História I Need You - Cap. 66 - Four Walls

Charlie tinha pegado um carro que ele diz ser de um amigo dele que mora por aqui perto, eu não acreditei muito nisso, Charlie podia ser uma pessoa boa, mas era incrível sua habilidade de se meter em encrenca com qualquer coisa.

Mas mesmo assim entro no carro e ele sai pelas ruas de New York comigo no passageiro.

Não falamos nada o caminho todo, e isso era chato, eu tentava puxar assunto de qualquer coisa, mas ele apenas concordava com a cabeça e continuava olhando para a frente.

Não entendo como ele pode ser uma pessoa tão bipolar.

As vezes não parecia que era ele que estava ali, e isso me assustava. Ele murmurava coisas desconexas e as vezes parecia que seus olhos mudavam de cor, de azuis celestes para tons berrantes como verde escuro ou para um azul muito claro quase branco.

Ele poderia estar em mutação, como eu estive a algumas semanas, quando meus olhos arderam tanto como se tivessem em brasa e mudarem de cor inexplicavelmente.

Foi isso que eu conclui quando olhei para seus olhos, mas logo descartei meus pensamentos quando uma ponda vermelha passou por seus olhos e se rosto ficou frio e sem expressão. Mas isso foi só por alguns segundos, então ele balança a cabeça e olha para mim com seus olhos da cor normal e da um sorriso, voltando sua atenção a rua movimentada.

Eu o olhei por mais alguns segundos, vendo se algo tenebroso não aconteceria novamente, mas nada. Desvio meu olhar quando ele nota que eu o olhava. Fiquei com medo de ele pensar de outra forma essa minha observação.

Mas acho que ele nem notou, eu tinha essa mania de reparar em tudo nas pessoas.

Agora eu estava com muito medo, nunca tinha visto uma coisa tão bizarra e tenebrosa.

Fixei meu olhar para a frente e não olhei mais para ele.

{...}

- Charlie, me conte onde ele está- Falo me encostando no banco já perdendo a paciência- Se você estiver mentindo...

- Calma, já estamos chegando- Fala ele olhando irritado para mim, então volta a olhar para a frente.- Chegamos.

olho pela janela e depois olho sem entender para Charlie, que desligou a ignição do carro olhando pelo espelho retrovisor.

- porque estamos em frente a um posto de gasolina?- Pergunto- Você precisa por gasolina ou...

- Cala a boca e olha aqui- Fala ele apontando para o espelho retrovisor, bufo e me levanto um pouco para olha pelo espelho.
Então arregalo meus olhos.

- É o Tae...- Falo mas Charlie tampa minha boca com a mão apontando nervoso para a frente.

Um garoto alto de bone vinha em direção ao carro, ele devia ser um dos funcionários do posto, achei que ele iria vir em nosso carro mas ele desvia e vai até onde Tae estava.

Charlie murmura um Uffa

Eu e Charlie assistíamos tudo pelo espelho retrovisor.

Eu vi o garoto alto ir em direção a Tae e os dois fazem um toque, eles falam mais alguma coisa, mas não conseguíamos ouvir por estarmos no carro e os vidros estarem fechados.

- Mas o que...

- Cala a boca- Fala Charlie pondo a mão em minha boca outra vez mais dessa vez dou um tapa em sua mão e outro em seu braço.

Aí se ele soubesse o ódio que eu tenho dessa mania dele.

- Aishh, Não, não, não ele está vindo para cá- Fala Charlie olhando nervoso pelo vidro.

Então o garoto vem até nosso carro com a mangueira de gasolina e bate no vidro.

Charlie fala alguns palavrões e resmunga por não ter arrancado com o carro dali antes, então aperta o botão que faz o vidro descer.

Ele dá um sorriso quando o vidro desce.

- Quanto você vai querer de...Charlie?- Pergunta o garoto olhando confuso para Charlie.

- Iai Namjoon- Fala Charlie cumprimentando o garoto com a cabeça- Coloca...

- TAE, OLHA AQUEM TÁ AQUI!- Grita o tal de Namjoon em direção de Tae e Charlie xinga ele baixinho de todos os palavrões possíveis mas o garoto nem ouviu.

- O que foi Nam?- Fala Tae vindo até onde estávamos, eu gelei e Charlie olhou nervoso para a frente.

Tae parou ao lado do garoto e olhou para o carro e olhou para mim e Charlie de olhos arregalados.

- Taeh, nossa que coincidência você estar aqui...- Fala Charlie sorrindo nervoso e dando uma risada sem graça.

- Coincidência? Eu que te falei que viria para cá- Fala ele revirando os olhos então vem até o carro e olho para dentro dentro do mesmo. Nossos olhares se encontram e eu dei um pequeno sorriso sem emoção, ele olhou confuso para mim por alguns segundos mas então ficou sério se afastando do carro encarando Charlie.

- O que ela está fazendo aqui?... Ou a pergunta mais correta, o que ela está fazendo aqui com você?- Fala ele olhando para Charlie, com o rosto sem expressão.

- Tae não começa com seus ataques... fica calmo- fala Charlie respirando fundo com paciência fechando os olhos.

- Eu to calmo! -Grita Tae puxando seus cabelos se virando e rindo com uma voz estranha.

O tal de Namjoon assistia tudo, as únicas coisas que faltavam era um pote de pipoca e um óculos 3D pra completar. Já eu estava petrificada vendo Tae e Charlie que mordia o lábio inferior de raiva, eu sabia o quanto ele odiava que as pessoas gritassem com ele.

- Hasel, sai do carro, agora...- Fala Tae calmamente de olhos fechados, sua voz estava fria.

Olhei para ele e engulo a seco abrindo a porta do carro. Mas antes que eu completasse o ato Charlie se esguelha por mim e fecha a porta com força para que eu não saísse, então olha para Tae sério.

- Quem disse que você tem o direito de mandar nela?- Fala ele encarando Tae, que o olhou com a mesma intensidade de ódio. Olhei irritada para os dois, sempre quando eles conseguiam se resolver, de alguma forma, sempre acontecia alguma coisa que os fazia brigarem.

Essa rixa deles era estranha e complicada.

- Ela é minha namorada- Fala Tae serrando os punhos. Eu já estava ficando assustada com o modo que os dois se encaravam, não era uma briga como as outras, o modo que osdois estavm se encarando mostrava ódio, muito ódio.

Charlie olha para Tae com uma expressão de deboche.

- Namorados? não é isso que eu estou sabendo- Fala Charlie encostando o braço no volante do carro-...E mesmo que vocês estivessem namorando, você não tem direito em mandar nela, ela não é um cãozinho indefeso que precisa ser guiado pelo dono.

Tae olha furioso para Charlie, não sei se foi impressão minha, mas pude sentir o chão tremer.

 Taehyung dá a volta no carro rapidamente, tão rápido que nem percebi o mesmo, então ele abre minha porta com força me puxando pelo braço para fora do carro. Não tive tempo de me afastar.

- Vamos em bora daqui- fala ele me levando em direção ao seu carro, eu o encarei assustada tentando tirar seu aperto de mim. 

 Taehyung não era assim.

Charlie mordeu as bochechas internas e tirou o cinto com rapidez abrindo a porta e vindo até nós, ele puxou meu outro braço coma a mesma força que Tae segurava o outro, sua atitude me surpreendeu. 

- Ela não fara o que você manda- Fala Charlie encarando Tae, que apertou meu braço com mais força me fazendo arrancar um gemido de dor abafado e ao ver esse ato, Charlie o encara indignado- Solte-a Kim, não é porque você passa por problemas, que tem que descontar nas pessoas próximas a você- Fala Charlie o encarando, com alguma expectativa dele soltar meu braço por bem, mas Tae não se moveu e isso irritou mais ainda Charlie- Quer mesmo que eu conte a verdade a ela? que você...

- Não se atreva- Fala Tae entredentes, mesmo eu ainda tentando me soltar eu os olhei com uma mistura de curiosidade e irritação. 

O que eu não podia saber?

- Não seja tão hipócrita, eu sei de muitas verdades suas que muitos não sabem- Fala Tae o encarando com um sorriso provocativo e se virando para mim- Lembra aquele dia que eu te salvei? aquele que quase abusaram de você no corredor, quando estava indefesa? 

De tantas coisas que passei, aquele dia não tinha sido nada. Mas eu lembrava nitidamente de quase ter sido abusada por um homem de preto, antes de Tae me salvar. Assenti com a cabeça para Tae me lembrando do ocorrido no dia.

Então ele se vira para Charlie

- Foi ele.- Fala apontando com a cabeça em direção a Charlie, que arregalou os olhos chocado, revesando o olhar em mim e Tae- Ele sempre tentou de tudo pra ficar com você Hasel, já tentou te agarrar, te beijar e quase tentou...- Ele vira o rosto olhando com desgosto para Charlie, que tinha afrouxando seu aperto em meu braço, mas continuava me segurando- E mesmo assim você não nota e continua andando com ele.

cerro meus punhos e fecho meus olhos, segurando para não chorar, não agora. 

- Isso é verdade Charlie?- pergunto sem encarar o mesmo, ele não me respondeu- Isso é verdade?!- me altero agora o encarando com raiva.- Todo esse tempo você só se passava por uma amigo? Tudo era encenação?- Eu pergunto esperando uma resposta sincera, meus olhos já ardiam.

- Eu errei muito no passado Hasel, errei com todos, principalmente com você.- Fala ele sem me encarar- Tem coisas que eu me arrependo, e outras não. Já fiz muitas coisas erradas, mas nunca fingi ser seu amigo. Eu desisti de você a muito tempo.- Agora ele me encarava sério- irritar as pessoas, essa é minha maneira de demonstrar que eu me importo com elas, Hasel você é muito importante para mim. Nunca pence ao contrario.

Eu fiquei sem reação, sempre era dificil para todos confiarem em Charlie. Mas a forma que ele me olhou naquele momento... eu sabia que era verdade, uma das poucas cosas que eram verdadeiras de Charlie.

Tae olhava irritado para Charlie.

- Vamos em bora- Fala Tae tirando bruscamente a mão de Charlie de meu braço, e com isso apertando ainda mais forte o meu, eu sentia minhas veias arderem com seu aperto. Mas Charlie foi mais rápido entrando em nossa frente, colocando a mão no peito de Tae.

- Eu ainda não acabei- Fala ele, encarando Tae, que o encarava de maneira ameaçadora, mas Charlie não deu importância- Não ia contar para Hasel sua obsessão por ela? Que no momento em que ela pisou naquele colégio você já foi louco por ela, ao ponto de ameaçar todos os garotos que tentassem se aproximar dela? Aposto também, que ela mal sabe que você é um rico, que se passa por órfão só para se aproximar. Quantas verdades em um dia não é mesmo?

- cale a boca- Fala Tae.

- Ela sabe que todo aquele tempo, você apenas fingia afeto? Que você queria apenas leva-la para a cama e...

Charlie não consegue terminar a frase, pois Tae voa em seu pescoço e o durra no chão com um soco, o ato foi tão rápido que eu apenas senti meu corpo ser jogado no chão brutalmente por Tae. Tentei me levantar mas não consegui, senti como se a terra me forçasse a ficar ali. 

O tal de Namjoon corre para separar os dois que estavam no chão investindo um contra o outro, com sangue escorrendo pelos narizes e com as mão marcadas, quem estava por cima era Tae, que dava socos seguidos em Charlie, que já estava quase inconsciente. 

Namjoon segurou Tae pelos braços e eu tentei me soltar da força da terra, se era Tae que estava fazendo isso, devia ter se desconcentrado, pois finalmente consegui me levantar e fui até Charlie, tentando tirar seu corpo do chão, mas assim que me aproximei, Tae se soltou dos braços de Namjoon e investiu mais uma vez contra Charlie, ele estava sego de raiva.

O problema, foi que no momento que Tae ia dar um soco em Charlie, eu estava na frente.

{...}

O soco que ele tinha me dado ecoou pela minha cabeça, minha visão ficou turva por um segundo, Tae ficou chocado e seu corpo parecia estar tremendo, todos estavam assustados com o ato dele. 

Eu só fui tentar ajudar Charlie, mas acabou que eu que fui atingida.

- Hasel...- Ele tentou se aproximar de mim ainda tremendo, mas me afastei, ele pegou meu braço mais uma vez, mas evoquei o fogo e acabou queimando sua mão. Ele deu um grito abafado e vi algo cair de seus bolsos.

Fui mais rápida que ele e peguei o objeto, era uma pequena caixinha. Abri a mesma por curiosidade, ela era muito leve. Assim que a abri, senti as lágrimas virem a tona, era uma caixinha vermelha de alianças, e quando a abri senti uma lágrima escorrer por meu rosto.

- Agora você sabe o motivo por eu ter saído essa tarde- Murmura ele olhando para o chão, o encarei ainda chorando, tinha inicio de lágrimas em seus olhos.

Eu estava muito confusa. Eu só vivia confusa. Fechei a pequena caixinha, ainda chorando, e a coloquei no chão do estabelecimento, e fiz o que sempre fazia quando estava confusa ou não sabia o que fazer, sai correndo dali. Eu sempre corria para longe das pessoas.

Maldito seja o dia em que eu fui me apaixonar.