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História I need you, Cas. - Where's the Angel?


Escrita por: umforadocomum

Notas do Autor


Inhaiiii, abiguinhos leitores!
Como ceis tão?
Eu não tô muito bem, aí resolvi postar essa fic pra tentar animar um pouquinho.
Essa história eu escrevi faz um tempinho, um bom tempo na verdade, porém nunca postei porque o pen drive da minha irmã usa drogas e fica com frescura no cu pra abrir. Maaas, como sou foda, eu tinha ela todinha no caderno. Então editei de novo, mudei umas coisinhas e aqui está!
Capa feita pela minha irmã maravilhosa ~abraça e sai correndo~.
Talvez contenha spoiler para os que ainda não assistiram a season 8, mais especificamente, os primeiros episódios. A fanfic se passa no purgatório e um pouquinho depois do Dean sair.
Tá, tô tagarelando!
Leiam e me ignorem!

Capítulo 1 - Where's the Angel?


Fanfic / Fanfiction I need you, Cas. - Where's the Angel?

Eu havia falhado. Mais uma vez eu acabei fodendo tudo. Cas não queria aquilo, mas eu o obriguei a participar. Por mais que, de certa forma ele fosse culpado por trazer os leviathans para a Terra, aquela não era uma luta dele. Sua cabeça estava ferrada, podia não ter alucinações igual ao Sam, mas eu sabia, Cas não estava bem.
  Castiel tinha medo. No fundo ele sabia que não daria certo, mesmo sem dizer nada, ele parecia saber que aquilo não acabaria bem.
  Nós tínhamos um plano, mas sabiamos que não seria fácil. Os leviathans são criaturas poderosas, e quase impossíveis de matar, um erro, por menor que fosse, seria fatal. E se já não bastasse, Dick Roman era mais esperto do que imaginávamos. O filho da puta fez cópias e mais cópias de si mesmo. O desgraçado estava por todos os lugares. Certamente já nos esperava. O que eles não esperavam, é que também tivéssemos uma carta manga! Roman podia confundir o Sam ou eu, mas não tinha como enganar o Cas. Por mais que me incomodasse como o inferno essa lembrança, Cas e eles eram velhos conhecidos.
  Era hora do show!
  Meg distraiu os malditos e Sam foi salvar o profeta. Enquanto isso, Cas e eu iríamos atrás do monstro alpha. Quem eu queria enganar? Dick Roman matou o Bobby, o cara que eu sempre considerei como um segundo pai, a idéia de mata-lo tinha um sabor especial. Com o osso da freira banhado no sangue dos três caídos em mãos não havia chance para aquele filho da puta. O que não esperávamos era que mata-lo nos levaria junto.
  Para onde os monstros vão depois que os matamos? Não pro céu ou pro inferno. Purgatório.
  O céu era cinza e o ar fedia a morte. O purgatório bíblico não chega aos pés do purgatório real! Logo que chegamos, Castiel sumiu. Ótimo! Agora era só eu. Eu e todas aquelas criaturas sedentas. Eu precisava achar o Cas.
  Ali comecei minha corrida atrás do anjo. Dia após dia. Não que houvesse um meio de saber quantos já haviam se passado, mas eu tinha certeza, nunca matei tantos vampiros em tão pouco tempo! Eu os torturava para conseguir informações e os matava depois que as tinha. O quanto eu era diferente deles por lá? E foi assim que eu conheci o Benny. Um maldito sanguessuga, mas que salvou minha vida. Benny dizia conhecer um saída, e ele me mostraria. Tudo o que me pediu em troca foi uma carona para o lado de fora. Não era um preço caro, era? Eu precisava encontrar o Castiel! Benny não gostou nada da idéia de ter um anjo com a gente. Mas quem era aquele maldito pra opinar em alguma coisa? Eu não sairia de lá sem o Cas. Nem que se para encontra-lo eu precisasse matar seja quem fosse!
  Dias, talvez meses se passaram quando enfim tivemos uma pista. Um vampiro disse ter o visto perto de um rio. Não foi fácil tirar respostas dele, então teve que ser do jeito sangrento.
  Sem hesitar, seguimos o caminho indicado. Havia plantas mortas e secas, monstros que nem imaginávamos que existiam e um cheiro insuportável de carne podre. A trilha era sombria, como todo o restante dali. Mais a frente, um pequeno riacho. Senti meu corpo estremecer quando meus olhos encontraram a figura parada ali, abaixado, lavando o rosto com aquela água corrente...
  — Cas?!
  — Dean. – Sua voz era cansada e baixa.
  — Cas. – Se eu tinha alguma dúvida, ela se acabava agora. Era mesmo o Castiel. O anjo que sempre estava disposto á sangrar por nós, os malditos Winchesters! Não pude conter o sorriso enquanto me aproximava. — Poxa, que bom ver você! – O puxei para um abraço. Cas continuava o mesmo de sempre, inexpressivo. Enquanto eu não conseguia conter a felicidade que sentia em encontra-lo vivo e aparentemente bem. — Gostei da barba.
  — Obrigado. – Respondeu sem dar  importância.
  — Eu quero que conheça alguém! – Me afastei para que ele pudesse ver com clareza o vampiro atrás de mim. — Este é Benny. Benny, esse é o Cas. – Ambos se encaravam, o que eu já imaginava que aconteceria, afinal, se tratava de um vampiro e um anjo.
  — Como me acharam?
  — Do jeito sangrento. – Sorri sarcástico, lembrando dos dias anteriores. — Você está bem?
  — Você quer saber... – Apontou para a própria cabeça.
  — Sim. Se você quiser ter certeza...
  — Não. Eu estou perfeitamente são. – Já era alguma coisa. Ao menos ele estava bem.
  — Por que você chutou o Dean? – A voz de Benny nos interrompeu.
  — Cara... – O cortei.
  — Pelo que soube, vocês chegaram na monstrolândia e o asinha aqui se mandou. – Benny não confiava no Cas, isso era claro. — Eu acho que ele deve uma explicação.
  — Olhe, nós estávamos cercados, certo? Um monstro pulou no Cas, e é claro que ele deu fim na coisa, não é?
  — Não. – Cas desviou o olhar. — Eu fugi.
  — Você fugiu? – Meu cérebro custava a processar aquelas palavras. O Cas nunca me deixaria sozinho naquele lugar! Ou deixaria?
  — Eu precisei. – Como ele conseguia manter aquela calma?
  — Essa é a sua desculpa pra me deixar sozinho com os monstrengos? – Eu já era um misto de raiva, ressentimento e mágoa. Eu esperava mais dele! — Você deu no pé, e, depois? Foi acampar? – Eu  não esperava isso dele. Dele não! — Eu rezei pra você, Cas. Todas as noites! – Minhas orações não eram só pra ele. Eram por ele. Eu não tinha o costume de rezar, mas por ele eu fazia. Eu me importava. Eu me preocupava. Eu precisava apenas saber que ele estava bem. Mas naquele momento eu me sentia traído.
  — Eu sei. – Ele respondeu como se não desse a mínima. E naquele momento senti uma onda de fúria percorrendo meu corpo.
  — V-Você sabe e você nem... – Eu mal conseguia organizar meus pensamentos. — Qual é o seu problema, cara?
  — Eu sou um anjo em uma terra de abominações, tem coisas me caçando desde que nós chegamos!
  — Bem vindo ao clube! – Minha angústia só aumentava a cada palavra dele. Eu daria minha vida por ele sem pensar, e ele simplesmente me largava naquele mar de monstros? Ora! Por que eu ainda me surpreendia? Era sempre assim quando eu confiava em alguém.
  — Não são apenas monstros, Dean. São leviathans. Minha cabeça está a prêmio. Eu estou tentando ficar um passo a frente deles... – Ele desviou o olhar que até então estava preso ao meu. — Para afasta-los de você.
  Você é mesmo um idiota, Dean Winchester!
  Para me proteger. Castiel tinha se afastado, estava vivendo sozinho Deus sabe-se como naquele inferno, onde ele era a refeição favorita no cardápio daqueles monstros, e tudo para proteger um homem estúpido e egoísta como eu.
  — Só me deixem aqui, por favor.
  — Tudo bem, vamos nessa! – Eu tive vontade de arrancar a cabeça daquele vampiro desgraçado. Mas ele não tinha culpa. Eu só queria descontar em alguém a raiva que estava sentindo de mim mesmo.
  — Cas... – Ignorei o Benny e me aproximei de Castiel. — Vamos sair daqui. Vamos pra casa. – Ele evitava olhar para mim, e aquilo acabava comigo.
  — Dean, eu não posso...
  — Você pode! – Eu não iria deixa-lo lá. — Benny, conta pra ele!
  — O purgatório tem uma saída, mas eu não faço idéia se os anjos passam por ela.
  — A gente dá um jeito! – Eu estava  disposto á fazer o impossível para tira-lo de lá. — Cas, amigo, eu preciso de você! – Merda! As palavras saíram de repente, sem que eu ao menos percebesse. Mas Cas pareceu não perceber o peso atrás do que eu havia dito. Ele era ingênuo demais. Mas eu sabia... E senti meu rosto esquentar. 
  Eu costumava dizer que ele era como um irmão pra mim. Mas quem eu queria enganar? Cas era família. Mas o que eu sentia, o que eu sinto, é diferente do que eu sinto pelo Sam. Droga! Eu nem ao menos sei o que eu sinto direito!
  — Dean... – Seu olhar estava cansado. Os últimos dias não foram fáceis para nenhum de nós...
  — E se os leviathans vierem pra cima, deixe vir!
  — É muito perigoso!
  — Eu vou resumir pra você: eu não vou sair daqui sem você. Entendeu? – Eu estava seguro de uma coisa: não deixaria que nada acontecesse com Castiel, e o levaria comigo pra casa de qualquer forma. Benny continuava parado á nossa frente sem entender nada. Mas eu entendia. Cas era importante e eu faria de tudo para protege-lo.
  Os dias seguintes pareciam eternos! Benny, Cas e eu caminhavamos por toda aquela mata sem fim atrás do tal portal, e nada. Por algum motivo, Cas não parecia acreditar que podíamos realmente sair de lá.
  — Dean, é um portal humano. Não há provas de que um serafim possa passar por ele.
  — Cas, você vai e pronto! – Era tão difícil pra ele entender que eu não o deixaria sozinho? Que eu não iria pra lugar algum sem ele?
  Cas e Benny não se entendiam de jeito algum!
  "Ele é um farol!" Benny não cansava de repetir, muito menos de sugerir que deixássemos "o anjo" para trás. Mas eu não faria isso. De jeito nenhum!
  Em um desses dias, depois de andarmos muito, parei. Precisava descansar. Não dormia há dias e meu corpo já implorava por arrego.
  — Está tudo bem, Dean? – A voz repentina de Cas fez um arrepio percorrer meu corpo. Quando ergui a cabeça me assustei com a proximidade de nossos corpos. Ele estava parado, seu rosto á centímetros do meu. Não tinha jeito, Cas nunca iria aprender o que era espaço pessoal.
  — Uh, não. – Suspirei. — Mas vou ficar assim que sairmos daqui. – Sentei no chão coberto por folhagens secas, encostado de uma grande rocha. Estava tão cansado que senti um alívio percorrer meus músculos assim que meu corpo tocou o chão. Cas se sentou ao meu lado e deixou seu olhar vago no nada.
  — Dean... – Virei meu rosto para fira-lo, mas ele ainda encarava o vazio. — Você sabe que as chances de haver uma saída para mim são mínimas, não sabe?
  — Cas, olha pra mim. – Coloquei a mão em seu ombro, fazendo-o prestar atenção em mim. — Ouve o que eu vou dizer, – Seu olhos estavam fixos nos meus, e eu quase engasguei com as minhas próprias palavras. — Eu não vou te deixar aqui, está ouvindo?
  — Dean... — Por que ele insistia nisso? Por que ele não confiava em mim?
  — Porra, Castiel! Não confia em mim? – Céus, estávamos próximos como nunca. Como não notei quando isso aconteceu? Eu só sentia a respiração dele batendo em meu rosto, próximo demais... E aquilo não me incomodava. Eu não o afastava, e nem queria.
  — Dean, cuidado! – Ouvi a voz de Benny gritar. Quando virei, vi a cabeça de um Leviathan rolando á centímetros de nós. — Vocês precisam tomar mais cuidado!
  — Obrigado, cara! – O abracei. Não era a primeira vez que ele salvava a minha vida.
  — Dean! – Cas apontava para um círculo azul que parecia ter vida própria.
  — Esse é pra vocês de pouca fé...– Benny dizia com um sorriso.
  — Esse é o portal? – Perguntei.
  — E ele está reagindo a você. – Cas disse apontando para lá com a cabeça.
  — Dean, esta é a hora! – Benny podia ser um maldito chupador de sangue, mas já havia demonstrado mais de uma vez que era de confiança. Tinhamos um trato: Ele me ajudava a achar a saída e eu o ajudava a sair. Poderia muito bem não cumprir a minha parte e o deixar lá. Mas não faria. Benny merecia essa chance.
  — Está pronto?
  — Eu confio em você, irmão.
  Cortes feitos, as devidas palavras ditas e o feitiço estava completo. Senti meu braço latejar e a alma do vampiro entrar.
  — Vamos! – Gritei para Castiel, já andando.
  — Dean, espere. – Senti a mão de Cas sobre meu ombro.
  — O que foi, Cas? – Me virei ficando frente-a-frente com ele.
  — Muito obrigado, Dean. – Dizia timidamente.
  — Pelo quê?
  — Por me procurar, por se preocupar comigo mesmo depois de tudo... – Castiel encarava o chão. Ele se referia a tudo o que acontecera, os leviathans na Terra, o pacto com Crowley... Eu o havia perdoado, mas ele não. Estava estampado no rosto dele.
  — Cas, para com isso. Não precisa agradecer! – Sorri. — Você me tirou do inferno, já fez muito mais por mim, cara! – Toquei seu ombro com um sorriso breve.
  — Dean, me promete uma coisa? – Sua expressão ainda era seria.
  — O que é? – Aquilo não soava bem.
  — Dean, não sabemos se eu vou passar pelo portal...
  — De novo isso, Castiel? – Eu já estava mais do que cheio daquela conversa. — Já conversamos sobre isso! – Me movi para voltar a andar, mas ele segurou meu braço e me manteve no mesmo lugar.
  — Dean, me escuta! – Sua voz era mais alta. — Dean, por favor, se eu...  não conseguir... se eu não passar, volte e continue fazendo o que vocês fazem de melhor. Salvando pessoas. Por mim, por você... por nós.
  Senti meu coração apertar quando Cas terminou de falar. Por que ele dizia como se não houvesse saída para ele? Por que aquelas palavras soavam como uma despedida? Por que me machucava tanto? Por que eu não conseguia evitar sentir aquilo que sentia perto dele? Só perto dele. Que porra estava acontecendo comigo?
  — Promete, Dean?
  — Não. Não prometo! – Eu estava decidido, e nada mudaria isso! — Droga, Cass! Eu já disse que vamos dar um jeito de te tirar daqui. Porra! Você precisa confiar em mim, cara! Nós vamos voltar para casa. NÓS vamos! – Quando me dei conta, já não havia muita distância separando nossos corpos. Eu estava perdido naquela imensidão azul. Eu queria me mexer. Eu queria me afastar. Eu queria me convencer de que aquilo estava errado. Aquela vontade incontrolável de tomar aqueles lábios. Era errado. Cas era meu amigo. Meu melhor amigo. Quase um irmão, eu tinha que colocar isso na minha cabeça de uma vez por todas. O Cas era, tinha que ser, como um irmão pra mim. É. Eu preciso entender isso! Não importa o quanto meu corpo implore por ele ou o quanto eu deseje tocar aqueles lábios rachados. Isso não pode acontecer! Pigarreei e dei as costas, voltando a andar.
  A trilha próxima a luz era ainda mais perigosa! Um caminho estreito, coberto por pequenas e afiadas rochas, muita lama e corpos jogados por todos os lados. Cas tinha razão, o portal estava reagindo a mim. Quanto mais nos aproximavamos, mais sentia como se ele estivesse tentando me sugar para dentro.
  — Dean. – Cas me chamou. — Antes de irmos, eu gostaria de te dizer umas coisas... – Cas se aproximou parando em minha frente.
  — Okay, Cas. Vamos andando, quando chegarmos teremos todo o tempo do mundo para conversar, tomar um chá, o que você quiser!
  — Dean! Não, tem que ser agora! – Paralizei. O que era tão importante que não podia esperar até que estivéssemos fora daquele lugar?
  — Me desculpe, Dean. – Que papo era aquele? Ergui a sobrancelha, já ia perguntar do que ele se referia quando ele continuou. — Me desculpe por todas as vezes que você rezou e eu não atendi. Me desculpe por ter traido sua confiança, por eu ter procurado o rei do inferno, um demônio, e não você.  Me desculpe por ter destruído o muro na cabeça do Sam e tê-lo feito ter aquelas alucinações horríveis. Me desculpe por todas as coisas ruins que eu causei. Me perdoe por você estar aqui. Eu... Eu deveria protege-lo, não te abandonar num lugar assim. Eu errei. Eu sempre erro. Eu sou um péssimo anjo!
  — Cas, para com isso! – Segurei seu rosto fazendo-o olhar pra mim. – Eu não tenho o que perdoar, Castiel. Você errou, não vou dizer que não, mas quem não erra? Agora vamos, precisamos correr antes que... 
  Não terminei a minha frase. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa a mais, a boca de Cas pressionou a minha. Seus lábios macios tocavam o meu suavemente, calmo e suave, mas eu queria mais. Ousei tocar o lábio inferior dele com a ponta da minha língua, sentindo quando ele entre-abriu a boca, me dando passagem para invadi-lo. O beijo foi se intensificando. Nossos lábios se chocavam enquanto nossas línguas exploravam cada canto disponível. Será que o Cas desejava isso á tanto tempo quanto eu? A maneira como ele tomava meus lábios dizia que sim. Mas por que ele nunca disse nada?
  Qualquer criatura que resolvesse atacar teria presas fáceis! Estávamos cada vez mais vulneráveis, e isso era um erro. Mas eu não pensava nisso. Não pensava em mais nada que não fosse o Cas e eu ali, naquele instante.
  Onde ele tinha aprendido a beijar assim? Castiel sugava minha língua com vontade, enquanto seus dedos bagunçavam e se enroscavam nos fios curtos do meu cabelo. Minha mão desceu de seu peito até seu abdômen, indo até a lateral de seus quadris. Tudo o que eu pensava era em como eu queria que chegássemos logo em casa para poder explorar cada parte daquele corpo com as minhas mãos e boca... Por enquanto eu tinha que me contentar em beija-lo e toca-lo superficialmente. Minhas mãos curiosas adentravam o sobretudo e a camisa que ele usava. Como era bom sentir o calor da pele dele na minha... Maldita seja a necessidade de continuarmos que nos obrigou a nos separar. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, Castiel começou a andar.
  Por que aquilo? Ele parecia ter gostado tanto quanto eu daquele beijo... Resolvi ignorar e voltar a andar.
  Foram mais alguns passos e eu pude sentir a força daquele portal sobre mim. Aquele 'buraco' diminuía com a minha aproximação. Cas estava acabado, era visível isso. Eu já estava com parte do corpo dentro, mas não sairia sem ele. Estendi o braço para ajuda-lo. Minhas mãos seguravam as dele com toda a força que eu tinha. Mas não adiantava. Cas estava fraco demais. Cansado demais.
  — Vá, Dean, vá! – Eu o segurava firme, mas não fui forte o suficiente. Nossas mãos se soltaram e tudo o que pude ver foi uma luz forte cobrindo minha visão.

  Hoje fazem três semanas desde que voltei. Benny seguiu o caminho dele e eu o meu. Encontrei o Sam, encontramos Kevin e estamos trabalhando na placa dos demônios. Meus dias nunca foram fáceis, mas minhas noites estão sendo verdadeiros pesadelos. Durante o dia tenho as caçadas para me manter ocupado, mas quando chega a noite, o pequeno tempo que tenho livre, as lembranças insistem em me assombrar. Ando bebendo demais, eu admito. Mas não, o amargo do wisky não é amargo o suficiente para me fazer esquecer da minha pior falha. Sexos casuais com mulheres desconhecidas e sem nenhuma importância não apagam o sabor daquele beijo, o primeiro e último que trocamos. O gosto daquele beijo sem jeito, o calor daquela pele em meus dedos, a textura daqueles lábios nos meus... tudo isso está gravado na minha mente, em mim.
  Não sei como ainda não me acostumei com isso. Todas as pessoas com quem me importo, todas as pessoas que eu amo, sempre acabam morrendo. E sempre por minha causa. Eu sou como um câncer na vida das pessoas, vou as corroendo aos poucos até destrui-las por completo.
  Era meu dever cuidar dele e traze-lo de volta. Mas eu sou só mais um inútil, um desgraçado, incapaz, que agora tem que conviver com o peso de ter deixado a pessoa que sempre fez de tudo, que enfrentou o inferno e até a própria família por mim, sozinha naquele buraco divino.
  Castiel deve estar morto agora. É, com certeza está. E eu como o filho da puta covarde que sempre fui, nunca tive coragem de dizer a ele tudo o que eu sinto. Não pude dizer o quanto eu adorava aquela expressão de confusão que ele fazia quando não entendia alguma coisa e o quanto aqueles olhos fascinantes e aquele jeito inocente me faziam bem. Merda, eu nem ao menos lhe disse o quanto eu... Droga! O que importa agora?
  Na última semana eu poderia jurar que o vi diversas vezes. Agora pouco mesmo eu o vi na janela do motel. É loucura minha. Eu sei que é. É só meu consciente me pregando peças. Mas ele estava tão real, tão vivido... exatamente como estava da última vez que nos vimos. Com barba e tudo. Sammy acha que estou enlouquecendo, e realmente acho que estou.  Para o meu irmãozinho, o que tenho é culpa de sobrevivente. Antes fosse apenas isso. Mal sabe ele o babaca que o irmão é. Mas ele tem razão quando diz que isso ainda vai acabar comigo...
  Merda! Eu só queria ter a chance de vê-lo uma última vez. Uma última chance de ao menos me desculpar pelo babaca que fui tantas vezes. De ficar pedindo espaço, quando tudo o que eu queria era traze-lo para mais perto. Mas não tem volta. O que me resta é continuar nessa maldita estrada ignorando essa merda toda que está me sufocando. O Sam precisa de mim. E eu preciso estar bem. Ele está preocupado, vejo isso estampado no rosto dele. E eu preciso estar bem. Eu vou estar.
 


Notas Finais


Curtiram? Sim? Não?
Digam o que acharam!
Escrevi e corrigi tudo pelo celular, então provavelmente tem alguns errinhos, desculpem por isso e não desistam de mim!
Beijão e até logo ❤


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