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História I Need U (Kim Taehyung) - III - Taehyung


Escrita por: psycholojin

Notas do Autor


Ho ho ho
Feliz véspera de natal!!
Trouxe um presentinho ♥

Capítulo 3 - III - Taehyung


Fanfic / Fanfiction I Need U (Kim Taehyung) - III - Taehyung

— De novo! Um. Dois. Três.

Hoje foi um dia de folga.

Eu amava os dias em que estava de folga.

Justamente, pois aos finais de semana eu podia sair para me divertir com os meninos, visitar minha mãe e mesmo após alguns treinos eu descansava durante o resto do dia. Para ser honesto, não era bem pago, mas o que ganhava era o suficiente para me manter e enviar um pouco para minha família. Além disso, também contribuía para o cofrinho rachado e os outros potes de vidro que Jin hyung guardava em sua gaveta, só esperava que não fosse a gaveta de suas cuecas. Ninguém era permitido a pegar naqueles potes, com exceção de Yoongi hyung, que vês ou outra verificava se não estava faltando nada ou quanto de dinheiro já tínhamos para lançar algo independente. Tínhamos o total de sete potes — além de um porquinho — e já planejamos encher mais sete.

O nosso sonho não era tão ambicioso, mas eu esperava que caso um dia seja bem-sucedido na carreira de música, eu possa comprar uma casa para minha família para saírem do aluguel e terem uma condição de vida melhor. Esse era um dos meus maiores sonhos.

Peguei meu celular e me preocupei por não ter nenhuma ligação ou mensagem da minha mãe. Fazia cerca de dois dias que ela já não me dava notícias, no máximo um:

 

Tae, estou bem, querido!

:)

— Mãe

 

Mas aquelas palavras não me tranquilizaram, sentia que algo estava errado e não queria que minha mãe me escondesse caso precisasse de ajuda.

Joguei o celular em um espaço vazio do sofá e prestei atenção em Hoseok que dava mais uma aula de dança para Namjoon. Como o esperado, ele estava todo desengonçado e Hobi já perdia a paciência. Na noite passada, Jungkook e Jimin cantaram em um bar e conseguiram um pagamento legal, principalmente porque Jungkook escolheu músicas do Justin Bieber, Ed Sheeran e algumas garotas adoraram. Mas eu não via a hora de poder apresentar músicas nossas, que as pessoas escutassem e pensassem em nós.

Por conta da nossa presença nas redes sociais, era comum vermos pessoas que nos acompanhavam quando nos apresentamos como grupo ou individual, conhecíamos várias pessoas que já estavam conosco há um tempo. Aquilo me dava orgulho, ver alguém que nos acompanhava e sempre procurava saber aonde íamos nos apresentar só para conseguir nos ver, era fantástico e, ao mesmo tempo, assustador. Às vezes me perguntava até que ponto essas pessoas iriam, se chegariam a ir até um ponto do que seria considerado anormal.

Eu esperava nunca saber a resposta.

— Eu não posso ficar apenas parado enquanto vocês dançam? Quem inventou a porcaria da dança? — Namjoon reclamou.

— A indústria. E todos têm que dançar!

— Eu não vou dançar! — ri quando Namjoon hyung fez um bico.

— Vai sim! — Hoseok coçou a testa e suspirou — Olha, você só precisa de um pouco mais de treino. O que acha de aumentarmos a carga horária dos seus treinos aos finais de semana?

— Você não trabalhava aos finais de semana também? Achei que fosse quando o restaurante ficava mais movimentado.

— É... bem, me colocaram para trabalhar quando o restaurante está mais fraco, pois sou desastrado. Foi a única coisa que puderam fazer quando implorei para não me demitirem. Agora estão precisando de alguém para auxiliar o Jimin.

— Parece que algumas manias pegam. — Namjoon ironizou.

Eles continuaram o ensaio por mais algum tempo, com Namjoon reclamando sempre que podia e Hobi perdendo a paciência todas às vezes. Passei a mão em meu cabelo, bagunçando os fios. Ele estava comprido, já sentia os fios batendo em minha nuca e eu não tinha intenção alguma de cortar. Peguei meu celular, antes jogado no sofá, e saí de casa. Quando estava entediado, eu saía para lugares sem rumo algum. Era a maneira que encontrei para refletir sobre minha vida, seja a situação atual ou futura.

Será que eu estava vivendo ou apenas existindo?

Era a pergunta que rondava em minha cabeça todos os dias. Pensamentos comuns de uma pessoa comum ou de alguém com uma mente completamente perturbada.

Prefiro acreditar que seja algo comum, me conforta ter a ideia de que todo mundo já fez essa pergunta em algum momento da vida, mas nunca soube respondê-la. Sou como qualquer outra pessoa, sempre questionando minha existência ou o motivo do porquê algumas coisas acontecem da forma que acontecem. Considerei a ideia de que não sabemos ou não temos propósito algum, até finalmente encontrá-lo. E é aí que me deparo com outra pergunta:

Eu realmente estou no caminho certo?

Foi pensando nessas questões que retirei um pirulito do bolso, o abri e o coloquei na boca.

Era clichê e vi essa metáfora em um filme. Na adolescência, fui viciado em nicotina, parei, pois, pensei em minha mãe. Quando me sentia estressado, sentia muita vontade de fumar um cigarro e o pirulito me ajudou a conter o vício, me acalmava igual. Quem me conhecia sabia que eu estava sempre com um pirulito no bolso. Seokjin sempre me repreendia por conta de diabete e cáries, mas eu simplesmente ignorava todos os seus sermões. Jamais ficaria sem eles, pois teria que recorrer a algo que eu pretendia me manter afastado. Mas, obviamente, eu não era de ferro. Vez ou outra, Jungkook me via fumando, mas isso só acontecia quando eu estava no meu ápice do estresse e não encontrava nenhum pirulito.

Na época da escola eu era um garoto muito estressado, tinha apenas dezesseis anos quando experimentei o cigarro pela primeira vez. Minha relação com Yoongi não era boa, sempre brigávamos e nos odiávamos. Quando voltava para casa, estava irritado com tudo e com todos, até que comprei meu primeiro maço de cigarro por pura rebeldia. Ainda me lembro da sensação de que aquilo me proporcionou, o de fumar pela primeira vez. Meus músculos relaxaram e o já não mau-humor não existia. A sensação era viciante e mesmo na primeira vez eu soube que estava indo para um caminho que talvez não tivesse mais volta.

Demorou um tempo até que Yoongi e eu nos déssemos bem, fora ele quem me incentivou a acabar com o vício e fora com ele que assisti ao filme em que vi a técnica do pirulito. Era o que ele fazia também e eu o agradeço por ter me ajudado naquela época.

Ao dar conta do local em que estava, decidi que iria dar uma passada na academia em que Jimin treinava. Quando entrei, eu o encontrei tomando uma garrafa d'água e enxugando o suor que caía de seu pescoço. Eu não podia passar da catraca, então me escorei na parede e acenei para que Jimin notasse minha presença. Já era conhecido naquela academia por sempre ficar na recepção e nunca me matricular.

A academia não era grande, sendo sincero, achava aquele lugar escuro e escondido. A entrada era composta por uma parede pintada com as cores da academia — vermelho e preto — e o nome do lugar em neon bem grande. Logo na entrada tem a recepção, onde uma moça ficava ali cuidando da catraca e da entrada dos alunos. Não havia janelas, e a pouca iluminação que tinha vinha da claraboia que havia no teto. Jimin estava um pouco próximo da catraca, se encontrava muito concentrado no saco de pancadas, mas não demorou para ele notar minha presença.

Aproximei-me da catraca e soltei um suspiro longo e dramático.

— Estou entediado.

— Eu sei.

— Em casa só estão o Hobi, Nam e Jin ensaiando os mesmos passos, as mesmas músicas de sempre. Não aguento mais olhar para aquilo que o Namjoon acha que é dança.

— E por que você acha que vim malhar mais cedo? — ele deu uma risada.

— Jimin... — o chamei após lembrar de algo que aconteceu no dia anterior.

— O quê?

— Você sabe onde o Yoongi está? Ontem ele chegou em casa tão animado que até estranhei. Não lembro de já ter o visto animado daquele jeito.

— Você é um tremendo de um fofoqueiro, Taehyung! — Jimin revirou os olhos e deu um sorriso ladino — Pelo que ouvi de uma conversa entre ele e Jin, o Yoongi conheceu uma garota e ficou interessado.

— O Yoongi conheceu uma garota?

— Sim! Parece que ela só faltou comer ele com os olhos e Yoongi ia tirar satisfação, mas aí viu que ela era bonita e decidiu meter o bote.

— Só assim para ele ficar animadinho — ri.

— Mas ele também é muito burro!

Jimin passou pela catraca e foi até uns armários que ficavam ali perto da recepção, pegou sua mochila e olhou para mim.

— Sabia que ele deu o número dele e esqueceu de pedir o número da garota?

— E daí?

— E daí que se ela não ligar para ele?

— Significa que ela não se interessou por ele. A garota não é obrigada a sair com ele, e o Yoongi não é o tipo de cara que força a barra.

— Mas ele é do tipo que espera milagres caírem do céu.

— Você vai para casa? — Jimin assentiu — Vou visitar minha mãe, quero ver como ela está. Acredita que ela não atende minhas ligações e quase não manda mensagens? Quero ver se ela está bem.

— Ok. Diga a ela que mandei um abraço!

— Ela vai cobrar para você ir lá dar esse abraço.

Dei umas tapinhas nas costas de Jimin e segui meu caminho até a casa de minha mãe. Ela morava do outro lado da cidade, em Gananhan Dongne, um bairro que eu considerava muito perigoso tanto para ela como para minha irmã, mas minha mãe insistia em chamar aquele lugar de "lar". Eu até entendia, afinal, foi naquele fim de mundo que ela viveu a maior parte de sua vida. A sua adolescência, a sua vida adulta. Foi lá que ela conheceu meu pai, antes dele falecer em um acidente de trabalho pouco tempo depois que nasci. Já eu, não podia dizer o mesmo. Nunca me senti verdadeiramente feliz naquele lugar.

Antes de morar com os garotos, eu vivia com minha família em um apartamento pequeno onde havia apenas uma sala, dois quartos, banheiro e cozinha. Dividia o quarto com Taeri, o que era horrível já que em algum momento precisávamos de privacidade e nós brigávamos frequentemente a ponto de nos expulsarmos de nosso próprio quarto. O apartamento em que vivíamos não era nada comparado a minha atual casa, que nem era muita coisa, mas só de não ver mais os ratos pelos corredores do prédio já me deixava mais feliz. Eu ainda iria poder dar algo melhor para minha família.

Após andar um pouco e pegar um ônibus que me deixaria em uma esquina próxima, cheguei finalmente até onde minha mãe morava. Eu não sentia falta de morar ali, mas sentia falta da minha família. O prédio em que eles moravam não era alto, o apartamento ficava no terceiro andar de cinco. Adentrei o lugar e joguei o palito do pirulito em um cesto de lixo que ficava próximo às escadas. As poucas pessoas que passavam por mim não eram agradáveis, alguns me olhavam rudemente e outros passavam brigando e xingando. O apartamento de minha mãe era o último, e por ela ter me entregado a chave assim que fui morar com os meninos, eu poderia entrar sempre que quisesse.

A porta estava sempre trancada, pois pela madrugada alguns engraçadinhos costumavam invadir as casas e apartamentos para roubarem algo que consideravam ter algum valor para venderem e comprarem drogas.

Idiotas!

Abri a porta e procurei a minha mãe.

Nada.

Parecia que a casa estava completamente vazia.

— Mãe?

Chamei. Não vi ela e nem Taeri, mas pude ouvir um soluço vindo do quarto em que eu costumava dormir e decidi ir até lá.

Abri a porta do quarto e o encontrei com uma decoração diferente. Estava mais feminino, mas o que mais me chamou atenção foram os poucos móveis que havia ali. Vi uma penteadeira, a antiga penteadeira de minha mãe, um espelho e mais ao canto estava um colchão. E foi naquele colchão que vi uma mulher deitada, encolhida e chorando. Aquela era a minha mãe.

— Mãe?

Ao notar minha presença, ela se virou em minha direção e me olhou com uma expressão surpresa. A minha reação, no entanto, não foi diferente da dela.

— O que aconteceu?

— Taehyung... — a mulher engoliu em seco e tentou enxugar as lágrimas — o que você está fazendo aqui?

— Pensei em te visitar.

Lentamente me aproximei do colchão, passei a mão em seus cabelos e enxuguei algumas de suas lágrimas. Mamãe não olhava para mim, quando eu procurava olhar em seus olhos ela desviava.

— O que aconteceu? — voltei a perguntar.

— É que...

— Mãe...

Eu sabia que ela iria inventar alguma coisa, por isso a repreendi da mesma forma que ela me repreendia quando era criança.

— Eu só estava com saudades. — mentiu — Por isso vim aqui. O quarto ficou tão vazio sem você, sem suas coisas.

— Eu também senti saudades. — a abracei. — E onde está Taeri?

— Ela saiu, não sei para onde foi.

Não queria pressioná-la para que me contasse o que estava acontecendo, mas como seu filho mais velho, eu tinha a necessidade de protegê-la e entender o que a havia deixado tão triste.

Passei a mão por suas bochechas e as beijei, estavam completamente encharcadas por conta das lágrimas. Dei um abraço mais forte em minha mãe e ela imediatamente retribuiu, me apertando cada vez mais enquanto chorava baixinho e suas lágrimas molhavam minha camisa. O que havia acontecido para mamãe estar assim?

Quando a soltei e peguei em seu braço, a mulher deu um gemido de dor. Olhei bem para ela e dei um leve aperto naquela região para ter certeza de que havia ouvido certo. Como esperado, minha mãe havia dado outro gemido e se soltou de meus braços. A olhei surpreso. Ela havia se machucado? Sem deixar que ela se explicasse, tirei o moletom que ela usava e consegui ver marcas em seus braços por estar usando uma regata, as marcas pareciam recentes. Olhei para seu rosto e só então vi um pequeno arranhão em sua bochecha, o local estava vermelho e inchado. Senti meu sangue ferver, meus punhos se fecharam e meu corpo todo tremeu no mais puro ódio. Como eu não havia notado aquilo?

— O que... o que aconteceu? — segurei em seus braços, o que a fez olhar para mim de olhos arregalados.

— N-na... nada.

— Mãe, por favor, pare de mentir! Já não sou uma criança boba e ingênua já faz muito tempo! E eu sei que está mentindo desde o momento em que cheguei. — meu coração se quebrou em mil pedaços quando ela apenas abaixou a cabeça e voltou a chorar — Mãe...

— Ele... ele voltou a beber. — eu sabia perfeitamente de quem ela estava falando — Menti para você já faz um tempo. Ele não está mais trabalhando, o dinheiro que tinha gastou com bebidas, apostas e... — hesitou — e com prostitutas. Quando descobriu o pouco dinheiro que você nos dá, começou a pegá-lo. Taeri não está em casa, pois começou a trabalhar, largou a escola para nos ajudar. Me ajudar.

— Ele está te traindo? — mamãe apenas assentiu com a cabeça — Foi ele quem fez isso com você? Ele te bateu?

Suas lágrimas caíam cada vez mais, e o seu silêncio só confirmava todas as minhas dúvidas. Me levantei subitamente e saí do apartamento, a deixando sozinha. Eu estava com tanto ódio, tanto rancor e tanta tristeza.

Conseguia ouvir seus gritos me pedindo para voltar, pedindo para que eu não fizesse nenhuma besteira. Minha mãe me seguia, segurava em meu braço para que eu parasse e que não saísse dali, mas naquele momento nem me importava com as consequências. Eu só queria fazê-lo pagar pelo mal que estava fazendo com minha mãe, queria que ele pagasse do pior jeito possível.

Iria procurá-lo, onde quer que ele estivesse, eu iria achá-lo. O considerava meu pai, mas agora tudo que eu queria era socar a sua cara, fazê-lo se arrepender de todos os seus erros. Eu seria o seu inferno pessoal. Ninguém tinha o direito de tocar em minha mãe! Ninguém!

Bufava de ódio do meu padrasto, queria encontrá-lo o mais rápido possível. Não prestava atenção em nada, apenas na imagem que se passava na minha cabeça ao imaginá-lo implorando por perdão enquanto eu o fazia pagar. Eu iria acabar com aquele cara.

Entretanto, meus pensamentos foram interrompidos quando eu ouvi uma freada brusca próxima a mim. Olhei para o lado e consegui avistar o carro branco que já estava muito perto, vi que a pessoa que estava dirigindo tentava a todo custo parar. Mas infelizmente nada adiantou, e eu me arrependi imediatamente de ter deixado a raiva me consumir, me fazendo esquecer de coisas simples como olhar para a rua antes de atravessar. Foi quando senti o impacto forte em meu corpo e minha cabeça atingir o para-brisa. Sei que ainda passei pouco tempo consciente, pois me lembro da dor e de cair no chão sentindo algo molhado e quente escorrer de minha nuca. Tinha certeza de que aquilo era meu sangue.

A última coisa que me lembro de ter visto foram duas pessoas saindo do carro desesperados. Suas imagens estavam borradas, mas me lembro perfeitamente de ter visto uma garota. Ela chorava bastante e se aproximou de mim, preocupada comigo. Entretanto, ela não me tocou, não chegou perto o suficiente. Apenas se ajoelhou ali, diante de mim enquanto se acabava em lágrimas. Ouvia minha mãe gritar com ela e com um homem, mas não entendia o que eles falavam. Eu apenas olhava o rosto daquela garota.

E foi com a imagem de seu rosto choroso que eu me envolvi em escuridão.


Notas Finais


Eeeii!!!

Feliz véspera de Natal para vcs!!!!

To voltando mais cedo dessa vez, né? queria dar um presentinho de natal, então estou aqui com mais um capítulo da fanfic ♥♥♥

O próximo vou trazer antes do ano acabar, prometo!! Depois disso, vamos ter postagens fixas todas as terças e quintas.

Então é isso, lindes ♥

Beijão!!!!


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