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História I Need U (Kim Taehyung) - XXX - Hari


Escrita por: psycholojin

Notas do Autor


Preparem lencinhos

Capítulo 30 - XXX - Hari


Fanfic / Fanfiction I Need U (Kim Taehyung) - XXX - Hari

18 de fevereiro de 2016

Para minha linda filha, Hari

Não sei nem como é sua aparência agora, já que nem mesmo pude ter a chance de receber uma única foto. Cometi um grande erro no passado que não posso restaurar, mas quero que saiba que jamais abandonei você. O dia do seu nascimento foi o dia mais feliz de toda minha vida. Até aquele momento, não sabia o que era a verdadeira felicidade, até olhar para os seus lindos olhos redondos e escuros como duas azeitonas pretas.

Minha Cho Hari.

Sinto sua falta todos os dias, e quando penso e você, imagino que tenha se tornado uma mulher forte e segura de si como a mãe. Sei que, apesar de nossas desavenças no passado, Minah a cuidou e educou muito bem. Queria ter participado dos seus primeiros passos, as primeiras palavras e até mesmo das primeiras burras. Sei que pensa que a abandonei quando decidi ir embora de casa, mas que tipo de homem eu seria se abandonasse o meu bem mais precioso? Você é um presente que Deus colocou na minha vida, para que me tornasse um homem melhor. Contudo, desde o dia em que tomei a decisão errada em deixar sua mãe, além de perder a mulher que amava, acabei perdendo você. Meu pequeno pedaço de amor foi afastado de mim.

Desde então, sinto como se tivessem arrancado tudo que havia de bom em mim. Não conseguia mais ter contato, não consegui me declarar como seu pai, e isso me trouxe muitos anos de sofrimento. Quando descobri que você e sua mãe haviam partido para o outro lado do mundo, foi como se enfiassem uma faca em meu peito. Achei que nunca mais a veria, que tinha te perdido para sempre.

Desejo que um dia você possa voltar para o seu lar, que possamos conversar e colocar em dia todo o tempo perdido. Saiba que, mesmo que me afastem de você, jamais desistirei de ser o pai que você merece. 

Eu te amo, minha filha. Espero que um dia possa me perdoar por abandonar sua mãe, mas tenha em mente que jamais abandonei você.

Com amor, 

Park Minjae

 

Aquela carta havia sido escrita poucos meses antes de eu voltar para a Coreia. Não sei se ele ouviu falar que eu estava voltando para casa, mas acreditava que não. Na caixa havia outras cartas, mas essa era a única escrita diretamente para mim. O papel estava molhado, devido às lágrimas que caíam de meu rosto. Mesmo que já houvesse chorado muito nos últimos dias, parecia que sempre sobraram lágrimas a serem derramadas. A revelação de que meu pai jamais me abandonou doía em meu peito, pois durante todos esses anos em que guardei rancor e mágoas, sempre desejei que ele tivesse sido presente, nem que fosse apenas para eu saber quem ele era. Junto a carta, havia a foto de meu pai com um bebê nos braços. Aquele bebê era eu.

Dobrei e coloquei a carta no lugar — mas guardei a foto de meu pai no bolso —, decidida a ler as outras que tinham como destinatário Cho Minah, minha mãe.

 

08 de janeiro de 1996

Já faz um bom tempo desde a última vez em que nos vimos, não é? Estou escrevendo essa carta, pois continuo atrás de notícias. A nossa filha está bem? Como está o crescimento dela? Realmente queria poder ser um pai presente, e tenho feito o máximo para isso, mas parece que meus esforços estão sendo em vão, já que você não permite que eu veja minha filha uma única vez. Sei que continua magoada, não tiro sua razão de não me querer por perto, mas temos uma filha juntos e ela precisa de um pai. Quero registrá-la como minha, ter direito de vê-la e cuidar mesmo que não estejamos mais juntos. 

Toda semana escrevo uma carta, perguntando as mesmas coisas, e nunca obtendo respostas. O dinheiro que mando para ajudar com os cuidados de Hari sempre voltam para minha conta, e me pergunto quando esse seu maldito orgulho vai acabar. Minah, não estamos mais falando de nós dois, mas sim da nossa pequena Hari. Não quero que tenha todo o peso de sustentar essa criança sozinha, pois seria um monstro se deixasse Hari também.

Você realmente quer me ver afastado de nossa filha? Que eu seja um pai ausente? Nunca diga que a abandonei, pois sabemos que nunca deixaria faltar nada para Hari. Só peço que, por favor, me deixe cumprir minhas obrigações de pai e ser presente na vida de nossa filha.

Com amor,

Park Minjae

 

05 de fevereiro de 1999

Hoje vi Hari passeando com a avó, sua mãe. Ela estava tão linda. Os cabelos negros presos em duas tranças, a saia de prega combinando perfeitamente com a blusinha branca com listras pretas e sapatilhas brancas. Ela está tão grande, Minah. Sinto orgulho de dizer que ela é minha filha, e, se pudesse, já teria dito para meus amigos e sócios que minha linda menina está cada dia mais esperta. Está cada dia mais parecida com você, e agradeço por ela pegar a beleza da mãe, pois se parecesse comigo, estaria com problemas.

Tentei me aproximar, mas quando sua mãe me viu, ela colocou Hari em seus braços e a levou para longe de mim.

Sinto falta da minha filha, Minah. Ela é o meu bem mais precioso. A propósito, final do ano passado tive uma linda menina com minha atual esposa, mas não tão linda quanto Hari. Ela se chama Seoyeon, e tenho certeza de que Hari adoraria ter uma irmã mais nova, elas seriam boas amigas. Também comecei a investir em uma nova empresa, você sabe que sempre quis entrar na indústria do entretenimento, mas nunca tive seu apoio. Talvez se não fosse por isso, estaríamos juntos ainda.

Até agora, minha empresa não é grande coisa, mas fiz amizade com pessoas importantes que estão dispostas a me ajudar. Quando conseguir muito dinheiro, poderei dar mais a você e a Hari, não querem que passem por dificuldades enquanto nado em dinheiro. Pode não parecer, por conta das coisas que fiz, me desculpe imensamente por isso, mas amo muito vocês duas. Você foi a primeira mulher que amei, me deu o maior tesouro que um homem poderia ter e me amou como jamais fui amado. Fui um tolo por não ter dado valor a isso, e ter te trocado por Soojin foi o maior erro que cometi em toda minha vida. Não quero entrar em detalhes, pois deve ser difícil para você caso eu fale da minha esposa.

Tentarei visitar vocês o mais rápido possível, e espero que não me expulse como da última vez. Os olhinhos tristes de Hari por não entender o que estava acontecendo me deixaram com o coração apertado, principalmente por perder a oportunidade de abraçá-la pela primeira vez desde que parti. Queria que minha filha lembrasse de mim como um bom pai, e não como o homem que abandonou sua mãe.

Com amor,

Park Minjae

 

28 de julho de 2002

Minah, bati na sua porta essa manhã e o vizinho disse que já fazia um mês que você havia partido para os Estados Unidos. Como assim foi embora e levou nossa menina sem nem me avisar? Só vejo Hari de longe, escondido atrás das árvores do outro lado da rua de sua escola. A vejo pela janela de seu quarto quando passo em frente sua casa e quando encontro seus pais passeando com ela. Não tenho contato com Hari já faz muitos anos, ainda assim, não te dava o direito de levá-la embora para bem longe de mim.

Os presentes que sempre deixo em sua caixa de correio são entregues a ela ou jogados na caçamba de lixo? Pois o dinheiro que mando todos os meses, sempre volta para minha conta, nem um centavo a menos. Isso está me deixando maluco!

Me tornei um homem amargo, um homem que Hari não teria orgulho de chamar de pai. Algumas vezes te culpo por isso, pois tudo o que eu queria era poder ver minha filha crescendo e fazendo parte da vida dela, mas conforme os anos vão passando me sinto ainda mais afastado.

Você a levou embora, perdi completamente qualquer contato que tinha com Hari. Como pôde ser tão cruel comigo? Me desculpe se te machuquei no passado, mas Hari não tem nada a ver com o que aconteceu entre nós, ela não pode sofrer as consequências por um erro que cometi. Em nenhum momento quis me afastar da MINHA FILHA, pois entenda, ela também é MINHA, e você a levou embora. Ao menos leu alguma carta? Mostrou alguma foto minha ou até mesmo de Yeon para ela conhecer a irmã? Não, tenho certeza de que não fez isso. Você é egoísta! Você pensa apenas em si, nunca pensou em como Hari poderia se sentir menos amada por não ter contato com o pai.

Ainda irei atrás de vocês, Minah…

Ainda irei chegar em Hari e dizer que eu sou seu pai. Posso viajar por toda a América, mas ainda irei encontrar vocês. A Hari precisa ao menos saber que nunca a abandonei.

Com nem tanto amor,

Park Minjae

 

Coloquei todas aquelas cartas de volta na caixa e fechei o baú. Não conseguia mais ler aquilo, não conseguia mais descobrir que toda minha vida foi uma mentira. Passei muitos anos acreditando que meu pai havia me abandonado, que não havia nem sequer se importado em ter algum tipo de contato comigo. Tudo o que ouvi da minha mãe e dos meus avós era mentira.

Todo mundo mentia para mim. Talvez por isso eu tenha me tornado uma grande mentirosa também.

Passei anos odiando meu pai por algo que ele nunca fez, por algo que me fizeram acreditar que ele havia feito. E descobrir que aquele homem que acertou uma arma na minha cabeça tinha sido um choque e tanto. Ele sabia esse tempo todo que eu era sua filha, e mesmo assim não ousou se aproximar, pois sabia que eu o odiaria.

Me sinto tão idiota por só ter aceitado tudo que me contaram e nunca ter ido atrás de saber a verdade, de nunca ter pedido nem uma foto do meu pai. Park Minjae foi um homem sem caráter, mas apenas com minha mãe, não comigo. Saber que ele havia mandado notícias por cartas que nunca cheguei a ler me deixou com raiva, pois eu podia ter tido a chance de estar com meu pai, de poder contar com ele. Teve vários momentos em que minha mãe se viu perdida, sendo mãe solteira e trabalhando dia após dia para me alimentar. Mesmo tendo a ajuda de meus avós, houve momentos em que precisávamos mais do que eles ganhavam, e o dinheiro que Minjae mandava podia ser o suficiente para que não passássemos por mal bocados. 

Mas mamãe mandava tudo de volta, negava completamente sua ajuda.

Park Minjae sempre foi um pai presente, minha mãe que o transformou no homem amargo que conheci no posto de gasolina.

Enxuguei as lágrimas, já estava com o rosto molhado e vermelho de tanto chorar. Senti que toda minha vida foi uma mentira e, agora, não sei em quem confiar. Me levantei e saí daquele porão o mais rápido possível. Não sabia quanto tempo estava ali, mas diria que fora tempo suficiente para se preocuparem comigo, pois os vi indo ao meu encontro assim que saí daquele lugar escuro. Assustados com meu rosto inchado e vermelho, tentaram se aproximar de mim, mas me afastei e entrei de volta na cozinha, sendo acompanhado por eles que faziam perguntas e mais perguntas.

— O que aconteceu, querida? — Vovó perguntava, ainda tentando fazer com que eu olhasse para ela.

— Não me chame de querida!

Meu tom de voz os assustou, e tenho certeza de que Jimin também, pois ele apareceu na cozinha rapidamente. Não queria ser grossa, mas estava completamente abalada após ler aquelas cartas e com meus sentimentos ainda mais confusos do que antes. Jimin veio até mim e colocou a mão em meu ombro, mas antes que ele pudesse dizer algo, me desvencilhei de seus braços e pedi para que se afastasse. Ele não tinha nada a ver com aquilo, mas não estava em condições de ouvi-lo ou tentar ser um pouco racional.

— Você está bem? — mesmo assim, ele perguntou. Com a voz calma e gentil, olhando para mim com preocupação.

— Park Minjae é o meu pai?

Ignorei completamente meu amigo e direcionei minha pergunta ao casal de idosos, que arregalaram os olhos e se entreolharam. Senti um gosto amargo na garganta, pois por mais que tenha lido todas aquelas cartas, ainda queria acreditar que era mentira. Mas era tudo verdade, eles sabiam de tudo e nunca me contaram.

— PARK MINJAE É O MEU PAI? — Repeti a pergunta, mas dessa vez, aumentei mais meu tom de voz, assustando todos que estavam ali.

— Hari… — Vovô começou — Acho que você não está se sentindo muito bem. Quer um pouco de água? Sente-se e vamos…

— Eu só quero a verdade.

Vovó colocou a mão no ombro de vovô e o olhou, assentindo com a cabeça. A mulher tinha lágrimas nos olhos, mas elas não caiam da mesma forma que as minhas, assim como não deviam pesar da mesma forma. Repeti a pergunta, dessa vez mais devagar.

— Park Minjae… ele é meu pai?

— Sim. — Vovó confirmou.

Minhas pernas amoleceram quando ouvi aquela confirmação. Eu já sabia, mas ouvir da boca das pessoas que eu mais amava era completamente diferente de ler aquelas cartas. Então se Park Minjae é meu pai, significava que eu tinha uma irmã que se chamava Seoyeon. Foi aí que tudo se encaixou.

Minha nova vizinha, Park Seoyeon, era minha irmã. E eu tinha quase certeza de que ela sabia sobre isso, por isso mudou-se para o meu prédio.

— Foi um erro ter escondido isso de você, Hari. Foi errado ter deixado que o odiasse achando que ele havia a abandonado, sendo que até hoje Minjae tenta ser um homem presente.

Vovó continuou, me trazendo de volta dos meus devaneios.

— Por quê? — Perguntei, deixando que mais lágrimas caíssem — POR QUÊ?

— Sua mãe, ela… ela não se sentia bem em ver o homem que a trocou por outra mulher. Ela acreditava que estava tudo bem te afastar de Minjae, já que ele não quis pertencer a esta família. Minah achava que podia dar conta sozinha, que podia ser feliz só com você, sem a presença de Minjae. E para evitar que você perguntasse ou quisesse procurá-lo, ela quis que você o odiasse assim como ela. Foi uma atitude egoísta, mas… não suportava ver minha filha sofrendo por conta daquele homem, então concordei que era melhor excluí-lo da vida das duas.

— Minjae abandonou apenas a sua mãe, mas nunca a você. — Vovô tentou se aproximar, mas ainda continuei me esquivando. Seu olhar pareceu magoado, mas eu também estava magoada — Todos os meses, até que você tivesse a maioridade, devolvemos o dinheiro que ele mandava, mas os presentes decidimos guardar ou dar diretamente a você, nunca saberia que era presente do seu pai. Sua mãe não aceitava e ficava com raiva quando descobria que os brinquedos foram dados por ele, mas sempre soubemos que um dia chegaríamos aqui, com você descobrindo a verdade.

— Seoyeon… eu tenho uma irmã?

Ainda não conseguia digerir essa informação, pois não era possível que todos já soubessem a verdade, menos eu. De todas as pessoas do mundo, Park Seoyeon era a que eu menos queria ter como irmã, tendo em vista que seu noivo, o homem que inferniza minha vida, é meu cunhado.

— Eu sinto muito. — Vovó soluçava — Devíamos ter contado quando você voltou, tínhamos conversado sobre isso. Mas não sabíamos como tocar nesse assunto com você.

— Eu vou falar com a minha mãe! — declarei.

Olhei para Jimin, que até agora apenas ficou calado, como se não estivesse ali. Ele sabia que era um assunto particular e em família, mas ainda assim não havia saído para nos deixar a sós, pois ele sabia que eu precisaria dele depois que o mundo embaixo dos meus pés desabasse. Peguei em sua mão, o primeiro sinal de contato depois de um tempo, e caminhei em direção à porta, aquele jantar estava fadado ao fracasso. Iria tentar resolver isso o mais rápido possível, não deixaria uma situação dessas passar como se não fosse nada.

Ainda confuso, Jimin parou na calçada e me puxou, fazendo com que eu olhasse diretamente para ele.

— O que vai fazer?

— Vou voltar para casa.


Notas Finais


Gente do céu que babado
O que acharam?? Eu tava ansiosa pra chegar nessa parte, serio mesmo, é um dos meus momentos favoritos.
Agora uma notícia chatinha, dps daqui n tenho mais caps prontos entao to correndo pra terminar o próximo e já deixar os outros tbm prontos. Sério, acho que a gente ta se encaminhando para o final da fanfic, mas ainda tem um longo caminho a percorrer

O que tao achando???
Até sexta meus amores


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