História I Really Like You - Chapter 11: Thanks for nothing

(Anelise Carvalho Pov’s)

Voltava do mercado caminhando super distraída, quando me deparo com uma cena um tanto estranha. Bem na frente do prédio estava Erick, meu ex, com um buquê de rosas vermelhas e, aparentemente uma caixa de bombons. Parei um pouco, respirei fundo e caminhei até o idiota, que sorriu ao me ver.

-O que você ta fazendo aqui? –Erick sorriu e se aproximou, parando a minha frente.

-Vim te ver. –Ele estendeu as flores. –São pra você.

-Eu odeio rosas. –Olhei as flores e o encarei.

-Você ama rosas! –Ele afirmou. –E bombom de cereja.

-A Carol era quem gostava disso! –Carol foi a ‘amiga’ que ele ficou. –Eu odeio rosas e cerejas!

-Anelise, coopera comigo. –Ele colocou as flores e os bombons no chão. –Eu to me esforçando aqui.

-Percebi mesmo. –Disse sarcástica. –Não precisa se dar ao trabalho de vir aqui, nós acabamos no momento que eu vi você e a Carol juntos.

-Ane... –O interrompi

-Chega Erick, cansei de você! –Disse alto e algumas pessoas nos olharam.

-Anelise fala baixo. –Naquele momento foi à gota d’agua

-FALAR BAIXO? POR QUÊ? –Todo mundo continuava olhando. –É POR QUE TODAS ESSAS PESSOAS ESTAO OLHANDO? QUE ÓTIMO, SABE POR QUÊ? PORQUE TODAS ELAS VÃO SABER O QUÃO CANALHA VOCÊ É!

-Anelise, por favor. –Ele parecia constrangido.

-Erick, você foi um imbecil. –Respirei fundo. –Você me traiu com a minha melhor amiga e acha que se aparecer assim, de repente, vai amenizar tudo? –Ele abriu a boca para falar, mas eu não deixei. –Você pode até estar arrependido, mas eu não to nem ai. Agora eu to feliz, vim morar aqui pra deixar tudo pra trás.

-Ane, me perdoa, eu mudei por você. –Agora ele parecia triste.

-Parabéns, parabéns mesmo. –Respirei fundo. –Muito obrigada por nada Erick. –Me virei e comecei a andar. –Passar bem.

Só consegui respirar de verdade quando entrei no elevador. Parecia que havia tirado um peso das minhas costas, mas isso não seria por muito tempo, pois conheço o idiota do Erick e sei que ele não vai desistir.

-Rafa? –Entrei em casa e coloquei as compras no balcão. –Rafa, ta em casa?

-To aqui. –Ele se aproximou com um sorriso. –O que foi?

-O idiota do Erick tava lá em baixo quando cheguei. –Respirei fundo. –Eu fiz um escândalo.

-Espero que ele te deixe em paz. –Rafael me olhava cautelosamente. –Voce ta bem?

-Eu não sei. –Olhei para ele, que parecia um tanto preocupado. –Eu só preciso digerir tudo o que aconteceu.

-Vai ficar tudo bem. –Rafa se aproximou e me abraçou. –E eu to aqui, pro que precisar. –Rafael me segurou pelos ombros e se aproximou, pra um beijo, mas eu desviei. –Desculpa.

-Não é sua culpa... –Me soltei e sai de tras da bancada. –So preciso descansar um pouco. –Ele concordou com a cabeça. –Guarda as compras pra mim?

-Claro. –Ele disse e eu me virei, deixando a cozinha e indo pro quarto.

Apenas me joguei na cama, de cara nos travesseiros e fiquei por muito tempo. A cena do Erick e da Carol ficava repassando em minha mente, como uma tortura que nunca terminava. Claro, eu achava que tinha superado, mas aparentemente não consegui. Rafael estava me ajudando de um forma ou outra, pois foi pra ele que eu corri quando tudo aconteceu. Respirei fundo e me virei, me deparando com um ser de olhos azuis, segurando uma xicara.

-Achei que você precisava de café. –Me sentei  e ele me entregou a xicara

-Precisava mesmo, obrigada. –Rafael virou-se e foi até a porta. –Não precisa ir. –Ele me olhou com uma sobrancelha arqueada. –Bom, se você quiser, é claro.

-Seria bom. –Ele sorriu e se sentou ao meu lado na cama.  

  Passamos o resto da tarde conversando e rindo muito. Fazia tempo que não ficávamos assim, como dois velhos e bons amigos, que dividiam tudo: os momentos hilários, os sérios, os constrangimentos, as noticias boas, pessoas que reencontramos e infinitas outras coisas, que pareciam ser inúteis, mas que faziam uma diferença enorme quando contadas.

(...)

-Fiz macarrão. –Rafael disse assim que entrei na cozinha. –Ou pelo menos tentei.

-Preciso de café. –Disse enquanto analisava o ‘macarrao’. –Muito café, um rio se possível.

-Aqui. –Ele me entregou a xicara e ficou me olhando.

-O que? –Passei a mao pelo meu rosto, tentando achar algo de errado.

-Não vai comer? –Rafael continuou me olhando. –Em? –Olhei para a coisa que estava no prato a minha frente.

-Claro, so estava esperando o café descer. –Peguei um garfo e espetei um pouco do macarrão e levei até a boca. –Hummmm.

-Ficou bom? –Apenas concordei com a cabeça, mas era mentira. Aquilo tinha gosto de papelão com molho. –Deixa eu ver. –Rafa levou um pouco até a boca, mas pegou um papel toalha e tirou tudo da mesma. –Credo, você ta bem? Isso ta horrível, tem gosto de...

-Papelao? –Completei

-Papelao com molho. –Rafa disse e eu ri. –Que foi?

-Foi exatamente o que eu pensei.

-E por que disse que gostou? –Rafael me encarou.

-Não queria te deixar pra baixo. –Me levantei e o abracei.

-Não tem problema me falar essas coisas Ane. –Ele sorriu. –Principalmente quando sua vida estiver em risco. –Nos dois rimos

-E o que você vai fazer? –Rafael perguntou serio. –Sobre... hmm... o Erick?

-Bom. –Respirei fundo. –Ele pisou na bola comigo, certo? –Rafael concordou com a cabeça. –Entao não tem o que fazer, só seguir em frente, como eu tenho feito, ou pelo menos tentado, desde aquele dia.

-Voce ta certa. –Ele me abraçou. –Vamos mudar de assunto? –Apenas assenti. –Otimo. –Rafa sorriu. –Quer ir pra cama? –Olhei para ele com uma expressão seria. –Não isso. –Fiz um ‘ah’ sem som. –Credo Anelise, depois eu é que sou safado.

-Voce não explica as coisas. –Rafa riu. –Não tem graça.

-Vamos pro quarto, sua idiota. –Rafa me pegou pela mao e me levou até seu quarto.

(...)

Acordei e Rafael não estava no quarto. Já era quase uma da tarde e eu dormi muito. Fazia tempo que não descansava assim. Tudo que vem acontecendo a um tempo esta muito bagunçado e, cá entre nós, é péssimo você ficar mal por coisas nada a ver.

Me levantei da cama, fui ao banheiro e me direcionei a sala. Quando cheguei lá, simplemente paralisei e analisei aquela cena. O que ela ta fazendo aqui? Respirei fundo quando a ruiva se virou para mim e deu um sorrisinho fraco.

-Oi. –Ela disse

-O-oi. –Pigarrei e Rafael apareceu na sala e me olhou com aquela cara de desculpas. –Só vou pegar um café e já saio, pra deixar vocês a vontade. –Disse e fui pra cozinha, onde logo Rafael apareceu atrás de mim.

-Ane, eu posso explicar. –Ele disse num tom mais baixo.

-Explicar o que? –Peguei meu café e quando fui sair ele me segurou pelo braço.

-Ela precisava falar com alguém. –Ele explicou. –Nós tínhamos combinado de sermos amigos, independente do que aconteceu.

-Só que pra ela não é simples assim. –Disse baixo. –Me fala que é mentira que todas as vezes que vocês terminaram voltaram de novo. –Respirei fundo. –Vai ser sempre assim Rafael, vocês vao terminar, ela vai vir atrás de você, você vai abrir mao de tudo e vocês voltam a ficar juntos.

-Ane... –Eu o interrompi

-Rafael, vai ser sempre assim, sabe por que? –Ele negou com a cabeça. –Porque você ama ela. –Respirei fundo. –Mas não tem problema. –Senti meus olhos se encherem de lágrimas.

-Ei, não faz isso, não fica assim. –Ele aproximou sua mao do meu rosto mas eu desviei.

-Por mais que eu ame você. –Não, você não disse isso. –Voce merece ficar com alguém que você ame, porque você ama a Sayu. –Respirei fundo. –Vai lá, se resolve com o amor  da sua vida, você merece ser feliz. –Me virei, respirei fundo e fui pro meu quarto.

Pois é Anelise, você disse que ama ele, mas como sempre você não fica com a pessoa que você ama. Me joguei na cama e peguei o celular, notei uma notificação com o nome do Lukas no whats e abri.

Lukas Marques: Agora que mora em SP ficou metida, nem lembra mais dos parças.

Anelise Carvalho: Voce é que não lembrou de mim. L

Lukas Marques: Que tal um rolê mais tarde?

Anelise Carvalho: Fechado!

Lukas Marques: Passo aí as 21:00.

Anelise Carvalho: OK...

Lukas Marques: Até... :*

Certo, acho que devo sair um pouco, pra me distrair de tudo isso. E o Lukas é a pessoa certa pra me fazer esquecer as coisas ruins da minha vida.