História I Need U (Yoonseok) - Minha tempestade...

Queria que não tivesse machucado tanto ver o Jimin ali, sem camisa e com os cabelos bagunçados, será que eles estavam… PARA HOSEOK! agora não é hora para criar mais paranóia do que já foi criada durante o caminho de volta. Tudo saiu bem diferente do que eu esperava, claro que não achei que Yoongi fosse abrir os braços e simplesmente me aceitar, mas antes de Jimin aparecer atrás dele eu podia sentir que finalmente sua raiva e mágoa estavam sendo colocadas de lado.

Durante esses anos fora as vezes me pegava imaginando com quem ele estaria, se tinha encontrado outra pessoa e isso doía, MEU DEUS! COMO DOIA! Mas agora vejo que imaginar não era nada comparado a ver outra pessoa lhe tocando, saber que outro provou seus lábios antes de mim.

Quando sai de seu prédio ainda fiquei alguns minutos do outro lado da calçada em frente a ele, eu sei… bem idiota, mas uma parte de mim ainda deseja que você apareça ali e me peça pra explicar tudo, uma parte de mim, grande parte pra ser sincero, ainda quer que você me queira.

Mas você não apareceu, seus passos não me seguiram e foi impossível controlar as lágrimas. Agora em meu apartamento sinto o golpe das últimas palavras de Jimin me acertando em cheio outra vez como um eco maldito, falei que lutaria pelo Yoongi e vou! Só que a imagem dele com outro, não um outro qualquer… e se eles estiverem morando juntos? Se estiverem se acertando? Se ele finalmente estiver concertado sua vida? Não posso simplesmente voltar e bagunçar tudo, não tenho o direito de destruir tudo que ele está construindo… e se…

Ouço batidas em minha porta e mesmo sem querer meu peito se enche de esperança, talvez ela tenha vindo até mim atrás de respostas e talvez com meu perdão também. Corro para abrir a porta enquanto tento secar as lágrimas com as costas das minhas mãos.

— Você… — meu sorriso continua, mas a esperança vai embora.

— POR FAVOR ME FALA QUE ISSO SÃO LÁGRIMAS DE DORES ANAIS CAUSADAS POR UMA TRANSA INTENSA! — ele fala um pouco alterado enquanto entra cambaleando.

— Tae, você está bêbado? — fecho a porta e vou até o sofá onde Taehyung se encontra esparramado.

— Sim e não! — ele fala me encarando pelo canto do olho. — Estou bêbado o bastante para trocar as pernas, mas não o suficiente para trocar as palavras.

Taehyung sorri satisfeito com sua resposta, não consigo evitar de sorrir também. Mas o que ele estaria fazendo na minha porta essa hora? Sao quase cinco da manhã e esse é nosso último final de semana antes de começar com a rotina de treinos.

— Como você veio parar aqui? — falo no meio de uma risada que morre logo em seguida ao perceber o quão idiota fui ao imaginar que Yoongi poderia estar batendo a minha porta, ele nem ao menos sabe onde moro. — Pera! Tae como sabe onde moro?

— Vamos por partes, Ok? — ela fala enquanto se arruma melhor no sofá, eu apenas observo esperando minha resposta. — Eu te vi passando apressado, então das duas uma vocês se acertaram e fizeram sexo selvagem ou deu alguma merda, pela sua cara a segunda opção estaria mais correta, mas sabe como é né? Sou um sonhador, pensei estar enganado.

Quando termina de falar me encara de uma forma diferente, algo que não reconheci no começo, mas poderia jurar que Taehyung estava aprontando algo.

— Você sabe que isso não responde nada né? — falo calmo. — Sem falar que daqui a uma semana temos que nos mudar para o dormitório da empresa e você está aí bebendo.

— Nossa hyung! Você parece minha mãe falando e respondendo a sua pergunta eu te segui. — fala vitorioso. — Sei que falei sobre trocar as pernas de tão bêbado, mas acredita que a parte mais difícil foi achar a porta certa? Bati em umas 7 antes de acertar!

Não dava pra acreditar numa coisa dessas, ele começa a rir convulsivamente parece que vai vomitar, mas foi apenas um alarme falso. Suspiro aliviado, não seria nada legal limpar vômito essa hora.

Taehyung começa a falar várias coisas sem sentido, podia parecer que era por causa da bebida, mas dava pra ver que sua intenção era apenas me animar e eu fiquei grato por isso. Até bêbado Tae é uma boa companhia.

— Tae vai tomar um banho, por hoje você dorme aqui. — falo e vejo aquele brilho nos olhos dele voltar.

— Hyung, você pode fazer um favor pra mim?

— Pode falar…

— Pega meu celular pra mim? — concordo e começo a procurar pelo aparelho.

— Onde você o colocou Tae?

— No meu apartamento! — ele grita já do banheiro.

— QUE?! — será possível isso?! Ele quer que eu vá até seu apartamento. — Você não espera que eu vá até seu apartamento não né?

— As chaves estão no bolso da minha jaqueta e o endereço tá anotado no seu bloco de notas! Obrigado hyung! — ouço sua risada, juro que ele me paga.

Pego as chaves e o papel com endereço, não era tão longe do meu, mas ainda assim era uma boa caminhada. Eu realmente mereço isso, meu primeiro amigo entre os meninos tinha que ser justamente o mais folgado.

Chego rápido no prédio vou até o elevador e aperto o botão para o terceiro andar, só podia ser piada isso. O que eles tem contra os outros andares? Não basta minha cabeça não me deixar a imagem de yoonie com os braços de Jimin a sua volta sair da minha memória, agora o Tae tinha que morar justamente num terceiro andar. Acho que vou começar a acreditar em carma.

Logo chegou e as portas se abriram, fui rapidamente ate seu apartamento, ouvi alguns barulhos vindos dá cozinha. Será que algum fica te de Taehyung estava ali?

Caminhei em direção a cozinha, era melhor avisar que tinha chegado pra ele não pensar que era algum assaltante ou pior que fosse o Tae e acabasse me agarrando. Coloquei meu melhor sorriso no rosto e fui cumprimentar ele.

— Olá! Eu sou amigo do Taehyung e ele me pediu pra vir aqui pegar o celu… — as palavras morreram em meus lábios quando o olhar daquela pessoa caiu sobre mim. Ele parecia tão surpreso quanto eu… — Vo… você..

~ Yoongi pov’s ~

— O que é isso Suga? — Jimin aponta para o diário de Hope que ainda está em minhas mãos.

— Algo que eu preciso ler…

— É do Hoseok, não é? — sua voz volta a ficar embargada e eu apenas concordo com a cabeça. — Quando você vai parar de se machucar por causa dele?!

— Jimin… não quero discutir com você.

— SERA QUE VOCE NÃO PERCEBE QUE ELE SO APARECE PRA BAGUNÇA, ELE É COMO UMA TEMPESTADE! SO DESTRÓI! — ele estava alterado, gritava e andava de um lado para o outro sem parar.

— Jimin para…. — pedi me segurando no último fio de paciência que restava em mim. — Por favor, apenas para…

— PARAR PORQUE?! EU TO CANSANDO YOONGI! EU TE AMO PORRA! ME DOI VER COMO ELE TEM PODER SOBRE VOCÊ E NAO PODER FAZER NADA! — eu conseguia entender tudo isso, não o culpa a por estar assim… mas tudo sempre foi claro,nunca menti e ele sabe disso. — TODO ESSE TEMPO EU SO PEDI UMA CHANCE!

— EU NÃO PODIA E NÃO POSSO TE DAR ESSA CHANCE JIMIN! JA FALEI MIL VEZES SERIA INJUSTO! — e lá se foi o resto da minha paciência. — SEI QUE ESTA CANSADO E ACREDITE QUANDO DIGO QUE SE EU TIVESSE A OPÇÃO DE ESCOLHA TERIA TE DADO ESSA CHANCE! MAS NAO TENHO!!!

Jimin me olha agora assustado, magoado, mas acima de tudo triste… triste pois sabia que era verdade cada palavra minha, nunca houve espaço para mentiras em nossa amizade.

— Hyung…

— Jimin… eu sei de tudo isso que você falou, mais ainda do que você, sei que ele é uma tempestade… mas é a minha tempestade! — falo jogando todas as cartas na mesa, não apenas admitindo para Jimin, mas para mim mesmo também. — Todo esse tempo sempre foi ele, a mesma tempestade que como você mesmo disse é aquela que trás destruição… também é aquela que trás esperança e alegria para aqueles que passaram anos vivendo tempos de seca. E eu faço parte daqueles que esperaram pela tempestade.

Caminho em direção a porta, calço meu tênis e pego um casaco que estava atrás da porta.

— Onde você vai?

— Preciso tomar um ar, vou dar uma volta… — com o diário em mãos ainda, sai sem rumo.

Precisava colocar as ideias em ordem, não conseguiria seguir em frente com tantas coisas em minha mente. E agora que tenho a chance de esclarecer todas essas dúvidas, o medo me toma, e se tudo que eu imaginei foi verdade? Se ele me entregou isso pra mostrar como sua vida foi maravilhosa sem mim?

Enquanto me perguntava essas coisas, alguém se senta desastradamente ao meu lado.

— Olá Suga-hyung! — o encaro sem entender porra nenhuma. — Ue?! Não posso te chamar assim? Aaaaah aaaaah! Já entendi, é só para os íntimos né?

— Taehyung, certo? — ele concorda comemorando por eu ter lembrado seu nome. — Olha eu não tô tendo uma madrugada legal, então eu gost…

Eu ia continuar a falar, mas ele me interrompe colocando sua mão em minha boca.

— Eu sei Yoongi, é o diário do Hoseok aí? — concordo, olho pra ele com uma sombrancelha arqueada. — Como eu sei? Simples, eu que falei pra ele te entregar.

— Como?! O que você sabe? — e eu achando que essa madrugada não poderia melhorar.

— Eu sei que você deve ler isso e logo. Olha, você não parece legal e já tá tarde — fala simplista. — Toma! São as chaves do meu apartamento e aqui tá o endereço no meu celular, pode levar.

— Cara, você tá bêbado?

— Um pouco talvez… — Taehyung sorri — Mas pode relaxar, não sou nenhum serial killer e não tem corpos lá. Olha, seremos quase uma família depois que formos morar no dormitório e sei como sua cabeça deve estar confusa, apenas aceite minha ajuda.

Não sei se ele é bom por natureza ou é o álcool falando por ele, mas eu não estava em condições de negar ajuda alguma.

Quando cheguei em seu apartamento dei uma olhada no geral, até que era arrumado, bem diferente da personalidade de Taehyung.

Passaram algumas horas, já era cinco da manhã e aqui estou eu no balcão dá cozinha encarando esse diário, ouço o barulho da porta sendo aberta. Deve ser um Taehyung bêbado e provavelmente cambaleante, mas a voz que ouço me pega completamente desprevenido.

— Olá! Eu sou amigo do Taehyung e ele me pediu pra vir aqui pegar o celu… — não esperava reencontrar ele tão cedo, se bem que reencontro pode ser usado para definir esse final de semana. — Vo… você…

Ao que parece também nao esperava me ver aqui, não sei o que fez ele aparecer ali, mas já não dava mais pra continuar assim.

— Acho que precisamos conversar… Hope.