História I Really Like You - Chapter 7: Friends with benefits

(Júlio Cocielo Pov’s)

Estava na sala, tentando ignorar as brincadeiras idiotas dos moleques. Eu era o zoado da vez, mas fingia que não tava nem ai. Igao era o que mais me zoava. Ele não parava um minuto.

-O Júlio mete uma de pegador, mais ta na seca faz dois meses. –Igor me deu um soco no ombro

-Você que pensa. –Resolvi entrar na brincadeira.

-Quem ce pegou? –Rafael perguntou

-Não é da conta de vocês. –Respondi e voltei minha atenção pro meu celular.

-É mentira o Júlio... –Igao ficou quieto de repente. –Caralho em. –Me virei pra ver do que ele estava falando e vi Anelise parada no ultimo degrau. –Com todo respeito, você ta gata pra caralho.

Igor tinha razão, ela tava mesmo um gata, digo, mais gata do que já era, com aqueles olhos, aquele sorriso, aquela roupa que deixava bem em evidencia seu corpo. Eu não conseguia parar de olhar pra ela. Ela me olhou e sorriu, e eu apenas a encarei por um tempo.

Alguma coisa que eu nunca tinha sentido antes percorreu todo meu corpo e me fez querer beija-la de novo, do mesmo jeito que tinha a beijado há uns dias atrás. Me sentei e fiquei a observando, enquanto ela falava com o Rafael e com o Igao.

Fomos para a casa do Terror. Rafael e  Anelise não se desgrudavam por nada, sempre fazendo coisas juntos, se abraçando e rindo. Ah, a risada dela. Puta merda Júlio! Para de viadagem! Afinal, você é um homem ou um rato? Um rato!

-O que ce tem? –Igao me entregou um copo de bebida

-Nada. –Virei meu copo

-Não parece. –Desviei meu olhar para Anelise, que estava sozinha. –Ah, isso que você tem.

-Ah cara, foda-se. –Me levantei e fui pra sacada

(Anelise Carvalho Pov’s)

Estava sentada sozinha, quando Júlio passou por mim. Ele parecia um tanto aborrecido de mais. Me levante, olhei em volta, não sei por que mais olhei, e fui pra sacada atrás de Júlio. O mesmo se encontrava encostado no beiral, tomando o liquido do seu copo. Pigarreei para chamar a sua atenção e funcionou. Júlio virou seu rosto e me encarou por um tempo, voltando a olhar para frente em seguida.

-Oi Júlio. –Me aproximei e encostei-me ao beiral. –Algum problema?

-Sim. –Ele parou por um tempo. –Você.

-Eu o que? –Anelise sua lerda.

-Você é o meu problema. –Júlio parou a minha frente.

-Então me desculpe. –Júlio me encarou.

-Eu to me controlando pra não agarrar você aqui e agora. –O olhei assustada. –Anelise, você ta acabando comigo, desde aquele dia na cozinha.

-Ju-Júlio isso não é certo. –Ele começou a se aproximar. –Se afasta, por favor.

-Por quê? –Ele me prendeu no meio de seus braços. –Vai me dizer que não quer isso também?

-Se afasta ou eu grito. –Falei seria e ele riu. –To falando serio.

-Eu sei que você quer. –Ele sorriu. –Só não admite.

-Júlio, por favor. –Tentei sair e falhei. –Eu não quero fazer isso.

-Quer sim, eu sei disso.  –Ele não desiste mesmo. Pensa Anelise

-Julio, voce ta bêbado. –Tentei o empurrar de novo. –Não sabe o que ta fazendo direito.

-Na verdade eu sei exatamente o que eu vou fazer. –Ele me segurou pelos ombros, forte ate demais

-Julio, por favor. –Pedi. –Voce ta me machucando.

-Julio! –Ouvi a voz de Rafa. –O que você ta fazendo cara?

-Desculpa. –Julio me soltou e entrou.

-Voce ta bem? –Rafael se aproximou e eu apenas assenti. –Vem aqui. –Ele me abraçou e deu um beijo no topo da minha cabeça.

(...)

Alguns dias depois...

-Que pena que vocês já vao. –Daniel dizia enquanto tirava nossas malas do carro. –Poderiam ficar mais.

-Bem que eu queria. –Me virei pro Rafa. –Mas nos temos que acertar as coisas da mudança.

-A gente ta de volta em um mês. –Rafa me abraçou de lado. –Dois no máximo.

-Ai a gente faz um monte de festas. –Daniel sorriu

-Vou cobrar viu. –Lukas disse e eu o encarei. –To falando serio.

-Eu não disse nada. –Sorri e Lukas sorriu de volta, e nos encaramos.

-Vamos Ane? –Rafael interrompeu aquilo que estava acontecendo.

-Vamos. –Disse e em seguida abracei Dani. –Até mais Dani. –Me virei e Lukas me olhava sorrindo. –Tchau Lukas. –O abracei e ele me deu um beijo no pescoço, me fazendo arrepiar.

-Até a volta Anelise. –Lukas sussurrou no meu ouvido. –Vou te esperar ansioso.

-Tchau meninos. –Disse e segui Rafa para dentro do aeroporto.

Fomos ate o balcão e retiramos as passagens. Nosso voo saía daqui duas horas, devido um atraso. Odeio isso. Rafa e eu caminhamos em silencio e nos sentamos frente um ao outro. Eu o observava, enquanto ele digitava em seu celular.

-O que foi? –Ele me olhou e sorriu.

-So olhando você. –Ele se levantou e se sentou ao meu lado.

-Eu falei com a Sasa. –Ele encarou os dedos. –A gente decidiu que é melhor não continuar.

-Certo. –Avaliei sua expressão. –Mas você ta bem quanto a isso?

-Estou. –Ele me encarou e riu. –Eu ainda gosto dela, mas é melhor assim.

-Se você acha. –Encostei minha cabeça em seu ombro. –Eu te apoiarei sempre.

Ficamos jogando conversa fora muito tempo. Logo nosso voo foi chamado e la fomos nos. A viajem foi muito tranquila, dormi a maior parte. Quando chegamos a POA tomamos o ônibus para Carazinho. Sim, vou para casa do Rafa, ficar uns dias, pra resolver umas coisas e aproveitar a paz e tranquilidade daquele lugarzinho maravilhoso.

Chegamos ao anoitecer e pegamos um taxi até a casa. Dona Deya nos esperava com o seu magnifico macarrão com molho branco. Comemos e fomos descansar.

-Ta acordada? –Rafael sussurrou.

-To, entra. –A porta terminou de se abrir e logo em seguida se fechou.

-Não to conseguindo dormir. –Ele disse e se jogou ao meu lado na cama.

-Não precisa inventar desculpas so pra me ver. –Ele me encarou, com uma sobrancelha arqueada. –É so falar e pronto.

-Quem disse que eu queria te ver? –Fiz uma cara de afetada e ele sorriu. –Na verdade eu quero fazer outra coisa. –Ele me encarou e começou a se aproximar.

-É melhor se afastar. –Sorri e ele sorriu de volta.

-Por que? Vai gritar? –Assenti com a cabeça. –Pode gritar a vontade, isso me deixa bem excitado.

-Me fala logo o que você quer . –Ele chegou seu rosto mais perto do meu.

-Quero você Anelise. –Eu paralisei.

-Chega de brincadeira Rafa. –Tentei me levantar mas ele nos girou e segurou meus braços. –Pelo amor né Rafael.

-Ane é so um beijinho. –O olhei de cara feia. –A gente já fez isso antes.

-Quando tínhamos doze anos. -Quando tínhamos doze anos fomos convidados para uma festa de uma garota da nossa sala. Me lembro como se fosse ontem: verdade ou desafio, eu escolhi desafio e tive que beijar o Rafa. -A gente era criança.

-Ane. –Rafael roubou um selinho.

-Não sei Rafa. –Ele me encarou.

-A gente pode ter uma amizade colorida. –Eu ri. –O que?

-Amizade colorida? –Continuei a rir e ele fez cara feia. –Que brega Rafael.

-Vai se foder Anelise. –Ele se levantou, mas eu segurei seu braço.

-Fica. –Ele me olhou e semicerrou os olhos. –Dorme aqui.

-Voce não merece não. –Ele deitou e me puxou para si, me abraçando.