Estou parada no meio de uma enorme sala luminosa, o sol entra pelas janelas enormes e passam pelas cortinas brancas fazendo o ambiente parecer um sonho. olho me em um enorme espelho, o vestido de noiva, é magnifico, cada pedacinho feito e costurado a mão, luxo esse que só tive pelo meu nome renomado. A maquiagem estava marcando bem meus olhos e bochechas, eu estava me sentido maravilhosa.
Os três dias já passaram, apenas três dias para decidir sobre o meu destino e ainda não sei o que fazer. Olho meu braço queimado dos números um ao três, o tempo acabou.
- Está pronta?- ouço a voz doce de minha mãe após a porta ser aberta.
- Sim. Estou pronta.- Me viro em sua direção.
Mamãe veio até mim sorrindo e me ajudou a sair da sala, andamos juntas pelos corredores gigantes com paredes e pisos de mármore branco. O caminho era curto mas para mim, parecia não ter fim.
Depois de poucos segundos chegamos em frente a uma porta igualmente enorme como as demais mas essa divide tudo. Parei, como se meus pés fossem grudados ao chão.
A música começou a ser tocada, mas pareciam os sinos para a morte, sempre odiei músicas de casamento. Agora tudo só dependia de mim. Virei para a minha mãe que estava ao meu lado emocionada esperando para andarmos pelo caminho final, a abracei fortemente e senti seu cheiro, que a tempos pensei ter esquecido.
- Nunca se esqueça que eu amo você.- Senti seus braços me apertarem e depois me afastarem.
- Pare com isso, esse é o dia mais feliz da sua vida, aproveite-o.- Seus olhos brilhavam. Sorri e fiz como pediu.
As portas foram abertas e o vi parado, estava lindo como sempre esperando-me ao final do caminho vermelho. O salão era enorme e estava cheio de gente que eu não me lembrava quem eram, no meio de muitos identifiquei Andy, que emocionada derramava lágrimas observando a minha entrada.
Apertei a mão de minha mãe ao sentir as dores, estavam cada vez mais constantes.
Em passos lentos, acompanhando a música chegamos ao ponto final, Ellie entregou a minha mão a Theo, que com um sorriso aceitou.
Subi os pequenos degraus com ajuda dele, o vestido branco era longo demais, seria muito fácil tropeçar nessas pequenas escadas.
Paramos de frente ao juiz que começou o discurso. Tudo ficou em silêncio e todos os olhos miravam em nós, de vez enquanto se ouvia uma fungada de alguém emocionado demais, todos estavam muito felizes, menos eu.
- Theo Stewart, aceita de todo o seu coração cuidar e estar ao lado de Clara Oswald na saúde e na doença na alegria e na tristeza, até que a morte os separe?
Theo respirou fundo enchendo o peito de ar, seus olhos focaram em mim.
- Sim eu aceito.- Suas mãos pegaram nas minhas, senti meus olhos acumularem lágrimas.
- Clara Oswald, você aceita Theo Stewart na saúde e na doença, na alegria e na tristeza até que a morte os separe?
Nesse momento meu coração acelerou e lágrimas começaram a cair, eu podia sentir a expectativas de todos em cima de mim. Abro minha boca para responder, mas durante esse pequeno trajeto entre a porta e o altar eu já havia tomado a minha decisão, minhas dores ajudaram com isso.
Aproximo-me de Theo e o beijo como retribuição de todo o seu amor por mim. Ao me afastar a expressão antes tão calma, feliz e plena se tornou triste e confusa.
- Não.- Falei entre soluços.
Houve um grande burburinho, mas a expressão que mais me machucava era dele, definitivamente eu tinha matado o Theo.
- Me desculpe... me desculpe, eu não queria, isso tudo é muito estranho. Essa não pode ser a minha vida!- Olhei uma ultima vez para minha mãe, eu me senti um lixo por ter dado a ela um tamanho desgosto.
De repente tudo ficou em silêncio, tudo parou, as pessoas ficaram na posição como se tivessem parado o tempo. Observei tudo e todos e me senti horrível.
- Para com isso! PARA!- Tentei falar com quem fosse que estivesse fazendo tamanha brincadeira comigo mais tudo continuou do mesmo jeito.
- O que eu fiz? Eu até agora não entendo o porque de tanto sofrimento, tudo o que eu faço é complicado, tudo o que acontece comigo é ruim, porque?!!- grito esperando desesperada que alguém me respondesse, mas tudo o que recebi foi silêncio.
As pessoas paradas como estatuas me olhando com reprovação só me faziam me sentir pior. Outra vez sinto a dor em meu abdômen, ponho as mãos na cabeça e me encolho aos prantos atingindo o último grau de lucidez.
- Você escolheu ele... foi a única que sempre escolheu ele!
O maldito sussurro finalmente me responde. Olho para frente e lá está o alienigena de terno e careca, o causador de tudo, levanto- me para encara-lo.
- Por que?- A criatura questiona pendendo a cabeça para o lado.
- Não sei! Só por favor, vocês estão me deixando louca, pare de fazer maldades apenas me deixe em paz. Juro que me afasto de tudo, faço tudo o que vocês quiserem. Mas parem! Eu não aquento mais.
O alienígena me encara em silêncio, passo as mãos no rosto secando as lágrimas.
- Não precisa fazer nada disso mestiça. Você depois de vidas e vidas conseguiu finalmente conquistar nosso respeito.
Do nada as pessoas começam a sumir, olho desesperada para a minha mãe, eu não queria que ela sumisse. Tentei correr para de alguma forma a manter comigo mas ela some antes mesmo dos meus braços a alcançarem.
- Não podemos salva-la, você só a teria de volta se aceitasse essa vida, sinto muito.
De repente tudo fica branco, vazio e silencioso.
- Não se esqueça, temos respeito por você não por ele.- o alienígena passa a sua estranha mão pelas marcas dos números as fazendo sumir.
Logo depois sinto um empurrão forte, espero o impacto do chão mas ele não acontece, eu passo direto pelo chão como se ele não existisse a única coisa que vejo é o rosto do alienígena de termo me observando.
Caio na escuridão, sinto todo meu corpo pesado. Abro meus olhos com dificuldade, minhas pupilas doem com a luminosidade em cima de mim.
- Clara?- Forço mais os olhos para enxergar melhor e quem eu vejo me faz sentir uma enorme felicidade.
- Doutor...- Com dificuldade o puxo pelos braços para perto de mim, sinto as lágrimas dele caírem no meu rosto enquanto nos beijávamos.
- Eu pensei que dessa vez eu tivesse te perdido. Pelo amor de Deus, eu não suportaria perder vocês.
Sorri e o puxei para um beijo mais caloroso, depois de tudo que passamos finalmente estávamos livres, eu estava livre e de volta para que eu mais amava, para quem eu tinha escolhido.
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