História I make my way - Rotina

Raven P.O.V

Era noite.

Papai estava em seu quarto terminando de se arrumar para recepcionar o rei, mais um empresário para o grupo. Mamãe estava junto com ele, deveria estar colocando seu par de brincos cristalinos, ela adora eles. Já eu estava encarando meu irmão, pois uma tensa disputa começaria.

–Está pronta? Quem perder, cuida da criança – Ele fala com um sorriso. Raphael era bem competitivo e ainda mais quando era para cuidar dos filhos de empresários, como não temos mordomos, nós que cuidamos dos filhos dos filiados ao papai.

–Melhor de três, não é? – Pergunto séria. Olho para Jhonny, nosso irmão mais novo que estava ao lado de Raphael, ele tinha um semblante temeroso, típico dele. Olho depois para Karen, nossa irmã mais nova que estava ao meu lado, ela se mantinha igual a Jhonny, não íamos perder fácil. – Pronta.

Colocamos nossos punhos à frente e em um movimento rápido falamos à frase de início de competição.

–Pedra, papel, tesoura!

Falamos em uníssono. Sorrio. Ele havia colocado "tesoura" e eu "pedra". A primeira rodada já foi.

–Pedra, papel, tesoura!

Ele sorrir dessa vez, eu havia colocado "papel" e ele novamente a "tesoura". Agora seria a última rodada.

–Pedra, papel, tesoura!

Eu perdi, e ele abre um sorriso vitorioso. Maldita "pedra" que perde para um "papel"!

–Desculpa maninha, mas foi a sorte que sorriu para mim dessa vez. – Ele rir alto e eu bufo cruzando os braços. –Relaxa Rae, é só uma criança, se precisar de ajuda é só nos chamar. – Ele diz segurando a mão de Jhonny que dá um tchau, balançando a mão para mim e minha irmã.

Trabalhar sempre é melhor do que cuidar dos pirralhos dos outros.

Karen suspira, mas logo bota um sorriso no rosto, ela era minha alegria, seus cabelos negros e cacheados caíam sobre seus ombros de criança de 11 anos, que era sua idade. Sorrio de volta e seguimos papai que já terminará de se arrumar, ficamos na sala esperando por uns minutos até o som de um Koenigsegg Agera chegar a nossos ouvidos, eles haviam chegado. Dois minutos, foi o tempo para saírem do carro e chegarem até a porta, a abri logo fazendo uma reverência ao passarem por mim, sim eu era uma pessoa bem centrada e calculista com algumas coisas, principalmente quando se tratavam de assuntos importantes para nosso pai.

O rei cumprimenta meu pai, que sorrir e faz uma reverência seguido por minha mãe e minha irmã.

–É uma honra conhecê-lo, Rei Marklis, essa é minha esposa Laura, minha segunda filha mais nova, Karen e a segunda mais velha, Raven. – Ele diz meu nome apontando para mim, enquanto eu fechava a porta.

–Prazer em lhe conhecer também, senhor Rickson. Está é minha filha Kalisa, ela me acompanhará durante a reunião. – Ele aponta para Kalisa, uma menininha de pele branca e cabelos lisos de cor carvão, ela olha para mim com um olhar crítico, quem essa pirralha pensa que é para me olhar assim?

–Ela pode ficar com minhas filhas, enquanto resolvemos as transações. Tudo bem?

–Se não for de incômodo.

–Não é, vamos. – Papai fala indo para a sala de reuniões junto com Marklis, nome bem normal pelo visto, e mamãe.

–Então, as bobocas ai já podem iniciar as brincadeiras, se não vou com meu pai, quero ao menos rir um pouco. Vamos! É uma ordem! – Kalisa grita.

Eu e Karen nos entreolhamos e suspiramos, era uma daquelas crianças chatas. A levamos para nosso quarto recreativo, onde tinha vários jogos que com certeza, qualquer princesa iria brincar, mas ela apenas olha e cruza os braços.

–Okay, vossa alteza, do que quer brincar? – Pergunto com um sorriso forçado.

–Acho que... – Ela pega uma pistola d'água, o que essa pestinha pensa em fazer? – Tiro ao alvo.

A menina mira na direção de Karen e a acerta em cheio, fico meio estática no momento mas logo sinto a garota mirar a arma em minha direção. Me ponho a correr, não que aquilo fosse me ferir de qualquer modo, mas não me sentia bem perto daquela criança  não sabia o pôr que.

Acabo achando um esconderijo e Kalisa passa por mim velozmente, abro um sorriso e volto para a sala.

–Você ta bem? – Pergunto rindo um pouco.

–Se bem for encharcada, eu estou ótima. –É, ela conseguiu o impossível, irritar minha irmã. –Aonde aquela garota foi?

–Pra mim, quanto mais longe melhor.

–Raphael vai nos pagar caro viu!

–Apaga esse fogo menina haha. Eita  lá vem ela!! – Digo vendo a princesa Kalisa vindo em minha direção, ela mira a arma e a aperta, rapidamente pego uma bandeija que tinha uma forma de metade de um cilindro e uso para me proteger. A água bate na bandeija e volta para a garota a encharcando. Karen e eu caímos na risada.

–I-isso não foi divertido!! – Ela exclama com voz de choro. Não! Ela não pode chorar! Pense Raven, pense, o que fazer pra uma criança mimada não chorar?!

-Raven, o evento! – Ouço Karen sussurrando. Isso! O evento! Quem não fica animado em um evento de Cosplay?!

–Vem pirralha, vamos a um lugar legal!! – Pego a mão de Kalisa e de Karen e as levo às pressas para fora de casa. Na rua, um imenso evento ocorria, pessoas vestidas de fantasias incríveis, música alta e animada e comida japonesa, algo normal toda Quinta-feira por aqui. Olho para a pirralha e quem diria, ela estava sorrindo de novo!! Dou a mão dela para Karen e as jogo em meio a multidão, boa sorte maninha haha.

Olho as horas no relógio, era 07:30, logo meu celular toca e o atendo rapidamente.

–Quem me incomoda? – Pergunto secamente, já sabia quem era na outra linha.

–Isso é jeito de falar com seu irmãozinho? Magoou. –Ele diz com drama, me polpe Raphael. –Se você ta falando assim é porque a criança é fogo no rabo, acertei?

–Em cheio. Vai demorar muito para voltar? – É difícil admitir, mas aqueles dois idiotas fazem falta.

–Já com saudades de mim, maninha? –Alguém fala ao meu ouvido, fazendo eu dar um pulo pra frente.

–Ta querendo me matar do coração?! – Grito olhando para Raphael que ria junto a Jhonny, sorte que esse local ta uma zona e ninguém ouviu meu grito de raiva.

–Hahahaha desculpa, não resisti. – Ele fala me abraçando, o retribuo e ainda soco seu ombro. – Cadê a filhote de satanás?

–Deixei Karen cuidar dela haha.

–Que maldade haha, vem vamos encontrar elas. – Ele diz adentrando a multidão. Antes que eu pudesse segui-lo sinto um ar frio passar por mim, era estranho pois não venta muito nessa região e nem tem mar ou rio por perto... não deve ser nada. Alongo o corpo e me jogo na multidão procurando os quatro.