História I Need U - I love U

        -Obrigado, eu realmente não queria saber- Jungkook disse fazendo uma cara de nojo.

        -Você fala como se não fizesse, Becky, antes de você, ele vivia levando umas amiguinhas pro dormitório- Tae disse dando um tapa na cabeça do mais novo -Entrego mesmo- completou rindo .

       -Bom saber Jeon Jungkook- Becky disse encarando o mais novo, que só faltou morrer com o olhar dela. Ela realmente sabe botar medo quando quer.

       -Gente, vou lá ver minha cria- falei ao ouvir o choro do meu menino, e sai correndo. -O que foi meu amor?- perguntei pegando meu filho no colo, que não para de chorar. -Você tá com fome?- perguntei pegando a mamadeira, porém o mesmo recusou. -Wonki, o que você quer?- perguntei já impaciente. Como eu sou inteligente, tentando fazer meu filho de seis meses falar.

      -Deixa que eu e o Kook cuidamos dele- Tae disse entrando no quarto, seguido pelo biscoito. -Vai descansar e se divertir- falou dando um beijo em minha testa. Eu realmente preciso de descanso. Cuidando de dois filhos, uma de doze, e um de seis meses, casa, trabalho, ensaios, premiações, puta que pariu, eu só quero dormir por uns sete dias inteiros.

       Sai do quarto, deixando três dos homens da minha vida juntos, porém, não resisti e fiquei vendo eles cuidando do meu menino.

      -Olha, não é que o Gold Maknae sabe cuidar de criança- V disse sorrindo.

     -Eu to treinando, porque a Becky tá grávida- Kook deixou escapar. AI MEU CU. EU VOU SER TIA. AI MEU GODI. MEU CORE. MEU CORAÇÃO SERTANEJO É FRACO DE MAIS PRA ISSO. AI MEU DEUS. Se bem que quem vai parir ela, então não é meu cu que tem que doer. Mas pera, o parto é pela frente, por que o cu doeria?! Eu não sei mais o que eu tô pensando.

     Como sempre, minha única reação foi correr, correr como se não houvesse amanhã. Sabe Usain Bolt? Fui mais rápido que ele. Encontrei a Becky na sala, sentada no sofá, e a primeira coisa que eu fiz foi correr e pular no colo dela, dando um abraço bem apertado.

      -VOCÊ TA GRÁVIDA!- Gritei em português.
 
      -Sim, eu ia te contar- respondeu entre o abraço.

      -Meu deus, por isso vocês demoraram pra voltar?- perguntei me recompondo.

     -Sim, o Kook é muito cuidadoso, quis esperar as ânsias passarem- Becky disse dando seu sorrisinho de apaixonada idiota.

     -E você ta amando isso né?- perguntei e a mesma assentiu com a cabeça. -Vai ter uma hora, que você vai querer matar o Kook, vai ficar parecendo um balão, vai doer, mas no final, tudo vale a pena- falei sorrindo.

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     E cá estamos. Eu e minha família não tradicional coreana, num churrasco. Sim, churrasco, eu, Becky e Bunny ensinamos nossos boys a comer e fazer comidas brasileiras. Esses putos não tem querer não.

     -Vem, vamos dançar!- Falei sorridente chamando a noiva do Namjoon.

     -Ela tá tímida!- Ele gritou dando um selinho na mesma, fazendo-a corar ainda mais.

    -Não tem do que ter vergonha, somos todos retardados- falei apontando pro Tae, pro Kook e para o Hoseok, que nos largaram fazendo a carne e foram correr atrás da Vitória.

     Eu ainda não me acostumei com o fato de ver os meninos casados ou noivos. Como fã, eu nunca pensei que um dia isso fosse acontecer. Mas aconteceu. Jin se casou com uma garota a uns dois anos, ficamos bem amigas, mas eu não troco minhas brasileiras que tanto amo, e eles tem um filho de um ano, que por sinal é muito fofo, e to pensando em sequestrar. RapMon está noivo, e bom, só apresentou a menina agora, então nao sei o que dizer dela. Suga, o que eu pensei que fosse ser o vida louca, o que nunca casaria, está aqui, com sua mulher parecendo um balão, e bom, depois de mim e do Tae, ele foi o primeiro a casar, diferente do que eu imaginava, e se geral já acha o modo que eu e o V nos olhamos bonita, se vissem como o Suga olha pra mulher dele, chorariam, eles se amam muito, e daqui alguns dias, terão um casalzinho, para fazer companhia à menina de quatro anos. Hoseok deu uma de pegador, e noivou duas vezes, mas finalmente aquietou o cu, e está noivo, infelizmente a garota teve que ir ver os pais em Daegu, então não a conhecemos. Jimin... o que dizer do Gordelicia?! Continua gordelicia. Ele casou a uma semana. Sim, uma semana! E mano, a esposa dele, é a coisa mais fofa do mundo, eu quero guardar ela num potinho. Tipo, eles nem parecem que transam de tão fofos!

      -O que foi amor?- Tae perguntou me abraçando por trás e dando um beijo em meu ombro.

      -Eu tava pensando- respondi sorrindo, ao ver todos os nossos filhos, que já sabem andar, brincando entre si.

      -Eu te amo- falou me virando de frente e me beijando.

      -Também te amo- respondi sorrindo, assim que separamos o beijo. -Quem jogou essa caralha?!- gritei assim que uma bexiga cheia de água me acertou pelas costas, me encharcado toda. -Vitoria, foi você?! Menina, se você ama sua vida, corre!- gritei pegando a bexiga da mão de alguma criança aí, deve ser do Jin, sei lá depois dou um doce, e comecei a correr atrás da Vitória, pra me vingar. Sem perceber, acabei começando uma guerra de bexiga, onde todos, menos a mulher do Suga (que mal consegue se mover, coitada, essa barriga deve incomodar) participaram.

      -Essa foto ficou linda- A noiva do RapMon, tirou, e puta que pariu, eu me esqueci que ela é fotógrafa, mas a foto ficou realmente linda, eu abraçando a Vitória por trás, ambas molhadas por conta das bexigas, e o V atrás, nos abraçando. A foto em si é simples, mas a iluminação é perfeita.

      -Essa foto é linda- respondi encantada.

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       Brasil... depois de anos, voltei pra cá! Por sorte, nunca fico sem ver meus pais, ja que volta e meia eles vão pra Seul.

      Muita coisa mudou desde que eu estive aqui da última vez, e bom, eu não queria vir, a dona Irene faleceu dois dias antes da viagem, e eu ainda estou muito abalada com isso. Ela acabou sendo uma mãe pra mim, cuidando de mim e dos meus filhos quando eu mais precisava, eu irei sentir muito a falta dela.

     -Ruby, Tae, crianças!- Minha mãe gritou abraçando todos nós ao mesmo tempo.
  
     -Oi!- Tae disse contente, por poder falar português. Sim, eu o ensinei a falar português, pois meus pais não conseguem dominar o coreano, então foi a forma mais fácil, e ajuda na hora de ensinar as crianças.

    -Vovó!- Vitória disse pulando no colo da vó. Nem parece que já irá fazer quatorze anos.

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    -Ruby, tem uma pessoa que quer falar com você- minha mãe disse abrindo a porta de casa. Ixi, lá vem merda. Não. Eu me recuso a entrar em casa.

    -Mãe, eu me recuso a falar com o Lucas- falei vendo meu ex-namorado sentadinho no sofá.

    -Ruby, eu sei que você me odeia, mas por favor, podemos conversar?- ele disse com uma cara de choro, V rapidamente viu meu desconforto e apertou minha mão, me passando conforto, e segurando seu ódio.

     -Filha, vai lá, converse com ele- minha mae incentivou, e V apertou ainda mais minha mão, fazendo até doer.

     -Eu vou- falei o encarando com ódio. Soltei da mão do meu marido, e fui para o lado de fora da casa, onde teriam muitas testemunhas. -Late- falei assim que sentei num banquinho.

      -Ruby, eu sei que você me odeia, e tem total razão disso. Na época eu não falei pra você, mas eu me drogava, e eu tava muito chapado aquele dia, uns "amigos" botaram merda na minha cabeça e deu no que deu. Eu fiquei preso por dois anos, e nesse tempo fiquei limpo, e pensando nisso, e mano, eu me senti no seu lugar, toda noite, um policial ia lá e estuprava eu e mais alguns, e eu fiquei com um ódio de mim mesmo, a ponto de querer me matar, eu não quero me fazer de vítima, apenas me desculpar- e falou e puta que pariu. Como assim eu namorei um drogado?!

    -Lucas, você não sabe quantas noites eu passei acordada, com medo de você aparecer novamente, por sorte, eu encontrei um cara que diferente de você, me ama e cuida de mim, e estamos juntos, a mais de quatorze anos, com dois filhos lindos, mas também, as vezes eu lembro da pessoa que você era, e penso no lixo que você foi aquela noite. Mas, eu devo te agradecer, pois foi com você que eu descobri o meu amor pela dança, e que eu queria ir pra Coréia, infelizmente, o motivo da minha ida não foi dos melhores, mas com essa ida, eu encontrei o amor da minha vida. Mas, não é por isso que eu te perdôo, eu sofri muito com isso, e tenho medo de ver minha filha sofrer com algo do tipo- falei de uma vez, e sai, o deixando sozinho.

     -Ruby- me chamou e eu voltei. -Era sobre isso que eu queria falar. Amor. Eu encontrei alguém. E nós vamos nos casar- ele disse sorrindo, de uma forma que nunca sorriu comigo.

     -Felicidades, e seja pra ela, o que você não foi pra mim- falei sorrindo e entrando na casa dos meus pais.

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       Dezesseis anos. Minha filha está completando dezesseis anos. Eu não acredito nisso. Parece qua ainda ontem ela era só um bebê que misturava português com coreano.

      -Ruby, Tae!- Hitman nos comprimentou entrando no salão da festa.

     -Oi Hitman!- respondi sorrindo.

     -Tudo certo pra aquilo que combinamos?- Tae perguntou ansioso.

     Nossa, ela irá ficar tão feliz ao saber do nosso combinado! Tipo, é o sonho dela!

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    -Hoje eu estou em nome da Bighit para fazer uma proposta para a aniversariante, Vitória, você gostaria de ser trainer e debutar na bighit?- Hitman disse num palquinho, e na hora Vitória começou a pular e sorrir.

    -Claro que eu aceito!- ela gritou sorridente. -Mãe, pai eu posso?- ela perguntou pra gente. Coitada, tão lerdinha.

    -Filha, nós que combinamos com ele- V disse sorrindo me abraçando por trás.

    -Sim, seu pai e seus tios eram da bighit a muitos anos atras- falei sorrindo.

    -Mas tipo, vai ser solo?- ela perguntou assim que o Hitman chegou perto de nós.

    -Não, será numa banda, você e mais cinco garotas, você vai ser a Maknae, e iram debutar como Angels of Darkness, AoF- explicou fazendo os olhinhos dela brilhar.

   -Ainda bem, eu nao queria ser solo- ela disse sorrindo. -Quando eu posso ir conhecer as garotas? E começar?- caralho, ela realmente está muito animada.

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      -Amor- chamei manhosa.

     -O que foi?- perguntou preocupado.

    -Eu quero outro filho- falei ainda manhosa, o deixando com cara de assustado. -A Vitória já está com dezesseis anos e vai debutar em menos de um mês, sem contar que ta namorando, o Taekwon já vai começar na escolinha, nossos filhos estão ficando independentes, e nós velhos. Eu sinto falta de ter um bebezinho, que precise de mim o dia inteiro- falei ainda manhosa.

     -Ruby, se você quer outro filho, quem sou eu pra negar- falou sorrindo. Ah, como eu amo ele! O abracei, extremamente feliz. -Mas por mim a Vitória não estaria namorando, sou totalmente contra isso- completou entre o abraço, me fazendo rir.

      -Cada dia que passa, eu te amo cada vez mais- falei abafado por conta do abraço.

       -Eu também te amo, bendita foi a hora que esqueci meu celular- disse e sorri lembrando de como nos conhecemos.

       -Eu ainda fico triste por vocês terem dado disband- falei triste, e o mesmo se sentou na cama, me puxando pro seu colo.

       -Ruby, nós demos disband, mas nós ainda somos uma família, muitos pensam que era atuação e que só nos suportavamos por causa das músicas. Mas não, nós nos amamos que nem uma família, e até mais do que muitas famílias por aí. Nós dois por exemplo, passamos por muitas coisas juntos, e continuamos juntos. Quando se ama, não a nada que separe- Tae disse me abraçando e beijando o topo da minha cabeça.

      -Porra, cada vez eu me apaixono mais- falei o fazendo rir.

     -Esquecer o celular aquele dia, foi o meu melhor erro- disse dando seu lindo sorriso quadrado e me beijando.

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      Eu não creio aue hoje minha filha irá debutar! Ainda ontem era uma bebezinha vestida de Mike Wazowski dançando Fire no show do pai e dos tios. E hoje, já está debutando! As vezes eu olho e penso, puta que pariu, o Tae não tem um pau, tem um pincel. Vitória ficou uma garota muito linda e atraente. Os traços coreanos do pai, o meu olho verde e corpo. Taekwon ainda é bem pequeno, mas mesmo tendo os olhinhos puxadinhos, ele se parece muito comigo. Porém, o que mais me deixou emocionada foi a escolha do nome dela. V. Para homenagear o pai.

       A primeira música delas, "Boy you make me smile", apesar do nome parecer depressivo, tem uns drops muito fodas, e uma dança nada sensual. Bom mesmo.

    -Booy you make me, you make me smile- Vitória cantou o refrão, sendo seguida por todas as outras garotas, que por sinal são uns amores, e vivem lá em casa.

     Quem diria que minha vida mudaria tanto por causa de um celular. Bem que dizem, a vida é uma montanha russa. Primeiro houve aquilo com o Lucas, depois o meu período na Califórnia, do qual não fez a menor diferença na minha vida, foi um tempo inutilmente perdido. Depois vim pra Coréia do Sul, e passei por muitas coisas, dentre elas, depressão por saudades de casa. Porém, comecei a trabalhar na Bighit, como uma simples recepcionista, e nisso minha vida toda mudou. Tudo passou a ser colorido, em vez de um simples preto e branco. Os sorrisos que eu dava apenas quando assistia vídeos dos garotos, passaram a ser constantes, aponto de ser conhecida por garota do sorriso. E não parou por aí, tudo começou a melhorar de vez. Conheci meu ídolo, começamos a ficar, namorar, e bum, a briga, pois é impossível uma montanha russa que só sobe. Voltamos a nos falar, e aqui estamos, claro que teve muito mais coisas, tipo os períodos separados. Mas, de tudo, o melhor, foram meus filhos.

         Eu aprendi com isso, que sim, você pode estar passando por um período difícil, do qual você quer desistir de tudo, quer morrer, e pensa que ninguém irá sentir sua falta. Mas, ja parou pra pensar nas coisas boas que virão depois? O arco-iris só vem depois do temporal. Não estou querendo dizer que você obrigatoriamente irá se casar com seu ídolo, mas, que aparecerá alguém que te ame, independente de como você for, sem precisar mudar seu jeito de vestir, falar ou agir. Alguém que te ame pelo jeito que você baba enquanto dorme, ou como se irrita facilmente. Alguém que te abrace e enche de chocolate quando estiver carente. Não apenas no sentido amor de marido e mulher, mas sim no sentido de amizade. Muitos amigos por aí, são melhores que familiares.  Então, mesmo que tudo estiver uma merda, resista, pois coisas muito boas virão pela frente, pode ser de uma forma inesperada, como um celular perdido, ou pode ser completamente previsível.

     Viva sua vida para você, para sorrir e aproveitar, e não para o que os outros dizem ou pensam sobre você.

     -Eu te amo- Tae sussurrou em meu ouvido, enquanto todos aplaudiam a apresentação das garotas.

     -Eu te amo, e sempre te amarei- respondi sorrindo e o beijando, esmagando nosso pequeno entre nós.

     -Solta!- ele murmurou se mexendo, nos fazendo rir.

      -Ruby, aquele dia, eu não esqueci o celular, eu só queria te ver- Tae admitiu sorrindo e me beijando novamente. -Devia ter feito isso antes, pois assim conheci o amor- sussurrou aplaudindo as garotas.

     -Eu agradeço que tenha feito aquilo- respondi sorrindo e também aplaudindo.

    Tá, as vezes as coisas são mais inesperadas ainda, como por exemplo, fingir que esqueceu um celular, para falar com você.

    Fim...