O amanhecer parecia estar próximo, mas para V, esta era a hora exata para se levantar. Tinha marcado o seu vôo para as seis e meia da madrugada e já eram cinco. Com cuidado, se levantou. Não queria acordar os dois seres que dormiam também naquele quarto. Depois de tomar um banho rápido e fazer suas higienes matinais, se vestiu. Pegou em suas malas. Depois dos planos dos hyungs, V teve de optar por levar mais bagagem, já que depois de dois dias, viajaria direto para a ilha de Jeju. Com tudo pronto e com uma ligação para um dos seguranças, V resolveu sair com cuidado.
(...)
Depois de amanhecer por completo e os despertadores tocarem, os rapazes começaram a andar de um lado para o outro. A confusão se formava no quarto de Suga. Jungkook e Dyana, que estavam já com tudo preparado, analisavam a bagunça que Jimin, Jin e RM faziam. Era de começar a gargalhar. J-Hope vestiu a camisa ao contrário, Jimin procurava o seu ténis, Suga tentava fechar a sua mala com RM saltando em cima da mesma.
— Não fecha — reclamou Suga. — Nem com o gordo do RM.
— Ei! Eu não sou assim tão gordo.
— És sim — afirmou J-Hope. — Fui eu que já levei com o teu peso.
— Vocês têm inveja da minha massa muscular.
— Eu acho que o RM não é problema — murmurou Jungkook. — Hyung Suga deverias levar “apenas o necessário”, se é que entendes.
— Mas...
— Devem ter peças aí que não irás precisar. Eu vou te ajudar. — O rapaz se aproximou da mala do amigo e a abriu. Tinha demasiada roupa. — Estas blusas de inverno podem sair todas... — disse tirando as peças para o lado.
— Não, essas bl...
— Calou. Tu queres viajar ou não? — Suga assentiu. — Então, eu vou conseguir fechar essa mala. — RM pediu para Jungkook sair da frente e ele mesmo começou a tirar alguns ténis de Suga. — Não precisas desses ténis, lá fará bastante calor.
— Mas também pode chover.
— Por isso mesmo, iremos apenas levar dois ténis.
— Dois? — Suga falou incrédulo.
— Sim e as havaianas compraremos lá na ilha. Esses pares de calças... E essas cuecas. — RM tirou a cueca e quando viu o que estava escrito, começou a gargalhar. — Bad Boy?
— Uau. O hyung Suga? Estou chocado. — Jungkook soltou uma risada.
— Suga. Bad Boy? O rapaz mauzão. — J-Hope soltou uma risada anasalada seguida de todos os que se encontravam no local.
— Dá-me já isso. — Suga arrancou as cuecas das mãos de RM e as voltou a colocar na mala.
— Que cuecas mais foleiras. — Riu RM
— Está a falar o homem que tem umas cuecas de coraçõezinhos.
— E se pararmos de falar sobre cuecas e nos preocuparmos com o nosso vôo.
— Eu consegui achar meu ténis. — Jimin apareceu carregando a sua mala.
— Agora só falta alguém conseguir fechar esta mala — Namjoon reclamou. — Já tirei bastantes coisas daqui, mas ela ainda não fecha.
— Tenho uma ideia. Vamos nos colocar todos em cima e um fecha. — falou Jin.
— Sim. É uma boa ideia!
“Daegu”
V já estava a chegar à fazenda de seus pais. Iria ser uma enorme surpresa para eles o verem ali. Não tinha sequer ligado a avisar, mas isso não era o mais importante. Importante seria rever sua família e sua casinha onde passou a maior parte de sua vida.
— É a primeira vez em Daegu? — falou o homem cuja aparência era de uns 45 anos.
— O senhor não me reconheceu?
— Com a máscara no rosto... — V tirou a máscara e revelou sua identidade, fazendo o homem quase despistar o carro com a tamanha surpresa que apanhou.
— O menino. O menino não é aquele que toca na banda... Do... — Ele parecia tentar se lembrar. — Fire eh oh eh oh... Fire... — Tentou imitar a melodia do MV de “Fire”, o que fez o moreno rir fraco assentindo.
— BTS.
— Sim, é isso... Ai, meu deus… A minha filha é muito fã. Principalmente do menino… B... Bi...
— V — corrigiu. — É um pouco difícil de pronunciar.
— Posso pedir um autógrafo? Isso faria da minha filha a criança mais feliz do mundo.
— Claro que sim. Tem caneta e papel?
— Acho que não. — Começou a procurar no porta luvas rapidamente.
— Tudo bem, eu acho que tenho aqui uma. — O moreno procurou nos bolsos até achar um pequeno marcador preto. Ele costumava andar sempre com algum material de escrita. Já que não havia papel, tirou o seu chapéu e assinou no mesmo. — Qual é o nome da sua filha?
— Ho Haneul.
— Ho Haneul, segue os teus sonhos e nunca desistas. Um grande beijo do V. — murmurou enquanto escrevia. — Prontinho. —Entregou o chapéu ao homem que começou a agradecer e a comentar do quanto a jovem iria ficar feliz.
Quando finalmente chegou à entrada da fazenda dos seus pais, V mandou parar o táxi.
— Quanto é? — perguntou tirando a carteira do bolso. O homem disse o valor e ele entregou um maço de notas na mão do taxista, que o olhou com os olhos arregalados.
— Isso é muito dinheiro, não posso aceitar.
— Eu faço questão. — V sorriu gentilmente e se curvou em forma de agradecimento. — Muito obrigado, senhor.
Antes de sair do carro, o homem fez questão de tirar suas malas. Depois de ele partir e deixar V de frente para o portão enorme de madeira, o moreno sorriu sentindo o ar puro entrar por suas narinas. Era bom voltar a casa. Em passos vastos, ele começou a carregar as malas. Desprendeu a corda que fechava o portão e o abriu por completo. Assim que entrou no terreno de sua casa, começou a gritar pela sua mãe. A mulher que colhia vegetais, quando ouviu a voz de seu filho, largou tudo o que fazia e saiu a correr para a entrada da fazenda. Quando avistou de longe V carregando as malas, caminhou em direção ao moreno.
— Kim Taehyung?
— Mãe. — Soltou as malas no chão e correu para a abraçar. Quando envolveu seus braços naquela mulher, seus olhos marejaram. Já fazia alguns meses que ele não via seus familiares.
— Por que estás aqui? Tu não deverias estar em Seul? — falou um homem alto, que fez V quebrar o abraço e o encarar.
— Olá, pai. — disse se aproximando, mas o homem negou se afastando.
— Um homem não abraça outro homem. — falou sério impedindo qualquer contacto com o moreno, que suspirou tristemente.
— Sabe como o seu pai é. — Sua mãe colocou a mão no ombro do moreno e sussurrou. — Não gosta de afeto.
— Vai me dizer o que o fez nos visitar agora? — perguntou rudemente.
— Eu e a banda tivemos umas pequenas férias...
— E em vez de te focares na tua carreira vens aqui? Tu não és mais uma pessoa comum, V.
— Ele é o nosso filho Kim Taehyung.
— Agora é V! — disse um pouco alto.
— Eu estava com saudade, pai. Me desculpe — Se curvou. — Eu só quero ver o avô e os meus irmãos.
— Eles estão lá dentro. Vamos... — A mulher pegou em uma das malas do filho e o começou a guiar até adentrar o interior da casa deixando o homem para trás. — Meninos, o hyung está aqui...
Uma pequena criaturinha de vestidinho vermelho apareceu correndo juntamente com um mini Spider-Man. Assim que encontraram o moreno em frente, sorriram.
— TT — falaram em sintonia e se jogaram nos braços de V, o fazendo rir fraco quase se desequilibrando e cair para trás.
— Estavam assim com tantas saudades do TT? — Assentiram.
— Pronto, crianças. Assim vocês vão sufocar o vosso irmão. — A mulher soltou uma risada e tentou tirar os pequenos de cima de V.
— Tudo bem, omma. Eu estava com muitas saudades dos meus monstrinhos.
— Eles não param de falar de ti. Todo o dia me perguntam quando é que nos vinha visitar.
— Vocês assistiram aos concertos do hyung?
— Sim, a mamã coloca sempre — falou a menina.
— O TT é muito lindo. As meninas do meu colégio te elogiam muito — o menino de 7 anos falou. Quem olhasse para aquele menino diria que tinha herdado as características físicas de seu irmão Taehyung. Era um mini Taehyung júnior. — A Cha Hani diz que nós somos muito parecidos. Ela até me deu um beijo na bochecha. — Sorriu tímido.
— Olha só. — V passou a mão pela cabeça de seu irmãozinho e bagunçou seu cabelo. — O meu irmãozinho já está a conquistar corações.
— Só me deu um beijo na bochecha, enquanto o Lim deu um abraço na irmã. — Apontou para a menina.
— Iremos ter uma conversa com esse Lim que está a arrastar assa a minha namorada. — Taehyung fingiu um tom de irritação, que assustou um pouco a menina de 5 anos.
— Ele é amigo, TT.
— Qualquer amigo teu para te abraçar tem de ter a minha permissão, entendido?
— Kim Taehyung, para. — pediu sua mãe tentando cessar as suas risadas. — Ela só tem 5 anos. Vai assustar a sua irmã.
— A unnie Sell diz que nós fazemos um lindo casal.
— Que unnie? — olhou confuso para a pequena.
— Uma amiga. Ela diz que era tua amiga.
— Amiga? — A pequena assentiu.
— Agora só faltas tu. Quando vai arranjar uma mulher e dar bisnetos a este velhote antes de morrer? — disse o idoso interrompendo a menina e caminhando com a ajuda de uma bengala.
— Avô!
V soltou os irmãos e se recompôs ajeitando suas vestes. O moreno se curvou diante do mais velho e, em seguida, o abraçou demoradamente. Seu avô era como um pai para V, tudo o que sabe até hoje é graças a ele e a sua falecida avó. Ele tinha muito a agradecer, por eles terem ajudado seus pais a o educar da melhor forma. Se não fossem eles, não seria a pessoa que é hoje.
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