História I Need You - Cap. 20 - Beautiful

O resto da semana passou rápido, nem tinha notado que já era praticamente sexta-feira. Finalmente poderia dormir até tarde, acordar sedo já não estava dando mais.

E olha que só tinha sido a primeira semana.

Nesses últimos três dias não tinha acontecido nada de extraordinário. Tirando que eu tinha quase levado um banho de tinta se não tivesse sido por Mel.

Charlie não tinha trocado uma palavra comigo, ele sempre passava na minha frente e nem olhava na minha cara. Também nem o cumprimentava, se ele queria me ignorar, problema dele. 

Jake sempre estava por perto, principalmente na aula de Espanhol, se não fosse por mim, ele teria ficado de recuperação em uma das provas. Era legal, ele estava sempre me ajudando nas matérias, esse que era o bom de ter um amigo nerd.

Meu quarto parecia um lugar turístico. Alex vinha toda hora, ou pedindo ajuda na lição de casa, ou trazia o vídeo-game para jogar, ou até pedia conselhos para escolher uma das garotas do colégio. Zöe passava quase a tarde inteira no meu quarto, ela gostava de ver minhas roupas e experimenta-las, e eu tinha que ficar ouvindo todos os tipos de tarefas que ela fazia, que em seu ponto de vista eram divertidas. Mais eu não ligava, era legal vê-la
Alegre com tarefas.

Uma coisa que eu tinha estranhado, era que do nada, Jake agora conversava com Mel e Zöe normalmente, até pareciam super amigos. O que foi estranho já que um nem parecia conhecer o outro antes de eu entrar aqui.

Na aulas de pintura, onde agora eu fazia com Mel, sempre sentia o olhar de alguém em minhas costas. Sempre quando me virava para trás, via aquele tal de Taehyung olhando para mim, ele sempre olhava para mim tentando ser discreto, mas claramente não conseguia. Não sabia se ele me olhava por se sentir culpado pela bolada, ou era porque ele era estranho mesmo. 
Na aula de Biologia, na quarta-feira, onde eu fazia dupla com ele, ele não tinha ido. O professor da aula tinha passado um trabalho no primeiro dia, Taehyung disse para eu não me preocupar que ele iria fazer sozinho. 
Você não sabe o quanto isso me inquietava, odiava deixar meus problemas nas costas dos outros. E toda vez que ia procura-lo para falar sobre o trabalho...Não conseguia encontra-lo.

Enfim, foi praticamente uma semana perdida. Toda hora tinha alguém no meu quarto, e não me deixavam dormir. E toda vez que conseguia dormir, o despertador sempre tocava, me tirando dos meus sonhos. Estava uma merda.

Não tinha abrido mais a janela, tinha medo que a abrisse e visse de novo aquele garoto de preto e correntes na floresta, me vigiando.

Evitei conjurar o fogo, não tinha muito tempo livre, e tinha medo que se acendesse minhas chamas alguém entrasse no quarto e me visse. Então, sem fogo por três dias.

O fim de semana era amanhã. E os alunos que quisessem ir para suas casas poderiam sair. Minha saída estava liberada, já que Max tinha autorizado.

Nessa manhã eu tinha ido na diretoria e feito uma ligação para Max. Ele já tinha deixado Alex passar o fim de semana conosco, o que me surpreendeu. 
Contei a Alex e ele ficou empolgado em conhecer a casa sinistra.

Tinha convidado Jake também, que recusava toda hora. Mais depois de tanto eu insistir ele cedeu e também queria conhecer a casa.

Tinha chamado Mel também, mais a mesma disse que tinha que ir na casa dos pais, acho que era uma reunião de família ou alguma coisa assim.

Não podia negar que estava super feliz, Alex e Jake iriam comigo para minha casa.

Tá é estranho dizer que agora eu tenho uma "casa".

Estava feliz, meus melhores amigos iriam comigo, pelo menos não ficaria naquela solidão na casa.

Ainda não sabia quem era o quarto elemento. Fogo, água e ar...faltava a terra. Mais quem era o elemento terra. 
Jake tinha levado a hipótese de ser alguém no colégio...mas quem?

Essa dúvida me atormentava. 

{...}

Tinha acabado de chegar da última aula, mal me joguei na cama para descansar e alguém já abre a porta em um estrondo.

- Hasel, que horas que o seu tio vem nos buscar?- Pergunta Alex se jogando ao meu lado na cama, de onde ele tirava tanta energia?

- Daqui a três horas porque?- Pergunto, minha voz sai abafada pelo travesseiro.

- Ele não vai se incomodar mesmo se eu e Jake formos?

- não, ele não liga.- Falo me virando- Só não irrite ele, parece que ele pode te matar só com o olhar.

- duvido.

- Vai nessa.

- Você não vai arrumar sua mochila?- Pergunta se levantando e indo até meu closet. 
- Daqui a pouco- Falo me enrolando no coberto.

- Vai levanta, temos que almoçar! -fala abrindo as janelas, fazendo a luz do sol bater bem em meu rosto. Escondo meu rosto com o coberto.

- Para de ser preguiçosa- Fala Alex puxando minhas cobertas.

- Me deixa dormir- Reclamo puxando o coberto.

- ah quer saber tanto faz- Fala se jogando de novo ao meu lado.

- ah não, sai- Falo o empurrando da cama, o fazendo cair no chão.

Ele se levanta e dá de ombros.

- Consegui aperfeiçoar.

- O que?- Pergunto confusa, descobrindo o rosto.

- Olha- Fala fazendo um movimento estranho com os dedos, derrepente um pequeno redemoinho apareceu em sua mão, conforme seus movimentos.

- Legal- Falo admirada.

- Tenta você agora.

- oque? Não.

- Porque?

- não quero que aconteça um acidente aqui.

- Vai! Não vai acontecer nada!

Olho para ele pensativa. Então me levanto e estendo a mão, tentando fazer o mesmo movimento.

Eu esperava que aparecesse um redemoinho de chamas ou alguma coisa assim. Mais não.

Acabei fazendo uma onda de chamas passarem pelo quarto, ainda bem que Alex tinha se abaixado, mas não posso dizer o mesmo de seus de seus tênis.

- Aí! -Grita ele tirando os tênis e os jogando pela janela. Aconteceu tão rápido que eu só tive tempo de colocar a mão na boca espantada.

- Vou lá colocar outro tênis, você vai almoçar e agora, você não tomou café hoje. Vai comer!- Fala saindo pela porta de meias.

- Tá, tá.

Bem na hora que eu ia fechar a porta vejo Charlie saindo de seu quarto, ele me lança um olhar de raiva.

O encaro e faço uma careta, fechando a porta. 

{...}

- ...Cade o Jake?- Pergunta Alex pela milésima vez.

- Era para ele já estar aqui- Falo me sentando na calçada.

Eu e Alex estávamos na entrada do colégio esperando Martha vir nos buscar com o carro e Jake estava demorando muito.

- Quando ele disse que ia estar aqui?-Pergunta Alex se sentando ao meu lado na calçada, ele estava perdendo a paciência. Não parava quieto.

- Há 15 minutos.

Ficamos olhando enquanto os pais de alguns alunos estacionavam os carros para buscar os filhos.

- Como seria ter uma família?-Pergunta Alex de repente olhando para os pais e filhos.

- Eu queria saber- Falo olhando para a mesma direção que ele olhava. Ele se vira e me olha confuso.

- Mais Você tem uma família...quer dizer, você tem seu tio.

- É tenho um tio, mais isso não significa que somos uma família.

- Pelo menos é alguma coisa- Fala abaixando o olhar- E eu que não tenho ninguém?

Ele estava com um olhar triste, meu Deus como eu odiava quando Alex ficava triste.

- Ei, você tem a mim, e eu tenho você- Falo colocando meu braço sobre seu pescoço- Você sempre vai ser meu irmão.

- e você sempre vai ser minha maninha- Fala dando um sorriso fraco.

É era alguma coisa.

- cof*cof*- Pigarreia alguém atrás de nós. Nos viramos, Jake e Charlie estavam nos olhando atentamente.- Estamos interrompendo algo?- Pergunta Charlie.

- Claro que não- Falo me levantando e limpando as calças- Jake porque você demorou tanto?

- Estava esperando Charlie.

- ah não pergunta errada, o que você está fazendo aqui?- Falo apontando para Charlie.

- Aonde Jake for eu vou- Fala arrumando a mochila em sua costas.

- Quero saber quem te convidou- Fala Alex se levantando do chão.

- Posso ir junto?- pergunta Charlie calmamente para mim, podia sentir o sarcasmo de longe. 
Bem na hora que eu ia dar uma resposta, o carro prata de Martha estaciona bem a nossa frente.

- Oi querida!-Fala ela tirando os óculos escuros.

- Oi Martha- Falo pegando minha mochila- Vamos?- Falo, Alex e Jake entram automaticamente, comprimento Martha e perguntando como estava sendo o dia dela.

Charlie permaneceu parado como uma estátua esperando uma resposta minha.

Olhei para ele, o que aconteceria se eu dissesse que ele não podia vir, fechasse a porta e pedisse para Martha pisar fundo?

Mais não.

- entra- Falo bufando entrando no carro.

Então ele entra sem dizer nada. Martha me dá um beijo na bochecha e liga o carro, seguindo viagem pela floresta.

Estava no final da tarde, e as árvores pareciam mais sombrias a noite. Tranquei minha porta por precaução, ainda não estava muito segura dessa parte da floresta.

{...}