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História I Need U (Kim Taehyung) - VIII - Taehyung


Escrita por: psycholojin

Capítulo 8 - VIII - Taehyung


Fanfic / Fanfiction I Need U (Kim Taehyung) - VIII - Taehyung

Levantei um pouco minha camisa e fiquei encarando por alguns segundos um grande arranhão que tinha em minha cintura. Apesar de ser grande, a ferida não era nada comparada ao corte que havia em minha cabeça na região da testa. Quando senti o impacto da batida com o carro, achei que minha nuca estivesse sangrando, mas na realidade era o corte da testa que havia derramado muito sangue. O arranhão da cintura ardia quando algo encostava naquela região, minha mãe sempre me via dando resmungos e fazendo careta quando me sentava. Depois do que descobri, passei a visitá-la todos os dias antes e depois do trabalho. Não me importava em ter que acordar mais cedo só para garantir que ela e Taeri estavam bem e nenhuma das duas me deixou voltar para casa. E se eu voltasse, teria que explicar aos garotos o que estava acontecendo e não queria que eles se metessem em meus assuntos pessoais.

Quando eu estava lá, minha mãe passava pomada em meus arranhões e trocava o curativo em meu corte, essa semana eu teria de voltar ao hospital para retirar os pontos. Nunca mais havia visto a garota que me atropelou, até mesmo havia esquecido o seu nome. Admito que ela era bonita e divertida, mas mesmo que naquele dia eu não tivesse demonstrado, me sentia desconfortável perto dela. Apenas fui educado e gentil para que ela não se culpasse tanto pelo ocorrido, pois em parte, a culpa também era minha. Não queria ver seu rosto novamente e nem queria que Yoongi a mencionasse enquanto eu estivesse perto. A minha sorte era que depois de um certo tempo, acho que o Min percebeu que eu não queria falar sobre ela e parou de mencioná-la. Já havia notado desde o começo que ele tinha um grande interesse nela, pois assim que entrou naquele quarto de hospital eles estavam de mãos dadas, e Yoongi não ficou longe daquela garota nem por um segundo.

Passei a pomada nos arranhões e, como sempre, fiz uma careta de dor enquanto tocava na ferida. Às vezes parecia que aquele maldito arranhão doía mais do que o corte em minha testa.

Após cuidar dos meus ferimentos, vesti novamente minha blusa e voltei para o balcão, mesmo que eu soubesse que não haveria ninguém ali para que eu pudesse recepcionar e fazer atendimento.

O movimento da loja de conveniência não estava bom. Durante todo o dia só viera uns oito clientes que compravam coisas pequenas e iam embora. Esses longos dias em que não aparecia ninguém eram os mais tediosos de todos. Sem Yoongi aqui, o lugar ficava dolorosamente quieto. Por mais irritante que fosse, eu preferia ouvir sua voz reclamando de tudo do que ficar em completo silêncio.

Quando a noite finalmente chegou e o dono detestável do mercado me dispensou, soltei um suspiro aliviado. Só queria ver minha mãe e irmã e garantir que nada de ruim havia acontecido com elas, depois ir para casa tomar um bom banho e ir dormir. Eu não havia feito quase nada, mas estava absurdamente cansado.

Como de costume, peguei um dos meus pirulitos e fui em direção a horrorosidade que era o prédio em que minha mãe e Taeri moravam com aquele que um dia ousei chamar de "pai". Desde quando Minhyuk casou-se com minha mãe, eu o considerei um verdadeiro pai. Ele sempre foi um bom marido e um ótimo padrasto, chegava a fazer um excelente papel como minha figura paterna, até aquele momento. Eu estava decepcionado com ele e quando ninguém estava olhando, chorava por ele. Desde aquele momento passei a vê-lo como um qualquer que merecia meu total desprezo.

Em meio a esses pensamentos, arregalei os olhos ao sentir o capuz do meu moletom ser puxado enquanto ouvia o som estridente da buzina de um caminhão que passou em minha frente.

Ótimo!

A história de algumas semanas atrás iria se repetir se alguém não tivesse feito a caridade de puxar-me e ter-me feito cair. Acho que machuquei novamente a região do meu ferimento nas costelas, pois a queda ardeu como um inferno e fiz uma careta de dor.

— Acho que você está tentando se matar. — arregalei meus olhos ao ouvir a voz doce e um pouco irritante de uma garota.

Se aquilo não era uma coincidência, eu não sabia o que era.

— Você de novo?

Pensei um pouco alto, o que pareceu bem rude depois que as palavras saíram da minha boca. A garota estava ofegante, com as mãos nos joelhos enquanto me olhava. Ao notar meu tom de voz, ela revirou os olhos.

— Você deveria me agradecer por salvar sua vida pela segunda vez só esse mês. — seu tom era brincalhão. Certamente não notou que eu não estava nenhum pouco feliz em vê-la.

— Da última vez era sua obrigação ter me ajudado!

Não havia notado que ainda estava estirado no chão, olhando para a garota que estava em pé bem na minha frente. Ela esticou seus braços, oferecendo ajuda para que eu pudesse me levantar e eu não recusei. Ainda estava sentindo muita dor.

— No que você tanto pensa para ficar tão distraído?

— Nada que seja do seu interesse.

No ato da queda meu pirulito havia caído, sendo esmagado por aquela droga de caminhão que vinha do nada. Isso me deixou tão mal-humorado que nem me importei de ter sido rude com aquela garota. Queria lembrar seu nome, mas era tão irrelevante para mim que só coloquei as mãos no bolso de meu moletom e atravessei a rua quando estava seguro. A garota não pareceu nada satisfeita, pois começou a andar ao meu lado como se estivesse garantindo que eu não iria me meter na frente de um carro novamente. A olhei e ri comigo mesmo ao ver o tamanho daquela criaturinha, o alto de sua cabeça quase não chegava em meu ombro e vê-la andando ao meu lado parecia que eu estava sendo seguido por uma criança.

— Você está de mau-humor hoje.

— É o que acontece quando derrubam meu pirulito. — disse sem encará-la — Não é tarde para uma garota pequena como você andar sozinha na rua?

— Se eu quiser, sei perfeitamente como me defender.

Seu rosto endureceu, em menos de um segundo ela parecia estar aborrecida. Suas bochechas redondinhas incharam e um leve bico se formou em seus lábios.

— Eu não estaria só, se não fosse pelo seu amiguinho.

— O Yoongi? Não sabia que vocês ainda se falavam depois daquele dia.

— E não nos falávamos. Nos reencontramos hoje por coincidência, igual você e eu, e o idiota me deixou numa pista de skate num lugar que eu não conheço. Nisso, fiquei pensando sobre como meu dia hoje foi uma verdadeira merda.

Ela estava ficando mais zangada conforme falava.

— Típico do Yoongi... — a garota ficou calada, apenas continuou andando ao meu lado e me seguindo conforme seguíamos pelas ruas. Aquilo me incomodou — colou em mim?

— Só quero garantir que você não vai ser atropelado de novo.

— Acho que já garantiu o suficiente. Pode ir embora agora!

— Não vou!

A criaturinha não era chata, só era muito insistente. Pelo pouco que a conhecia, dava para ver que ela era boa de conversar. Não a odiava e nem mesmo a conhecia o suficiente para dizer que não gostava dela, para mim ela era apenas a garota irresponsável sem carteira que me atropelou. Espero do fundo do meu coração que essa mulher nunca mais pegue em um carro em toda a sua vida.

— Vai mesmo me seguir? — perguntei depois que o silêncio ficou insuportável.

— Para o seu azar, você parece estar indo para o mesmo lugar que eu, então não tenho culpa de estar te acompanhando.

— Você mora no lado perigoso da cidade?

— Não — respondeu — Daqui a duas quadras vou atravessar a rua, olhando para os dois lados para não ser atropelada e entrar na rua em que fica meu apartamento. Então não, não vou te seguir o tempo todo!

— Uau, então eu não vou ter a proteção da puxa casaco durante todo meu percurso?

A garota deu uma gargalhada.

Não sei explicar bem o que ocorreu, mas aquela gargalhada mudou algo em mim. Meu corpo ficou quente e meus pelos se arrepiaram, pode ser que eu comece a ficar doente. Entretanto, era inegável que eu havia gostado de ouvi-la rir, e queria causar essa reação novamente.

— Infelizmente não! Você vinha de onde?

— De um lugar qualquer.

— Nossa! Vou acabar desistindo de falar com você. — pude vê-la fechar a cara e franzir o cenho enquanto continuava andando rápido, tentando acompanhar minhas passadas longas — Você e o Yoongi são amigos faz muito tempo?

Puxou assunto novamente.

— Pensei que tinha desistido de falar comigo.

— Tenho a necessidade de ficar falando.

— Desde o ensino médio. — respondi à sua pergunta — E desde quando terminamos o ensino médio que moramos juntos, se quer saber.

— Vocês moram todos juntos? Tipo, sei que são sete rapazes, mas achei que fosse tipo uma vilinha de casas em um terreno e cada um tinha a sua. Mas estão todos juntos na mesma casa?

— Sim.

— Ah! Conheci o Jimin e o Hoseok.

— Yoongi os apresentou, foi?

Não estava muito interessado naquela conversa, perguntei apenas por que sabia que ela ficaria emburrada se eu não dissesse nada.

— Não, trabalhamos no mesmo restaurante, lembra? Ainda não contei que fui eu quem atropelou você, e acho que eles nem sabem que conheço o Yoongi.

— Pois tenho uma ótima notícia para quando chegar em casa!

— Você não ousaria falar, ousaria?

— Talvez...

— Então essa é a minha deixa! — a garota acenou e foi atravessando a rua. Não havia nenhum carro, então ela andou de costas enquanto me observava e continuou acenando — Tchau, Taehyung! Tenha cuidado ao atravessar a rua!

— Tchau... criaturinha.

Ela chegou do outro lado da rua e seguiu seu caminho.

Me senti um pouco envergonhado por não lembrar seu nome, mas agradeci aos céus por ela não ter mencionado nada sobre isso. A vi entrar em um prédio bonito, devia ter no máximo uns dez andares. A criaturinha não notou que eu ainda estava a olhando, pois entrou naquele prédio sem nem olhar para trás.

Fiquei ainda alguns segundos parado ali, apenas observando onde a garota havia entrado. Olhei para os dois lados e me certifiquei de que não vinha nenhum carro antes de atravessar a rua.

(...)

O cheiro de álcool começava a se tornar constante naquela casa e ficava ainda pior quando era misturado com o odor de tabaco. Notei mais alguns hematomas no braço de minha mãe e olheiras bem visíveis em Taeri, aquilo fazia com que meu sangue fervesse de ódio. Prometi que não iria fazer nada, mas vê-las daquela maneira, minha mãe com os olhos inchados de tanto chorar e Taeri exausta me deixava furioso. Não iria ficar olhando aquilo por muito tempo, uma hora eu iria reagir e protegê-las daquele monstro que minha mãe chama de marido.

Nas semanas em que vim aqui, mamãe cuidou muito bem dos meus machucados e perguntava constantemente se eu estava bem. Respondia que sim, mas a verdade era que eu não estava nada bem, e não era por conta do acidente. Odiava vê-la se importando mais comigo do que consigo mesma, odiava vê-la cuidando de mim e esquecendo de si. Seria pedir muito que ela parasse de se preocupar comigo e começasse a se preocupar no que aconteceria se ela continuasse no mesmo ambiente que aquele filho da puta?

Já tinha vinte e dois anos, poderia muito bem cuidar de mim mesmo, ela não precisava ficar preocupada comigo. Se for para se preocupar com os filhos, Kim Eunjin deveria olhar para a filha mais nova. Taeri havia abandonado a escola para ajudar em casa, ajudar em algo que ela não deveria se preocupar com essa idade. Minha irmã deveria estar trilhando seu futuro, brincando, tendo as primeiras experiências da adolescência, e não se preocupando em conseguir dinheiro para colocar comida na mesa de nossa família.

Taeri passava um gel em meu ferimento enquanto mamãe fazia algo para comermos, ela insistiu para eu jantar antes de ir embora. Conseguia ouvi-la falando para Taeri que se o gel fosse passado com amor a ferida iria curar mais depressa. Ri por dentro quando mamãe disse isso, a mulher ainda me tratava como se eu fosse uma criança, mesmo que às vezes eu agisse feito uma.

Mamãe colocou em cima da mesinha de centro da sala uma panela cheia e quente de lámen.

— Então você se reencontrou com a mulher que te atropelou?

— No dia que eu ver essa garota, vou passar por cima dela da mesma forma que ela fez com você. — Taeri esbravejou.

Eu ri. Ri muito alto.

— Com que carro?

— Para que servem os assaltos?

Mamãe nos serviu uma porção, quando perguntou:

— Ela é amiga do Yoongi, não é?

— Diria que é mais uma para a lista dele. Não sei se ele brinca com ela ou realmente a leva a sério. E eu realmente espero que seja a segunda opção, ela não é do tipo para se brincar.

— Os dois já ficaram? — Taeri parecia curiosa.

— Até onde sei, não. Mas acho que ela é muito inocente para ele. Yoongi tem uma preferência por mulheres mais ousadas e atiradas, entende? Já essa menina parece ser muito burrinha.

— Burrinha? — minha mãe riu.

— É o meu jeito de falar que ela é inocente. — dei um sorriso de lado e vesti minha camisa quando Taeri terminou de passar o gel — Como a senhora está?

— Bem! — a olhei — Estou realmente bem!

Taeri revirou os olhos.

— Aham!

Começamos a comer em silêncio, apenas saboreando a refeição feita com todo carinho pela minha mãe. Percebi seu olhar em mim e quando a encarei notei seus olhos marejados, ali eu soube que ela me contaria algo que eu não ficaria satisfeito. Mamãe passou as mãos pelos meus cabelos e fez um carinho em meu rosto e cabeça.

— Ele trouxe uma mulher ontem... — disse já chorando — eu dormi no quarto com Taeri enquanto ele... ele estava com ela.

Olhei para minha irmã e Taeri estava de cabeça baixa, apenas comendo enquanto fungava. Devagar, ela levantou as mangas da camisa, me mostrando leves hematomas ali.

— Vocês sabem que não precisam aguentar tudo isso, não sabem?

— Eu ainda amo ele...

— E ele ainda é meu pai...

— Vocês são demais! — me levantei e as encarei ainda mais sério. Havia perdido completamente o apetite. Eu não aceitava de forma alguma que elas ainda fossem tão emocionalmente dependentes daquele homem, aquilo me dava ânsia de vômito — No dia em que eu ouvir essa besteira vindo da boca de vocês de novo, eu juro que cometo loucuras para prevenir que isso se repita!

— É que é difícil odiá-lo e abandoná-lo depois de todas as coisas boas que ele fez para nossa família — Taeri respondeu.

— Só não digam uma besteira dessas enquanto eu estiver aqui, pelo amor de deus!

— Acho que você deveria entender o nosso lado... — mamãe tentou explicar.

— Não, eu não entendo! E nem quero entender!

— Taehyung, você está sendo muito emotivo.

— Eu estou sendo emotivo? Não, estou sendo realista!

— Seu padrasto é um homem bom! — mamãe gritou. Seus olhos estavam ainda mais marejados e os seus lábios tremiam. Ver seu sofrimento me partiu o coração — Ele só está perdido. Tenho certeza de que tudo ficará bem e voltaremos a ser uma família novamente. Uma família feliz e que se ama.

— Isso é ser uma família para você?

— Tae oppa... — Taeri estava chorosa. Desde que havia recebido sua porção de lámen, ela não tocou nenhuma vez na comida — eu tenho noção de que estamos vivendo o próprio inferno na terra. E, diferente da mamãe, sei que papai nunca vai mudar e voltar a ser o que era.

Kim Eunjin a encarou incrédula. Ela sabia que estava sendo irracional e sonhadora, sabia que a nossa família havia sido desfeita e que nada poderia voltar a ser o que era. Mesmo não parecendo, ver minha família despedaçando me doía. Doía como o inferno! Mas o homem que chamei de pai não existia mais, isso se ele nunca existiu e foi só uma fantasia que mamãe e eu criamos para tapar o buraco que a morte do meu pai havia nos deixado.

Seu sonho sempre foi ter uma família linda e feliz, do tipo que existiam nos comerciais. Mas a realidade era dura e cruel.

— E mesmo que eu esteja ciente disso, é difícil aceitar que o meu pai se foi. Que meu pai se tornou um monstro. Um traidor. Me culpo todos os dias por sentir ódio dele, pois, no fundo, eu ainda o amo. Ainda quero me apegar a imagem boa que tenho, quero me apegar na esperança de que ele irá voltar.

Aquilo me fez perceber que eu poderia dizer milhões de vezes que elas precisavam de ajuda, elas nunca aceitariam. E elas sabiam perfeitamente que estavam caminhando para um lugar sem escapatória.

— Então vocês são loucas!

Taeri revirou os olhos e começou a comer após ligar a TV. Eu realmente não entendia o lado delas, e nem fazia questão de entender, pois ambas estavam completamente erradas. As únicas pessoas emotivas eram elas, enquanto eu parecia ser o mais sensato e racional de nós três. Não importava o quão bom Minhyuk havia sido no passado, o que importava era que agora ele demonstrou ser quem realmente era. Um lixo de ser humano.

Mamãe beijou minha testa quando me sentei novamente, e passei uma boa parte da minha noite assistindo Dorama com as duas mulheres da minha vida.


Notas Finais


Oii!!!

Hoje consegui postar mais cedo, já que não dormi kkkkkk

O que estão achando? Sendo sincera, eu amo de paixão essa fanfic, mas ando desanimada com o desempenho dela (k), ainda sim vou tentar cumprir meus prazos mesmo que eu esteja escrevendo pra fantasmas.

Não se preocupem, todas as terças e quintas estarei aqui, mas quando a faculdade voltar pode acontecer que eu fique mais ausente, mas nada preocupante, juro.

Um beijo!!!!

Até terça!


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