História I Remember - O mesmo destino - Part 1

Clara

Estou completamente encharcada de suor, eu e o Doutor estamos andando pelo menos umas cinco horas ou até mais, esse lugar é como se fosse o pior dos verões que a terra já teve junto com o calor de um vulcão.

Olho para o Doutor ao meu lado, ele tirou o seu paletó vinho e esta o carregando no ombro, sua gravata borboleta foi afrouxada o seu suor chega a pingar de seu rosto.

- Essa foi uma péssima decisão.- Ele reclama remangando as mangas da sua blusa abotoada, a minha sorte é que eu estou de vestido mas o calor é praticamente o mesmo.

- É eu devo admitir.- Digo cansada de andar em um deserto. Ouço o Doutor bufar, talvez ficar perto da TARDIS não teria sido má ideia.- Sera que da tempo de voltar a TARDIS?

Ele para de caminhar encarando-me com uma cara retorcida de irritação. Ele morde o lábio inferior.

- Você só pode estar brincando.

- Ta muito calor! Estou passando mal.- Ponho minha mão na testa, as dores de cabeça estão me matando, esse calor parece que esta cozinhando meu cérebro junto com a ressaca.

- Cale a boca e continua andando.- Ele diz continuando pelo vasto nada, eu paro cruzando os braços.

- Ótimo! Estamos quase desmaiando com esse calor e você quer continuar, tenho certeza que não iriamos nos decepcionar se voltarmos.

- A ideia foi sua!- Ele para apontando seu dedo indicador para mim furioso.- Por mim eu teria ficado lá, sabe a TARDIS iria abrir a porta mais cedo ou mais tarde mas não! Eu quis seguir uma baixinha teimosa com um plano estupido!

- Se você não queria vir... então por que me seguiu?

- Pra não deixar você fazer nenhuma burrada e depois eu me sentir culpado por ter te deixado ir.

- Sabe eu já sou bem grandinha pra precisar de babá.- Passo por ele com paços fortes enquanto ele fica me fitando.

- De tamanho você não cresceu.- Ouço a piadinha sem graça dele. O ignoro seguindo em frente, ele me deixou bem raivosa com o seu ataque de eu que mando aqui.- Vai deixar o velho sozinho?

- Ué? Agora você é velho e não consegue se cuidar sozinho?- Digo alto ainda andando em frente, ouço uma reclamação de longe.- Vá se ferrar.

Ouço ele chegando perto, tento apressar o paço mas é inútil.

- Porque esta tão brava assim?- Ele põe a mão em meu ombro mas afasto-me.

Quando eu vou o responder que estava chateada com as coisas que ele tinha falado antes de que eu não era a sua namorada e tantas outras coisas, como o que aconteceu a noite e nenhum de nós lembra o que aconteceu e ele nem parece estar preocupado; Eu sinto pela primeira vez um sopro, uma brisa naquele planeta me fazendo deixar minhas explicações de lado. Olho para o meu lado direito da onde veio a lufada de ar e lá estava uma enorme nave espacial achatada se preparando para voar. Respiro fundo secando o suor da testa, pelo menos hoje não irei morrer desidratada.

- Aleluia! - Começo a andar em direção a nave que esta distante.

- Não.- Sinto sua mão me segurar pelo ombro, me viro o encarando o suor escorre do seu rosto.- Não sabemos se eles irão ter a boa vontade de nos ajudar.

Reviro meus olhos, começo a correr quando a nave parece que se prepara para decolar.

- HEY! HEY! ESPEREM, NOS AJUDEM!- Grito correndo, o Doutor de repente aparece ao meu lado me acompanhando fazendo sinais a eles, a nave faz que vai levantar voo mas parece que nossos sinais funcionaram pois a estranha nave volta ao solo.

 Chegamos perto o suficiente para entrarmos, paramos na traseira da nave onde uma plataforma está se abrindo.

De dentro da nave sai uma mulher vestida como astronauta, com uma arma em mãos apontando pra nós.

O Doutor levanta os braços mostrando que estava em paz, ele manda eu fazer o mesmo. A mulher olha para mim e em seguida ao Doutor, ela abaixa a arma no mesmo instante. Ela faz um sinal com a mão para entrarmos em sua nave, não perdemos tempo. 

O ar frio no interior daquele veiculo me faz respirar fundo e relaxar, a mulher tira o capacete mostrando seus cabelos pretos lisos e olhos pretos, ela sorri para nós, retribuo o gesto.

- Bem-vindos a nave América. O que vocês faziam nesse lugar? Tiveram sorte que nos encontraram, já vi muita gente morrer lá fora.-

Diz abrindo uma porta de ferro, o Doutor me olha de relance e a segue faço o mesmo, entramos em um corredor todo branco.

- Nossa nave...quebrou aqui e Clara teve a brilhante ideia de irmos pedir ajuda por ai.- O Doutor explica mexendo com as mãos, a mulher para bruscamente se virando para trás.

- Meu nome é Natasha mas me chame de Naty não gosto muito do meu nome, sou das florestas Gama. Desculpe por não me apresentar antes- O Doutor solta uma risada.

- Ah! Olá, sou o Doutor, essa é a Clara minha companheira. Das florestas gama? Conseguiram sobreviver?
Naty sorri voltando a caminhar.

- Sim Doutor, o grande guerreiro de Gallifrey nos ajudou.

Fiquei a ver navios nessa conversa, entendi nada do que eles falavam. Andamos até outra porta onde dois homens pilotavam a nave.

- Rapazes não vão acreditar quem era aqueles dois pedindo ajuda.- Naty diz em um tom de brincadeira para dois homens de costas para nós, as cadeiras se viram mostrando o quão extremamente iguais os dois eram, loiros de olhos azuis.- Esses são os gêmeos Mark e Henri, os pilotos da nave.

Os dois ficam olhando para o Doutor de boca aberta.

- Eu pensei que o Doutor fosse uma lenda do povo Gama.- Mark diz sorrindo, seu olhar vai em minha direção.- E quem é você?- Ele da um sorriso pra mim.

-Me chamo Clara, ham... eu viajo com ele.- Aponto para o Doutor que esta totalmente entretido com a tecnologia da nave. Mark levanta chegando perto com sua mão estendida, aperto a mesma.

- Hum... uma companion do Doutor, você deve ser especial.

- Da pra você voltar a pilotar a nave Mark?!- Henri chama a atenção do irmão.- Prazer em conhece-los, podemos fazer algo para ajuda-los?

O Doutor se aproxima dos dois pedindo para ''rebocar'' a TARDIS. Observo a nave, olho em volta pensando em como uma nave achatada pode ser desse tamanho por dentro... bem a TRDIS também é assim, então por que estou tão impressionada?

- Quer conhecer essa belezinha?- Naty pergunta perto de mim, levo um pequeno susto não havia notado que estava ali.- Sabe conversa de homem é chata.

- Tudo bem.

Ela me mostra alguns quartos cheio de equipamentos de pesquisa, ela conta que foram enviados a Halek para tentar descobrir a causa de seu vasto e grandioso mar ter sumido da noite para o dia, deixando vários povos sem água. Segundo ela os três são médicos pesquisadores, são os mais capacitados para essa misão, mas estão a anos tentando achar uma solução ao problema.

 *  *  *

Depois de tomar um banho e vestir uma calça leging preta com uma blusa cinza que Natasha me emprestou. Ficamos algum tempo conversando, ela me lembra muito a Andy, sempre divertida.

Enquanto Naty me contava uma história do dia em que o Doutor a encontrou enquanto ainda era uma criança no meio de uma guerra, ela estava junto com sua amiga Lorna em um grupo de mais ou menos dez crianças, ele mandou todos correrem para um lugar seguro, o Doutor guiou a todos os salvando.

Enquanto ela me contava a história, batidas na porta nos fazem ficar em silêncio.

- O que é Henri?- Naty grita, a porta se abre mostrando um dos gêmeos.

- Eu sou o Mark, Naty!- Os dois reviram os olhos pela confusão dos nomes.

- Tanto faz, o que quer?- Ela diz se aproximando do rapaz.

- O Doutor esta chamando você.- Ele aponta seu dedo indicador pra mim.

Levanto-me sem animo sei que o Doutor vai encher a minha paciência para pedir desculpas para a maquina. Naty vai comigo até a parte de trás da nave onde a TARDIS esta. Encontro o Doutor encostado na lateral me observando chegar perto dele.

- Clara, peça desculpas a ela para poderemos voltar para a terra.

- Ah! Tudo bem. Mas você realmente acha que ela vai aceitar? A TARDIS tentou nos matar...mas se você insiste. Desculpa TARDIS.- Minhas palavras de desculpa saem rápido.

Ficamos esperando a fechadura parecer novamente mas nada acontece.

- Eu não disse?- Dou meia volta para ir embora.

- Acho que vamos ter que passar a noite aqui.- Doutor diz pensativo. Reviro os olhos enquanto caminho.- Podemos?- Ele pergunta a Naty que assente feliz.

- Não temos quartos sobrando apenas um o resto são salas de pesquisa e médicas, que da para vocês dois porque a cama é de casal.

Eu não irei dormir na mesma cama outra vez com o Doutor.

- Eu não vou dormir no mesmo quarto que ele.- Aponto para o Doutor que franze a testa confuso parecendo ofendido.

- Por que não? Já fizemos isso.

- É por isso mesmo, nem sabemos o que aconteceu. Não tem outra alternativa?- Pergunto a ela que olha estranho para mim.

- Tem um colchão inflável no meu quarto, mas vou logo avisando que é bem antigo- Ela cruza os braços esperando a minha decisão.

- Pra mim esta ótimo.- Naty me puxa junto com ela para o seu quarto, mas antes de entrarmos ela se vira ao Doutor que estava olhando para o chão pensativo.

- Doutor, os gêmeos querem falar com você. Queremos que você nos ajude com o nosso problema.

Ele concorda, antes de entrar no quarto da Natasha dou uma ultima olhada nele que me olha melancólico...