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História I Need U (Kim Taehyung) - XV - Hari


Escrita por: psycholojin

Notas do Autor


Ontem foi meu aniversário, mas quem vai ganhar o presente vai ser vocês com o que vai rolar nesse capítulo

Capítulo 15 - XV - Hari


Fanfic / Fanfiction I Need U (Kim Taehyung) - XV - Hari

— Reunião!

Naquele dia o restaurante fechou mais cedo. Nenhum funcionário foi liberado a sair depois que a senhora Chang do nada resolveu fechar o lugar e os clientes que já estavam aqui foram embora quando notaram estarem fechando o estabelecimento. Todos se perguntavam se ela tinha alguma coisa séria para nos dizer enquanto Jimin e eu sabíamos exatamente o que ela queria.

Ou pelo menos imaginávamos sobre o que se tratava.

Afastei esse assunto dos meus pensamentos e pensei na reação da minha avó ao ver Taehyung tomando café da manhã na minha casa e com uma aparência que dava para perfeitamente sacar que ele havia passado a noite ali. Foi um dos momentos mais constrangedores da minha vida.

Relembrar aquele momento fazia minhas bochechas queimarem, não pensei que fosse passar por uma situação daquela, quando convidei Tae para dormir em meu apartamento. Mas lembrar da noite incrível que tive com ele e Jimin fazia com que eu sentisse algo estranho em meu estômago, como se fosse uma ansiedade. Não sabia dizer o porquê, mas a sensação era gostosa.

Não falei mais com vovó sobre o ocorrido ontem de manhã. Tentava evitar falar com ela sobre Tae assim como também evitava falar da minha avó com Taehyung, sempre que ela era mencionada o seu rosto ficava vermelho e suas bochechas pareciam ficar um pouco infladas. Era engraçado e, ao mesmo tempo, fofo.

— Eu quero a atenção de todos vocês! — Senhora Chang disse quando estavam todos na cozinha — Recebi uma reclamação esses dias sobre um de vocês… — Jimin e eu nos entreolhamos — Pensei no que poderia fazer e infelizmente eu não poderei fazer nada.

Percebi Jimin bufar e eu simplesmente abaixei a cabeça tentando evitar qualquer contato visual com alguém. Senti algo tocar a minha mão e em seguida entrelaçar meus dedos. Era Jimin.

Segurei com força a sua mão, aproveitando todo aquele contato. Eu sabia que minha denúncia não daria em nada, não sei porque criei esperanças em algo que nem mesmo eu conseguiria provar.

— Não tenho provas a respeito disso e nem quero citar nomes. A decisão que tomei é que começaremos a ter mais segurança em nosso local de trabalho. Não temos câmeras na cozinha e em alguns outros lugares, então a partir de agora teremos câmeras em todos os lugares do restaurante. Tanto interno como externo. Se uma atitude como a que me foi relatado aconteceu ou, Deus nos livre, for acontecer, agora teremos como apurar os fatos.

As pessoas olhavam-se entre si, e eu podia ouvir sussurros. Hoseok estava mais afastado e sussurrou algo perguntando se sabíamos de alguma coisa. Jimin deu de ombros e negou com a cabeça, ele ainda estava com os dedos entrelaçados nos meus.

— Estão todos liberados!

(…)

— Ela deveria demitir ele. Como assim precisa de provas? A sua palavra não é o bastante para ela? — Jimin reclamava.

— Qualquer pessoa pode chegar e dizer algo ruim sobre outra pessoa só para poder prejudicá-lo, Jimin. Eu poderia muito bem inventar tudo isso só para poder prejudicar o Woojin.

— Odeio esse cara!

— Você não é o único! — coloquei o jantar em cima da mesa e me sentei de frente para Jimin, que imediatamente começou a se servir.

Estávamos ficando cada vez mais próximos e hoje decidi chamá-lo para jantar em minha casa. Ele nem hesitou em aceitar, mas Hoseok ficou chateado por não ser convidado. Não que eu não gostasse de Hoseok, mas não acredito que sou tão próxima dele quanto sou de Jimin.

O Park ficou reclamando que Taehyung até havia passado a noite em meu apartamento enquanto ele, o maravilhoso e meu melhor amigo, não sabia nem meu endereço. Eu adorava aquele garoto.

Eu estava gostando muito da companhia dos dois. Se pudesse dizer que tinha melhores amigos, escolheria eles. Os dois eram sempre bem atenciosos comigo e divertidos, me faziam rir quase sempre assim como me irritavam de vez em quando. Ora ou outra um dos dois me mandavam cantadas e eu apenas revirava os olhos e os ignorava. Ganhei uma pelúcia de Taehyung e um algodão-doce de Jimin antes de irmos embora, logo após aquele encontro estranho com aquele maluco. Além do parque, também comemos em uma lanchonete que havia ali por perto, pois ficamos com fome novamente quando sentimos cheiro de tteokbokki.

Posso dizer com tranquilidade que foi um dos melhores passeios que tive em toda minha vida. É bom estar de volta à Coreia.

Quanto a Yoongi…

Eu praticamente não falei com ele depois daquela brincadeira. Não estava zangada, apenas me sentia envergonhada em mandar-lhe uma mensagem ou até mesmo em ligar para ele. Assim como eu, Yoongi também não me ligou nem me mandou mensagens.

Talvez isso fosse um sinal de que as coisas com ele poderiam não ir para frente. Com Yoongi, eu não sabia se ele estava tentando me conquistar ou apenas brincando comigo se fazendo de difícil. Eu não tinha paciência para brincadeiras e jogos de desinteresse, e toda essa situação estava me fazendo perder o interesse.

— A comida está um pouco queimada… — Jimin disse após um tempo em silêncio.

— A sua cara também vai ficar se você reclamar novamente após eu ter concedido a sua vontade de conhecer o meu apartamento.

Jimin riu, mas continuou comendo mesmo fazendo caretas.

— Você deveria ser grossa assim com outras pessoas. Para quem não merece você é um amorzinho.

— Não sou um amorzinho!

— Se eu fosse você, eu já teria me vingado do Woojin, pelo menos mandado alguém dar uma surra naquele idiota, eu já teria mandado.

— Você não é eu!

— E eu agradeço aos deuses por isso!

— É que… Eu não sou uma pessoa vingativa. E com tudo que aconteceu hoje, prefiro deixar isso para lá. Agora vou me sentir mais segura com as câmeras que a senhora Chang instalará. Ele não vai fazer algo estúpido sabendo que pode ser pego em flagrante.

— Mas e fora do restaurante?

De repente, a comida ficou amarga e difícil de engolir.

— Eu não pensei nisso.

— Acho que, para a sua segurança, você deveria andar sempre com um de nós para que não fique sozinha.

— Não precisa! Woojin não sabe onde moro e nem os lugares que frequento. Seria difícil acabar esbarrando com ele por aí, sendo que a cidade é enorme.

(…)

And if you feel you're sinking, I will jump right over

Into cold, cold water for you

O rádio estava num volume alto o suficiente para que eu pudesse escutar no apartamento inteiro e baixo para que os vizinhos não se incomodassem. Normalmente eu acordava por volta das dez da manhã, conversava com a minha mãe, almoçava e ia trabalhar. Porém, hoje decidi dar uma arrumada no apartamento, pois ele estava imundo e apesar de eu ser uma pessoa preguiçosa, não conseguia viver no meio de bagunça.

Vovô havia trago mais cedo algumas caixas com coisas que eu poderia usar para decorar o apartamento, já que ele estava um pouco “apagado” e quase sem decoração nenhuma. Devo concordar, não me ocupei em parar tudo e decorar o apartamento, nem estava inspirada para pensar o que colocar nos espaços vazios. Ontem à noite, antes de dormir, salvei várias inspirações no Pinterest, iria comprar alguns quadros e plantinhas para colocar na varanda da sala. Ficaria lindo.

Ontem Jimin havia ido embora meia hora após comer, disse que não queria demorar muito para os meninos não começarem com brincadeiras que talvez eu não possa gostar. Fiquei um pouco incomodada com isso, algumas vezes os achava meio infantis. Mas o que eu poderia esperar de sete homens que moravam juntos?

Já havia arrumado boa parte do apartamento quando ouvi um movimento do lado de fora. Eu era uma pessoa bem curiosa, então me aproximei da porta e escutei um pouco do que acontecia no corredor do prédio. O apartamento da frente estava vazio, mas parecia que finalmente alguém iria ocupá-lo.

— Com tantos apartamentos luxuosos por aí, você vai escolher justo esse, Seoyeon? — conhecia aquela voz, mas não conseguia me lembrar de onde havia ouvido.

— Os outros apartamentos não têm o que eu quero. — uma garota respondeu.

Sua voz era suave, gostosa de ouvir. Mas pelo seu tom parecia que a tal Seoyeon estava impaciente.

— E o que você quer? Nenhum deles tem o luxo da mansão que você morava com os seus pais ou o preço da mansão em Los Angeles que você ganhou de aniversário. Não tem nada aqui do seu interesse!

— Woojin… Você vai entender tudo depois, só confia em mim!

Meu corpo inteiro tremeu com a menção aquele nome. Como isso era possível? Qual a chance de ele estar ali, de frente ao meu apartamento. Eu queria acreditar que não era ele, era apenas uma grande coincidência. Mas a voz… Aquela era a voz dele.

— Como você quer que eu confie em você sendo que você não confia em mim? Seoyeon, eu estou falando com você!

— Papai não sabe que eu estou aqui e nem vai saber que eu me mudei para esse prédio.

— Como assim?

— Mamãe o convenceu de que decidi passar um tempo em Los Angeles enquanto ele viaja a negócios para a China. Ele nunca vai saber que decidi morar num prédio horroroso como esse.

— E ele descobrir que você está aqui é ruim?

— Talvez. Mas o que tem aqui nesse prédio é bem ruim. Fecha essa porta e coloca essa caixa no meu quarto!

Dei um pulo ao ouvir o barulho da porta ser fechada e saí do meu apartamento, vi várias caixas espalhadas por todo o corredor. Engoli em seco tentando me fazer negar que Woojin estaria se mudando para o apartamento em frente ao meu. Não, aquilo não poderia acontecer!

Voltei imediatamente para o meu apartamento e tranquei a porta. Dei dois passos para trás e coloquei as mãos na boca, tentando sufocar um grito que estava vindo. Eu podia negar a mim mesma, mas eu sabia que tinha medo de Woojin e, infelizmente, Jimin não estaria sempre ao meu lado para poder me proteger dele. Corri em direção ao meu quarto e procurei meu celular. Precisava chamar alguém.

Jimin.

Hoseok.

Taehyung.

Yoongi.

Qualquer pessoa!

Ao encontrá-lo disquei o número de Jimin. Seria melhor que ele estivesse aqui, ele era o único que sabia do que estava acontecendo e poderia me ajudar de qualquer forma. Esperei que ele atendesse, mas infelizmente Jimin não atendeu a minha ligação. Tentei mais uma vez e meu coração acelerava a cada toque. Até que finalmente ele atendeu.

— Alô? — nem sequer prestei atenção na voz que definitivamente não era de Jimin.

— Jimin! Você precisa vir para cá agora! Ele se mudou pra casa ao lado… Provavelmente se mudou. E eu não sei o que fazer, não quero ter que me deparar com ele todos os dias, o restaurante já é demais para mim!

— Hari? Hari, o que está acontecendo?

Aquela não era a voz fina e doce de Jimin que eu escutava cinco ou mais horas por dia. Aquela definitivamente não era a voz que me irritava de vez em quando.

Fiquei em silêncio durante alguns segundos tentando arrumar uma desculpa para que Yoongi não descubra o que estava acontecendo. Eu não queria que mais ninguém soubesse sobre o que aconteceu no restaurante, não era nem mesmo para Jimin saber. Claro, agradeço a ele por estar lá na hora, mas me sinto completamente envergonhada quanto a isso.

Fiquei em silêncio durante alguns segundos pensando em uma desculpa para que não precisasse explicar a Yoongi o que estava acontecendo. Mas eu havia mencionado sobre o assédio no dia em que ele me deixou naquela pista de skate. Se eu não pudesse ter a ajuda de Jimin naquele momento, o Yoongi teria que servir.

Dei uma fungada e tentei parecer um pouco mais calma.

— Yoongi?

(…)

A campainha começou a tocar de forma frenética, eu já sabia quem era, mas ainda assim fiquei assustada. Me acalmei antes de abrir a porta, pois mesmo que eu tentasse controlar meu corpo, ainda sentia minha mão tremer ao pensar em Woojin de frente para o meu apartamento. Ao abrir a porta, vi Yoongi ofegante e escorado no batente. O cabelo que semana passada estava numa cor verde menta agora se encontrava em sua cor natural. Preto.

Dei espaço para Yoongi entrar e imediatamente ele o fez. Fechei a porta atrás de mim enquanto via o recente moreno entrar na minha casa e se jogar no sofá, ainda ofegante. Ele olhou para mim e esperou que eu falasse alguma coisa, mas o que fiz foi dar um longo suspiro de aflição.

— Está tudo bem. — Yoongi levantou e veio me abraçar.

— Aquele homem que me assediou está na casa da frente. Não estou me sentindo segura sozinha, preciso de ajuda.

Senti suas mãos tocarem levemente meu cabelo, em um carinho agradável e gostoso. Me aconcheguei mais em seu abraço e Yoongi me apertou mais forte, ele repetia várias vezes que estava ali e que iria me proteger.

— Vai ficar tudo bem enquanto eu estiver aqui.

Ficamos um tempo abraçados e eu aproveitei todo esse tempo para sentir seu peitoral levemente musculoso encostando em minha bochecha. Não vou mentir, gosto de peitorais. O soltei quando percebi que estava gostando demais daquela situação, estava ficando constrangida com a minha falta de vergonha.

Yoongi deu um sorriso enquanto olhava para a casa com toda atenção. O ouvi gargalhar quando ele notou alguns móveis revirados, uma vassoura no meio do corredor que dava direto aos quartos e uma pilha de poeira ao lado. Na pia da cozinha havia uma pilha de louça suja que estava ali desde o final de semana, minhas bochechas coraram por ele estar vendo minha casa imunda daquele jeito.

— É, você não estava brincando quando disse que precisava de ajuda.

— E você vai ter muito trabalho ao me ajudar. — fui até a vassoura e a peguei, Yoongi continuou me olhando quando apontei com o cabo em direção à cozinha — Tem pratos para serem limpos naquela pia ali.

Ele resmungou algo que eu não consegui compreender, mas foi em direção à cozinha sem dizer nenhuma palavra. Olhei para a porta e tentei esquecer por um tempo que Woojin e uma garota estavam no apartamento de frente ao meu. Eu realmente espero que ele não more com ela, não queria acordar sabendo que ele estaria a metros de distância de mim.

Não sabia o que faria se ele estivesse morando ali, mas me mudar não era uma opção, já que havia gastado muito dinheiro investindo nesse apartamento e reformando antes de me mudar. Eu não tinha outro lugar para ir, nem mesmo a casa dos meus avós era uma opção. Se eu chegasse dizendo que iria morar com eles, eles perguntariam o que havia acontecido para querer sair do meu apartamento, não queria ter que dar explicações.

Pensei que minha vida fosse ser tranquila e simples aqui, mas desde que pisei de volta nesse país tudo começou a mudar. Não estou tendo uma vida nada tranquila, apesar de ser o mais simples. Sentia falta da minha vida em Los Angeles, onde a maior preocupação que eu tinha era sobre o que iria jantar à noite.

Viver com medo e causar problemas não era uma das coisas que eu esperava quando decidi vir para a Coreia, e nem consegui começar a estudar e me preparar para os vestibulares que teriam dentro de alguns meses. Era minha única chance de mostrar para minha mãe que eu poderia, sim, viver na Coreia e ser feliz, mesmo sendo um lugar onde ela sofreu muito por causa do meu genitor. Mas eu não estava totalmente feliz, passei a maior parte do tempo estressada e ansiosa.

Talvez seja toda essa mudança, acho que ainda não me adaptei bem. Hoje posso estar sobrecarregada, mas tenho certeza que em um ano estarei na faculdade e dando início a minha vida acadêmica, seja em que área for.

— Faz quanto tempo que você não lava a louça? — Yoongi me despertou dos meus pensamentos — Você é uma porquinha, sabia?

Deixei a vassoura no mesmo canto em que estava e fui até a cozinha, pegando um pano de prato que estava em cima de uma cadeira. Revirei os olhos e joguei o pano nele. Yoongi assustou-se, mas em seguida riu. Ele estava rindo demais para o meu gosto.

— O que aconteceu? — perguntei.

— Como assim? “O que aconteceu?” — fez aspas com os dedos.

— Você está muito feliz. Feliz até demais… Mais feliz que o normal. Aconteceu alguma coisa que te deixou de bom humor?

— Não posso rir? Consegui um novo emprego.

— Por isso?

— Eu posso vir visitar você enquanto eu estiver trabalhando. — Min Yoongi deu um sorriso ladino e soltou uma piscadela.

— E do que é esse emprego que você vai poder vir até aqui me visitar?

— Entregador. Acho que isso não vai me estressar tanto e eu ainda poderei trazer um dinheirinho para casa. E a melhor parte é que eu vou fazer questão que você peça comida do restaurante em que vou trabalhar, assim posso ver você durante meu dia.

Yoongi continuou falando sobre seu novo emprego, mas eu não ouvia a sua voz. Meus pensamentos começaram a ir para bem longe dali enquanto começava a lavar a louça e entregava para Yoongi para que ele secasse. Sua voz ficava cada vez mais longe e mesmo que eu tenha percebido que já estava esfregando um copo fazia uns cinco minutos, não deixei de começar a pensar em Woojin na frente do meu apartamento e me atormentando.

Não sei se me sentia mal por estar ouvindo a conversa dos outros ou se ficava completamente assustada. Pelo modo como aquela garota falava com Woojin eles pareciam ser bem íntimos, diria até que eles têm algum tipo de relacionamento. Mas se tiverem então significa que Woojin a trai? Não foram poucas às vezes que o vi paquerando alguma funcionária ou até mesmo ficando com algumas delas atrás do restaurante. Talvez por isso ele tentou fazer o que fez, deve ter achado que eu seria mais uma que iria cair em seu charme, mas nada justifica sua atitude nojenta.

Acreditava fortemente na teoria de que eu era provavelmente a única que ele ainda não teve nada de íntimo no trabalho. As meninas da cozinha e até do salão sempre comentavam sobre o quanto ele era bonito e atraente, me perguntava se elas sabiam que ele já havia ficado com todas elas ou se guardavam segredo. Mas pelo pouco que já vi, elas provavelmente diriam para se gabar. Me sentia receosa em relação ter que passar por ele na cozinha, geralmente quando eu precisava ir até próximo onde ele estava para pegar algo Jimin se adiantava para fazê-lo. Eu agradecia todo dia por ter Jimin ali do meu lado.

Literalmente ao meu lado.

Praticamente passava meu expediente inteiro com Jimin e vez ou outra conversávamos com Hoseok quando o restaurante não estava muito movimentado. Senhora Chang saia raramente de seu escritório, ela gostava de gerenciar o lucro do restaurante e de como iam às despesas. Fazia poucas semanas que estava ali e eu não me sentia totalmente confortável, não com todos. As únicas pessoas que eu tinha uma boa amizade eram Jimin e Hoseok.

Nos primeiros dias todos foram bem receptivos, mas com o tempo vi que a recepção era falsa. Não sei o que acontecia ali, mas todos pareciam competir uns com os outros sobre quem era melhor que quem. Entenderia se fosse um ambiente de negócios ou um escritório, mas um restaurante em que todos ali ganhavam praticamente o mesmo salário chegava a ser cômico.

Foi naquele momento que eu parei para perceber que eu não tinha amigas mulheres na Coreia. Desde que retornei só tenho tido contato com homens e isso me deixava nervosa. Não gostava da presença masculina que não fosse a de Robert e Jonas, me sentia desconfortável. Mas com aqueles sete eu não era assim, me sentia como se estivesse perto de alguém que conheço há anos.

Eu não tinha muita intimidade com todos. Apenas Tae, Jimin e arrisco o Hoseok e o Yoongi. Era com esses quatro que tinha mais intimidade e com quem mais tinha contato, praticamente estava sempre rodeada por eles.

Todo o meu raciocínio foi quebrado quando eu senti algo molhado em minha cabeça e um cheiro nada agradável invadir as minhas narinas. Eu nem sei de onde veio aquilo e nem sei quanto tempo fiquei presa em meus pensamentos enquanto esfregava aquele maldito copo. Voltei ao mundo naquele momento que fui surpreendida por um ovo se quebrando na minha cabeça.

Ainda segurava o copo de minutos atrás e minha mão estava cheia de sabão, olhei para Yoongi que ria de minha situação enquanto limpava as suas mãos que estavam sujas por aquele maldito ovo.

— Por que você fez isso? — coloquei o copo em cima da pia e soltei a esponja enquanto olhava para Yoongi completamente incrédula e irritada.

— Você não estava me ouvindo.

— Ia doer se tivesse me chamado? Tinha mesmo que quebrar um ovo na minha cabeça? E de onde surgiu essa merda?

— Mas eu te chamei! Repeti umas quinhentas vezes “Hari” e você nem piscava, parecia nem que estava aqui. Peguei esse ovo na bandeja que estava em cima da geladeira.

Bufei e fui em direção ao meu quarto. Não iria somente limpar meu cabelo, eu precisava de um banho. Não consegui nem sair da cozinha quando Yoongi me puxou e me prensou no balcão. Engoli em seco enquanto levantava a cabeça para encará-lo.

Ele estava muito próximo.

— Deixe que eu limpo isso pra você.

Ele segurava um guardanapo e começava a passá-lo em meu cabelo. Eu não dizia absolutamente nada, apenas sentia minhas bochechas arderem por causa da aproximação que ele estava de mim.

Mas eu ainda estava irritada, aquele guardanapo não iria limpar o estrago que ele fez.

— Meu cabelo ainda vai ficar fedendo.

— Se estivesse fedendo insuportavelmente, eu já tinha jogado o resto do detergente no seu cabelo.

Não falei mais nada. Yoongi tirava algumas cascas de ovo que ficaram presas entre meus fios e tentava limpá-los enquanto ria do que havia feito comigo. Não olhava para seu rosto, nem ousava retrucar enquanto ele ria do trabalho que havia feito em mim.

Eu iria me vingar disso.

Ah, eu realmente ia!

— Acho que você tinha razão. Está fedendo!

Tapou o nariz.

— Jura?

— É sério, acho que aquele ovo estava estragado.

— Eu vou lavar o cabelo.

Ele não me puxou quando fui para o meu quarto, ele apenas me seguiu como se estivesse colado em mim. Não iria tomar banho, não com ele aqui! Entrei no banheiro e me apoiei na banheira, peguei o chuveiro pequeno que havia ali e molhei meus cabelos.

— Eu disse que limpava para você.

Nem consegui protestar, Yoongi tomou o chuveiro de mim e começou a molhar meus cabelos com delicadeza para que não entrasse água nos meus ouvidos. Ele pegou o shampoo e passou na minha raiz, fazendo uma massagem que eu juro que se eu fosse uma gata eu teria ronronado. Os dedos dele eram delicados, parecia que eu iria para as nuvens com aquela carícia.

Nós estávamos muito próximos, mas naquele momento eu nem me importei com esse detalhe, pois estava aproveitando demais a massagem que ele fazia no meu couro cabeludo. Era delicioso!

Estranhei quando o vi parar a massagem, levantei meu olhar para ele e meu coração deu um pulo quando vi que ele me olhava com intensidade. Eu me afastei quando Yoongi se aproximou lentamente, mas acabei ficando entre ele e a parede do banheiro. Não tinha como eu sair daquela situação. Meu coração palpitava em meu peito e meu cérebro parecia gritar “PERIGO! PERIGO!” repetidas vezes. Senti minhas bochechas queimarem quando Yoongi levou seu olhar até meus lábios. Eu estava com a boca entreaberta e acabei passando a língua entre os lábios quando ele encarou ali.

— Lembro que eles eram bem macios.

— O que…

— Shhh…

Yoongi posicionou seu indicador sob os meus lábios e os encarou com um sorriso de canto. Naquele momento eu já sentia minhas bochechas começarem a ficar dormentes e meu coração implorar por socorro, pois ele não ia aguentar de tanto que palpitava.

— Como alguém ainda não conseguiu um beijo seu? Você é tão bonita, atraente…

— Yoon…

— Shhh! Eles são bem macios.

Seu sorriso aumentou quando ele olhou novamente para o meu rosto. Minhas pernas começaram a tremer e eu juro que se estivesse em pé eu teria caído, mas ainda bem que estava praticamente sentada no chão.

E então senti a mão de Yoongi em minha cintura e um leve aperto que ele deu ali.

É, eu fui a loucura!

Mesmo em uma situação na qual nunca tinha estado antes e sendo um tanto quanto assustador, eu não queria que ele parasse.

— Você lembra quando eu lhe dei um selinho? Devo confessar que passei um certo tempo pensando nele e algumas vezes eu me pego sorrindo todo bobo imaginando como seria se tivéssemos prosseguido.

Eu não conseguia falar absolutamente nada.

Meu coração começou a bater ainda mais forte quando o vi se aproximar ainda mais. Nem sabia que ele poderia bater tão forte assim sem que eu morresse. Yoongi se aproximou e fechei imediatamente os olhos.

Seu rosto já estava bem próximo ao meu quando o infeliz simplesmente deu um sorriso sacana e selou nossos lábios. Deu apenas um selinho. Abri meus olhos um tanto quanto revoltada e o vi se distanciar. Não sabia o que havia dado em mim naquele momento, apenas o segurei pelo colarinho de sua camisa, o que o surpreendeu. Coloquei minha mão em sua nuca e o trouxe para mais perto de mim, dando início a um beijo.

Yoongi pareceu surpreso, mas logo envolveu seus braços em minha cintura e me levantou, fazendo nós dois ficarmos em pé enquanto eu envolvia os meus em seu pescoço. Senti sua língua pedir espaço, e mesmo que eu não soubesse o que fazer, cedi. O toque de sua língua na minha era macio e gostoso, os movimentos eram lentos e cheios de desejo. Decidi acompanhar esses movimentos, na esperança de que estivesse fazendo certo. Ele sabia que aquele era o meu primeiro beijo e tentava me fazer acompanhá-lo. Me empurrou lentamente até a pia e ali fiquei escorada enquanto o moreno apertava minha cintura e me beijava como se estivesse desejando isso havia muito tempo. Até esqueci que meu cabelo ainda estava com shampoo e tinha uma casa inteira para fazer faxina. Eu só queria estar ali sentindo os lábios de Yoongi nos meus.

Vendo que eu já não aguentava mais ficar da ponta dos pés, Yoongi segurou firme em minhas coxas e me colocou sentada em cima do balcão da pia onde eu colocava apenas algumas escovas de cabelo. Entrelacei minhas pernas em sua cintura enquanto apreciava o seu beijo. Ele não ia com voracidade, apesar de eu sentir que ele queria deixar aquele beijo ainda mais intenso. Seu beijo era calmo enquanto as suas mãos eram um pouco mais apressadas, ele entrelaçou os dedos nas mechas do meu cabelo, não se importando dele estar molhado e nem com o shampoo. Sua outra mão ora apertava minha cintura e ora apertava minha bunda. Apesar de ser um ato atrevido, eu adorei esse toque mais íntimo. Ele percebeu, pois acabei soltando alguns gemidos contra sua boca.

Para um primeiro beijo, não foi ruim. Entre batidas de dentes e algumas risadas, rapidamente consegui acompanhá-lo. Yoongi era atencioso e paciente, por isso não foi difícil fazer com que aquele momento fosse prazeroso para nós dois.

Quando o ar nos faltou, ele me olhou com um sorriso no rosto e deu alguns selinhos em minha bochecha e boca. Involuntariamente eu sorrio. Seus toques me arrepiavam e eu sentia borboletas em meu estômago, principalmente quando ele parou de dar selinhos em meu rosto e começou a beijar meu pescoço. Aquilo estava começando a ir longe demais, mas eu estava gostando.

Os beijos em meu pescoço foi o que mais gostei, não sabia que era tão sensível naquela região. Yoongi deixou leves chupões e acabei por soltar um gemido um pouco mais alto. Percebi que estava ficando excitada, pois senti um leve incômodo em minha intimidade e aquela área ficou úmida.

Já estava na hora de pararmos.

— Yoongi… — tentei afastá-lo, mas não consegui. Apenas gostava da sensação de ver meu corpo arrepiar com os seus beijos em meu pescoço e de suas mãos apertando minha bunda — Chega!

Ele parou os beijos e me olhou com uma expressão confusa.

— Acho que já fomos longe demais.

— Você não gostou? — seu olhar preocupado me fez dar um sorriso e negar com a cabeça.

— Eu só acho que… é melhor pararmos por aqui. Ainda tem uma pilha de louça para lavar e meu cabelo continua com shampoo.

— Ah! — Yoongi riu — Eu lavo essas coisas pra você, pode ir tomar um banho.

— Acho que não estou confortável em tomar um banho com você aqui.

— Tranque a porta do quarto, então. Estarei na cozinha para lavar a louça e terminar de varrer o apartamento.

Ele fez menção de sair, mas rapidamente voltou e me deu outro beijo. Menos intenso e com menos toques, mas não deixava de ser delicioso.

— Caso eu sinta saudades.


Notas Finais


E aí? O que acharam desse clima de romance da Hari e do Yoongi?
Tenho opiniões muito fortes que só vou comentar laaaaa na frente, então se preparem kkkkk
Inclusive, eu que escrevo a história, mas tenho várias opiniões sobre os personagens e as coisas que acontecem daqui pra frente pq eu tô passando raiva (ui, um leve spoiler)
Mas então é isso gente, vejo vocês na quinta ♥


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