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História I Need U (Kim Taehyung) - VI - Hari


Escrita por: psycholojin

Notas do Autor


🚨🚨🚨🚨🚨 Atenção!

Esse capítulo pode conter gatilhos (assédio sexual), caso se sinta desconfortável não recomendo a leitura desse capítulo. 🚨🚨🚨🚨🚨

Capítulo 6 - VI - Hari


Fanfic / Fanfiction I Need U (Kim Taehyung) - VI - Hari

Já fazia algumas semanas desde o ocorrido com Taehyung, durante esse período eu não o vi mais e não falei nem mesmo com Yoongi. Estava melhor assim, não ficava me cobrando a saber se estava tudo bem e rapidamente esqueceria todo o constrangimento que passei. Entretanto, ficava cada vez mais próxima de Jimin e Hoseok. Os dois eram as melhores coisas do meu dia. Eu ainda não havia contado sobre o acidente e suspirava aliviada por nunca mais ter ouvido os dois comentarem sobre Taehyung.

Meus dias se resumiam basicamente em ir trabalhar e voltar para casa, mas eu não gostava de estar em casa. Me sentia completamente só, nunca havia parado para pensar que a vida de quem morava sozinho era imensamente solitária. Quando saía de casa não havia ninguém para me despedir, e ao chegar não havia ninguém para me receber. Considerei adotar um gato, mas não sei se conseguiria lidar com a pressão de cuidar e proteger um ser vivo além de mim.

Cuidar de animais era uma tarefa que necessitava de responsabilidade e compromisso, e eu não tinha nenhum dos dois para lidar comigo, imagina para um bichinho. Mas a vontade era muito grande, pois estar sozinha me fazia sentir-me melancólica. Havia meus avós, mas não era o mesmo. Em Los Angeles minha mãe estava sempre em casa, me esperando, e aqui só o que havia eram os barulhos dos grilos que se escondiam atrás da bagunça que eu jurava todos os dias que iria arrumar.

Hoje foi mais um desses dias em que seriam iguais aos outros, e por mais que eu me sentisse só, eu estava feliz com essa conquista. Não depender mais da minha mãe era uma grande vitória para mim, o maior ato de independência que eu havia atingido até agora.

Além de Hoseok e Jimin, eu também me dava bem com alguns outros funcionários, mas havia um que eu não sabia se ele só era tímido ou um estranho. O seu nome era Park Woojin. Nunca havia falado mais que o necessário com ele, mas notava que várias vezes o rapaz ficava me encarando. Aquilo me deixava desconfortável, me perguntava se ele gostava de mim ou me odiava. Park Woojin não era feio, muito pelo contrário. Era um homem muito bonito, qualquer mulher podia suspirar por ele e cair sob seus pés. Woojin era um homem muito alto, o porte era magro, mas dava para ver que malhava para manter alguns músculos, o cabelo era escuro e não muito curto, mas o suficiente para alguns fios ficarem na frente de seus olhos.

Não me incomodava que pessoas ficassem me encarando vez ou outra, até porque, eu também fazia isso quando estava perdida em pensamentos, mas a forma como Woojin me olhava era completamente diferente. Não era de um jeito bom e nem era nada que me deixava confortável. Para ser sincera, me sentia um pedaço de carne em exposição em um frigorífico. Era incômodo e cheguei até a pensar ser nojento.

— Hari, pode por favor colocar esse lixo na caçamba lá nos fundos?

— Claro, Ji!

O lixo ao qual Jimin se referia eram alguns sacos com restos de comida que não dava para serem reaproveitados ou consumidos, algumas latinhas de bebida e pacotes plásticos. Para minha sorte, não era pesado e eu não precisaria de ajuda, pois me considero uma mulher fraquinha pela falta de exercícios. O lixo estava separado por tipo em três sacolas pretas, mas peguei com cuidado para não derrubar tudo e fui em direção aos fundos do restaurante. Era início de noite, o céu ainda não estava completamente escuro e dava para ver o lindo degradê entre o pôr-do-sol e a noite estrelada que viria. Poderia ficar vendo o início da noite se estivesse com um pouco mais de tempo e paciência.

Coloquei o lixo na caçamba e bati as mãos entre si para limpar um pouco da poeira que as sujou quando peguei ali, estava um pouco empoeirado naquela parte. Ao me virar para entrar novamente no restaurante, vi Woojin apoiado na parede de braços cruzados enquanto me olhava de forma predatória.

— Acho que não preciso de ajuda. — eu disse na tentativa que aquele momento fosse menos desconfortável, e era uma ótima maneira de sair dali, a meu ver.

Woojin me olhou de cima a baixo e deu um sorriso ladino.

— Alguém já te disse que você fica deliciosa nesse uniforme? — arregalei os olhos, tamanho era minha surpresa quando o ouvi dizer aquelas coisas absurdas.

— O quê?

— Qual é, Hari? Você não sente essa coisa que existe entre nós dois?

— Não existe nada entre nós dois! — esbravejei.

— Sabe, eu adoro mulheres que se fazem de difíceis. Elas são as que mais surpreendem depois que cedem.

Um arrepio passou pelo meu corpo e meu coração parecia que iria sair. Não sabia dizer em que momento ocorreu, mas minhas pernas começaram a tremer e a respiração estava difícil. Park Woojin aproximou-se lentamente de mim, fazendo com que aquelas sensações se intensificassem e todo meu corpo entrasse em alerta.

— Woojin, você está me assustando!

Dei alguns passos para trás e acabei por me encostar na caçamba de lixo, foi quando senti meu coração se acelerar ainda mais em completo desespero. Eu estava presa, sem escapatória. Woojin me cercou, colocando suas mãos ao meu redor e me prendendo entre ele e a caçamba.

— Hari, minha linda Hari... — Woojin pegou em uma mecha de meu cabelo, os cheirou e colocou atrás da minha orelha. Engoli em seco.

— Pode, por favor, me deixar ir embora? — implorei.

— Por que eu deixaria você ir embora se podemos fazer algo mais divertido?

Seus dedos acariciavam meu cabelo e minha bochecha, seus olhos eram ferozes e me olhavam com desejo. Seu sorriso era perverso e a imagem que eu tinha de Woojin era a de um monstro nojento e feio.

Naquele momento eu senti como se eu fosse um bicho indefeso ou um objeto pronto para ser usado e descartado como se não valesse nada. Woojin tentou me beijar, mas fui rápida o bastante para virar o rosto e não deixar que aquilo acontecesse. Em contrapartida, lhe dei total acesso ao meu pescoço, onde ele deu vários beijos e lambidas, senti minha pele se arrepiar e me senti culpada por estar tendo aquelas reações. Não era o que eu queria, não era eu quem controlava minhas reações. Me senti suja, me senti imoral e algo em mim se quebrou naquele momento.

A sensação que eu tinha era de que não seria mais a mesma depois daquilo, mesmo que o que quer que acontecesse naquele lugar não fosse passar daquela tentativa imunda de beijo. Eu estava sendo usada para um desejo próprio de outra pessoa que nunca tive muito contato, não conseguia pedir ajuda e estava certa de que ninguém viria ao meu socorro. Talvez fosse um aviso de que jamais deveria ter voltado para a Coreia. Se aqui foi um lugar de muito sofrimento para minha mãe, por que comigo seria diferente? Eu estava fadada a sofrer nesse lugar.

A Coreia não era o meu lar. E jamais seria.

Antes de vir, minha mãe perguntou-me se eu tinha outro interesse além da faculdade. Respondi que não, mas a verdade nua e crua era de que se estivesse no meu poder, iria conhecer meu pai e perguntar o porquê.

Consegui tirar forças e tentar empurrá-lo, mas nada parecia adiantar enquanto ele estivesse focado e persistente em tentar me beijar.

— Vamos, Hari! Não precisa se fazer de difícil, eu sei que você quer tanto quanto eu!

Woojin segurou minhas duas mãos e se afastou um pouco, para me olhar melhor. Eu sentia suor cair de minha testa, tanto pelo esforço em querer empurrá-lo para longe de mim quanto pelo horror que eu estava sentindo naquele momento. Minha mente se tornou um branco, e os pensamentos de antes deram lugar ao horror.

— Me solta! — gritei e tentei soltar minhas mãos.

— Você é tão bravinha. Sabia que isso me deixa excitado? — em um misto de desespero e raiva, lhe dei um chute em sua virilha, o fazendo me soltar.

Foi a oportunidade que tive para tentar correr e gritar, mas eu não esperava que ele fosse ser rápido e me pegar novamente. Continuei gritando na esperança de que alguém me ouvisse, mas era em vão.

Ninguém viria.

— Você quer fazer o favor de ficar quieta? — Woojin disse já impaciente — Acho que você merece algo mais apropriado.

E nesse momento eu já chorava desesperada. Woojin levantou a blusa do meu uniforme e eu já não tinha mais forças para lutar contra aquilo. E quando achei que não havia mais nada a ser feito para me defender, ouvi o barulho de vários pratos se quebrando. Com o susto, Woojin me largou e eu agradeci mentalmente por quem quer que tenha feito bagunça na cozinha. Vi que meu agressor encarava a saída do restaurante, e quando olhei para o mesmo lugar consegui perceber a silhueta de Jimin parado, por conta das lágrimas a minha visão era limitada, mas pude ver que ele estava com o olhar carregado de ódio.

Corri até Jimin e o abracei, ele retribuiu o abraço, mas continuou olhando com fúria para Woojin que apenas tinha um sorriso de forma cínica.

— Hoje você teve sorte, Hari.

O homem passou por mim e Jimin, batendo no ombro do mais baixo antes de finalmente voltar para o restaurante.

— Eu vou quebrar a cara dele!

Antes que Jimin pudesse ir atrás de Woojin, segurei na manga de sua camisa, o Park olhou para mim e levantou meu rosto que ainda estava molhado de lágrimas. A essa altura eu não chorava mais, eu apenas queria ir embora e me esconder de todo mundo.

— Hari, você não pode deixar aquele cara impune pelo que ele tentou fazer com você. — ele limpava meu rosto com seus dedos.

— Não, Jimin! Eu te imploro, não faça nada e nem conte para ninguém o que aconteceu aqui!

Meus dedos seguraram em sua camisa com mais força, minha voz se tornou mais chorosa e as lágrimas ameaçavam voltar. Não queria parecer fraca, mas era o que eu estava sendo. Ignorar o que acontecera era a maior forma de fraqueza que eu poderia ter, mas pensar em ter que vivenciar o momento em minha mente enquanto conto para alguém que pode ou não me ajudar fazia com que eu ficasse vulnerável. Toda aquela situação era assustadora, jamais pensei que fosse ser vítima de algo tão horrível assim.

Jimin me olhou incrédulo, seu rosto expressava raiva e indignação. Não o culpava, em seu lugar também teria as mesmas reações. E tenho certeza de que se ele estivesse no meu, suas atitudes também seriam as mesmas que as minhas.

— O que deu em você? Por que quer proteger esse babaca?

— Estou com medo.

Senti uma lágrima teimosa cair e Jimin rapidamente a enxugou.

— Eu não o conheço, não sei do que ele é capaz. E, céus, Jimin! Eu estou me tremendo de medo!

Park Jimin me abraçou com seus braços fortes, era possível sentir os músculos dos seus bíceps, o conforto de seus deles me trouxe segurança. Seja o que fosse, eu sabia que podia confiar em Jimin e que ele me protegeria. Ouvi a senhora Chang na cozinha perguntar o que havia acontecido, então rapidamente me separei do seu abraço caloroso.

— O que aconteceu aqui?

A mulher perguntou mais uma vez. Ela parecia zangada, mas a sua expressão estava completamente neutra, como se já fosse comum esse tipo de situação acontecer. E eu acreditava que não era nada raro.

Próximo à porta de saída estava uma pilha considerável de pratos e copos quebrados, aqueles pratos eram os mesmos que Jimin e eu havíamos limpado e secado.

— Me desculpe, senhora Chang! — eu disse e peguei uma vassoura para limpar tudo — Acabei esbarrando na pilha de louça limpa e ela caiu antes que eu pudesse segurá-las.

Chang não pareceu nada feliz, mas apenas balançou a cabeça em negação enquanto fechava os olhos, deu um longo suspiro enquanto Jimin pedia desculpas por mim.

— Já está na sua hora, Hari. Vá!

Sem dizer mais nada, entreguei a vassoura para Jimin e fui embora o mais rápido que pude.


Notas Finais


Oi gente!

Esse capítulo foi mais curtinho, não acham? Mas vcs gostam de capítulos longos ou curtos?

Eu tenho preferências de caps médios até longos, confesso kkkkk então pode acontecer de vocês acabarem vendo capítulos curtos como longos por aqui, tem pra todo gosto.

Eu to gostando tanto de escrever a fanfic, mas queria saber o que vcs tao achando. Na terça estarei de volta com o próximo cap, prometoooo.

Um beijao!!!


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