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História I Love You, Idiot Elf! - Tempestade Que Se Forma


Escrita por: ArqueiraDaLua

Notas do Autor


Helloo Cookies de Cereja 。◕‿◕。

Como passaram a semana? Comeram muitos doces?
Eu queria agradeçer por todas as mensagens carinhosas que me escreveram, me senti especial <3 O maior presente que posso ganhar é ter vocês aqui comigo.

Muito obrigada, eu amo vocês!

Boa leitura *-*

Capítulo 39 - Tempestade Que Se Forma


Fanfic / Fanfiction I Love You, Idiot Elf! - Tempestade Que Se Forma

Durante toda a manhã não parou de chover nem por um segundo em Eldarya. Diversas poças de água foram formadas sob o solo gramoso fazendo os pássaros se recolherem rapidamente em seus ninhos, as nuvens cinzentas demonstravam que não cessariam tão cedo obrigando todo Quartel General interromper suas atividades diárias. Numa das inúmeras janelas do Refúgio de Eel uma garota de compridos cabelos brancos observava a chuva em silêncio, navegando em suas próprias memórias perdidas. Fazia horas que estava sentada ali e tudo o que fazia era apenas observar.

Suspirando pela centésima vez a jovem fechou os olhos ouvindo atentamente o som das gotas de chuva batendo no vidro, ajudava a acalmá-la. Batidas na porta foram ouvidas mesmo assim não se moveu, passado alguns segundos o trinco rangeu nítidamente revelando a figura esbelta de Ezarel. A moça não se virou.

- Vir ver como você está. Todos estão preocupados. - o tom grave da voz saiu de maneira gentil, contudo, a preocupação era evidente.

- Estou bem. Já pode sair. 

- Lua... - se aproximando em passos lentos tocou-lhe a face de modo suave. A garota não desviou os olhos da chuva. - Por favor, está me deixando louco trancada aqui.

- Qual o problema?

- O problema é que você simplesmente não me conta o que está acontecendo, e isso piora tudo. Não pode resolver tudo sozinha.

Uma risada sem humor escapou dos lábios de Lua. Seus olhos azuis pareciam sem vida.

- Sou muito indefesa, não é? Preciso da proteção dos outros... Mas será que você não pode me proteger dando sua vida de mentiroso para mim?

O alquimista empalideceu ao ver a mesma se virar para si de modo aterrorizante, seus olhos estão fluorescente. Repletos de ódio. Não houve tempo de pronunciar nenhuma palavra, num milésimo de segundo Lua avançou contra si com uma estranha adaga cravejada de rubis na bainha púrpura. Bem de encontro ao seu coração.

(***)

A faeliana levantou num pulo, seu corpo tremia enquanto suor frio escorria por todo pedaço de pele. Ainda ofegante olhou para o céu azul que irradiava maravilhosamente sobre a janela fazendo os raios de Sol adentrarem nítidamente. 

O pesadelo havia acabado. 

Controlando as batidas do coração em respirações profundas, notou que ainda apertava os lençois com força de modo que as articulações dos dedos permaneciam brancas. Passado alguns segundos levantou da cama encaminhando-se até o banheiro, sua aparência estava deplorável. Após molhar o rosto com água fria ouviu batidas suaves na porta. Seu coração falhou numa batida enquanto se encaminhava para atender quem fosse.

- Bom dia dorminhoca, como vai nesta manhã? - Lua olhou para o elfo na entrada sem saber o que dizer, carregando uma bandeja de comida o mesmo não parava de sorrir irônicamente. - Vai ficar olhando muito para minha beleza ou vai me deixar entrar? 

- Não imaginava que viria... - murmurou dando passagem. Ezarel observou atentamente a aparência cansada da mesma antes de deixar a bandeja encima do criado-mudo.

- Você está doente, é óbvio que viria lhe ver. Mas se quiser posso ir embora e te deixar sozinha, prefere isso? - a jovem não respondeu, estava imersa demais em seus próprios pensamentos. Doente... Era uma bela desculpa para não dizer "assombrada em memórias passadas". Isso a fazia se lembrar do dia anterior, quando desmaiara na Enfermaria enquanto Ezarel e Nevra brigavam. - Está dormindo em pé? Porque senão é melhor deitar.

- Estou bem, não tenho doença alguma. - se afastando em alguns passos sentou-se na cama tentando não olhar para seu namorado. O sonho ainda estava fresco em sua mente.

- Não diria isso depois de ontem, você gritou antes de cair dura no chão. Ewelein acha que foi pela quantidade de sangue perdido. - terminando sua frase o rapaz abriu outro sorriso debochado. - Ou será que não aguentou a magnitude da minha presença?

- Quando vai parar com essa encenação? - a pergunta em tom frio fez o mesmo emudecer. - Você não está feliz para fazer essas brincadeiras, em vez de fingir algo que não sente porque não vai pedir desculpas ao Nevra? Bater nele foi imperdoável!

Ezarel franziu o cenho retirando todo e qualquer vestígio de alegria na face.

- Nunca vou pedir desculpas aquele traidor.

- Traidor? Ele é seu melhor amigo! Será que não entende que a culpa foi toda minha? Eu pedi a ele que me mordesse, eu que sai na Lua de Sangue para buscar aquela maldita Erva de Calam, eu que fui a trouxa de envolvê-lo nessa situação e por causa disso estraguei a vida dele. É MINHA CULPA E NÃO DELE!

O silêncio perdurou no recinto, tudo o que se ouvia era a respiração ofegante da moça que tentava se controlar. O alquimista continuava estático tentando assimilar tudo que ouvira.

- Por que não me contou?

- Há certas coisas que prefiro não contar... - Principalmente para você.

- Você se esquece que agora somos um casal, deveríamos ter confiança um no outro... Mas parece que você é mais orgulhosa do que eu. - mesmo com a dureza das palavras a jovem continuou inerte, lentamente o elfo foi se afastando em direção a porta. - Fique ai se lamentando, quando você decidir confiar em mim me procure. Até lá continue se fazendo de vítima.

A porta se fechou num estrondo. 

(***)

- Faltam menos de sete dias... Aquela fadinha está trazendo problemas. - com uma delicadeza fora do normal o sujeito pegou uma flor da mesa, analisando-a com cuidado. - Sabe, já ouviu o ditado "vaso ruim não quebra"? É do mundo dos humanos, encaixa perfeitamente na nossa situação.

- Não seria melhor matá-la o quanto antes, meu senhor? 

- E perder a chance de destruir aqueles miseráveis com a própria Salvadora deles? Você deveria pensar um pouco mais em diversão. - um sorriso debochado se abriu em seus lábios enquanto se voltava para trás ainda com a flor na mão. - Mas de qualquer maneira é melhor dobrarmos o cuidado com ela... 

- E se por acaso a situação fugir do controle?

- Então usamos outro ditado dos humanos... Atacamos o mal pela raiz. - dizendo isso esmagou a flor contra a mão até não sobrar nada dela. Risadas macabras escaparam de ambos ecoando por toda a floresta, bem longe da segurança do Quartel General.

(***)

A porta rangeu de maneira silenciosa antes de uma figura esbelta adentrar o ambiente. Nevra se encontrava de costas analisando alguns mapas de áreas da floresta mesmo assim escutou o ruído. Esperou pacientemente que a pessoa se prontificasse.

- Sabia que lhe encontraria aqui. - pronunciou uma voz em tom neutro. Interiormente o vampiro sorriu.

- Seus palpites são quase sempre corretos, não é mesmo Ezarel? - voltando-se para trás encarou o elfo de olhos verde-água com determinação, por mais que a situação fosse crítica não perderia a postura de Líder da Guarda Sombra. Principalmente para ele. - O que deseja?

O alquimista respirou fundo, cerrando os punhos. Se não fosse o arrependimento estaria bem longe dali.

- Eu queria... Sabe, eu... - o vampiro esperou. Ezarel nunca perdia o jeito orgulhoso. - Eu queria... Ai que droga! Eu queria pedir desculpas.

- Como? Acho que não escutei. Poderia repetir, por favor? - pediu, se aproximando com a mão na orelha.

- Argh, eu te odeio. - resmungou ele franzindo o cenho. - Me desculpe por ter te batido, fui um covarde de não escutá-lo. Fugi do controle e acabei sendo dominado pela raiva, mas entenda que quando eu vi a Lua com marcas de mordida eu...

- Anos de amizade e você continua péssimo em pedir desculpas. - Nevra sorriu de maneira debochada, cruzando os braços. Retribuíndo o sorriso o elfo se aproximou batendo de leve no ombro dele.

- E você continua o mesmo idiota de sempre, o assunto era para ser sério.

- Seriedade conosco? Você é mesmo o velho rabugento de orelhas pontudas que eu conheço? - Ezarel fingiu irritação antes de cair na risada acompanhado pelo amigo, passado alguns segundos ambos se recomporam trocando um singelo aperto de mãos. - Eu aceito suas desculpas, também agiria da mesma forma caso visse minha namorada machucada. Mas saiba que jamais desejei feri-la, ela sempre foi uma amiga importante para mim.

- Eu sei... Só peço que não comente esse ocorrido com ninguém, é melhor esquecer essa história e manter apenas entre nós. Sorte que Miiko não soube, acredita que Lua está doente.

- Entendo. Você está certo, avisarei Ewelein sobre isso e depois nos calaremos. Será como se nunca tivesse acontecido.

- Obrigado, será melhor assim. - dando um aceno com a cabeça o alquimista se dirigiu para fora da sala em passos rápidos, atrás de si o vampiro continuava a pensar no que ocorrera antes, seria difícil esquecer aquela perda de controle ou na onda de poder que emanara de Lua.

Alguma coisa estava mudando em sua amiga. E o pior de tudo é que já sabia o que era.

***

A faeliana já se encontrava cansada por todas aquelas horas perdidas. O dia estava radiante e ali se achava, trancada e sozinha no quarto. Suspirando alto pela décima vez, passou a mão nos cabelos antes de abrir a porta bruscamente, Ezarel estava certo. Se fazer de vítima era algo que fazia sempre, estava na hora de encarar seus próprios problemas de cabeça erguida.

Não vou fugir, não desta vez.

Seus passos firmes a levaram até a entrada do Laborátorio de Alquimía, encarando a porta decorada por breves segundos a empurrou suavimente. Enfurnado atrás da mesa e concentrado em uma poção de cor avermelhada se encontrava Ezarel, os ombros tensos revelavam sua concentração, mesmo depois de meses ainda se impressionava com a perfeição e cuidado que o elfo tinha no trabalho. Isso a fazia sentir ainda mais orgulho dele.

- Ezarel? - chamou em um tom que não o assustasse, interrompendo o que fazia o alquimista a olhou por alguns segundos antes de voltar a realizar sua atividade como se ela não estivesse ali. - Posso falar com você?

- Estou ocupado. Volte depois. - foi a gota d'água para a albina, cerrando os punhos com raiva se dirigiu até ele arrancando o frasco de suas mãos colocando-o sobre a mesa num ato grosseiro. 

- Eu não estou pedindo sua permissão, você vai me ouvir querendo ou não. - o rapaz se surpreendeu com a ousadia da mesma, cruzando os braços assentiu que ela prosseguisse. Confessava que estava feliz por vê-la fora do quarto, principalmente tão determinada. - Você está certo, fui uma idiota por esconder fatos tão importantes. Mas não foi por não confiar em você e sim por... Um orgulho imenso e medo superior.

O alquimista não respondeu. Queria vêr até onde ela iria.

- A verdade é que sou medrosa em encarar situações, tenho medo de enfrentar e dar errado, por isso me sinto tão insegura e necessitada de proteção. Eu errei em sair do quarto na Lua de Sangue, errei em confiar em certas pessoas e principalmente por fazê-lo brigar com o Nevra... O que era para ser uma boa intenção virou numa bola de neve. - a moça suspirou, sua expressão se entristeceu. - Quando estava na Enfermaria me lembrei do que houve em Pandora, do modo que eu ataquei aquelas sereias e também... Matei Cassáia.

- Como assim matou Cassáia? - indagou ele confuso - Quem é essa? 

- É a sereia que estava no comando das outras, aquela que queria te matar no fim. - Lua começou a tremer, não ousava encara-lo. - Eu não queria... Mas não tive escolhas. Não podia te perder...

Ezarel estava perplexo.

- E não é só isso. - lágrimas desciam por sua face enquanto continuava - Alguma coisa está acontecendo comigo, quando estou raiva sinto meu sangue queimar dentro do corpo, é como se perdesse o controle de mim mesma e fizesse coisas horríveis sem saber. Quando passa essa sensação já causei estragos sem seguer me lembrar, foi o que houve com Cassáia. Também ocorreu na noite em que Azul morreu e quando Nevra me mordeu... Tem algo de errado comigo, Ezarel. Estou com medo de machucar outra pessoa.

A garota começou a chorar em soluços altos, seu corpo trêmia sem parar. Diante de si, Ezarel nada disse, seguer conseguia raciocinar. Então era isso? Lua passaria por todo esse sofrimento até o dia de sua morte? Seu peito doeu, não podia permitir isso. Tudo menos isso.

- Vai ficar tudo bem... - murmurou, esticando a mão até seu cinto de onde retirou disfarçadamente um pequeno frasco com um líquido amarelo dentro. Lua continuava a chorar, precisava tirar toda a augústia que sentia. Aproveitando que ela não olhava para si o rapaz abriu o frasco rapidamente colocando o conteúdo num pano qualquer. Doía ter fazer isso, mas era a única opção. - Vai ficar tudo bem. - repetiu se aproximando dela, sorrateiramente.

- Como sabe disso? Eu sou assassina, Ezarel! - desta vez ela levantou o rosto, sua voz saia com amargor. - Eu preciso saber o que está acontecendo comigo, talvez eu seja um perigo até para você.

O elfo acariciou sua face gentilmente enxugando suas lágrimas. Estranhamente seu toque estava gélido, sem o calor de costume que irradiava sua pele.

- Eu prometo que vai ficar tudo bem... Confie em mim. - não houve tempo para dizer mais nada. Num milésimo de segundo Lua se viu com um pano pressionado firmemente em sua boca e nariz, um medo tomou conta de si enquanto tentava se debater para escapar. Infelizmente, o rapaz era muito mais forte e continuava a pressionar o tecido até que o ar faltasse em seus pulmões e fosse obrigada a respirar aquela fragrância enojante.

Mas o quê... O que está fazendo, Ezarel?

Lentamente seus sentidos foram se perdendo, sua mente girou em uma nuvem vazia a fazendo fechar os olhos obrigatóriamente. Seu corpo caiu para o lado sendo amparado por fortes braços.

- Sinto muito, prometo que vou cuidar de você de agora em diante... Nada de ruim vai te acontecer. - o elfo acariciou seus cabelos gentilmente antes de depositar um beijo terno em sua testa. Com cuidado a levantou no colo sem saber que um par de olhos observava toda a cena num silêncio perturbador.

(...)

- Você sabia que isso iria acontecer! - a acusação em tom irritadiço fez a Kitsune franzir o cenho, odiava ser acusada.

- Era apenas questão de tempo, o que esperava? Ela está num mundo repleto de magia, é óbvio que sua parte faery iria despertar cedo ou tarde.

- Você sabe muito bem que não é disso que estou falando, para você tanto importa se ela está bem ou não, desde que sirva para seus propósitos. Isso vai matá-la aos poucos!

- Um propósito que vai salvar todos nós. E além disso, por que a raiva? Você não tem nenhum caso real com ela. - as palavras de Miiko o fizeram calar, sua expressão empalideceu. - Siga com o plano, agora que ela perdeu as memórias de seu poder vai continuar a seguir com sua vida normalmente. Como a menina boa e frágil que é. Satisfeito?

O rapaz nada disse. Já escutara o bastante.

Sete dias...

Sete dias para esse pesadelo acabar de uma vez por todas.

 

 

 


Notas Finais


E os problemas continuam...


CONTINUAM O ESCAMBAU! No próximo capítulo tem MARILENE PARTE 2 UHUUUULLLL \o/ \o/

Preparem a pipoca... ( ͡° ͜ʖ ͡°)( ͡° ͜ʖ ͡°)


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