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História I Need U (Kim Taehyung) - II - Hari


Escrita por: psycholojin

Capítulo 2 - II - Hari


Fanfic / Fanfiction I Need U (Kim Taehyung) - II - Hari

Abril de 2016

Assim que senti aquele brilho horroroso e o calor do sol em meus olhos, me amaldiçoei em várias línguas diferentes — na verdade, em duas, já que só sou fluente em apenas dois idiomas — por não fechar as cortinas na noite anterior. Era um final de semana, e eu estava pronta para sair e conhecer pessoas novas, cultura não tão nova, comida também não tão nova e costumes novos.

Talvez nem tudo fosse novo, mas de qualquer forma era uma novidade para mim. Em meu aniversário de vinte e um anos, ganhei dos meus pais a oportunidade de voltar para a Coreia do Sul, onde nasci. Desde meus sete anos morei nos Estados Unidos, onde minha mãe nasceu. Minha avó por parte de mãe era americana, mas quando meu avô decidiu fazer uma viagem para Los Angeles, ele se apaixonou pela camareira do hotel.

Eu adorava ouvir a história dos dois. Eles se conheceram de maneira inusitada, e obviamente ninguém se casaria com o cara que sem querer a derrubou da escada de um corredor vazio e mal iluminado. Imaginar essa cena sempre me fazia rir, meu avô desde quando se entende por gente é desastrado e acho que herdei isso dele.

Então, após ter ficado apaixonado, ele a levou para a Coreia depois que começaram a namorar, prolongou sua viagem por alguns meses apenas para ficar próximo da minha avó. Casaram-se um ano após se conhecerem, quando decidiram que iriam morar nos Estados Unidos. De início, a família do meu avô foi contra a união deles, pois vovó não estava nenhum pouco nos padrões do que eles esperavam de uma nora. Seus cabelos não eram lisos, sua pele não era branquinha e seus olhos eram de um tom esverdeado de dar inveja. Eu queria ter herdado aqueles olhos.

Minha mãe, ao nascer, foi um alívio para a família de meu avô, pois havia herdado toda a genética do lado coreano. A única coisa que herdou de minha avó foi um corpo mais cheio de curvas, o que causou alguns desconfortos na adolescência com comentários desnecessários vindo da família paterna. Durante sua vida foram muitas idas e vindas dos Estados Unidos até a Coreia, ela sempre estava de mudança. Até que conheceu meu pai, que era coreano, mas quando eu ainda era um bebê ele a abandonou para ficar com outra mulher. Nunca mais o vi, não tenho notícias e nem fotos suas, mamãe fez questão de apagar a existência dele de nossas vidas. E foi quando fiz sete anos que ela decidiu que iriamos voltar para a América de vez.

Me espreguicei e fiz careta ao sentir o gosto péssimo de saliva seca em minha garganta, foi quando olhei para o travesseiro e vi que ele estava um pouco babado. Era um defeito meu, eu tinha um péssimo hábito de dormir com a boca aberta e, consequentemente, acabava babando.

Havia alugado um apartamento no centro de Seul — mais precisamente em Yongsan-dong — com o dinheiro que minha mãe me deu. Agora eu estaria por conta própria e esperava que conseguisse me sustentar e provar que não precisava da minha querida mãezinha para tudo.

Entrei no banheiro, já que meu quarto era uma suíte, abri a torneira e molhei o rosto para tirar aquela aparência sonolenta estampada em meu rosto, logo em seguida escovei os dentes, pois não iria continuar com aquele gosto horrível por muito tempo. Cheirei minhas axilas para ver se estava tudo bem, e ainda bem que estava, mas decidi que o melhor seria tomar um banho rápido, não sabia se ia ficar tudo bem até mais tarde. Após o banho, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto e fui ver o que poderia fazer no meu café da manhã. A pouca comida que comprei quando cheguei na Coreia — semana passada — já estava acabando, e a única coisa que tinha ainda para comer era pão com geleia.

E geleia com pão. Referências a Barbie.

Fiz um café para acompanhar o pão e me sentei de frente para o computador. Todos os dias eu teria que entrar em contato com minha mãe por chamada de vídeo e foi a primeira coisa que fiz assim que liguei o computador.

Havia passado a noite procurando vagas de emprego pelas redondezas, uma busca que teve um resultado insatisfatório. Com as esperanças frustradas e o sono que já estava quase me fazendo cair, acabei por deixar meu notebook em cima da mesa de jantar. Dei uma bela mordida no meu sanduíche e esperei minha mãe atender a ligação.

Ligou na hora certa dessa vez. — Ela disse assim que atendeu minha chamada — Da última vez eram quatro horas da manhã.

— Desculpe, ainda tenho que me acostumar com o fuso horário.

Mas e então, você visitou seus avós?

— Estava pensando em ir à casa da vovó mais tarde, talvez eu ligue para ela e pergunte se eu poderia almoçar lá... — falei um pouco mais baixo e constrangida, não queria que minha mãe pensasse que não estou dando conta, ela me colocaria no primeiro voo de volta para Los Angeles.

Você não comprou mais comida? — mamãe não parecia surpresa — Você ainda tem dinheiro, não tem? Já foi procurar um emprego para você se sustentar aí? Você sabe que o custo de vida é alto e...

— Ainda vou fazer isso, prometo! — a interrompi.

Acho bom.

Me surpreendia como minha mãe tinha a incrível habilidade de saber sobre minha situação mesmo com poucas palavras. Não dava para esconder nada dela, ela sabia de tudo. Principalmente sobre quando me apaixonei pela primeira vez, que fiquei suspirando pela casa e ela notou. Talvez nem seja um superpoder de mãe, eu sou uma pessoa transparente demais. E estar apaixonada era algo que eu odiava, principalmente por não tomar atitude de ir conversar com a pessoa. Passei toda minha adolescência sendo tímida e nunca fui muito popular, tinha poucos amigos na escola e perto de casa. Por isso, não foi difícil deixar tudo em Los Angeles e vir para a Coreia, apesar de ter amigos eu não era tão próxima ao ponto de sofrer na despedida.

Talvez eu fosse sozinha no mundo.

Até havia iniciado uma faculdade, mas eu não me encontrei naquilo e não conseguia manter o foco. Desisti antes de terminar o primeiro semestre e chorei bastante por ser uma decepção para a minha mãe. Até que um dia eu disse:

"Mamãe, eu quero voltar para a Coreia e ter uma vida lá"

E ela me respondeu:

"Lhe darei o prazo de um ano para decidir o que quer fazer, seja faculdade ou qualquer outra coisa. Em meio a isso, arrume um emprego para se sustentar. Caso não consiga ter uma vida lá, volte para os Estados Unidos".

E aqui estou eu.

Ah, Robert chegou!

Robert era o namorado da minha mãe. Eles se conheceram na minha festa de formatura do ensino fundamental, desde então estão em um relacionamento. Não pensam em se casar, eu acho. Os dois já tiveram casamentos que não deram certo.

Robert tinha um filho que era mais novo que eu, seu nome era Jonas, e todas as noites eles vinham jantar conosco. Agora, somente com minha mãe.

— Vocês deviam morar juntos. — comentei — Não se sente sozinha, mãe?

Ela negou com a cabeça.

Estou bem!

— E como está Jonas? Sinto falta dele!

Ele entrou na faculdade que queria. Era algo relacionado àqueles joguinhos de computador, não era?

— Sim, ele queria desenvolver jogos. — Confirmei — Nossa, fico feliz por ele! Para qual universidade ele entrou? — beberiquei meu café.

Harvard. — Cuspi o café numa plantinha que estava de decoração na minha janela — O que é isso, garota? O café estava muito ruim? Até em um cafezinho você consegue ser um desastre?

— Ha, ha, ha, ha! — ri irônica — A senhora está muito engraçadinha! — mamãe deu uma risada um pouco escandalosa para o meu gosto — Harvard? Ele está indo para Harvard? Robert sabe disso?

Sei sim!

Ouvi a voz de Robert ao fundo. Olhei melhor para a tela e espremi os olhos para ver a figura do homem, eu tinha problemas de visão e não tomava vergonha na cara para ir comprar meus óculos. Era um saco!

Robert estava mais no canto, parecia fazer o jantar e ao me ver tentando enxergá-lo deu um leve aceno.

Só ficamos sabendo depois que ele foi aceito.

— Uau! Se fosse eu, não conseguiria manter em segredo a inscrição. — Ri — Quando ele vai? Adoraria falar com ele depois.

Ele vai daqui há duas semanas, se você ligar entre as quatro e seis da manhã você pode conseguir falar com ele. Ele arrumará as coisas, e é o único momento em que ele está livre.

— Esse é o horário daqui ou de Los Angeles?

Los Angeles, óbvio!

Dei uma bebericada no café e olhei para o relógio, iria dar nove horas da manhã.

— Acho que já vou para a casa da vovó.

Diga a ela que estou com saudades.

— Diga você! — brinquei.

Hari... — falou meu nome seriamente — será que chinelas jogadas pela força de uma mãe conseguem atravessar o mar e ir até onde você está? Sabe, estou pensando seriamente em jogar uma de presente.

Dei uma risada alta.

— Não sei lhe responder, senhora. — Ela riu — Bom, vá ajudar o Robert com o jantar! Estou indo! Tchauzinho!

Desliguei a chamada e sorri abobada, era verdade que eu sentia falta da minha mãe, mas não podia desistir dos meus objetivos, não agora. Coloquei a xícara de café e o prato em cima da pia da cozinha e tirei o pijama que havia vestido novamente depois do banho. Coloquei uma blusa branca e por cima um casaco moletom vermelho, calça jeans Capri e um tênis branquinho que de branco já não havia mais nada. Não era a minha melhor roupa, mas eu só iria visitar meus avós, então não via necessidade de estar bem arrumada. Peguei as chaves do meu apartamento e saí.

A casa dos meus avós não era longe, mas ficava do outro lado de Yongsan-dong, de qualquer forma eu iria precisar pegar algum transporte público. Estava ventando muito naquela manhã, o que me agradava bastante. O vento gelado batia em meu rosto de forma leve e carinhosa, eu amava aquela brisa.

Enquanto andava pelas ruas, conhecendo a minha vizinhança, percebi que aqui ainda estava como me lembrava. Em maior parte, as pessoas eram calmas e reservadas, seguindo suas vidas sem se preocupar ou pensar em como era a vida do próximo. Era fascinante essa ideia de que cada pessoa tem a sua história, seus problemas e estão indo a algum lugar. Em minha percepção, todas essas pessoas que passam e esbarram em mim são meros figurantes em minha vida, mas eu também sou figurante da vida delas.

Parei em uma praça que se localizava a algumas quadras do meu apartamento, acho que não faria mal ficar ali um tempinho apenas para ver o movimento. Andei por aquela praça completamente maravilhada com as cores das flores que desabrochavam conforme a primavera começava, várias famílias faziam piquenique e os pais levavam seus filhos para brincar em um parquinho e andar de bicicleta.

Eu esperava que pudesse fazer amigos para passar um tempo de qualidade como aquele com eles. Apesar de ser tímida e fechada, não gostava de estar só. De me sentir só.

Me aproximei de uma quadra em que alguns garotos jogavam basquete, fiquei tentada a vê-los jogar e me sentei em um banco que ficava de frente para a quadra. Havia quatro rapazes ali, todos eles eram altos e usavam uniformes de um time de basquete, com exceção de um. Era um rapaz de cabelos escuros. Ele usava calça jeans com rasgos nos joelhos e nas coxas e moletom branco com o capuz cobrindo a cabeça. O rapaz parecia um pouco mais velho que os outros garotos, que provavelmente eram adolescentes. O vi dar um largo sorriso ao acertar a bola na cesta e senti minhas bochechas arderem ao pensar que aquele sorriso era o mais bonito que eu havia visto na vida.

Sou mesmo uma idiota. Não fazia nem cinco minutos que eu havia sentado ali e já estava babando naquele cara. Mas o que eu poderia fazer? Ele era muito bonito, podia estar suado, mas aquilo só dava mais um charme nele. Os cabelos negros e não muito longos estavam grudados na testa, e quando ele retirou o capuz e jogou os cabelos para trás me senti atacada com aquele charme que o rapaz emitia. Por ser mais velho, ele devia ser mais experiente que os outros três garotos, mesmo sendo o mais baixo entre eles.

Nossa, ele era incrível!

Talvez eu fosse uma maluca que se apaixona por caras aleatórios que nunca mais verei na vida em uma praça aleatória. Esse sempre seria o ápice da minha vida amorosa.

Senti minhas bochechas arderem mais quando, por um segundo, o rapaz notou que eu estava o encarando, seus olhos pararam em mim e fiquei constrangida. Desviei o olhar para uma criança que brincava com um cachorrinho do outro lado da quadra. Se as pessoas pudessem secar quando alguém estivesse olhando-as, aquele garoto já estaria completamente seco.

Não sei quanto tempo seus olhos ficaram em mim, mas quando achei que havia passado tempo o suficiente para que ele pudesse voltar a prestar atenção na partida de basquete, retornei a admirá-lo.

Aquele rapaz de cabelos escuros era realmente muito bonito.

Fiquei imaginando qual seria o seu nome, a sua idade, o que fazia. Eu estava morta de curiosidade para saber mais sobre aquele garoto. Não sei quanto tempo mais fiquei o secando, mas sei que trocamos olhares várias vezes e ele vez ou outra se aproximava do local em que eu estava. Podia estar louca, mas acho que ele pensava igual a mim, ou só queria decorar o rosto da maluca que o olhava como uma psicopata para que pudesse detalhar bem quando for abrir boletim de ocorrência contra mim.

Decidi então que estava na hora de me afastar dali.

Não fui para tão longe da quadra, encontrei umas mesas ali perto e me sentei em um dos bancos das mesas de piquenique, peguei meus fones de ouvido que estavam guardados no bolso do meu moletom. Aquele era um ótimo lugar para relaxar e passar o tempo. Dei play na playlist das minhas músicas curtidas após colocar no modo aleatório. Eu gostava, na minha cabeça o celular iria me surpreender mesmo que eu pulasse para a próxima faixa sempre que a música que tocasse não fosse alguma que eu queria.

Olhei para o céu e fechei os olhos, sentindo aqueles raios tocarem minha pele e o vento bater no meu rosto. A música que tocou foi Jet Pack Blues do Fall Out Boy, uma das minhas favoritas e que eu estava escutando bastante nos últimos dias. Era sempre assim, eu ouvia uma música, gostava e ficava obcecada por ela durante vários dias.

Ainda de olhos fechados, notei um movimento em minha frente e uma sombra tomando o lugar do sol. Eu sabia que não era uma nuvem. Abri os olhos e quase caí para trás, já que o banco em que eu estava sentada não tinha nada para me apoiar.

Ali, na minha frente, estava o garoto que sequei por vários minutos enquanto jogava basquete.

— Oi!

Ele disse e estendeu a mão para que eu o cumprimentasse. Estava com certo receio, mesmo assim o cumprimentei e consegui dar meu melhor sorriso.

— Oi... — eu disse de volta, completamente constrangida.

— Vi você olhando o jogo. — O rapaz sentou-se ao meu lado — O que achou?

— Você e seus amigos foram ótimos!

Não sabia o que fazer diante da presença repentina, não esperava que aquele garoto viesse atrás de mim.

— Bom, eles não são meus amigos. Eram uns adolescentes idiotas que queriam se achar os reis do basquete. Ganhei uma grana apostando que eu era melhor do que esses idiotas.

— Ah, sim... — eu era péssima em dar continuidade em uma conversa.

— Qual seu nome?

— Hari. Cho Hari.

— Me desculpe a inconveniência, mas você não é daqui, não é?

Fiquei em dúvida se respondia aquela pergunta com um sim ou com um não. Afinal, eu era coreana, mas passei tanto tempo fora do país que meu coreano já não era tão bom como costumava ser, mesmo que tenha sido minha primeira língua ao invés do inglês.

— Nasci aqui, mas quando era mais nova me mudei para os Estados Unidos. Acabei de voltar para meu país de origem.

— Isso explica tudo! — eu ri.

— E o seu?

— Meu o quê?

— O seu nome!

— Ah! Eu me chamo Yoongi. Min Yoongi. Pode me chamar de Yoon, se quiser. Guinho... o que sua criatividade permitir. Você tem algum apelido que prefere ser chamada?

— Só Hari.

— Tudo bem, Só Hari. No decorrer dessa amizade que formaremos encontrarei um apelido melhor para você. — Yoongi deu uma piscadela e eu gargalhei.

A essa altura minhas bochechas devem estar queimando. Continuei sorrindo feito uma abobalhada e Yoongi pareceu corresponder. O seu jeito me deixava sem graça, mas não de uma maneira ruim, foi divertido ter essa conversa com ele. Yoongi se aproximou de mim e pegou um dos fones, colocando em seus ouvidos.

Que cara audacioso!

Desde quando permiti que ele pegasse meus fones de ouvido dessa maneira? Para mim, compartilhar fones era um nível alto de intimidade, pois meus fones eram sagrados.

— Você gosta de música, Hari?

— Preciso mesmo responder? — ele riu — Gosto sim.

— Espero que um dia você possa ter o prazer de ouvir as músicas que componho com meus amigos. Na verdade, só eu e outros dois que escrevem, a maioria são uns cocôs nesse lance de compor, então não deixamos que peguem no papel e na caneta. — O olhei espantada — Estou brincando! Adoro aqueles caras!

— Então você compõe?

— Faz alguns meses que começamos a dar duro para seguirmos na carreira artística. É nosso sonho desde o colegial, entende?

Yoongi tinha os olhos brilhantes enquanto falava sobre esse sonho, aquilo mexeu comigo. Eu não era uma pessoa muito sonhadora, até porque não tinha realmente um sonho no qual queria perseguir, mas achava lindo e inspirador pessoas que corriam atrás daquilo que queriam.

— E você? O que você faz? — perguntou.

— Gasto dinheiro. — Yoongi deu uma risada alta e eu o acompanhei. Por mais que estivesse zoando, não havia mentido.

— Você é engraçada, Hari.

— Obrigada.

— Honestamente, não sou bom com pessoas, mas você é uma pessoa fácil de conversar.

Ri.

— E por que achou isso?

— Porque achei você bonita.

Aquilo me deixou uns bons segundos parada olhando para ele. Yoongi deu um dos seus lindos sorrisos gengivais e passou a língua entre os lábios.

— E olha que sou reservado, acredite em mim!

Sim, muito reservado, Min Yoongi. Pensei comigo mesma.

— Tenho que ir. Mas antes, você poderia desbloquear seu celular?

Não entendi, mas fiz o que ele havia pedido. Eu tinha o péssimo hábito de fazer as coisas no automático, nem me toquei que ele poderia sair correndo quando lhe entreguei o celular. Ao pegar, Yoongi digitou seu número e tirou uma selfie. Uma selfie muito fofa. Deu um dos seus sorrisos gengivais e fez um gesto de ‘V’.

— Caso um dia esteja disposta a ouvir minhas músicas.

E sem me deixar falar alguma coisa, Yoongi se levantou e foi embora.

 

[...]

 

— Tenho uma colega que pode dar um emprego para você como garçonete da lanchonete dela, mas é temporário.

Já era a hora do almoço e vovó colocava a comida na mesa enquanto falava sobre empregos que eu poderia tentar um processo seletivo. Ela havia preparado frango ao molho madeira com arroz adocicado, vegetais cozidos e purê de batata. Aquela comida me deixaria saciada durante o dia inteiro. Sentou-se na mesa e comecei a me servir depois que ela e vovô serviram-se.

Minha avó era uma excelente cozinheira, e eu estava morrendo de saudades da sua comida maravilhosa e das suas receitas secretas.

— E o salário é bom? — perguntei depois de um tempo.

Vovó comia devagar e com uma delicadeza digna de alguém importante ou que viveu em meio a realeza.

— O suficiente para você conseguir se sustentar. E o seu apartamento? Já está tudo organizado?

— Tenho que decorar, quero deixar aquele lugar mais com a minha cara. — falei de boca cheia, o que fez meu avô me olhar com repreensão — Desculpe, não farei novamente!

— Faculdade? Planeja fazer?

E aí estava o meu maior pesadelo.

— Bem, eu ainda não decidi o que desejo fazer. Por isso estou aqui, quero descobrir no que sou boa e tentar ter uma vida aqui. Já comecei a estudar para prestar o vestibular, mas ainda não tenho nada em mente.

— E você também vai aprender a dirigir. — Vovô disse sem me olhar.

— O quê?

— Eu estava pensando que seria legal ensinar você a dirigir. Sabe, você já tem vinte e um anos e logo precisará de um veículo próprio para ir à faculdade ou ao trabalho.

Soltei os talheres e corri até meu avô para abraçá-lo e enchê-lo de beijos.

— Você é maravilhoso! — Eu disse enquanto ainda o apertava, o fazendo rir e vovó nos mandou ter modos durante a refeição.

— Maravilhoso até você arranhar o carro dele. — Vovó resmungou.

— Deixe de ciúmes! — Vovô disse enquanto apertava as bochechas de minha avó. Eles eram fofos.

— Então, quando começamos?

— Amanhã mesmo!


Notas Finais


Eeeii!!!

Como prometido, aqui está o segundo capítulo. Era para ter saído ontem, mas gente fiz tanta coisa que nem deu pra eu abrir o computador pra postar e nem para escrever os próximos.

Foi tuuuudo muito corrido. Mas prometi que viria ainda essa semana, não foi?

Eu espero de verdade que tenham gostado, e queria deixar já de antemão que esse primeiro começo vai ser bem lento, mas é pra tudo se encaixar lá na frente.

Um beijão!!!


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