De modo hesitante, Lua tocou sua blusa buscando uma forma de abri-la, nunca compreendera o porquê do rapaz usar tantos tecidos, finalmente achando a abertura retirou lentamente a veste deixando seus ombros e braços desnudos. Sem desviar-se por nenhum momento os olhos de Ezarel continuavam analisando cada movimento da mesma. Logo em seguida, retirou sua regata de gola alta deixando sua parte superior completamente descoberta, sem perder o foco desprendeu a fita verde que amarrava os cabelos azuis do alquimista permitindo que caissem livremente pelas costas. 

Ele era perfeito. A criatura mais bela que já vira na vida.

Notando sua vergonha com as vestes debaixo o próprio rapaz retirou seus cintos e a calça branca ficando totalmente nu, um rubor atingiu sua face fazendo-o desviar os olhos para o lado, era a primeira vez que uma donzela o via assim. Quase como encantada diante de tanta beleza a albina levou uma das mãos até a face do mesmo sentindo o calor que emanava de sua pele, o modo febril que ela se encontrava apenas revelava o desejo que sentia. De modo ousado se pôs na ponta dos pés mordendo a ponta de sua orelha pontuda, algo que sempre quis fazer. Um tremor percorreu a espinha do rapaz que fechando os olhos suspirou baixinho ao sentir as finas mãos da moça descerem por seu corpo, o modo como elas o descobriam acariciando cada músculo rijo e delineado apenas o estava enlouquecendo. Por entre suas pernas algo latejou impaciente. 

- Me deixe vê-la também. - murmurou ao pé de seu ouvido. Vendo-a assentir tocou nas finas alças de sua camisola deixando-a cair num único deslize até o chão, ao perceber que estava completamente nua diante dele a albina se cobriu com os braços corando intensamente. Uma risada escapou dos lábios do elfo. - Não precisa se envergonhar, você é linda.

- N-Não fale a-assim, p-piora tudo. - Droga! Por que estava tão nervosa?

- Só estou dizendo a verdade. - com delicadeza tocou seus lábios com ternura, ela era tão pequena e frágil que chegava a conter-se por receio. Logo, a faeliana soltou seus braços sentindo ser conduzida para trás, somente quando caiu deitada confortávelmente sob um colchão de algodão branco notou que estava quase em chamas devido ao forte corpo que a prensava. Ezarel admirou-a por longos segundos antes de beijar seu pescoço novamente, descendo para o busto tratou de chegar até os seios rígidos mordiscando um dos mamilos rosados enquanto a mão direita acariciava o outro. Um gemido alto escapou da jovem que sem perceber apertava fortemente o lençol da cama. 

Enquanto saboreava sua pele leitosa o alquimista deslizou novamente sua mão para a região íntima de Lua, ao tocá-la num ponto sensível ouviu outro gemido escapulir dela, introduzindo um dedo em seu interior notou o quão estava úmida e pronta para recebê-lo. De repente, sem aviso prévio se afastou de si recebendo um olhar confuso da mesma.

- Qual o problema?

- Sei que parece ridículo, mas estou tão inseguro e nervoso de fazer errado que sinto meus ossos tremerem. - a albina sorriu sentando-se antes de jogar as compridas madeixas brancas para trás. Mesmo na escuridão dava para ver as bochechas rubras do faery.

- Se você está nervoso imagine eu, estou prestes a ter minha primeira vez com um elfo! Um ser mitológico do meu mundo. 

Ambos soltaram uma breve risada antes de se encararem fixamente. Era como se buscassem se afogar no mar de orbes um do outro.

- Eu esperei duzentos anos para me entregar a alguém e este dia chegou, eu me guardei somente para você Lua. 

A moça segurou as lágrimas abrindo um sorriso doce, beijando-o com todo amor que continha permitiu ser conduzida novamente ao prazer, ambos saborando cada textura, sugando cada centímetro de pele um do outro. O calor aumentava cada vez mais incendiando os corpos, ao sentir seu interior ser violado Lua apertou os ombros do alquimista que a beijava com ternura para acalmá-la, a parede de sua pureza sendo quebrada aos poucos trouxe uma dor laçante que parecia a rasgar. Contudo, ao estar completamente preenchida notou, feliz, que finalmente eram uma só carne. 

Ao vê-la confirmar que prosseguisse o rapaz tratou de se movimentar dentro dela de uma forma lenta e estimulante. Os gemidos de prazer aumentaram de tom enquanto sentia as pequenas mãos arranharem suas costas levemente, tentando conter sua excitação que crescia cada vez mais Ezarel pousou a cabeça na dobra de seu pescoço soltando arfadas quentes e sons abafados. Logo, os movimentos foram aumentando gradativamente, seu membro escorregava para dentro dela devido a grande umidade fazendo arranhar suas paredes quentes e apertadas.

Gemidos ecoavam por todo o cômodo em um som uníssono, o cheiro de flores, mel e morango se misturavam ao suor criando um novo perfume atrativo. No momento não existia mais nada, nem problemas, nem Eldarya, nem Mascarado. Apenas Lua e Ezarel, duas raças diferentes que se juntavam em uma só pessoa.

Ao senti-la contrair sobre seu membro em espasmos pulsantes o elfo soube que não estava longe do auge, seus músculos enrijeceram de modo tenso o fazendo acelerar ainda mais as estocadas. De repente, as paredes internas de Lua se estreitaram com força o fazendo delirar, num último gemido alto a garota arqueou o corpo para trás num orgasmo fascinante sendo recebida por jatos quentes em seu interior. Finalmente o ápice do prazer.

Caindo ao seu lado com a respiração descompassada, Ezarel observou a albina que sorria encantada. Estavam exaustos, suados e ofêgantes, mas ainda sim felizes e completos. 

- Isso que eu chamo de Paraíso... - riu bobamente o rapaz, a faeliana acompanhou a risada antes de sentir suas pálpebras pesarem. - Humanos cansam tão rápidos.

O comentário irônico fez a mesma fingir indignação. Seus olhos brilhavam ao admirar o lindo ser ao seu lado.

- Desculpa se não sou de ferro, Sr. Elfo. - dando um bocejo se aninhou nos braços de Ezarel, ouvindo seu coração bater frenéticamente. - Eu te amo, eu sempre vou te amar...

- Eu também te amo. - pronunciou ruborizado vendo que ela já dormia em sono profundo, contudo, não deixou de dizer uma última frase: - Ficarei ao seu lado para sempre, fique do meu também... Por favor.

Adormecendo com um sorriso no rosto nenhum dos dois pode ver que lá fora no céu, a Lua e as estrelas brilhavam ainda mais intensamente. Como se sorrirem para o casal.

                             ~***~

Longe dali, encoberta por uma negra floresta, três montanhas alinhadas uma na outra ocultavam uma imensa caverna. Na entrada a Velha sorria consigo mesma fazendo seus olhos opacos e cinzentos brilharem como uma tempestade formada.

- Pobre garotinha... Mal sabe o que lhe espera... 

Uma risada estridente ecoou por toda a floresta assustando alguns seres noturnos. Desta vez, uma imensa nuvem negra ocultou a Lua no céu, tirando todo o brilho que outrora irradiava Eldarya.