História I Really Like You - Chapter 10: The back of the past

(Rafael Lange Pov’s)

-Anelise, ta pronta? –Abri a porta do quarto e ela não estava lá. –Onde você ta? –Fui até o banheiro e ela também não estava lá. –Anelise?

-Aqui na sala. –Ela disse e eu fui até a sala.

-Tava te chamando faz mó tempão. –Ela se sentou e me puxou pelo braço.

-Desculpa tava com o fone. –Concordei com a cabeça. –O Uber chega daqui quarenta minutos.

-Animada? –Perguntei e ela sorriu.

-Sempre quis adotar um gatinho. –Ela me encarou e seus olhos brilhavam. –E agora, vamos fazer isso juntos. –Ela sorriu e eu sorri de volta. –Eu to muito feliz Rafa.

-Eu também estou. –Ela me olhou nos olhos e eu senti uma enorme vontade de beija-la.

-Vamos ter um bebe. –Ela disse animada e eu ri da sua dancinha estranha.  –O que foi?

-Nada. –Ela me encarou com os olhos semicerrados. –Faz tempo que eu não te via tão animada.

-É eu sei. –Ela olhou algo em seu celular e se levantou. –Tenho que fazer uma ligação. –Assenti e ela saiu da sala.

Ane voltou uns dez minutos depois, calada, apenas disse pra gente descer, pois o Uber já estava chegando. O caminho todo ela foi sem dizer uma só palavra. Quando chegamos a ONG, ela apenas saiu do carro e não disse nada, só tocou o interfone e se identificou e o portão se abriu, e nós entramos.

-Anelise. –A moça deu um abraço nela e se virou para mim. –Rafael. –A cumprimentei com um aperto de mãos. –Que bom que conseguiram vir. O bebe ta esperando vocês, ansioso.

-Que ótimo Ana. –Anelise finalmente disse algo. –Estamos muito felizes por adota-lo, você nem sabe o quanto.

-Imagino. –As duas trocaram um sorriso. –Ele vai ficar muito feliz em ter um casal tão bonito como pais. –Anelise sorriu. –Vou pega-lo.

Ana saiu e logo voltou com o gatinho nos braços e o entregou para Anelise. Ela sorriu e se virou para mim, que sorri de volta e fui até ela e acariciei o gatinho.

-Vou pegar a papelada para vocês assinarem. –Ana saiu, nos deixando sozinhos.

-Eu to muito feliz. –Ane encostou a cabeça em meu ombro.

-Eu também estou. –Parei a sua frente e ela sorria. –Só falta uma coisa pra eu ficar mais feliz ainda.

-O que? –Me aproximei e segurei seu rosto com as mãos, aproximei meu rosto do dela e lhe dei um selinho.

-Aqui estão. –Assinamos os papeis e ficamos esperando o taxi.

Chegamos em casa e colocamos nosso pequeno Thor na casinha nova. Anelise ficou uma meia hora sentada na frente da caminha o olhando dormir.

-Sabe. –Ela se sentou ao meu lado na bancada da cozinha. –Foi uma ótima escolha, o Thor é muito fofo.

-Realmente, uma ótima escolha. –Ela se levantou e me puxou, me fazendo levantar também.

-Vem comigo. –Ela saiu me puxando, até pararmos no corredor.

-Exatamente o que a senhorita quer? –Perguntei e ela fez ‘shiu’. –Você ta me assustando.

-Da pra calar a boca? –Ela abriu a porta do quarto do Mike e pareceu verificar se ele estava lá. –Não ta aqui.

-Ele viajou hoje de manha. –Acrescentei. –Mas o que você quer fazer no quarto dele?

-Eu quero ver os segredos que Mike guarda da gente. –Ela entrou, me puxando pelo braço. –Você não quer?

-Você é maluca. –Ri de sua cara.

-Olha só o que temos aqui. –Ane ergueu um pacote de preservativos. –Alguém gosta de transar.

-Anelise deixa isso. –Fui tentar pegar, mas ela me ‘impediu’ com um selinho. –Me dá isso aqui. –Ela colocou os braços para trás e eu a abracei pra tentar pegar.

-O que você acha... –Ela me deu um selinho demorado. –De a gente usar?

-O que? –A encarei e ela começou a rir.

-É brincadeira Rafael. –Ela me deu outro selinho e saiu do quarto.

-Onde você foi? –Sai do quarto e fui até a sala.

-Bem aqui. –Ela apareceu na minha frente.

-Você é maluca garota. –A abracei pela cintura e ela passou os braços no meu pescoço. –E eu gosto muito disso. –Me aproximei e ela me beijou calmamente, enquanto acariciava meus cabelos.

Continuamos nos beijando até faltar o ar. Eu a peguei no colo e a levei até o sofá, onde nos deitamos e continuamos a nos beijar. Logo, as coisas começaram a esquentar, os dois estavam sem as respectivas blusas. Continuamos até que, a infeliz da campainha tocou e Ane se sentou e encarou a porta.

-Deixa. –Eu a puxei de volta pra mim.

-E se for alguém importante? –Respirei fundo, me levantei e peguei a blusa dela, e a entreguei.

Anelise colocou a blusa rapidamente e eu fiz o mesmo. Ela foi até a porta a abrindo e paralisando logo depois.

-O que você ta fazendo aqui? –Anelise perguntou num tom ríspido.

(Anelise Carvalho Pov’s)

Eu não podia acreditar que aquele panaca tava ali, bem na minha frente. Como ele descobriu onde eu moro? Não, isso não pode estar acontecendo.

-Oi Anelise. –Sua voz de canalha ainda é a mesma.

-Ta tudo bem ai Ane? –Rafa disse e apareceu na porta. –Posso te ajudar?

-O assunto é com ela. –Erick me encarou.

-Eu não tenho nada pra falar com você Erick. –Disse seria

-Você ainda ta bolada com aquilo? –Ele se referiu à traição com a minha ‘melhor amiga’. –Esquece aquilo Anelise.

-Eu já esqueci. –Ele sorriu. –Inclusive esqueci você. –Seu sorriso desapareceu.

-E a proposito. –Rafael começou a dizer. –Nos estamos juntos. –Erick fez uma cara de surpresa. –Então, acho que não tem motivo algum pra você ficar atrás da minha namorada.

-Ah, cl-claro. –Erick me fitou por um instante. –Foi bom rever você, felicidades pra vocês. –Ele se virou e saiu.

Eu entrei e me sentei no sofá, e fiquei encarando o chão. Rafa se sentou ao meu lado e me abraçou pelos ombros.

-Você ta bem? –Assenti com a cabeça. –Se quiser conversar...

-Eu acho que ele ainda mexe comigo. –Interrompi Rafael. –Eu não sei direito, mas ver ele me trouxe uns flashes de memoria que sei lá. –Rafael me olhou surpreso.

-Ah, eu não sabia. –Rafael disse baixo. –Se você quiser conversar com ele, pode falar que era mentira aquilo de nos dois.

-Eu não sei se quero falar com ele. –Rafael concordou com a cabeça. –Ele me machucou de mais, não sei se teria estomago pra falar com ele.

-Claro como você quiser. –Rafael se levantou. –Vou pro quarto. –Concordei e ele saiu.

Mais tarde fui pro quarto e me deitei só que não consegui dormir de maneira nenhuma. Peguei meu celular e vi que já eram duas da manha. Me levantei  e fui até a cozinha, fiz uma xicara de café pra mim, passei pela casinha de Thor, onde ele dormia. Fui a caminho do quarto, mas parei na porta de Lange. Coloquei a mão na maçaneta, mas hesitei de inicio. Respirei fundo e entrei, encontrando Rafael sentado na cadeira, que logo se virou, ficando de frente pra mim.

Rafael me examinava com os olhos cautelosos, sem demonstrar muita coisa. Eu o encarei e o mesmo se levantou, vindo até mim e me abraçando forte.

-Eu não consegui dormir. –Me expliquei e ele concordou com a cabeça. –Achei que você ia estar acordado e trouxe um café pra você. –Entreguei a xicara. –É só isso, já vou.

Quando me virei pra sair, Rafael me puxou pelo braço, me parando a sua frente. Sem falar absolutamente nada, ele simplesmente me beijou. O beijo era calmo, mas parecia diferente, com um tipo de carinho diferente, como se não nos víssemos há tempos.

-Fica aqui, fica comigo.  –Ele disse e eu concordei.

Ele desligou o computador, pegou minha mão e me levou até a cama, onde deitamos abraçados e adormecemos logo em seguida.