1. Spirit Fanfics >
  2. I Need You, Akashi-kun... >
  3. Especial de Natal

História I Need You, Akashi-kun... - Especial de Natal


Escrita por: LadyWhistle

Notas do Autor


Primeiramente, minna-chin, Feliz Natal! Boas festas pra vocês, muitos presentes e que a gente sobreviva nesse mundo louco para ver o próximo!
E novamente, desculpem-me por aquela situação que eu expliquei no aviso. De verdade.
Trouxe um especial (provavelmente o maior capítulo até agora), e eu espero que vocês gostem. Tentem não ficar com muita raiva do Akashi-kun, okay? hihihihihi
Sem mais enrolação, vamos lá!

[CAPÍTULO NÃO REVISADO]

Capítulo 5 - Especial de Natal


Fanfic / Fanfiction I Need You, Akashi-kun... - Especial de Natal

Londres, Inglaterra – Um ano antes, 24/12 23:00

 

-Vou sair. Avise meu pai para não me esperar essa noite – disse Akashi Seijuurou dirigindo-se a uma empregada.

  A mulher fez uma reverência, submissa.

  -Sim, mestre Akashi. O senhor seu pai ficará sabendo.

  Seijuurou não respondeu, apenas virou-se na direção da porta e apanhou as chaves da moto. Ele não tinha licença pra dirigir, mas se podia comprar quem quisesse hoje em dia, até a polícia. E dinheiro era uma coisa que não faltava na sua família.

  O ruivo corria pelas ruas, os enfeites e as luzes natalinas apenas um borrão ao seu redor. Ele não se lembrava da última vez em que comemorara o Natal em sua casa, montara uma árvore e trocara presentes.

  Talvez nunca houvessem feito isso. Mas ele lembrava vagamente do sorriso bondoso no rosto de sua mãe, um enorme pinheiro iluminado atrás dela, e uma grande caixa vermelha sendo estendida na sua direção, amarrada com um laço dourado.

  Se aquilo era uma imagem conjurada por sua mente ou de fato uma memória, ele não sabia.

  Enfim, estacionou a moto em frente a um edifício de aparência chique. Seu namorado morava ali com o pai, que nunca estava em casa por conta do trabalho. Sendo assim, sempre que Akashi ia ali, o outro dispensava a empregada, e ficavam com o lugar todo só pra eles.

  Para alguém que tinha cada passo vigiado, como ele, estar ali era quase um escape da própria vida.

  Acenou com a cabeça para o porteiro de meia-idade, que dirigiu-lhe um sorriso caloroso. Já havia se acostumado em ter o educado japonês ruivo ali. O jovem senhor que ele sempre visitava parecia mais feliz quando viam-se, menos solitário, então o homem não tinha do que reclamar. Não era preconceituoso.

  Akashi entrou no elevador e pensou que talvez seu companheiro não fosse gostar de um presente. Não comprara nada. Não entendia porque de comemorar o nascimento de uma criança que morrera mais de dois mil anos atrás. Crianças não nasciam o tempo todo? Naquele exato momento estavam nascendo meninos e meninas em todos os cantos do mundo. Se eles fossem comemorar o dia em que cada pessoa fosse nascer, faltariam dias no ano.

  Soltou uma risada. Quando era mais novo e ainda morava no Japão, seu melhor amigo ficara quase uma semana sem falar com ele quando dissera algo parecido. Tetsu achava o Natal importante. Seijuurou precisou quase se ajoelhar e implorar por perdão para o azulado voltar a olhar pra cara dele. E tinham só oito anos!

  Na época ele não entendia porque aquilo era tão importante para o menor.

  Mas agora ele sabia.

  Tetsuya estava muito doente. Podia vir a falecer a qualquer momento, e sempre que conseguia terminar um ano, era uma espécie de vitória.

  Lembrar daquilo fazia Akashi se sentir mal. E se ele não estivesse lá quando acontecesse? E se voltasse para o Japão algum dia, anos depois, e descobrisse que seu Tetsu-chan não estava mais naquele mundo?

  Não sabia se conseguiria suportar.

  O som do elevador chegando no andar o tirou de seus pensamentos deturpados, e ele decidiu que tentaria aproveitar a noite, nem que fosse apenas por algumas horas.

  Apertou a campainha, e logo depois o namorado vinha abrir a porta com um sorriso pequeno, imperceptível pra quem não tivesse bons olhos.

  Mayuzumi Chihiro era dois anos mais velho que Akashi, com cabelos cinzentos como tempestade, olhos cor de chumbo e rosto bonito. Tinha 1, 82 de altura, bons nove centímetros mais alto que o ruivo.

  Chihiro era filho de um grande empresário, Mayuzumi Kentaro, alguém com quem o pai de Akashi gostava de negociar. Até mesmo haviam se conhecido em uma festa da empresa.

  -Akashi – disse o mais velho dando um passo para o lado, abrindo espaço pra ele entrar – Você demorou.

  Seijuurou deu um meio sorriso e entrou no apartamento, deixando a mochila em uma poltrona e sentando despojadamente no sofá, se permitindo abandonar a compostura.

  -Tive alguns imprevistos – olhou o relógio de pulso. 23:25 – Desculpe.

  O albino balançou a cabeça.

  -Não se preocupe – lançou um olhar para suas roupas, um terno risca-giz e calça social – Fique aqui. Vou buscar algo mais confortável pra você vestir – e sumiu pelo corredor.

  Akashi tirou o terno e afrouxou a gravata vermelho sangue. Ainda não sabia por que se envolvera com Chihiro. Não que não gostasse dele, mas era apenas isso, gostar. Nada mais profundo ou bonito. Se fosse totalmente sincero consigo mesmo, estavam forçando a barra e em um mundo perfeito seriam só bons amigos.

  Certo. Akashi não era nem um pouco honesto. Sabia bem porque continuava com aquele relacionamento. O albino era incrivelmente parecido com Tetsu. Não na aparência e nem na personalidade, mas... bem, era difícil explicar. Chihiro lembrava Tetsuya.

  Talvez fosse sua falta de presença. Talvez fosse sua face sempre inexpressiva. Ficar com Chihiro lhe dava a impressão de que Tetsuya estava ali com ele, mesmo estando a um “oceano” de distância.

  Ele era terrível.

  -Aqui – disse Mayuzumi emergindo do corredor com uma muda de roupa que Akashi deixava ali para ocasiões como aquela.

  -Obrigado – optou por se trocar ali mesmo. Estavam sozinhos, e não era como se o albino não conhecesse seu corpo.

  Mayuzumi sentou-se onde ele estava antes, olhando-o fixamente. Seijuurou mandou as bochechas esfriarem e tirou a camisa.

  -Ei, Akashi – chamou o mais velho, curioso – O que é isso no seu pescoço? Você o tem desde que nos conhecemos, e nunca tira – apontou.

  Seijuurou franze o cenho e leva a mão a jugular.

  Ah.

  Sorriu breve e ergueu a corrente pendurada no pescoço. Estava com ela a tanto tempo que às vezes esquecia que estava de fato lá. Seu peso era reconfortante contra a pele. Era simples, de ferro e já desgastada. Os elos não eram grandes demais, nem pequenos demais. Na média, e levava um anel masculino de prata pendurado. Trazia o kanji para imperador (皇帝) gravado em relevo e duas pedras encrustadas de cada lado, uma vermelha e outra dourada.

  -Foi um presente de um amigo – disse segurando o anel ternamente – Já fazem muitos anos.

  “-Combinam com seus olhos, Sei-kun – disse o pequeno Kuroko Tetsuya.

  Seijuurou sentiu o rosto esquentar, olhando abobalhado para o anel em suas mãos, o presente de Natal que ganhara de seu melhor amigo.

  -Mas eu não comprei nada pra você, Tetsu-chan – olhou-o culpado, mas o amigo apenas riu e balançou a cabeça.

  -Não quero presentes – fixou o olhar azul no vermelho-dourado, e Akashi viu ali que o menor era uma pessoa melhor do que ele jamais seria. Suas emoções eram tão simples e puras, mas complexas demais – Fico apenas feliz de passar a véspera do Natal com meu melhor amigo.

  Akashi arregalou os olhos em choque. Não se contentaria com apenas aquilo, não mesmo.

  Agarrou a mão do azulado, que olhou-o confuso.

  -Vem comigo, Tetsu – disse em tom de ordem. Kuroko revirou os olhos, mas deixou-se ser puxado.

  Pararam em frente a um vendedor de rua, que observou curioso enquanto os garotinhos estudavam as bijuterias que vendia com grande interesse.

  Finalmente, o ruivinho pareceu encontrar algo que o agradasse. Abriu uma expressão de satisfação e apontou para um anel masculino grande demais para qualquer um de seus dedos, com o kanji para 'fantasma' esculpido no centro de um círculo em relevo na peça. Era um típico anel de filmes de terror, belo e misterioso.

  -Quero esse – disse resolutamente.

  O homem olhou-o surpreso.

  -Tem certeza, jovem senhor? Não deseja algo mais adequado para sua idade? – perguntou tentando ajudar.

  Akashi franziu o cenho.

  -Não, não desejo. Quero esse.

  -Sei-kun – chamou Tetsuya – Você não precisa fazer isso.

  O ruivo olhou-o quase suplicante.

  -Por favor, Tetsu-chan – implorou – Você me deu um presente. Me deixa dar um pra você também.

  Os olhos do menor marejaram e ele piscou para afastar as lágrimas.

  Assentiu, e o mais velho sorriu-lhe antes de voltar a atenção para o homem.

  -Quanto é?

  Depois de pagar, os garotos foram na direção da lanchonete onde sempre terminavam o dia tomando milk-shake – Kuroko de baunilha e Akashi de morango –, ambos com sorrisos em seus rostos infantis.

  -Você gostou, Tetsu-chan? – perguntou inseguro, rodando o anel de prata nas mãos. Ele era grande demais para seus dedos finos, mas se ele não podia usar agora, guardaria até poder.

  -Eu adorei – respondeu com sinceridade, e o rosto de Akashi camuflou-se em seus cabelos. Então o rosto do pequeno espalmou-se como se de repente ele se lembrasse de algo e ele parou de andar – Sei-kun, acho que não vou poder tomar milk-shake com você hoje. Acabei de lembrar que minha tia vem de Tóquio, e já deve estar chegando.

  -Oh – disse Seijuurou parando de andar, tentando não deixar transparecer seu desapontamento. Sempre que se encontravam na praça, tomavam milk-shake antes de ir embora. Era como um ritual – Tudo bem então.

  Kuroko mordeu o lábio inferior. Queria ficar ali, com seu amigo, e terminar o dia do jeito certo, mas prometera a mãe que iria com ela na estação buscar a irmã e o resto da família. E também estava com saudades de Kise Ryouta, seu primo, e as extrovertidas irmãs gêmeas do loiro, Akio e Akiko. Todos haviam vindo passar o Natal ali.

  Teve uma ideia e olhou para o amigo, convencendo-se de que era uma boa ideia.

  -Espere aqui. Eu já volto – e saiu correndo antes que o loiro pudesse dizer algo, não lhe dando opção a não ser esperar.

  Menos de dez minutos depois o azulado voltou correndo, arfante, com algo bem preso na mão cerrada.

  -Ei, vá com calma – instruiu Akashi segurando-o pelos ombros.

  Kuroko dirigiu-lhe um sorriso e concentrou-se em inspirar e expirar.

  Estendeu-o uma corrente de aço.

  -Toma. 

  Akashi pegou-a com o cenho franzido.

  -O que é isso? – perguntou desconfiado. Tetsu riu.

  -Pendure o anel no pescoço – puxou um cordão igual debaixo da camiseta, o anel de fantasma balançando como um pêndulo – Mesmo se nos separarmos algum dia, como hoje, quero estar sempre com você – sorriu – Feliz Natal, Seijuurou-kun.”

  -Um amigo? –perguntou Mayuzumi levantando uma sobrancelha.

  Akashi olhou-o de canto, desafiando o namorado a contradizê-lo.

  -Não sou tão antissocial quanto pensa que sou, Chihiro – deu um sorrisinho.

  -Só acho curioso que você, o grande imperador absoluto Akashi Seijuurou, tenha aceitado um presente de uma categoria tão baixa – deu de ombros.

  Pobre Chihiro. Devia aprender a não zombar de pessoas tão importantes para o ruivo, não acha, Vossa Graça?

  Não se preocupe, Mayuzumi-sama. Iremos todos honrá-lo em seu velório.

 Antes que pudesse perceber, uma tesoura enterrara-se no assento do sofá, bem entre seus dedos. O rosto de Akashi escurecera e seus olhos passaram a brilhar perigosamente. Mesmo na situação em que se encontrava, parcialmente despido, sua postura imperiosa fez-se presente e Mayuzumi sentiu como se encolhesse e o ruivo o olhasse de cima, como se os centímetros que os separassem não existissem.

  Era com se Akashi fosse o adulto, e ele um pivete que fora pego fazendo algo errado.

  -Nunca mais fale de Tetsuya, Chihiro. Você não é e nem nunca será capaz de entender o quanto ele é melhor que você, melhor que eu. Tetsuya é puro demais. Você não é digno nem e lhe dirigir um pensamento.

  Mayuzumi engoliu um seco e retirou a tesoura do sofá calmamente como se lidasse com um animal selvagem e qualquer movimento brusco pudesse assustá-lo, o que de certa forma era verdade. Seijuuro sabia ser assustador quando queria. Ali ele entendeu o quão perigoso Akashi era, e que destruiria qualquer um que ficasse em seu caminho.

  -Desculpe – falou, escolhendo as palavras com cuidado – Não sabia que era tão importante pra você. É que é algo um pouco... diferente... do resto dos acessórios que vejo você usar.

  Por um momento aterrorizante, Akashi continuou a olhá-los, os orbes heterocromáticos queimando-o e fazendo-o precisar se controlar para não baixa a cabeça como um cachorrinho obediente.

  Então o ruivo relaxou, e Mayuzumi soltou o ar que nem sabia que estava prendendo.

  -Tudo bem. Acredito em você – e terminou de vestir-se.

  Já com roupas mais confortáveis, Seijuurou sentou-se ao lado do namorado no sofá chique que agora precisava ser recapado.

  -Desculpe – disse esticando-se e agarrando a mão do albino, acariciando a pele com o polegar – É que foi o último presente que recebi dele antes de me mudar do Japão. Sinto falta dele.

  Chihiro olhou para o rosto do mais novo. Sua face estava serena, e os olhos, enevoados, perdidos no passado. Sua expressão suavizou-se.

  -Eu entendo. Não se preocupe – sorriu, apenas um repuxar de lábios, antes de seus olhos adquirirem um brilho estranho – Mas fiquei magoado. Terá que me recompensar.

  Akashi levantou uma sobrancelha, um sorriso malicioso abrindo-se em seus lábios finos.

 -Está tentando e fazer sentir mal, me chantagear, Chihiro? – mordeu os lábios – Não gosto que me digam o que fazer – e saltou em cima do mais velho em um beijo faminto.

  O relógio então arcou meia-noite, vinte e cinco e dezembro, Natal, e longe de Londres e da Inglaterra, em Tóquio, no Japão, um jovem rapaz de cabelos e olhos celestes segurava com força um anel preso em uma corrente enquanto olhava pela janela, para as estrelas e os mistérios que elas escondiam, e esperava que suas palavras alcançassem o antigo amigo.

  Uma única lágrima correu pelo rosto de Kuroko Tetsuya.

  -Feliz Natal, Sei-kun – desejou antes de voltar a esconder o colar embaixo da camisola branca do hospital – Volte logo pra casa. Estou com saudades.

  A porta abriu-se e seu médico, Midorima Akira, um homem alto de olhos amendoados e cabelos verde-escuro, entrou, seguido por uma trupe de enfermeiros.

  -Está pronto, Tetsuya? – perguntou arrumando uma máscara branca no rosto, protegendo a boca e o nariz, assim como todos os outros ajudantes. A confirmação veio momentos depois, quando o azulado assentiu, engolindo um seco – Ótimo. Deite-se – indicou o leito de hospital. Kuroko acomodou-se e colocaram uma máscara de ar em si, que o ajudaria a respirar, assim como em todas as outras vezes em que ele passara por aquilo. Logo ele dormiria, e estaria nas mãos de Akira e dos enfermeiros – Todos prontos? Vamos começar a cirurgia.


Notas Finais


Espero que tenham gostado! Terça que vem eu volto a postar normalmente (espero), porque nessa realmente não vai dar. Desculpem.
Feliz Natal, minna-chin! E Ano Novo também! Amo vocês!
Beijos, Kyuubi


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...