A maior parte do tempo passava já biblioteca a estudar sobre as marcas dadas pelos Youkais. Deveria dizer que estava curiosa sobre o motivo de Sesshoumaru ter tais documentos em seus aposentos. Ao seu lado, tinha uma folha com traduções de palavras, Jaken havia lhe ajudado e agora conseguia entender um pouco. Se perguntava qual seria a marca de Sesshoumaru e se havia alguém a quem ele quisesse marcar... Será que havia alguém que ele aceitaria dividir seus poderes e revelar suas fraquezas? Fechava os olhos e sentia uma pontada dolorosa em seu peito. Conseguia visualizar os lábios de Sesshoumaru no pescoço de uma youkai belamente esculpida e com imensa quantidade de poder. Dói. Dói tanto que morreria. Franzia os lábios. A raiva parecia lhe nublar a mente e consumir seu corpo. Sentia ganas de jogar os papéis longe. De queimar os documentos... Mas não o faria. Não ficaria no caminho dele. Jamais ficaria no caminho dele. Batia com as palmas na mesa, a cadeira tombava para trás e saia correndo. Corria pelo correEs e atropelava Jaken e ignorava A-Un no jardim. Corria pelo jardim até chegar no imenso portão de ferro e olhava para as duas torres ao lado do portão. Youkais fortemente armados lhe olhavam e não sabiam como reagir. Nunca os havia visto. Um youkai se recusava a abrir, enquanto o outro somente lhe olhava.
— Eu preciso sair.
Ele recusava.
Que se dane tudo!
Subia as escadas e rosnava para o youkai. O puxava pela armadura r começava a purifica-lo de leve. O youkai apavorado, abria os portões e assim os soltava. Olhava a armadura do mesmo e não se importava com o estrago que havia feito. O youkai caía no chão e lhe olhava apavorado.
Descia as escadas e passava pelos portões. Não ousava olhar ara trás. Jamais olharia.
Cansada de correr, se sentava perto de uma cachoeira. Desde que havia saído dos territórios de Sesshoumaru, não havia reparado a sua volta. As árvores eram imensas e antigas. Seus troncos eram castigados pelo tempo, eram maravilhosas. A cachoeira tinha água cristalina e os pingos molhavam a vegetação na volta.
A natureza era tão bela ao que se recordava. O verde era maravilhoso, era vivo e contagiante. O som da natureza era apaziguador. Olhava para baixo da cachoeira e observava um cervo se refrescar. Cada um sabe a seu ambiente de origem... Menos ela. Estava perdida no mundo dos youkais. Estava sozinha no mundo. E por mais que tentasse se adaptar no mundo humano, era sugada para os abismos de sua mente, sua mente se perdia nos olhos âmbar.
A raiva não havia passado, no final.
A mágoa não havia se apagado, no final.
E não importava onde fosse, sempre seria a criança tola e solitária. Talvez não houvesse um lugar no mundo para ela. Talvez seu lugar era ao lado de seus parentes assassinados.
Talvez o lugar de uma criança ressuscitada era justamente onde não estava. O abismo em seu peito abria, se expandia...
Alguém lhe tocava o ombro. Virava o rosto em direção ao toque e era o youkai que havia encontrado no jardim.
— Senhorita Rin.
Ele se curvava em uma reverência.
Quando o youkai lhe oferecia a mão, aceitava e se erguia. Os olhos profundos e azuis eram suaves no momento.
— Devemos voltar antes do Lorde.
Olhava para ele.
Ele era tão bonito e parecia tão simpático. Sorria para o youkai e gritava quando a mão do mesmo lhe puxava para as costas do mesmo o youkai rosnava e sacava a espada.
Ele é canhoto
Olhava a volta, para o local onde ele olhava e nada via.
— Vamos embora, sim? - O tocava no ombro, mas ele não saia do modo alerta.
A onda de poder que emanava do corpo do youkai era tão imensa quanto a de Sesshoumaru. Os cabelos arroxeados se agitavam e tinha certeza que o olho dele estava vermelho sangue.
— Senhorita, corra.
Ao ouvir, corria para o lado que havia vindo e alguém parava a sua frente e lhe segurava pelo braço. As unhas se gravavam em sua pele. Gritava.
Quando se acostumava com a dor, olhava e notava um youkai com cicatrizes no rosto. O cabelo era preto e tão comprido quando o do youkai que fora lhe buscar. Os olhos eram negros como um abismo... E mortais.
Com a mão livre, o segurava pelo braço e o purificava. O olhar do youkai se tornava vermelho. Os dentes se intensificavam.
Meu deus...
— Rin, pare!
Ouvia a voz do youkai, mas por mais que tentasse parar, seu corpo não obedecia. A purificação estava queimando sua própria mão. Os olhos se enchiam de lágrimas não derramadas... Olhava, de forma nublada, para o youkai que a protegeu e o via cercado. A todo custo ele tentava avançar para onde estava. Os olhos azuis se abriram mais e o vermelho se intensificou. Asas negras saiam de suas costas.
— Humana tola...
Olhava o youkai que ainda a segurava.
— Deveria ter ficado onde era seguro... - Ele havia abaixado o rosto até seu ouvido, sussurrando. - Não sou como eles. Eu odeio humanos.
Quando ele terminava de dizer, os dentes avantajados se enviam contra a pele desnuda do pescoço da humana.
Rin gritava.
Era como se mil agulhas estivessem lhe furando a carne. Suas pernas cediam, mas ainda continuava a purificar ele... Então sentia a onda de poder lhe consumir. A dor que causará no youkai negro o fazia recuar dois passos. Os lábios cheio de sangue e os dentes com pedaços de carne... Carne humana.
Cambaleava até o lado da cachoeira e se atirava.
Sua mente havia ficado escura.
Que estranho, posso ouvir som de asas batendo, mas ainda estou caindo.
~~
Sentia dor em todo o corpo e tinha imensa dificuldade de abrir os olhos. Então caía novamente.
Semanas se passavam e continuava a voltar a consciência para então adormecer novamente.
— Rin...
Ele a chamava.
Ele parecia precisar dela.
Ele estava ferido?
— Rin, volte para este Sesshoumaru.
Que estranho.
O ouvia, mas parecia tão longe.
— Rin, se você ir tão longe.... - Ele não conseguiria terminar.
Jardim.
Estava em um belo jardim com aves de cores nunca visto. Estava sozinha... Mas não se importava, estava tudo bem. Ficaria ali para sempre.
~~
Ofegava. Tossia. Abria os olhos.
Não estava na floresta.
Olhava ao redor e o via, escorado na porta. Os olhos fechados e a expressão séria. Ele estava mais magro. Os cabelos lhe rodeavam o rosto. Ele estava tão bonito, apesar de magro.
Tentava falar, mas a voz já não lhe saía mais.
O via abrir os olhos e a dor que refletia lhe partiu o peito. Ele estava tão magro e por mais pálido que ele fosse, estava branco.
Os passos não eram de um Daiyoukai destemido. Era de alguém que estava com medo, medo de avançar.
— Rin...
A toque no rosto. A ajuda para se sentar.
Ele aproximava o rosto, a testa do daiyoukai se chocava com a dela, os olhos fechados e a expressão perdida.
Esticava ma mão magra e pálida para os cabelos brancos. Ele abria os olhos. A esperança inundava o âmbar.
— Sesshoumaru-sama...
A voz parecia de outra pessoa.
Ele, delicadamente, colocava o indicador sobre os lábios e fazia sinal de silencio.
— Você voltou.
De forma falha, assentia.
— Irei reduzir a cinzas quem lhe fez isto. - O olhar do daiyoukai ia para seu pescoço.
— Ele está bem?
Sesshoumaru parecia ter demorado a entender, então assentia.
— Saitou contou que se jogou na cachoeira e que se ele não fosse um corvo, jamais a pegaria com vida... Porque fez isto, Rin?
Não sabia ao certo o que dizer, apenas fechava os olhos e se deixava dormir.
Estava segura...
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