História I Remember - Bella

Doutor

- Vem comigo para a TARDIS?- Minha ansiedade por sua resposta faziam meu estomago formigar.

Seus olhos encontram os meus parecendo querer enxergar dentro da minha alma...

- Não posso.- Soltou um longo suspiro e continuou.- Eu tenho minha vida, uma carreira que me faz feliz, um amigo que precisa de mim. As coisas não funcionam assim Doutor.

Ela se afasta um pouco de mim olhando para o céu escuro, parecia pensar longe. 

- Mas você pode vir morar comigo.- De repente ela fala, fico sem saber o que responder, eu não quero deixar a Tardis, mas quero ficar com Clara.

- Tudo bem, eu fico.- Clara se virou incrédula.

- O quê?! Não acredito que vai fazer isso.

Dou uma risada e a puxo para mais perto de mim a abraçando forte.

- Eu disse que te amo, eu não quero ficar separado de você. Eu abdicaria de tudo o que faço, deixaria, enfim, o universo se cuidar sozinho e viveria com você por quantas regenerações ainda me sobrar.

Um sorriso cresceu em seus lábios, não pude me conter e sorri para ela. Fazia tempo que não me sentia tão feliz e pleno. Ela me trazia isso.

Me aproximo mais dela e começamos um beijo calmo, fui para seu pescoço e depois para seu ouvido e ali cochichei sem medo as palavras do meu nome, do meu verdadeiro nome. Me afastei um pouco para que pudesse olhar em seus olhos castanhos profundos, ela estava surpresa.

- Você me contou o seu nome... Por quê?- Pela sua expressão ela nunca imaginaria que eu a deixasse saber meu verdadeiro nome, mas não tinha o porque eu esconder dela.

- Uma simples palavra,- fiz uma pausa dramática.-  Amor.- Ela ia falar algo mas a calei com um beijo. 

Theo

Volto para a casa alugada depois de muitos copos de bebida tomados. 

Quando aquele cara foi conversar com a Clara fiz questão de deixar os dois a sós, então liguei para a Lana, iria a convidar para sair comigo, mas ela estava estranha estava grossa no celular, dizia que não sabia se realmente me amava e queria dar um tempo. Aquilo tinha acabado comigo.

Todas as mas lembranças voltaram a tona e fiz a unica coisa que sei para fugir da tormenta. Me embebedar.

Cambaleando entrei na sala onde estava tudo escuro. Não liguei se Clara estava dormindo ou tinha saído, fui para a cozinha pegar uma garrafa de vinho. Peguei uma taça para me servir do liquido, mas estava tão tonto que me atrapalhei  deixando cair no chão, fazendo um barulho tremendo.

Dei de ombros e emborquei o liquido direto da garrafa. Foi quando a luz foi acessa. Clara olhava para mim confusa.

- Ah, oi!- Digo estendo a garrafa para ela que fica séria. Logo atrás dela estava um cara alto, o encarei sem lembrar dele... ah sim, era o tal Doutor.- Vejo que se acertaram!

- Você pode esperar um pouco lá fora?- Clara diz para o homem e ele assente indo para o jardim.

- Ué? Não vai com ele, dar uns amassos e ser feliz para todo o sempre ao seu lado com seus dois filhos?- Pergunto irônico. De repente sinto uma vontade de tragar meu cigarro.- Onde está meu cigarro? Preciso de um.

Sinto uma mão tirar a garrafa da minha mão bruscamente. Olho feio para a direção dela que parecia estar furiosa.

- O que deu em você?!! Quer se matar?! Pelo amor de Deus Theo, me conta o que esta acontecendo!

Me sento no sofá tonto, sinto lagrimas se acumularem em meus olhos. Clara assim que viu o meu estado se sentou ao meu lado com a sua mão na minha.

- Por favor me conta. Sou sua amiga, você me ajudou tantas vezes, mas não deixa eu fazer o mesmo.

Um soluço escapa da minha boca.

- Talvez isso melhore se você me contar.- Clara mexia o polegar em círculos  fazendo carinho em minha mão, o que me deixava mais depressivo ainda.

- Aconteceu a  um ano atrás, eu tinha uma namorada... estávamos noivos.- paro sentindo tudo outra vez.- E ela estava grávida, eu iria ser pai, iriamos construir uma família. Eramos muito felizes, eu jamais senti algo tão forte por alguém como eu sentia pela Angelina, então quando ela completou nove meses de gestação, entrou em trabalho de parto, a minha menininha iria nascer. Foi o dia mais feliz da minha vida até que durante o parto tudo começou a dar errado,- minhas lágrimas desciam enquanto eu soltava as palavras.

- Angelina não resistiu, e a bebê nasceu viva a peguei nos braços por alguns minutos... ela era linda Clara, linda como uma rosa.- começo a lembrar da minha pequena.- Mas poucos dias depois de nascer ela teve complicações e também não resistiu. Tudo o que eu mais amava foi tirado de mim sem eu nem poder me despedir. Isso me matou por dentro, eu nunca mais fui o mesmo depois disso. A família de Angelina me culpou pelas mortes, sendo que eu fiquei tão arrasado quanto eles, os médicos tentaram de tudo para salva-las... eu teria dado a minha vida, daria tudo para ver elas vivas e bem.

Ouvi Clara fungar. Passei a mão em meu rosto secando as lágrimas que teimavam em descer.

- Logo depois disso minha vida virou um lixo, entrei em depressão e me atolei em bebidas e cigarros. O amor da minha vida tinha partido e junto a minha filha... então mergulhei no meu trabalho e não quis mais saber de mulher nenhuma. Foi quando eu te vi, você tem o mesmo jeito que Angelina, as personalidades de vocês são tão parecidas que quando te vi  senti que talvez você pudesse me ajudar. Você me trouce de volta a luz que eu tinha perdido.

- Oh Theo, eu não fazia ideia disso, porque nunca me contou?

- Não queria sofrer de novo.- Olhei em seus olhos que estavam vermelhos por estar emocionada.- Então conheci Lana, a mulher por quem o meu coração ardeu novamente e hoje ela me pediu um tempo...

- Mas isso não quer dizer que ela acabará com tudo. Theo, você tem que entende-la...

- Eu sei, é só que. Não quero passar por tudo aquilo outra vez.

Clara me abraçou fortemente. Retribui aquele gesto a apertando mais.

- Qual era o nome de sua filha?- Perguntou com uma voz doce.

- Bella... minha pequena Bella.- Confessei feliz lembrando do rostinho dela.

- Um lindo nome.- Clara diz se soltando do abraço.- Mesmo sendo difícil, e eu sei que é, você tem que seguir a vida Theo. Por favor, pare de beber e fumar, se matar não trará elas de volta.

Olhei para a parede bege clara a minha frente, ela tinha razão, mas eu não sabia como fazer isso.

- Você verá, a Lana irá vir te procurar, tenho certeza... você terá uma vida muito feliz meu amigo. Muito feliz.

Sorri triste ainda ameio bêbado, ela sorriu de volta.

- Obrigado.- silibei para ela sem som nenhum em minhas palavras. Eu só tinha a agradecer a nossa amizade.

Depois disso só lembro de ter me deitado na minha cama e apaguei me sentindo mais leve.

Clara

Depois do Theo ter se levantado e ido para o seu quarto fiquei ali sentada pensando em tudo que ele tinha me contado sobre sua vida. Nunca tinha imaginado que ele tinha sofrido tanto assim antes de me conhecer.

- Clara? Tudo bem?- O Doutor aparece na sala se sentando ao meu lado.

- Tudo sim. É que...

- Eu pude ouvir o que ele falava lá do jardim.- O Doutor disse com tristeza no olhar.- E eu tendo ódio de seu amigo sem ele ter feito nada... ele não merecia isso.

Concordo com ele. Respiro fundo, eu ainda estava afetada pelo o meu amigo.

- Estou com medo que aconteça a mesma coisa comigo.- Digo confessando o meu temor. Os olhos verdes dele se encontraram nos meus.

- Não irá acontecer. Vai dar tudo certo, prometo que você e os nossos filhos vão ficar bem. Eu prometo.- Ele me deu um beijo na testa ao terminar a frase.

Ficamos ali um ao lado do outro em silêncio. Eu estava preocupada com o meu amigo, mas faria de tudo para que ele fosse feliz de novo, Theo merece ter alegria nessa vida.