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História I Remember - O conselho


Escrita por: JackieOFrost

Capítulo 15 - O conselho


Onde estava? Que dia era aquele? Não se lembrava de nada. Havia algo importante para se lembrar, mas o que era? Franzia a testa e tentava caminhar, mas não conseguia. Tentava pronunciar algo, mas nada saía. Abria os olhos e apenas avistava o vermelho. Aquele vermelho era diferente das cores das flores. Flores, coroa de flores amareladas. Ela dava para alguém? Para quem? Por mais que tentasse se lembrar algo, nada vinha a mente. Fechava os olhos e voltava a abrir. A cor agora era verde. Alguém era verde e sempre a xingava... Quem era? Garras. Era como se garras prendessem seu braço e um poder saia de sua mão. Queimava. Fechava os olhos e novamente os abria. Alguém estava em cima dela. Sentia o peso e a respiração gelada no rosto. Estava muito próximo. E embora só visse o preto, sentia que deveria correr, mas estava presa. Sua visão voltava. Não estava mais presa. Gritava ao ver que era aquele youkai que havia lhe atacado. O chutava na perna e lhe segurava o rosto, o empurrando para longe. Os dentes afiados queria cravar-se contra a palma de sua mão.

Alguém a havia puxado para longe dele. Alguém havia a jogado para longe, mas sem agressão. Asas negras nublavam sua visão.

— Você acha que tenho medo de você? - Ouvia a voz de quem a atacará, mas não o via.

— Isso, me divirta. - De quem era aquela voz? 

O youkai de asas partia para cima do outro, que parecia querer pegar sua forma animalesca, mas era impedido. O youkai de asas se grudava na garganta do outro, rasgando-lhe a carne com unhas que a lembrava de garras de alguma ave. Corvo. Capitão.

Uma cauda negra se erguia de trás dos dois. Em sua ponta, havia veneno e a lembrava da ponta de uma flecha.

Corria para ele e gritava.

— Capitão! 

E voava para longe do youkai, que rosnava alto e tocava no ferimento do pescoço.

Parava a poucos metros dele e o Capitão se metia entre os dois. As imensas asas negras se curvavam ao redor de Rin, como uma barreira.

Um idioma grosseiro era ecoado em sua mente. Seu peito ardia e parecia brilhar em tons vermelhos. Caía no chão e se agarrava as imensas asas. Os olhos se estreitavam em uma pequena fenda. A voz sumia, mas a dor permanecia. Ele vai se aproximar. Ele vai me machucar. 

Soltava as asas do Capitão e se agarrava nas próprias vestes. Sua mão tocava na adaga em sua coxa e a puxava, onde cortava a própria mão e a dor sumia. O Capitão a segurava entre os braços e a olhava preocupado. Os olhos azuis eram frios, quase ameaçadores.

— Eu... Não sei...

Queria gritar. Chorar ou até mesmo esmurrar algo. 

Saitou rasgava parte da manga das vestes azuladas e começava a enfaixar a mão da jovem. Ele não a olhava mais. Parecia perdido em pensamentos. Olhava as costas dele e as asas haviam sumido. Como ele conseguia ser meio youkai e meio humano? Sesshoumaru também conseguia?

Ele se erguia e a puxava pelo braço. Olhava-a no pescoço e relaxava quando a ferida do pescoço não havia sido tocada.

Ele a empurrava para caminhar a frente dele e nada dizia.

~~

— Eu estou falando sério. - O capitão gritava, esmurrando a imensa mesa do conselho. Os olhos vermelhos se voltava para cada um dos anciões. — Se fizeram algo contra aquela humana, Sesshoumaru vai caçar cada um...

— Não tememos o Lorde do Oeste. - Uma anciã dizia, olhava as unhas e depois para ele. — E se ele odeia tanto humanos quanto hanyous, apenas fizemos um favor...

— Não permitiremos que aquela raça manche nosso honrado nome de novo. - Um 'inu' qualquer dizia. 

— A teríamos deixado em paz se ele não tivesse a buscado...

O Capitão olhava para os doze youkais. Principalmente para Miho, que havia falado primeiro. Madame das terras do Norte. Clã dos dragões. Soberana das trevas. 

Miho o olhava. Os cabelos negros e a pele escurecida não a deixavam tão bonita como sua irmã gêmea... Porém Miha era branco. E aceitava youkais com humanos e hanyous. 

— Se por acaso seu Lorde morrer... - Miho pausava. — Você poderia se tornar o novo Lorde...

Se aproximava o rosto da youkai e sorria, as presas saltando e olhar se tornando vermelho.

— Espero que sua cria, hanyou, esteja vivendo bem... - Ela arregalava os olhos. — Mas já que odeia hanyous, eu irei cortar-lhe a garganta.

Varias vozes gritavam xingamentos contra ele e contra Milho. Ela ainda o olhava apavorada quando virava as costas e saía.

Como Capitão e Espião Mestre, sabia sobre o ponto fraco de cada youkai.

~~

Sesshoumaru tinha as pernas cruzadas e uma expressão curiosa. Ele a olhava por mais de uma hora e nada havia dito.

Pelos Deuses, diga alguma coisa!

Olhava para os escritos na enorme mesa da biblioteca e novamente voltava a olhar para ele. A veste do dia era totalmente branca. Não usava a armadura, embora as duas espadas estivessem em sua cintura. 

Apontava para uma imagem de uma youkai com vários tipos de marca no pescoço.

— Bem?

Ele a olhava.

— Apenas esta dizendo que não é possível marcar uma fêmea que já tenha sido marcada por outro. As marcas brigam e acabam por levar a vida da mesma.

Fazia um "oh" e voltava a olhar para as paginas. Se encostava na cadeira e fechava os olhos. Ouvia Sesshoumaru se aproximar, mas não abria os olhos.

— Rin, tem uma marca que a protegerá.

Olhava para ele.

— É mais delicado e complexo.

Cruzava os braços sobre o peito e olhava o Daiyoukai a sua frente. 

— Ela te dará parte de minha vida...

— E se vier a falecer? - Erguia a sobrancelha para ele. — Não finja que não pode!

— Você continuaria viva.

Abria a boca. A fechava. Suspirava alto e se erguia. Caminhava até ele e lhe tocava o rosto. A altura entre dois era gritante, sua cabeça mal tocava-lhe o ombro. 

— Não preciso de uma vida longa. - Sorria. — Estou feliz com o que tenho agora.

Ele a olhava.

— Sabe meu Lorde, estou feliz de poder fazer isto. - Segurava a mão do daiyoukai, que era muito maior que a sua e entrelaçava os dedos.

Ele olhava dela para as mãos juntas e nada dizia.

— Não preciso viver para sempre... Eu poderia voltar para você, em outra vida.

— Rin...

— E poderíamos ter tudo de novo.

— Rin.

E eu me apaixonaria por você novamente. Claro que nunca diria isso.

— Vai me marcar? - Deixava os dedos escapar da mão do daiyoukai, que voltava o olhar para a mão, agora solitária.

Ele assentia.

— Vai doer?

Ele negava.

Voltava a sentar e começava a olhar as marcas. Muitas coisas já conseguia traduzir sozinhas. Sesshoumaru passava o tempo todo a olha-la e lhe tirar as duvidas. Entendia que ele não era de dizer muitas coisas, mas sempre tentava ser o mais claro possível. Não era impaciente e explicava vinte vezes se fosse preciso.

— Rin.

Olhava para ele.

— Durma no meu aposento a partir se hoje.

Corava. 

Ele a encarava, esperando por uma resposta.

Jogava os papeis longe e escondia o rosto entre os braços debruçados na mesa.

Não iria responder a isso.

Não iria...


Notas Finais


Se tiver algum erro, me avisem.
Ate breve.
Ciao, ciao.


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