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História I Need You - Cap. 2 - Demons


Escrita por: Wonuars

Capítulo 3 - Cap. 2 - Demons


Fanfic / Fanfiction I Need You - Cap. 2 - Demons

Nunca fui uma garota de seguir ordens, na maioria das vezes eu obedecia os mais velhos, mas sempre tinha opinião própria para tudo. 

Depois da sexta série, depois de sofrer anos sendo caçoada pelas outras crianças, parei de ser a garota sensível que se magoava com tudo e estava a beira de começar a se cortar, mas eu tinha consciência que me auto-mutilar não faria diferença alguma. Eu não era rebelde, apenas não concordava com a maneira que os professores queria me instruir, e como eu era uma dos únicos alunos que não concordavam com eles, era punida com mais frequência.

Eu era apenas uma criança, que sofria bullying... aprendi que com o tempo você nota o quanto as pessoas podem ser frias e ruins com as outras. 

Basicamente, eu não fui uma voa influência para Alex. No começo ele era quieto, era focado nos estudos e adorava fazer amigos, mas depois que começou a se aproximar de mim, mudou seu jeito com o decorrer do tempo.

Eu tinha minhas manias estranha, e o costume de não me socializar com qualquer um, mas nem por isso Alex parou de falar comigo, no começo eu o repelia ao extremo. 

O que você faria, se um garoto da sua idade, menor que você começa-se a te seguir por todos os cantos do colégio, te fazendo perguntas desnecessárias? E o tamanho da alegria dele ao descobrir que era seu vizinho de dormitório? Eu tentava me afastar daquele garoto irritante de todas as formas, até chegar muito mais cedo que todos os alunos na escola, só para não esbarrando nele... mas acabei desistindo de me afastar dele, não me arrependo, pois se não, não teria um melhor amigo/irmão hoje em dia.

 Sempre fizemos essas Aventuras por aí, era muito bom ter um amigo, eu até podia negar isso, mas eu preferia ter a companhia de Alex, mesmo eu sempre falando que queria ficar sozinha, ele sempre ficava ao meu lado.

Mesmo em minhas fases mais complicadas, ele sempre foi um amigo verdadeiro e único. Eu não trocaria a amizade dele por nada, ele era a única pessoa que eu daria minha própria vida para salvar.  

Confesso que hoje minha cabeça estava muito fora do lugar.

Tinha que agir naturalmente, como se nada estranho tivesse acontecido. E isso era aquase impossível, já que eu não a melhor pessoa para mentiras, embora eu tenha o dom de me fazer de inocente, por incrível que pareça.

Mas eu, francamente,não conseguia. Não depois daquelas vozes sussurrando coisas sem sentido ontem a noite, eu nunca tinha tido sonhos daquela forma.

Você está pronta.

O que isso significava? Pronta para o que? Porque eu estava tão agitada com isso? Era apenas um sonho. Era isso que eu pensava.

Claro, devia ser normal  pessoas ouvirem vozes demoníacas sussurrando coisas no meio da noite...

Caminhei pelas ruas de Miami, que estava um clima fresco devido a manhã fria, andei sem nem olhar para nada, o que resultou em eu quase ter sido atropelada por um carro ao atravessar a rua, era impressão minha ou o tempo estava mesmo passando muito rápido? devia ser só coisa da minha cabeça, sempre era.

Desde criança, coisas estranhas aconteciam comigo, mas eu sempre punha em minha cabeça que era minha imaginação... Eu sempre tentava manter minha cabeça na realidade. 

Quando dei por mim já estava passando pela entrada do colégio, onde tinham muitas pessoas, ninguém me reparava, com o tempo todos já não ligavam se eu estava ali ou não. Mas o que me chamou a atenção foi um grupo de alunos cercando uma unica pessoa.

E lá estava Mary se passando de coitada, ela usava um capuz que cobria metade de seu rosto e respondia as perguntas com falsa preocupação de seus amigos, não tinha nenhum sinal de queimadura em seu corpo. O que significava que a mesma não tinha sido queimada nem nada, apenas a falta de sobrancelhas que era visível para todos que olhavam diretamente para sua face.

Eu estava parada na entrada do lugar, olhando em sua direção, era para eu estar um tanto feliz, o plano de vingança tinha ido corretamente, mas eu tinha a sensação de que não iria ficar por só aquilo, e fiquei mais ciente disso quando encontrei com o olhar de Mary, que me olhou com um olhar mortal.

Engulo a seco e desvio meu olhar do dela, começando a andar a paços rápidos para dentro do colégio. Mary podia ser uma garota mimada e metida a delicada, mas quando queria fazer a vida de uma pessoa um inferno...ela conseguia.

Andei rápido pelos corredores, nem tinha passado em meu armário para pegar meus livros das próximas matérias, fui direto para minha sala, entrando e indo para fundo da sala sem olhar para a cara de ninguém que estava ali e fiquei esperando o professor entrar na sala e começar a passar sua matéria. 

Eu estava inquieta e um pouco nervosa, como se alguma coisa fosse acontecer. Eu tinha isso que chamam de sexto sentido. Dei uma rápida olhada pelos alunos ali, e não achei Alex. Olhei confusa para seu lugar.

Onde ele estava?

Deve ter faltado, pensei, ele sempre me esperava na entrada ou na sala. Deve ter fingido uma gripe para não vir hoje.

Continuava com aquele pressentimento ruim.

 

{...}

 

Fiquei encarando as folhas de papéis de meu caderno aberto a minha frente, de repente estava desenhando uma caveira em chamas sem nem notar.

- ... então alunos, é dessa forma que encontraremos a raiz quadrada de PI.- Fala o professor apontando para uma conta no quadro negro, mas nem levantei meu olhara para ver a conta- Senhorita Madlens- Chama meu nome e congelo no lugar parando de desenhar-  pode nos explicar como se forma uma dizima periódica de uma fração?

Agora todos os alunos, incluindo o professor estavam olhando para mim, lutei para minhas bochechas não corarem, mas não deu muito certo. 

- hã...Há sim... É preciso...- Gaguejei nervosa rodando o lápis em meus dedos.

Foi nesse momento que o sinal tocou. Suspirei aliviada, salva pelo gongo.

Todos se levantaram e saíram pela porta da sala praticamente correndo, mas consegui sentir o olhar de algumas pessoas em mim conforme saia pela porta, me fazendo andar mais rápido para fora dali.

Porque estavam me olhando daquele jeito? 

No intervalo não encontrei Alex em lugar nenhum, eu tinha passado em todos os possíveis lugares que ele estaria, mas nenhum sinal do mesmo. Ele devia ter mesmo faltado...mas porque? Ele nunca falta... para a sorte dele, as pessoas estavam ocupadas demais para darem a falta dele, se não ele seria um dos principais suspeitos do caso de Mary.

 

Hoje estava estranho...tudo estava muito estranho.

 

 

{...}

 

 

Na hora da saída passei por um beco da cidade, sempre passava por lá quando precisava chegar mais rápido no orfanato, então basicamente eu passava por lá quase todos os dias.

Nunca nada aconteceu comigo quando eu passava por aquele local, sempre tive sorte de passar e o mesmo estar vazio, mas hoje foi diferente. 

Estava prestes a virar a curva do beco, quando alguém me puxou pelo braço e me jogou contra a parede de tijolos perto das lixeiras do local. Soltei um gemido por conta da dor que senti nas costas.

A pessoa colocou a mão em meu pescoço e começou a apertar com força, me sufocando.

- O que...- tentei dizer mas as mãos da pessoa estavam me sufocado cada vez mais. Ela usava um capuz, que me parecia familiar, mas estava mais concentrada em seus braços quase me matando por falta de ar.

- Eu sei que foi você- Fala uma voz que eu conhecia muito bem. Então ela tirou o capuz com a outra mão.

- Mary- falo, mas minha voz sai como um sussurro, sabia que conhecia aquele capuz de algum lugar.

Ela dá uma risada sem humor e ajeita a mão em meu pescoço afrechando minimamente o aperto. 

- Claro que sou eu- Fala inclinando a cabeça, fingindo inocência. Essa garota era uma vadia imunda, com cara de anjinho - Não me reconheceu sem as sobrancelhas? Sabe, invadir meu quarto na noite passada, e depois se passar de tonta não é muito estratégico.

- O que? o que eu tenho com isso?- falo tentando me soltar, eu tentava sair de seu aperto, tentei convence-la de que não tinha nada há ver com o ocorrido, mas ela acaba apertando meu pescoço com mais força. De onde ela tinha tirado tanta força assim?

- Eu vi você ontem, Hasel, não sou tão tapada quanto você deve achar. Não sei quando nos veremos de novo, mais saiba que quando eu te reencontrar, irei fazer de sua vida e a de seu amiguinho pior do que já é, não era para vocês estarem vivos - fala, mas não era mais sua voz. De repente sua voz ficou mais grossa como um eco. Eu a olhei assustada, o que ela quis dizer com Não era para vocês estarem vivos?

Então ela soltou meu pescoço em um piscar de olhos e saiu correndo pelo beco de tijolos. Massageie meu pescoço, sai do beco e olhei na direção na qual Mary tinha corrido, mas ela não estava mais lá.

Não polpei tempo. comecei a correr ainda chocada em direção ao orfanato sem nem olhar para trás, o que estava acontecendo? Mary nunca enfrentava os outros... ou melhor ameaçava daquela forma.

Não tinha ninguém na entrada da instituição, o que me fez estranhar. 

Geralmente aquele horário tudo era bem movimentado ali, por causa dos alunos que chegavam do colégio... mas os prédios do instituto estavam muito quietos, o que era raro, já que era de tarde e os adolescentes gostavam de colocar as musicas alto e bagunçar, o que gerava broncas de nosso instrutor.

Corri pelos corredores de meu prédio e joguei minha mochila no chão de meu quarto assim que cheguei no mesmo e fui direto bater na porta de Alex. Tinha que saber o do porque dele ter faltado e contar o que aconteceu no beco a alguns minutos.

Nada.

Bati mais três vezes e nenhum barulho.

Bati outra vez.

Foi quando alguém colocou a mão em meu ombro, me virei com tudo devido ao susto. Estava pronta para dar uma surra em quem quer que fosse, já estava muito assustada por um dia inteiro.

- Acalme-se senhorita Madlens.- Fala a mulher de meia idade. Era apenas a Sra.K, a coordenadora do instituto. Ela nunca foi muito com a minha cara, desde que eu era pequena, ela me dava broncas por inúmeras coisas, e isso me fazia ter mais ódio dela. Ela me olhou com sua cara enrugada de sapo dissecado de sempre- O senhor Alexander Melen não está aqui no momento.

- E onde ele está?- pergunto seca a encarando, se ela queria brincar do jogo dos olhares mortais  pegou a concorrente errada.

Mas ela apenas deu de ombros, com uma expressão de nem ai com nada.

- Como é que vocês jovens dizem? Sei lá.

Revirei meus olhos sem paciência com a velha senhora e caminhei até a porta de meu quarto sem trocar nenhuma palavra a mais com ela. 
Mas mãos agarraram meu braço com força, já estava perdendo a ultima gota de paciência que eu tinha com aquela mulher. Então a Sra.K tirou as mãos de meus braços como se eles estivessem pegando fogo, a olhei sem entender.

Ela me olhou espantada e engoliu a seco, arrumando sua postura autoritária.

- A-a diretora quer falar com a senhorita, em exatamente cinco minutos- Fala apontando para seu relógio de pulso e se afastando um pouco apressada murmurando coisas que não pude ouvir o que eram.

Ainda a olhava sem entender.

Não falei nada, esperei a velha sumir no corredor e caminhei em direção a diretoria do orfanato,a ultima coisa que precisava era outra bronca da diretora do local.

Alex não estava no quarto? Como assim? Onde ele estava então? E porque aquela velha enrugada apareceu bem naquela hora? Por que eu tinha a sensação de que aquela visita que eu iria fazer na diretoria iria ser a última? Se eu devia me preocupar? Claro que devia.

Caminhei em passos rápidos até o prédio um pouco afastado, que era do outro lado do instituto.

Entrei no prédio de um único andar, de cores claras e de janelas de vidro polidas, caminhei até a sala da diretora, sem nem dar ao trabalho de falar com a secretaria, a mesma nem levantou o olhar para me dar permissão, já estava acostumada com minhas visitas frequentes.

Então caminhei relutante até a porta de mateira aberta de onde vinha o som de uma música clássica antiga, parecia ser I Want To Hold Your Hand dos Beatles.

Entrei sem bater na porta, a diretora era uma pessoa bem simpática, na maioria das vezes, acho que de tantas vezes que eu vinha aqui, tínhamos até criado uma pequena amizade. 

A diretora não tão velha de longos cabelos negros e roupa social estava concentrada em uma pilha de papéis, enquanto cantarolava a musica que vinha de um pequeno rádio azul e branco ao seu lado. 

- Diretora Sprynes? Mandou me chamarem?- Falo um pouco constrangida, acho que deveria ter batido dessa vez, antes de entrar.

- Ah, Olá Elizabeth!- Fala guardando os papéis que estavam em suas mãos, porque os mais velhos insistiam em me chamar pelo meu segundo nome? Fazia eu me sentir uma velha- pode se sentar aqui- fala apontando para uma cadeira aveludada a frente de sua mesa, enquando apertava o botão de Pause do pequeno aparelho e terminava de guardar os papéis. 

Ela era muito gentil, dava para notar em seu olhar que era uma boa pessoa, com ela eu podia ser educada normalmente sem problemas.

- Pode me chamar de Hasel senhora Sprynes, sem tanta formalidade- Falo sorrindo de lado me sentando confortavelmente  na cadeira, eu e essa cadeira tínhamos uma longa história de tantas vezes que eu ficava nela.

A diretora termina de guardar seus papéis, tomando uma postura mais profissional. 

A coisa era séria então.

- Queria conversar com você sobre um assunto sério.- Eu sabia. depois de todos esses anos aqui, já estou acostumada a essas broncas e sermões de coordenadores e até da diretora.

Engulo a seco.  

Tomara que ela não esteja falando do incidente de ontem a noite.

- Sim?- falo, esperando que ela chegasse logo ao ponto e falasse de uma vez se eu seria expulsa dessa vez ou não. 

- É sobre sua família- Fala dando um sorriso doce. Fique petrificada por alguns segundos, toda a preocupação praticamente se esvaziou de mim, fui tomada pela alegria instantaneamente, sem nem perceber tinha deixado um sorriso escapar.

- F-família?...- Gaguejo quase caindo da cadeira.- c-como assim?

- A alguns meses, os assistentes sociais conseguiram o endereço de um amigo de seus pais, este nos deu o contato de seu tio paterno. -fala pegando um dos papéis, que pude ver era um documento de adoção.

Minha respiração falhou.

- Onde ele mora? Como posso encontra-lo?- pergunto estática, quase caindo outra vez da cadeira- onde ele está?

- Bem, como eu ia dizendo- Fala ela me olhando séria, então me encolho um pouco na cadeira, ela odiava ser interrompida-... entramos em contato com o mesmo. Ele aceitou o pedido de adoção como seu responsável, ele vem busca-lá essa tarde, ou melhor, já é de tarde- Fala e eu dou um sorriso. Eu tinha um tio? Porque ele demorou tanto tempo para me encontrar? Quem era ele? Porque eu estava tão estática, sendo que eu iria morar com um completo estranho?- pelo que esta na fixa do mesmo ele mora em Nevada, tem uma boa vida financeira e está solteiro. Um pequeno detalhe, ele fez o próprio teste de DNA, então não precisa se preocupar, a genética de vocês é a mesma- Fala dando uma risada. 

Minha mente vagou por um momento, será que eu e ele temos o mesmos costumes? a teimosia ou algo assim? 

- Que... que horas ele vem me buscar?- Falo ignorando seus comentários extras.

- bem...- fala olhando para o relógio de pulso- ele chegará aqui em alguns minutos, o voo de Nevada a Miami demora algumas horas, e ele já deve estar a caminho. Desculpe se não lhe contamos isso antes, o orfanato está tendo alguns problemas...

Arqueei a sobrancelha com a informação sobre o instituto, mas me levantei em um pulo e corri até a porta, tropeçando sem querem no carpete do chão.

- Obrigada!- Grito não tão alto, quando estava saindo pela porta.

- De nada querida!- Fala a diretora de sua sala.

Passei praticamente correndo pela entrada do lugar em direção a entrada, a Secretaria me fuzilou com o olhar, deve ter ficada irritada por eu ter gritado, apenas mostrei o dedo do meio para a mesma que fez uma cara de nojo, então sai de lá correndo até meu prédio.

Passei pelo meu corredor e parei por um estante olhando para a porta de Alex, que permanecia fechada. Eu queria me despedir mas sabia que ele não estava lá, o que me chateou. 

Então passei direto por sua porta e abri a porta do meu dormitório entrando em meu quarto pequeno.

Eu não tinha muitas coisas, basicamente só algumas roupas e sapatos, eu era apaixonada por tênis, nunca fui chegada a sapatilhas, e gostava minimamente de saltos altos. Dobrei meus   pôsteres dentro de minha mochila, coloquei minha coleção de livros de ficção e romances, junto de minhas roupas dentro de minha unica mala preta e coloquei a ajeitei a mochila em minhas costas. 

As coisas mais importante eu coloquei dentro da mochila.

Fiquei parada olhando pela janela de meu futuro ex-quarto. Da janela conseguia ver a praia de Miami. Só tinha ido até a encosta poucas vezes esse ano, eu basicamente preferia só apreciar a visão privilegiada da maré, principalmente quando era de noite, quando a lua e as estrelas refletiam nas águas escuras.

Foi nesse momento meu de distração que alguém bateu na minha porta. Caminho até ela e a abro devagar um pouco receosa.

Parado de frente a porta tinha um homem de terno preto e branco, devia ser um segurança, pela postura séria e rosto sem expressão alguma. Quando olhei para seu rosto segurei a risada, ele parecia muito com um Homem de preto daquele filme do Will Smith.

- Senhorita Elizabeth - Fala estendendo a mão em comprimento, a aperto ainda hesitante. Odiava quando me chamavam de senhorita, ou Elizabeth em que ano estamos afinal?!- Seu tio está esperando a senhora na entrada do prédio.

- obrigado- Falo passando pela porta assim que ele me dá espaço para passar para fora do quarto.

- tem outra bagagem fora a mochila e a mala?- fala analisando o quarto e pegando a mala preta com uma só mão, me fazendo ficar chocada por um momento, Aquela mala estava muito pesada...

- Não, só elas- Falo indiferente andando pelo corredor sem saber se devia ou não espera-lo. Eu geralmente era educada com pessoas desconhecidas.

Estava ansiosa para ver meu suposto tio. Afinal não conhecia absolutamente ninguém relacionado a minha família, nem ao menos meus progenitores eu sabia quem eram.

 Nem notei que praticamente já estava correndo pelos corredores.

Cheguei na entrada do orfanato com a respiração acelerada devido a pequena corrida. 

Fiquei pasmada assim que olhei para frete do prédio, um carro conversível prateado brilhava na rua, não sabia nada de carros, mas com certeza aquele carro não era barato. 

Tinha um homem encostado nele ao celular, devia estar em uma conversa bem animada com alguém, pelo sorriso e gargalhadas animadas. 

Então fiquei ali parada, ainda sem saber o que fazer.

Ele levantou o olhar do aparelho quando terminou a ligação e me olhou. Um sorriso instantâneo se alargou por seu rosto. Ele não era velho, de maneira alguma, devia ter no máximo 29 anos. Cabelos claros e bagunçados, olhos castanhos e usava um terno riscado a giz azul escuro que destacava sua pele clara. Meu Deus, meu tio parece um ator play-Boy internacional.

Ele veio a passos largos até mim, fiquei mais nervosa ainda quando vi indícios de lágrimas em seus olhos. Não sabia lidar muito bem com pessoas que estão chorando.

- Hasel?- Fala com a voz um pouco embargada.

- Sim, sou eu- falo hesitante engolindo a seco, então estendo minha mão para cumprimenta-lo- Muito prazer tio...

Então ele faz algo que me surpreende, ele me  abraçou. Nunca tive essa intimidade com ninguém, contato físico era uma coisa que eu evitava. Mesmo sem reação, acabo retribuindo desajeitadamente ao abraço.

Ficamos mais alguns segundos até ele se afastar, me fazendo poder respirar novamente, já que ele tinha me apertado como um bebe e por causa de seu perfume que era muito forte.

- Você... é a cara de sua mãe- Fala ele analisando meu rosto com um sorriso orgulhoso. 

Esperei não estar vermelha feito um tomate. Será que minha mãe também corava feito um tomate como eu?

- ...Onde estão suas outras bagagens?- pergunta ele mudando de assunto e olhando ao redor, quando o segurança/suposto homem de preto trás minha unica mala. Era engraçado o fato de eu ter deixado meu quarto quase completamente vazio, e tudo coube apenas em uma mochila e em uma mala. 

- Só tenho essas- Falo passando a mãos nervosa pela alça da mochila, não queria demonstrar o quanto eu estava envergonhada. A diretora tinha me contado que ele era rico, então eu devia ser um tipo de problema, já que não tinha um ar de riqueza como acho que ele esperava. 

- ... Teremos que fazer compras imediatamente- fala analisando minhas duas malas e pegando o celular e fazendo uma ligação, depois se alguns minutos ao telefone falando com alguém que só pude entender o nome, uma tal de Martha, ele finalmente o desliga o aparelho, suspira e arruma o terno- vamos, vamos querida, temos que pegar o próximo Voo para Nevada.

Ignorei o fato de que ninguém tinha me falado absolutamente nada que eu iria para o outro lado do país.

Fala entrado no carro um pouco apressado. O segurança que havia ido me chamar abriu a porta do carro para mim, não sei se foi um ato de educação ou era seu trabalho mesmo, Dei de ombros entrando pela porta do automóvel e murmurei um obrigado a ele que assentiu ainda com a expressão séria. 

E com isso o carro seguiu em viagem ao aéreo-porto, pelo que me falavam Nevada era um lugar muito frio, diferente de Miami que era sol e calor todos os dias. 

Os únicos fatos que me alegraram, foi que em Nevada eu poderia mudar, mudar meu jeito, já que iria para outro lugar eu poderia tentar mudar um pouco... e também lá nevava, e eu sempre quis ver como era a neve.



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