- Vocês definitivamente escolheram a melhor hora para nascer.
- O que você disse?!- Doutor gritou do painel de controle barulhento, eu estava sentada nas escadas da TARDIS o observando nervoso tentando voltar para a terra.
Logo depois que acordei de uma das mais estranhas e horripilantes experiencias da minha vida, comecei a entrar em trabalho de parto. Eu não consigo nem descansar de uma bombam para estourar outra.
- Esta tudo bem ai?!- Gritou novamente enquanto fazia a volta no painel apertando vários botões.- Porque logo agora? Não podiam esperar um dia pelo menos?- Falou preocupado sem conseguir esconder o sorriso.
- Também olha quem é o pai deles? O que você esperava que eles ficassem aqui até o ultimo momento? É ruim hein.- Ri tirando onda com a situação, mas na verdade eu estava bem nervosa, o dia que mais esperava chegou.
As contrações estavam cada vez mais curtas e mais dolorosas.
- Acho que não vamos conseguir a tempo!- Gritei a ele enquanto eu estava no meio de uma.
Ele não disse nada apenas senti pousarmos. Seus olhos se encontraram nos meus em um sorriso.
- Consegui.
Levantei-me com ajuda dele e fomos até a porta, ao abrirmos ambos ficamos de boca aberta ao que estávamos vendo.
- Isso não é um hospital.- sussurrei, olhei para ele que tinha se encostado na porta da TARDIS parecia que iria desmaiar.- Pelo amor dos Deuses onde fomos parar?
Os olhos verdes do Doutor ficaram congelados ao enorme prédio dentro de uma cúpula gigante de vidro.
- Você está bem?- Terminei a frase com uma cara de dor, a coisa estava ficando difícil para mim.
- Isso não é possível Clara. Não pode ser.- Sua voz sai embargada.- A TARDIS nos trouce para Gallifrey.
Não pude conter um grito de dor, o Doutor me olhou como se voltasse a realidade.
- Não podemos perder tempo.- Sem mais nem menos ele me pegou no colo e correu ao encontro do enorme prédio.
* * *
Ao abrirmos as portas meu sangue gelou. Não havia absolutamente ninguém naquele prédio, estava tudo abandonado.
- Não, não, não!- O Doutor pegou com presa a chave de fenda sônica e passou pelos corredores vazios e iluminados pelos raios de sol que passavam pelas janelas.- Não há ninguém aqui...
Encosto-me na parede e me sento no chão respirando com dificuldade.
- Vamos ter que voltar.- Ele falou já se abaixando para me levantar.
- Não vamos voltar nada. Se eu der mais um passo um de seus filhos vai nascer!
- Ei! Não fale desse jeito!
- Cale a boca!- Gritei irritada, logo depois mais um grito.
- Calma, vai dar tudo certo, se eu não me engano aqui perto tem a ala hospitalar vai ter tudo o que pre...
- AAAAAAHH! Anda logo!- o doutor me pegou no colo novamente e andou comigo por uns cinco corredores e ele estava certo, havia uma ala hospitalar muito bem equipada, achamos uma maca e ele me pôs ali.
- Certo, eu fiz isso uma vez... eu acho.- O seu nervosismo era aparente.
- AI Meu Deus! Estão vindo!- Me segurei no colchão sentindo mais uma vez a dor horrível.
O Doutor pegou um banquinho e se sentou ficando de frente para as minhas pernas, ele chegava a suar.
- Tudo bem, hoje nossas vidas irão mudar.- O Doutor sorriu para mim e eu fiz o mesmo, mas logo a dor me consumiu.- Eu quero que faça força, muita força. Vamos trazer esses bebês para Gallifrey.
* * *
Depois de muitas horas com dores, fazendo força para dar a luz nada ainda havia acontecido.
Minhas forças estavam se esvaindo, eu estava completamente suada de tanto esforço durante muito tempo, o dia chegava estava começando a escurecer.
- Clara eu não sei mais o que fazer.- Ele passou a mão na testa secando o suor e logo levantou vindo até mim dando um beijo em minha testa enquanto eu tentava recuperar o ar.
- Um dos bebês pode estar na posição errada.- Houvi uma voz ao longe, viramos a cabeça quase ao mesmo tempo, havia um garotinho com roupas esfarrapadas parado na porta. Ambos ficamos surpreso.
- Pensamos que não havia ninguém aqui.- O Doutor falou alegre.
- É, a maioria que passa por aqui pensa do mesmo jeito e essa é intenção. Poucos de nós sobreviveram a ultima guerra então nos escondemos para nos protegermos.- O garotinho loiro mexia nas mãos entretido.- Eu venho aqui todo o dia explorar o prédio e então eu ouvi os gritos, achei que alguém precisasse de ajuda.
- Ah sim garoto, precisamos sim. O que você disse antes?- O Doutor foi até o garoto e o trouce até nós, ele parecia ter uns oito anos, o menino sorri para mim e põe a mão em minha barriga.
- O bebê esta invertido, tem que vira-lo. Acontece muito isso por aqui.
O Doutor não perdeu tempo e virou o bebê com cuidado, eu pude sentir tudo.
- Agora sim, faça força.
Respirei fundo e fiz o que me pediu, senti uma mão segurando a minha olhei para o lado e lá estava o garotinho segurando a minha mão de olhos fechados. Reuni todas as minhas forças e empurrei junto com um grito que eu tentava conter sem sucesso, foi quando ouvi o choro, o tão esperado choro.
- É menina! Clara a nossa menina nasceu primeiro!- A alegria dele era enorme, respirei aliviada, o menino ao meu lado abriu os olhos vendo a minha filha com um sorriso.
O Doutor deu um beijo no rostinho da bebê e a enrolou em um das mantas brancas que havia no hospital, ele fez todo o procedimento de cortar o cordão e trouce para mim.
- Ela é tão linda.- a peguei no colo enquanto o seu choro preenchia o lugar, peguei a sua mãozinha sentindo as lágrimas aculuarem, com certeza é o dia mais feliz da minha vida.
O menino olhava curioso para minha pequena sorri para ele que fez o mesmo.
- Qual o nome dela?- Perguntou o menino, olhei para o Doutor e ele para mim.
- É... o nome dela é Bella.- encarei o Doutor esperando sua reação, ele sabia o porque do nome eu já havia conversado com ele sobre isso, eu estava homenageando a filha que o meu melhor amigo tinha perdido e tudo o que o Doutor fazia era apenas sorrir.
Comecei a acalmar a Bella que aos poucos ia ficando quietinha, então senti outra vez as mesmas dores. Agora era a vez do meu menino nascer.
Mais uma vez eu fiz forças para traze-lo ao mundo. O garoto que estava ao meu lado outra vez pegou a minha mão e a apertou.
Um novo choro preencheu meus ouvidos, eu tinha dado a luz aos meus filhos. Ouvi a risada do Doutor ao segurar o bebê.
Ele o trouce para que eu segurasse os dois eram tão lindos.
- Que nome quer dar a ele querida?- O Doutor se abaixou pondo a mão em minha cabeça a afangando.
- Você pode escolher.- Sorri segurando os dois que agora estavam em silêncio dormindo em meu colo, todo o rosto do Doutor se iluminou com a oportunidade de escolher o nome de seu filho.
- Matthew.- Quase sussurrou as palavras e logo em seguida beijou a cabeça de nossos filhos.- Eu devo agradecer a TARDIS por ter mudado a rota para que viéssemos para Gallifrey, nunca imaginei que meu mundo estaria de pé e com sobreviventes e que algum dia eu teria filhos senhores do tempo.
Rimos juntos, foi tudo muito louco mas ao mesmo tempo perfeito.
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