Deixava o corpo se aconchegar em algo ao meu lado. Meus olhos estavam tão pesados e meu corpo parecia ter sido machucado. Luzes refletiam sobre minhas pálpebras fechadas, dando um tom avermelhado no lugar da escuridão. Por algum lugar, alguma brecha, as luzes do dia adentravam e me irritavam levemente. Para uma humana, até mesmo Jaken já ouvia mencionado, não era nada preguiçosa... Mas hoje não queria sair. Não queria acordar.
Lentamente, minhas pálpebras se erguiam, a visão estava muito embaçada. Piscando varias vezes, olhava a minha frente e sentia o grito se prender em minha garganta. O daiyoukai parecia ressonar tão levemente... Os olhos fechados... A boca em linha fina e reta. Os cabelos a lhe cair por sobre um dos braços e se esparramando no colchão e travesseiro. O grande e poderoso inu daiyoukai descansava. O outro baixo, esquerdo, estava abaixo do travesseiro e esticado para o qual havia dormido. Seu braço era tão longo que ainda sua mão aparecia. As garras davam-lhe um charme a mais. Mentalmente, se perguntou como seria ter aquelas garras a lhe tocar o corpo. O rosto começava a pegar fogo e desviava o olhar das garras de Sesshoumaru. Notava que ele não estava com a habitual armadura e parte de suas vestes se abriam sobre o peito, revelando uma massa de músculos bem definidos.
— Não consigo controlar meus batimentos...
Sussurrava baixo, fechando os olhos e respirando fundo.
Se recordava que havia ido ate o daiyoukai a noite. E embora tivesse adormecido muito cedo, tinha a plena certeza que o lorde não a havia tocado. Ele era educado demais... Na verdade, quando acordou, um de seus braços estava jogado sobre o corpo do daiyoukai, o rosto perigosamente perto do dele. Tinha a certeza que os narizes haviam se tocado levemente.
Ruborizava..
Nunca havia dormido com outra criatura antes, nem do mesmo sexo e muito menos o oposto. Nunca havia beijado também.
Impulsivamente, tocava os lábios e deixava a visão se focar no daiyoukai deitado.
Que estranho, ele ainda não acordou.
Sentia vontade de se aproximar, tocar nas marcas arroxeadas de seu rosto, mas não possuía coragem o suficiente.
Antes que fizesse alguma besteira, deixava o corpo deslizar para longe do daiyoukai, jogava as pernas para fora e passava uma das mãos nos vastos cabelos. Esticava os braços para cima e esticava as costas e braços, ouvindo alguns pequenos estalos. Olhava sobre o ombro e congelava.
Sesshoumaru a olhava de um modo que nunca vira antes. Os olhos estavam pequenos, ainda sonolentos, mas não fora isso que lhe chamou a atenção. As madeixas prateadas caiam sobre ele, a franja lhe escurecia o rosto e o deixava maravilhoso.
Trevas.
Ele era maravilhosamente perfeito.
Olhava baixo e virava-se, fazendo movimento de que ia se erguer.
Novamente, o grito era preso na garganta ao ser enlaçada na cintura. Tentava olhar para o rosto do daiyoukai, mas a vergonha a inundava por dentro e mesmo que tentasse, apenas veria o travesseiro se misturando as longas madeixas.
Se corpo tremia, não conseguia controlar... Não era medo... Era outra coisa. Algo que agitava sua mente e fazia sua pele se tornar mais sensível.
— Rin.
A voz baixa do daiyoukai o deixava rouco. A voz era embargada de sono, proteção e adoração.
Sentia o corpo ser puxado para o centro da cama e não sentia vontade de correr, fugir ou lhe atacar. Talvez sua repulsa fosse aos humanos.
~~
Kohaku a havia levado para um lago, onde havia lhe tocado o rosto da puxava para perto. O coração parecia não entender o que aconteceu ia, ele estava tão normal quanto ficava ao pescar.
As mãos de Kohaku lhe rodeavam o corpo, os lábios perto de seu ouvido e a lhe sussurrar palavras de carinho.
Sabia que o magoaria se recuasse, por isso apenas fechou os olhos e deixou as coisas fluírem. Kohaku parecia não lhe notar a expressão, onde mordia os lábios e tentava, tentava muito, sentir alguma coisa... Mas aos 16 anos, sua mente buscava olhos amarelos e vestes brancas.
Ao se lembrar do inu daiyoukai, um fogo de raiva lhe queimava a alma e por isso empurrava Kohaku, que sem entender nada, apenas lhe olhava.
Bufava e saia correndo, fugindo do jovem humano.
~~
O daiyoukai havia se sentado, apoiando-se em um dos braços e a olhava, não demonstrando o que sentia ou pensava.
— Sesshoumaru...
Entreabria os lábios. Querendo lhe dizer que nunca houvera outro. Que nunca haveria outro. Que toda vez que pensava em se casar, ter laços e criar uma família, era ele quem aparecia.
Mas claro que não diria, o daiyoukai iria rir e a chamar de tola. Ela era suja. Era uma humana.
Virava o rosto e mordia os lábios. Sentia vontade de o empurrar para longe e sair dali. Sair de perto dele.
Voltava a olhar para ele, que parecia não ter movido um músculo.
Reparava em como o daiyoukai estava e ficava rubra. Os cabelos brancos estavam bagunçado s de uma forma graciosa, fazendo-lhe o coração palpitar em seu peito. O olhar dele era apenas focado em seu rosto e pensava em como estava seu cabelo. Algumas madeixas prateadas lhe tocava no corpo, no peito. Parecia não haver vento, pois nenhum fiozinho se movia.
— Em que pensas, Rin?
Sem ter noção do que dizia, apenas lambia os lábios e o olhava, respondendo rapidamente.
— Em como seria lhe tocar...
Ao ouvir as palavras saindo de sua bocas, ruborizava e fechava os olhos. O daiyoukai havia feito um som abafado, mas não dissera nada. O olhava e sentia vontade de correr ao encarar a tipica sobrancelha erguida.
Engolia em seco, a expressão do daiyoukai ia se desfazendo e tudo o que restava era as batidas do próprio coração.
Quando tempo estavam assim? Ele não a prendia de fato. Apenas se apoiava no braço e lhe olhava. Sorria, levemente. Se apoiava em ambos os braços no colchão, erguendo seu troco para mais perto do de Sesshoumaru. Os rostos ficavam a centímetros de distancia... E embora o rosto não tivesse tido uma alteração, os olhos do daiyoukai parecia surpresos.
Devo tentar... Ele jamais me machucaria...
Sem pensar, erguia o rosto para o dele, selando-lhe os lábios do daiyoukai. Fechava os olhos e deixava o próprio corpo ceder ao peso, caindo sobre os travesseiros.
Ao encarar Sesshoumaru, sabia que tinha um olhar travesso e um pequeno sorriso triunfante.
O grande e poderoso inu daiyoukai estava estático, surpreso. O olhar parecia perdido, confuso.
— Rin.
O tom era serio, encolhia os ombros, mas não evitava o olhar.
O dai youkai abaixava o rosto, os lábios selando a testa de Rin.
Sem pensar, passava os braços ao redor do Lorde e sorria bobamente. O daiyoukai apenas tocava a testa na dela, os olhos fechados.
Passava algum tempo e tudo o que permanecia era o silencio, e quem o quebrava era ele.
— Rin, se algo doer ou lhe incomodar, tem o dever de me dizer.
Apenas assentia.
Dito isto, o daiyoukai a soltava e se erguia. Puxando as cortinas brancas e se retirava. Não se continha e olhava as costas do daiyoukai, que parecia perdido em pensamentos.
O chamava três vezes e ele não a respondia. Se erguia e caminhava ate ele. Dessa vez, não o tocava e apenas ia para o campo de visão do daiyoukai. Ele a notava e a olhava, mas nada dizia.
— Desculpe.
Não sabia ao certo pelo que se desculpava, mas assim o fazia.
O daiyoukai a olhava, baixava o rosto para a ver melhor e a tocava na bochecha. Um gesto que sempre fazia quando Rin chorava ou ficava doente. Não dizia nada, apenas pegava a armadura e as espadas e saia dos aposentos, deixando uma Rin totalmente envergonhada.
Sem saber o que fazer, olhava em volta e via uns pergaminhos sobre uma mesa de carvalho, aproximava-se e via que era sobre as marcas dadas. Ele parecia estudar sobre aquilo.
Olhava para a porta, onde ele havia passado e franzia o cenho.
O que ele procurava?
Embora tentasse, era barrada pelo idioma diferente... A escrita era muito, totalmente, diferente das que vira antes.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.