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História I Need U (Kim Taehyung) - XIX - Hari


Escrita por: psycholojin

Notas do Autor


🚨🚨🚨🚨🚨 ESSE CAPÍTULO CONTÉM ASSÉDIO, SE FOR SENSÍVEL, PULE ESSA PARTE DA LEITURA 🚨🚨🚨🚨🚨

Capítulo 19 - XIX - Hari


Fanfic / Fanfiction I Need U (Kim Taehyung) - XIX - Hari

— Não acredito! Você tem problemas?

Jimin disse incrédulo.

Estávamos em uma cafeteria próximo ao meu apartamento. Liguei para Jimin pela manhã bem cedo, pois não ia aguentar guardar todas as coisas que aconteceram na noite anterior só para mim. Então o chamei para tomar café e fofocar.

— O quê? Não!

— Então você realmente saiu do carro correndo e entrou no prédio?

Ele gesticulava com as mãos de uma maneira exagerada e engraçada. Durante todo o momento em que o contei sobre o que aconteceu na noite passada, ele me interrompeu várias vezes com perguntas e comentários sarcásticos.

— Eu não saí correndo, apenas abri a porta, saí e antes de entrar acenei. O que você esperava que eu fizesse?

— Que você beijasse o Taehyung!

Abri a boca para responder a esse absurdo, mas fiquei perplexa com a naturalidade que Jimin disse aquilo.

— Era para vocês terem se pegado naquele carro e depois, se quisessem, entravam no seu apartamento e começariam a se comer. Você é muito burra, Hari! Você já deu uns amassos no Yoongi, que mesmo ele sendo um chato na maior parte do tempo ainda consegue ser um gostoso. E tem o Tae, que aparentemente está a fim de você e é gostoso, e você não aproveitou a oportunidade para dar uns amassos nele também.

— Você fala como se tivesse um interesse neles dois.

— O que posso fazer? Eles são bonitos e gostosos, e eu como um homem bissexual não pude deixar de notar que meus dois amigos são um colírio para os olhos.

Meu queixo caiu. Desde que conheci Jimin, podia jurar que ele era 100% hétero, já que deu em cima de mim inúmeras vezes, assim como já o vi olhando para algumas colegas de trabalho. Certo que de uns tempos para cá tive minhas dúvidas, pois o vi olhar para alguns clientes e dar aquele sorriso galanteador.

Quando cheguei em casa ontem à noite tive a grande surpresa de que o restaurante ficará fechado por dois dias já que a senhora Chang estava indo para o casamento de uma prima em Macau. Mas o que me impressionou não foi a folga de alguns dias que ela deu, mas sim ter deixado as chaves do restaurante e a responsabilidade com Woojin. Me senti uma completa boba e injustiçada, como se o fato de eu ter denunciado o assédio fosse em vão. Meu desconforto ficou evidente, pois quando Jimin chegou em meu apartamento ele se prontificou em me levar para tomar o café da manhã fora.

— Você é bi?

Questionei.

— Sim. — Ele riu — Mas digamos que eu tenho preferência pela fruta que você tem entre as pernas.

Ao ouvir tais palavras, imediatamente fechei um pouco mais as pernas, o que o fez dar mais uma gargalhada. Como chegamos nessa conversa?

— Você é um safado!

Dei um tapinha em seu ombro, rindo com ele. Eu deveria estar acostumada em como Park Jimin podia ser direto quando queria, me causando constrangimento por não estar totalmente acostumada com sua falta de filtro.

— Mas você já… — hesitei em perguntar — Ficou com algum dos meninos?

— Uma vez, em uma festa de uma garota da escola, fiquei com Taehyung e Seokjin. Nenhum dos dois ficou sabendo um do outro, não sei se fui o único homem que ficaram na vida e nem tenho coragem de perguntar.

— Você ficou com o Tae?

Jimin gargalhou ao ver meus olhos arregalados.

— Ele é gay? Bi?

— Olha, hétero, ele não é né! Estávamos bêbados na festa, mas você sabe. Dizem que quando você está bêbado você acaba fazendo aquilo que não tem coragem de fazer sóbrio. Naquele dia Taehyung bebeu pela primeira vez, e depois dele ter levado um fora de uma garota que ele gostava, fui consolá-lo como um bom amigo, até que ele me beijou.

— Ele que teve a atitude? — perguntei, perplexa.

— Sim. E ele beija bem, caso você queira saber. Não se preocupe, não vou tomar seu homem de você.

— Ele não é meu homem! — entortei o nariz.

— Ainda.

— Ele… tem namorada? Está com alguém?

A curiosidade foi maior do que eu, e tentei disfarçar o nervosismo tomando um gole do meu café com leite.

— Ele teve uma namorada na época do colegial. Ela o traía com vários caras da escola, mas aconteceu algo que fez a ficha de Taehyung cair. Taehyung a amava, e desde então nunca mais namorou alguém. Teve alguns casos, claro. Mas nunca alguém que chegasse em casa e apresentasse para nós e sua família.

Um desconforto na garganta me deixou incomodada. Deveria ter ficado quieta.

— Ele pareceu chocado por eu nunca ter namorado. — Murmurei.

— É que você é bonita e legal demais para ter ficado solteira por tanto tempo.

Fiquei pensando sobre esses poucos meses desde que conheci os meninos, éramos próximos o suficiente para andarmos uns nas casas dos outros, mas ainda tão distantes. Eu não sabia muita coisa dos meninos, não sabia coisas que são básicas sobre eles, como cor ou comida favorita. Me perguntava se já podia dar um passo a mais nessa amizade para que possamos ter mais confiança entre si, até agora o único que eu podia dizer que tinha confiança para compartilhar minhas inseguranças era Taehyung. Não que eu não compartilhasse essas coisas com Jimin, mas depois de ontem à noite as coisas entre mim e Tae ficaram diferentes.

— Tem tanta coisa que eu não sei sobre você.

— Podemos resolver isso. — Jimin levantou-se e ficou de pé ao meu lado, estendendo a mão como em um cumprimento — Eu me chamo Park Jimin, tenho vinte e dois anos e vim de Busan. Quando era mais novo, na época da escola, participei de vários clubes de dança e recebi um prêmio numa competição local. Vim para Seul quando entrei no ensino médio e logo de cara fiz amizade com Hoseok. Atualmente sou o melhor amigo de Choi Hari.

— Quem disse que você é o meu melhor amigo?

— E quem mais seria?

— Jung Hoseok.

Jimin colocou a mão em seu peito, fazendo uma careta como se estivesse ofendido.

— Não é ele que está aqui ouvindo seu desabafo sobre sua vida amorosa. Cadê ele aqui? Não estou vendo. Ele pode ser seu segundo melhor amigo, mas jamais seu confidente.

— Você só está aqui, pois me obriga a convidá-lo.

— Sempre vou à sua com o intuito de darmos uns amassos, mas você nunca colabora.

O olhei incrédula.

— Achei que você gostava de mim com o Taehyung — eu disse enquanto mordia um pedaço do meu pão.

— E gosto. Mas você é uma mulher solteira, está livre para eu dar o bote.

— E quanto ao Yoongi?

— Dar uns beijos gostosos no quarto de alguém não é estar namorando essa pessoa, você não concorda? — arregalei os olhos e Jimin riu — Hoseok contou que viu vocês dois no quarto.

Já imaginava que isso havia acontecido, mas nunca havia tido a confirmação, até agora.

— Que bocudo! O que ele contou exatamente?

— Que vocês estavam se comendo.

— Nós não estávamos nos comendo! — esbravejei irritada.

— Sua boca estava inchada depois que vocês voltaram para a cozinha naquele dia, o seu batom que, apesar de ser cor de nude, estava bem borrado. Quer discutir enquanto eu tenho provas que diziam claramente que você e o Yoongi estavam numa pegação louca dentro daquele quarto?

— Foram apenas beijos.

Ajeitei a postura, desconfortável.

— Vai me dizer que não acontece mais nada quando vocês estão sozinhos?

— Eu sou virgem.

Naquele exato momento eu me arrependi de ter revelado aquilo. Park Jimin olhou para mim sério, abriu a boca e fechou várias vezes antes de pegar sua xícara de café e bebericar. Em seguida, ele não se aguentou e gargalhou alto, muito alto. Fechei minha cara enquanto o Park estava tendo sua crise de riso, fiquei um pouco chateada, pois ele estava debochando de mim. Revirei os olhos e voltei a comer meu delicioso pão enquanto Jimin tentava se recompor.

— Você precisa desvirginar.

Ele disse depois de muito tempo rindo.

— Eu não vou tirar minha virgindade só porque você quer.

— Se for do seu interesse, podemos resolver o problema da sua virgindade ainda hoje. — Jimin me lançou um sorriso malicioso e galanteador, mas minha única reação foi rir e colocar o último pedaço do meu pão em sua boca.

[...]

Mais tarde, naquele mesmo dia, eu me encontrava deitada em minha cama, gemendo de dor e tentando encontrar uma posição confortável para poder ficar deitada em paz.

Era por volta das dezesseis da tarde e lá fora estava fazendo um sol que não me parecia agradável naquele momento. Jimin havia ido embora do meu apartamento depois do almoço, pedimos comida e comemos juntos assistindo Friends, ele disse que nunca havia assistido um episódio sequer e me vi na obrigação de lhe apresentar a série. Assistimos uns cinco episódios até ele precisar ir embora.

Me virei para um lado. Me virei para o outro. Nada adiantava.

Poderia jurar que foi algo que comi mais cedo e que provavelmente Jimin estaria assim também, mas na chamada que fiz com Jungkook e o mais velho resolveu se intrometer aparecendo de cueca enquanto eu jogava uma partida de COD, Jimin parecia perfeitamente bem. Comemos a mesma coisa, então se fosse alguma coisa que comi, nós dois deveríamos estar passando mal, não? Todavia, ver Jimin só de cueca box foi… interessante. Se não fosse pelo fato dele virar e abaixar um pouquinho o cós da cueca, revelando um coração tatuado na bunda.

Não passei muito tempo em chamada com Jungkook, comecei a sentir algumas pontadas na barriga. Tive de desligar a chamada e me joguei na cama, tentando encontrar uma posição que doesse menos, mas não encontrava nenhuma. Foi então que fiz as contas na minha cabeça e notei que não era uma dor de barriga, mas sim cólicas. Sei que é meio impossível de confundir, mas em meu período além das cólicas também sentia fortes dores de barriga, resultando a algumas idas ao banheiro.

Me levantei e fui até minha gaveta de calcinhas, onde costumava guardar meus absorventes, e amaldiçoei todos os deuses que existiam quando vi que havia apenas um absorvente no pacotinho. Precisava estar preparada para quando minha menstruação viesse para não ter problemas, sorte a minha que fui esperta para averiguar se tinha absorventes o suficiente.

Me senti mais burra do que Jimin havia me feito sentir hoje de manhã. Primeiro deixei passar a oportunidade de beijar um cara lindo, maravilhoso e magnífico e em seguida esqueci que precisava comprar meus absorventes, coisa que jamais esqueci.

Deixei passar a oportunidade de beijar um cara lindo, maravilhoso e magnífico”.

O quê?

A minha dor de cólica era tanta que já estava me fazendo ficar maluca?

Balancei a cabeça na tentativa de tirar da minha mente o momento em que Taehyung quase me beijou, e foi pensando nisso que me amaldiçoei internamente por não deixar aquilo acontecer. Ele era um homem bonito, charmoso, tinha um abdômen legal e seus lábios eram muito beijáveis.

Quando mais nova, minha mãe sempre me disse para nunca mentir, e eu não estava mentindo.

Talvez ter Park Jimin como a pessoa mais próxima a mim estava começando a me afetar. Estava visivelmente mais pervertida do que um dia já fui, se é que em algum momento da minha vida já havia sido pervertida.

Tomei um banho frio para tirar os pensamentos de Taehyung e coloquei uma roupa confortável e fui para uma loja de conveniência que havia próximo ao meu apartamento. Deveria ter comprado aqueles absorventes na última vez que havia ido ao mercado fazer as compras da semana, mas esqueci completamente que estava próximo do meu período. Dei uma olhada em minha carteira para garantir que estava saindo de casa com dinheiro suficiente para comprar o que precisava e mais algumas besteiras.

Fiquei aliviada por não encontrar Seoyeon no elevador, coisa que estava acontecendo com bastante frequência nos últimos dias. Tentava evitá-la de todas as formas, mas a garota estava insistindo em ser minha amiga e toda essa situação me fazia ficar apavorada por causa do seu noivo.

Realmente tinha muito medo de que Woojin fizesse algo comigo caso eu acabasse revelando sobre suas traições.

A dor começou a aumentar e tive dificuldade de andar. Eram nesses momentos que odiava ter nascido do sexo feminino. Queria apenas me deitar em minha cama quentinha e macia até que meus olhos começassem a pesar e eu entrasse em um sono profundo e sem sonhos. Ao chegar na conveniência, abri a porta de vidro com pressa, pois queria voltar o mais rápido possível para casa, mas assim que entrei fiz uma careta ao sentir uma pontada, me fazendo curvar um pouco o corpo por conta da dor. Acabei sem querer dando um grunhido, e senti que o rapaz do caixa me olhou, mas eu não o encarei de volta por vergonha e segui meu caminho para procurar o que precisava.

Rapidamente consegui encontrar os pacotes de absorvente e comprei dois, eram pacotes pequenos e eu não sabia se nesse ciclo o meu fluxo viria abundante, precisava me preparar para ter absorventes suficientes e deixar um pouco para o mês que vem. Peguei também dois potes de sorvete, um de chocolate e outro de menta com chocolate. Esse segundo era o meu favorito.

Senti outra pontada e fiz outra careta, as dores estavam aumentando e eu saí de casa sem nem mesmo ter tomado um remédio para as cólicas, sabia que isso iria acontecer. Ouvi uma risadinha vinda do rapaz do caixa e por algum motivo meu corpo arrepiou-se ao ouvir aquela risada. São hormônios, Hari. Apenas hormônios.

Me aproximei do caixa com minhas compras e me curvei novamente ao sentir uma pontada mais forte que as outras.

— Parece que você está tendo contrações.

A voz suave, grossa e com um leve tom irônico me fez levantar a cabeça e olhar diretamente para o rosto do homem. Ele me olhava com aquele sorriso debochado, as sobrancelhas arqueadas e os olhos fixos em mim. Me senti envergonhada por encontrá-lo nessa situação, principalmente por conta do que aconteceu ontem à noite.

— Oi, Taehyung.

Consegui dizer.

— Você está horrível! Está doente?

— Não, eu só…

Então ele pegou minhas compras e arqueou uma sobrancelha ao olhar os absorventes.

— Entendi.

— Que constrangedor… — falei baixinho, mas Taehyung ouviu e deu uma risadinha — Não sabia que você trabalhava aqui.

— Agora está sabendo. — Tae passou as compras e colocou os absorventes e os potes de sorvete em sacolas separadas, mas ele não me entregou após me dizer quanto ficou às compras — Então o motivo de você estar se contorcendo toda é por estar sentindo dores femininas?

Apoiou metade do corpo sob o balcão e colocou a mão direita como apoio de seu queixo enquanto me olhava, o sorriso debochado ainda estava presente.

— Pode me dar minhas compras? Estou com pressa. — Eu queria urgentemente voltar para casa.

Mas eu era uma garota inocente, completamente inocente.

Taehyung deu um sorriso maligno e tirou as sacolas de cima do balcão, colocando-as no braço e os cruzou, apoiando os cotovelos no balcão. Soltei um suspiro frustrado enquanto o Kim começava a falar sobre alguma apresentação que os meninos iriam fazer numa festa de um antigo colega de escola. Não prestei atenção em nenhuma palavra que ele dizia, só conseguia pensar na dor latejando em meu útero e no arrependimento de não ter tomado um remédio antes de sair às pressas de casa.

— É sério, eu preciso ir embora!

Eu disse sem paciência.

— Ontem você me deixou bem chateado por ter me abandonado no carro.

Seu tom de voz e sua expressão divertida mudaram quando ele me entregou as sacolas. Engoli em seco quando ele olhou para mim, o rosto bem mais sério.

— Eu ainda fiquei um tempo na frente do seu prédio, esperei você subir e acender as luzes do seu apartamento. Quando garanti que você estava em segurança em casa, fui embora.

Não sabia o que dizer, eu também estava envergonhada das minhas atitudes da noite de ontem. Abaixei meu olhar, não queria ter que encará-lo e ter que dizer alguma coisa.

— É por isso que eu queria me desculpar com você. — Tae colocou o dedo indicador em meu queixo e me fez olhar para ele — Eu não queria ter deixado você desconfortável, acho que eu estava muito emocionado com as coisas que disse e acabei confundindo tudo. Foi algo momentâneo.

— Está tudo bem.

Eu não queria ter aquela conversa. Não agora. E não queria ter que enfrentar a verdade nua e crua de que senti como se Tae tivesse cravado uma faca em meu coração quando disse que o que aconteceu ontem foi momentâneo.

— Eu não fugi porque não queria beijar você ou porque não era beijável. Na realidade, você é. A sua boca é bem chamativa, mas eu não queria que as coisas ficassem estranhas entre nós depois, então eu…

Falei tão rápido, mas tão rápido que nem sequer notei o que estava falando. Taehyung tinha um sorriso no rosto e imediatamente arregalei meus olhos ao perceber todas as coisas que havia confessado sem querer. Não podia acreditar que eu havia exposto que tinha vontade de beijá-lo.

Engoli em seco e abracei minhas sacolas, dando passos para trás bem devagar.

— Então… — ri nervosa — Tchau, Taehyung!

Saí com tanta pressa daquela loja de conveniência que acabei batendo meu ombro numa prateleira, ouvindo só a risada de Taehyung atrás de mim. O que estava acontecendo comigo? Eu não tinha o costume de pensar tão alto, tinha? Estar a todo momento na companhia de Jimin estava começando a me afetar de uma forma que me fazia passar vergonha milhões e milhões de vezes.

Ai que droga!

Taehyung trabalhava próximo à minha casa e agora ele sabia que eu o achava beijável e que sua boca era muito convidativa. Isso com certeza iria aumentar o seu ego, já que o sorrisinho que ele me direcionava era malicioso e convencido. Se eu não estivesse tão constrangida, teria parado e ficaria admirando aquele sorriso espetacular. Maldita senhora Kim por ter feito um filho tão lindo e com um sorriso de tirar o fôlego.

Meus passos eram largos e rápidos, estava com muita pressa para chegar em casa e gritar com tudo que aconteceu comigo desde ontem. Não olhava para os lados e nem para frente, me concentrava apenas nos meus pés e no chão. Eu só queria chegar em casa e esquecer que esse dia aconteceu, se eu ficar em casa mais nada constrangedor iria acontecer. Assim eu esperava.

Já estava perto do meu apartamento quando meu caminho foi brutalmente desviado.

Minhas costas bateram fortemente contra a parede de um beco úmido no qual fui empurrada. Não estava longe da loja de conveniência, assim como também não estava longe de casa, mas me sentia apavorada por ser surpreendida de tal forma. Uma risada grossa e maliciosa ecoou pelo beco, estava de olhos fechados e não olhei para a pessoa que estava encurralada, mas meu corpo tremia e eu me negava a olhar para quem quer que fosse. Então meu coração palpitou forte quando senti algo gelado e afiado encostar em meu pescoço.

— Abra os olhos!

E era aquela voz.

Se meu coração já estava acelerado, ele pareceu que iria ter uma parada cardíaca quando ouvi aquela voz que me atormentava. Com o corpo tremendo em pânico, obedeci a sua ordem. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto e ele a limpou, ainda sorrindo de maneira maliciosa.

— Você demorou tanto naquele lugar imundo que eu estava quase considerando a ideia de ir até lá e te arrastar para fora.

Mais lágrimas escorreram pelo meu rosto e o pânico já me dominava. Sentia que iria vomitar, que passaria mal de tanto que meu coração palpitava e meu corpo tremia. Sua mão imunda tocou em minha coxa e ali deu um aperto forte e que doeu, Woojin ainda estava com um canivete em minha garganta e eu orava pedindo que Deus enviasse alguém que pudesse me ajudar. Daquela vez eu não sabia se teria a mesma sorte.

— Você ia me ferrar! Não sabe como foi difícil convencer aquela velha de que eu não tentei agarrar você. A mulher ainda está desconfiada, mas para o seu azar, ela gosta muito de mim.

Woojin aproximava o rosto do meu cada vez que falava, sentia seu hálito bater em meu rosto e seus lábios vez ou outra roçavam nos meus, me fazendo ter ânsia de vômito. Nojo era a única coisa que sentia naquele momento.

— Você me deixou tão zangado, Hari. Você é realmente uma garota má. E sabe o que acontece com as garotas más? Elas são punidas! E eu vou te punir por tentar me ferrar!

Woojin abaixou o canivete e o guardou no bolso de sua casa. Comecei a chorar compulsivamente enquanto ele sorria de maneira cruel, como se estivesse gostando do meu desespero.

E então ele pressionou os lábios contra os meus.

Não cedi, mas ele pressionava e tentava pedir passagem com a língua, coisa que eu não estava colaborando. Suas mãos passavam pelo meu corpo enquanto as minhas tentavam empurrá-lo, foi quando ele as prendeu acima da minha cabeça com uma de suas mãos e fez questão de apertar meu corpo com a outra, provavelmente deixaria marcas visíveis.

Naquele momento eu já estava em puro horror, com muito medo do que aconteceria em seguida. O homem era muito mais forte que eu, enquanto ele ainda tentava enfiar sua língua em minha boca e eu impedia, Woojin se zangou, pegou o canivete novamente e passou a lâmina afiada em minha coxa. Abri a boca para gritar de dor, foi nesse momento que ele se aproximou para me invadir com a sua língua nojenta.

Apesar de estar com os braços presos, tentava empurrá-lo com as pernas, com meu corpo, com o que quer que me desse um pouco de força para machucá-lo. Mas Woojin me apertava ainda mais contra si, senti algo escorrer de minha coxa e eu soube que aquele era meu sangue. Não sabia o quão feio era aquele corte, mas ardia como o inferno e eu gemia de dor.

Estava começando a perder as esperanças quando Woojin foi puxado para longe de mim e um soco acertou seu rosto. O canivete que ele ainda segurava caiu em um buraco que havia próximo a um muro, o deixando desarmado. Meus olhos arregalaram-se quando vi Woojin cair e me senti completamente aliviada ao ver Taehyung ali, com os olhos em puro ódio olhando para Woojin. Ele não esperou nem mesmo o homem caído se recompor, o acertou com outro soco. Woojin, apesar de estar com os lábios sangrando, deu uma gargalhada alta em puro deboche.

— Sempre com alguém para lhe proteger, não é, Hari? — levantou-se cambaleando — E quem é esse? Cansou do pau do Jimin e foi atrás de um maior?

Taehyung não se aguentou e deu um terceiro soco no rosto do homem, que ainda ria.

Eu chorava e chorava, principalmente com o que havia quase acabado de acontecer. Se Taehyung não tivesse aparecido, não queria imaginar que barbaridades aconteceriam ali, onde ninguém me ouviria e ninguém se importaria o suficiente para intervir. Woojin começou a se defender, dando socos em Taehyung, que o jogou no chão e começou a chutá-lo. Eu nunca havia visto Taehyung tão furioso, nem mesmo na noite em que o vi discutir com a mãe por conta do padrasto.

Eu não sabia o que fazer, não queria que Taehyung se machucasse por minha culpa, mas também não queria que ele parasse de espancar Woojin.

Se ele chegasse a matá-lo, eu não interviria.

— VOCÊ NÃO OUSE FALAR DELA! — Taehyung gritava furioso. Seu olhar em Woojin era de puro ódio, e eu gostei de ver aquilo, me senti atraída pela sensação de perigo e medo que Taehyung estava me dando naquele momento — VOCÊ NUNCA MAIS OUSE TOCAR EM UM ÚNICO FIO DE CABELO DELA, ESTÁ ME OUVINDO?

Dei um grito quando Woojin foi para cima de Taehyung e começou a socá-lo. Eu gritava para ele parar, mas sabia que quanto mais eu pedia, mais ele batia em Taehyung. Estava com medo de que Tae se machucasse feio, mas ele inverteu as posições e começou a dar vários socos em Woojin, mais do que havia dado antes. Escorei na parede e tentei me encolher, mas o corte em minha coxa deu uma forte pontada. Ainda estava sangrando, mas diferente do que eu pensava, não havia sido um corte muito feio. Quando voltei minha atenção aos dois homens, vi que o rosto de Taehyung sangrava e me senti culpada por aquilo.

Tae bateu tanto em Woojin que ele apenas parou, pois viu que o homem estava desmaiado, ele saiu de cima do corpo de Woojin e veio até mim, cauteloso. Eu não estava com medo, naquele momento eu me sentia mais protegida do que jamais havia me sentido. Olhar para seu rosto ferido partiu meu coração, seu olho com certeza ficaria roxo na manhã seguinte, mas Tae parecia não estar preocupado com isso. Ele abaixou-se de frente para mim, analisando o corte em minha coxa, xingando baixinho.

— Vou levar você para casa!

Um pouco desajeitado, Tae me pegou no colo e levantou-se, carregando-me em seus braços. Minhas sacolas estavam no chão e me preocupei se um dos sorvetes estava vazando quando ele as pegou, mas por sorte não. Por instinto, envolvi meus braços ao redor de seu pescoço e nossos olhares se encontraram. Toquei de maneira delicada o seu rosto, antes perfeito e intocado, agora com várias marcas de violência e sangue, me permiti chorar mais uma vez. Taehyung olhava para mim durante todo o caminho até meu apartamento, sequer nos importamos com as pessoas que passavam por nós nos olhando curiosos.

Por incrível que pareça, Tae estava com as chaves do meu apartamento, e ao entrarmos ele me levou até meu quarto, indo em direção ao banheiro e me colocando com delicadeza na banheira. Foi até o armário onde eu disse haver um kit de primeiros socorros, olhou novamente para meu corte quando voltou e segurou em minhas mãos, as beijando para me passar segurança.

— Não foi um corte profundo, felizmente não vai precisar ir ao hospital colocar pontos.

Com toda delicadeza e carinho, Tae pegou um pouco de água e jogou em cima do ferimento para limpar o sangue que já secava. Não estava mais sangrando, então ele colocou um pouco de antisséptico em cima, me fazendo dar um pulinho de susto. Não ardeu, mas o contato fez com que eu me assustasse e apertasse seu ombro. Depois que secou, Tae enfaixou minha coxa com uma gaze e fez um carinho na área. Me levou de volta ao quarto, me colocando na cama ainda com o kit em mãos, minhas sacolas com minhas compras estavam esquecidas em algum lugar.

Olhei para seu rosto e vi que estava limpo, ele devia ter aproveitado o momento que pegou o kit e lavou o rosto antes de virar-se de volta para mim, porém, havia um ferimento no canto de seus lábios, na sua bochecha e seu olho direito estava começando a ficar inchado e roxo.

Me doía vê-lo assim.

Atrevi-me a aproximar-se e passei a mão por sua franja que estava na frente de seus olhos, me impedindo de ter a visão perfeita de seus olhos negros. Taehyung me encarava pacientemente e notei seu rosto corado já que eu estava muito próxima. Meu coração me dizia que tinha a necessidade de cuidar dele, sentia que eu precisava estar sempre ao seu lado, o protegendo e lhe dando todo o carinho que eu poderia proporcionar. Eu devia cuidar de Taehyung, da mesma forma que ele cuidava de mim.

— O que… — ele ia dizer quando peguei o kit de primeiros socorros, mas eu o interrompi.

— Agora é você quem precisa de cuidados.

Coloquei antisséptico em uma compressa de gaze e passei nos seus ferimentos, tanto no rosto como na mão em que havia socado aquele desgraçado. Em seguida, coloquei um curativo nos ferimentos. Segurei seu rosto e fiquei acariciando sua bochecha, olhando para ele enquanto algumas lágrimas ousavam cair, molhando meu rosto. Taehyung colocou sua mão sob a minha, virando o rosto e deu um beijo na palma, me arrepiando até os ossos. E em um ato de coragem, eu beijei sua bochecha, demorando o selar ali.

Taehyung era alguém especial, e naquele momento eu percebi o quanto ele era importante e que gostava de sua companhia. Depois que Tae revelou que sempre pensava em mim ao sentir vontade de matar o padrasto, algo em mim dizia que eu precisava estar ao seu lado em vários momentos, lhe dando apoio e o ajudando no que quer que ele precisasse.

Me distanciei dele e abaixei a cabeça, as cenas do que havia acontecido voltaram em minha mente e eu não consegui evitar que as lágrimas rolassem como uma torneira. Me sentia um bebê chorão, indefesa e fraca, pois estava chorando quase a maior parte do tempo. Não tive forças para lutar, não tive forças para evitar que aquele homem tocasse em mim. Eu era uma completa patética.

Os braços de Taehyung me envolveram em um abraço reconfortante e amoroso, o retribui e agarrei sua camisa verde-claro com a logo da loja de conveniência e deixei uma mancha próximo ao colarinho, molhando aquela área com minhas lágrimas.

— Como? Como você chegou lá? — perguntei entre soluços.

— Você esqueceu suas chaves. Aproveitei que o novo rapaz que está dividindo o turno comigo chegou e fui atrás de você. Foi quando vi aquele homem te beijar à força.

Me tremi dos pés à cabeça ao lembrar daquele momento. Eu estava me sentindo imunda, sentia nojo de mim.

— Se não se sentir à vontade para me contar o que aconteceu, não se sinta obrigada a…

— Não é a primeira vez! — o interrompi.

Agarrei ainda mais a sua camisa e o apertei contra mim. Eu precisava de um abraço, daquele abraço. E o calor que o corpo de Taehyung transmitia para mim era reconfortante e gostoso, era bom.

— A primeira vez que aquele homem me atacou foi no restaurante em que trabalho. Ele também é funcionário de lá. A minha sorte é que Jimin estava comigo e impediu que algo acontecesse. Eu pedi para ele não contar a ninguém, me sentia tão envergonhada… — solucei — Ele tem uma noiva, Tae. E a sua noiva é minha vizinha da porta da frente. Ele deve saber onde moro, não quero ficar aqui sozinha.

O desespero em minha voz era evidente.

— Calma! Vai ficar tudo bem!

Taehyung começou a acariciar meus cabelos, dando um beijo no topo da minha cabeça e cantarolou uma música baixinho. Eu não a conhecia, mas ouvir sua voz estava me acalmando, ele me acalmava. A música que cantava combinava perfeitamente com a sua voz, era doce, calma e reconfortante. Me aconcheguei mais em seus braços, devagar e com cuidado ele se deitou na cama, me fazendo ficar com a cabeça em seu peito. Seus braços estavam ao meu redor, fazendo carinhos em minha pele desnuda por conta da regata. Era tão bom sentir sua respiração em minha cabeça, sentir seu peito subindo e descendo por causa de seus suspiros e ouvir seu coração batendo de forma quase acelerada. Levantei um pouco a cabeça e fiquei o encarando, Tae olhava para o teto e parecia pensar em algo e quando sentiu que eu estava o fitando, me olhou.

— Não precisa ter medo, criaturinha! Eu estarei com você sempre que precisar, certo? Irei sempre lhe proteger e cuidar de você, mesmo que Yoongi hyung faça isso por mim.

Eu não estava pensando em Yoongi naquele momento, não pensava em ninguém. A única pessoa que predominava em meus pensamentos era Taehyung, e somente ele importava naquele momento.

Tae estava perigosamente próximo a mim, mas dessa vez todo o meu ser dizia que aquilo era certo, que eu deveria ficar ali, aconchegada e protegida nos braços do homem que me fazia sentir tanta segurança. Ele ainda me olhava, calmo e caloroso enquanto cantava a mesma canção de antes. Olhei para seu rosto, anotando cada detalhe, desde seus olhos até sua boca. Apesar de estar com feridas e o olho, agora bastante inchado e roxo, Taehyung conseguia ser um dos homens mais bonitos que eu havia visto em toda minha vida, se não o mais.

Devo ter ficado o encarando por tempo demais, quando recobrei meus sentidos percebi que nossos rostos estavam cada vez mais próximos.

Estava acontecendo de novo.

Eu sabia que iríamos acabar nos beijando em algum momento, a atração que sentia não era algo momentâneo como havia imaginado anteriormente.

Coloquei minhas mãos em suas bochechas e como um instinto aproximei meu rosto do seu. Nossas testas ficaram coladas e nossas respirações se mesclavam, ambos estávamos de olhos fechados, apenas esperando que um tomasse a iniciativa. Taehyung estava com os dedos enlaçados em meus cabelos, esperando ansioso. Não demorou para que ele cansasse de esperar e atreveu-se a aproximar-se mais, encostando seus lábios nos meus.

Aquela era a coisa mais certa que eu já havia feito.

Senti que ele estava receoso, pois ele hesitou quando quis trocar nossas posições, ficando em cima de mim. Deixei com que fizesse, e ele não tirou seus lábios dos meus nem por um segundo, demorando aquele selar. Ao perceber que eu não estava me esquivando e aceitando suas investidas de contato, Taehyung tirou seus lábios dos meus e me olhou, como se me perguntasse se poderia prosseguir. Assenti timidamente e ele deu um sorriso lindo, maravilhoso, que encheu meu coração de chamas que talvez nunca conseguisse explicar como aquela sensação era possível.

Era ardente, provocante e perigoso.

Seus lábios voltaram a encostar nos meus, continuando nosso selinho interrompido. Taehyung foi movendo seus lábios, encaixando nossas bocas. E que encaixe! Parecia que aqueles lábios foram feitos para mim, foram feitos para que apenas eu os beijasse. Senti inveja de todas as que vieram antes, e senti um grande arrependimento de não ter deixado que esse momento acontecesse antes. Não havia língua em nosso beijo, apenas nossos lábios se movendo como se dependessem um do outro, e era essa a sensação que eu tinha de Taehyung. Eu precisava dele e esperava que ele sentisse o mesmo por mim.

Gradualmente o beijo foi ficando mais ardente e de tirar o fôlego. Com um pouco de timidez, adentrei minha língua em sua boca e quando ambas se chocaram senti um grande arrepio passar por todo o meu corpo. Aquilo era tão gostoso, tão bom, tão certo.

O ouvi gemer e se esquivar um pouco por conta do ferimento no canto do seu lábio. Me preocupei por ter sido rápida demais, mas antes que eu dissesse qualquer coisa ele voltou a me beijar, dessa vez mais afoito e menos carinhoso que anteriormente. Uma de suas mãos foi para minha bochecha e a outra para a minha cintura que estava descoberta, já que minha regata havia subido um pouco, sua mão estava gelada e ele notou o momento em que me tremi. Taehyung era sacana, pois entre o beijo deu um sorriso ao perceber o efeito que tinha em mim. Ele pressionou mais nossos corpos e eu como resposta o abraçava mais, até que por instinto abri as pernas e entrelacei em suas costas.

Eu não deveria ter feito isso.

O beijo estava cada vez mais intenso, nossas línguas brigavam por quem comandaria aquela batalha, e Taehyung estava ganhando. Entrelacei meus dedos em seu cabelo quando ele apertou minha cintura, roubando um gemido. Apesar de o beijo ser rápido e intenso, Taehyung acompanhava meu ritmo, seus lábios tinham um gosto doce e eu sabia que ele estava com um pirulito antes, o que tornava aquele beijo mais gostoso. Tae desceu sua mão da minha cintura até minha coxa, o que foi um erro já que foi justo na ferida e eu soltei um grunhido de dor quando ele apertou o local.

Então ele parou o beijo e me olhou assustado.

— Me desculpa, eu…

O interrompi antes que ele começasse a se arrepender do beijo. Já chegamos até aqui e eu não queria que perdêssemos tanto tempo com pedidos de desculpas e arrependimentos. Se uma semana atrás me dissessem que eu estaria beijando Taehyung, diria que essa pessoa é louca, e muito provável que essa pessoa fosse ser o Jimin. Meu coração queimava todas às vezes que nossas línguas se tocavam, quando Tae me apertava mais contra si, meu corpo todo correspondia a esses toques e era muito visível o quanto eu estava arrepiada. Minhas pernas estavam moles e bombas, parecia que eu estava em adrenalina. Taehyung não tinha pressa em seus movimentos, mas explorava cada centímetro da minha boca, querendo guardar em sua memória cada cantinho ali. Kim Taehyung beijava maravilhosamente bem.

Quando o ar nos faltou, ele deu vários selinhos em meus lábios e pelo meu rosto, me olhando com um sorriso enorme. Meu coração ainda batia forte e ainda queimava, e aquela chama não iria se acalmar enquanto ele ainda estivesse me dando solares e carinho. Seus beijos iam de minha testa até meu pescoço, dando uma atenção especial naquele lugar e em meu colo. Eu gemia com aquele contato que até então era novo, mas sabia que esses toques mais íntimos não nos levariam a esquentar as coisas. Eram beijos inocentes e carinhosos. Muito diferente dos de Yoongi, que eram atrevidos e com segundas intenções.

E se caso levasse a algo mais sério, por algum motivo eu estava muito confortável para ir além de beijos e carícias.

Paramos de trocar carícias depois de um tempo, já estava escurecendo quando me encontrei deitada no peitoral de Taehyung. Estávamos abraçados e em silêncio, com ele vez ou outra passando o nariz pelo meu pescoço, cheirando e depositando beijos. Aquilo era tão bom!

Entrelacei nossos dedos, mas ao sentir as feridas ali me fizeram lembrar de tudo que aconteceu. Trouxe sua mão até meus lábios e selei seus machucados, voltando a chorar enquanto ele sorria para mim.

— Você é muito precioso, Tae. Me desculpe por ter causado isso a você, eu me sinto péssima pelo que aconteceu.

Ele me deu outro selinho.

— Eu não sei o que você faz comigo, criaturinha. Nunca cheguei a te odiar, mas é engraçado como isso levou a mim ter essa sensação de que preciso estar com você e proteger você. Hari, eu… gosto de você. Gosto mesmo de você.

Aquilo mexeu comigo. Primeiro me senti imensamente feliz, senti que tudo estava indo para o caminho mais certo e feliz. Até que essa sensação passou e eu me senti triste, culpada.

— Eu também gosto de você, Tae. — Passei a mão por sua franja. Meu coração foi esmagado quando ele abriu um sorriso lindo, sorriso esse que eu destruiria — Mas não sei se gosto da mesma forma que você gosta de mim.

Taehyung fechou seu sorriso devagar, meu mundo desabou quando ele se afastou de mim.

— É o Yoongi? Você está… — hesitou — Apaixonada por ele?

— Eu não sei.

Me sentei na cama e abracei minhas pernas, sentindo dor na coxa ferida. Mas aquela dor nem se comparava ao meu coração se quebrando em milhões de pedaços.

— Eu gosto de você, de verdade. Tenho sentimentos muito intensos quando estou com você, quando penso em você. Mas não sei diferenciar se sinto atração ou se estou apaixonada. Você me entende?

Por nunca ter me apaixonado, não sabia a diferença. Mas seja qual for meus sentimentos por Taehyung, eu nunca havia sentido por outra pessoa, e era muito diferente do que eu sentia por Yoongi. Era mais ardente, mais perigoso e muito mais difícil de explicar. Enquanto Yoongi me causava arrepios, Taehyung fazia todo o meu corpo queimar.

— Entendo. — Tae deu um sorriso sem graça.

Ele não entendia.

O seu olhar que antes brilhava de felicidade agora brilhava por ele segurar algumas lágrimas, aquilo me deu um nó na garganta, pois eu havia estragado tudo. Não queria ferir os sentimentos de Taehyung, principalmente agora que ele havia confessado ter sentimentos por mim. Jamais imaginei que fosse estar numa situação como essa, era desesperador. Eu não sabia se correspondia totalmente a esses sentimentos, pois me encontrava dividida já que tinha ciência de que o que eu sentia por Yoongi também era real e forte.

— Posso fazer um pedido? — ele perguntou após um momento em silêncio e eu assenti — Posso beijar você mais uma vez? Antes que você vá para os braços do Yoongi.

Aquilo me atingiu como um tiro no peito, pois nós dois sabíamos que mesmo que eu me sentisse confusa, amanhã eu estaria correndo para estar com o Yoongi. Sem respondê-lo, me aproximei e lhe dei outro beijo. Taehyung não perdeu tempo, aprofundou aquele beijo como se fosse o nosso último, e talvez fosse. Mas eu não queria que fosse o último, e tinha certeza de que não seria.


Notas Finais


Voltei!!!
Gente que loucura né, esses dias terminei um cap que to muito ansiosa pra postar e vcs nao tem noção de como foi EMOCIONANTE escrever, meu favorito já
To muito feliz de ver que estão gostando, me sinto mais animada e motivada pra escrever e atualizar

Um beijo ♥♥♥


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