História I Remember - Final Chapter

•Coisas que não deveriam ter sido feitas!

Os dias têm se passado gelado, igual meu coração ficou quando você se foi. Eu me sinto quebrado. Sei que fui egoísta a níveis alarmantes... Entretanto eu queria ter ti contado o Porquê.

Eu queria suas desculpas.

Primeiro de tudo eu gostaria de dizer a você que lhe amo. Porém não tive tempo o suficiente; não que eu não dissesse antes você sabe, só que desta vez seria diferente.

Eu sei que fui e agi igual um idiota, mas eu só queria te proteger. Eu nunca quis magoar você, não depois de tudo que a gente vivenciou juntos! Talvez se eu tivesse dado um jeito de dizer a você, isso não estaria acontecendo.

Não sei quando foi que me tornei este ‘ser’ repugnante em que me tornei. Mas eu ter me tornado isso não foi culpa sua, foi única e exclusivamente minha meu amor.

Eu fui fraco, não te respeitei como deveria e nós dois pagamos por isso. Eu tive de ficar sem você e você sem a sua preciosa vida.

Ah amor, eu definitivamente não te merecia.

Eu não sei viver sem você. Eu não quero viver sem você.

O que eu faço agora hm?

Quando seus pais te levaram para longe de mim, foi a sensação mais dolorosa e sufocante que eu já tive de passar. Não comia, não dormia...eu era quase um morto vivo.

Você se lembra do Spax o seu antigo amigo do colegial, que eu sempre tinha ciúmes por motivos bobos? Então foi ele que me ajudou à me manter forte pra ir atrás de você. Mesmo que você nunca tenha me ouvido mencionar esta parte triste da história, eu devo as minhas mais puras e sinceras gratidão a ele.

Mas enfim, quando finalmente te encontrei por meios de contatos e de muita insistência eu me senti o cara mais feliz do mundo.

A gente estava tão feliz...contudo eu estraguei tudo.  Tirei à sua felicidade que um dia eu prometi a mim mesmo proteger a todo custo.

Eu fui o motivo da tua dor, o que saber disto me mata e me deixa ainda pior. Você era tão inocente. Tão puro e o único erro que cometeu foi me amar.

Achei que seria justo eu me afastar depois do que eu fiz. O medo e a insegurança me faziam ter receio de te olhar. Se por algum motivo eu te olhasse e visse seu olhar machucado ou magoado seria o pior castigo que eu poderia receber.

Não queria ter sido grosso ou violento naquela fatídica noite em que nos separamos, contudo não tive escolhas.

Quando começamos à viver juntos depois de tanto tempo separados, eu comecei a trabalhar naquela agencia de modelos, se recorda?

Como não se recordar não é? Foi a melhor época de nossas vidas. Matávamos a saudade que tínhamos um do outro todo santo dia, e apesar das briguinhas bobas que tínhamos nunca deixamos de nos amor. Creio eu que esse amor... esse vínculo que tínhamos só se fortalecia.

Mas apesar de ter os motivos para sorrir, todos os dias de minha vida eu te traí.

Por favor, você precisa acreditar em mim, eu não gostava dela. Eu nem ao menos tinha uma atração. Foi só questão de momento, só que essa minha imprudência teve um preço.

Quando a conheci, por mais que eu a negasse e a rejeitasse ela era insistente. Chegou uma hora em que eu não aguentei mais aquelas provocações e me rendi.

Mas não pense de jeito algum que aquilo se repetiu ou que aquilo significou algo a mim, eu fiquei com nojo de mim mesmo. Como pude ter feito aquilo? Bom até hoje não faço ideia!

Sei que deveria ter me mantido forte, porém não consegui. Isso era tão difícil, eu mal dormia em casa. Não conseguia olha na sua cara e fingir que nada havia acontecido.

Durante muito tempo a gente brigou, pelos simples fato deu não conseguir ser o mesmo. À culpa me corroía aos poucos.

Tudo que eu sentia era culpa e vergonha, por ter deixado aquilo chegar tão longe quanto chegou.

Em uma certa tarde enquanto estava em meu escritório, decidi contar a verdade a você. Não conseguia mais conviver com a culpa. Já havia chegado no meu limite, não conseguiria ficar mais um segundo sequer sem lhe contar a verdade. Eu sabia que você não fazia ideia do que estava acontecendo, estava confuso e triste achando que era sua culpa. E acredite ou não eu estava definitivamente pior do que você, por estar lhe proporcionando tal sofrimento.

Eu finalmente iria lhe contar a verdade e voltarias a ser o que éramos antes certo?

Bem pelo menos era nisto em que eu acreditava.

Bem um pouco antes de sair de minha sala, para pedir a secretaria que fizesse uma reserva em aquele restaurante que você adorava e comprasse chocolates com suas flores preferidas, um senhor e ela apareceram no meu escritório.

No começo fique bem confuso, até ela me falar que aquele senhor era ninguém mais ninguém menos que seu pai. Aquele homem apesar da sua aparência idosa, sabia bem intimidar uma pessoa.

Foi naquela tarde de outono, que por sinal era sua estação preferida, que descobri que a mesma estava gravida.

E se eu já me sentia culpado antes, nem queira saber o que eu senti quando recebi aquela notícia.

Porém não podia culpar o bebê, a culpa não era dele era minha Tai.

O senhor queria que eu casasse com sua filha, pois não iria tolerar uma filha gravida sem estar casada. Aquele homem não se importava se sua filha sofreria, ele apenas queria evitar o falatório.

Mas é claro que eu neguei, eu juro que tentei convence-lo ao contrário. Pois daria sim para cuidar bem do bebê sem estar casado, e que sua filha não merecia passar por aquilo. Aliás que se fode-se os comentários.

O pior realmente foi olhar para ela. Eu via felicidade e satisfação em seu olhar. Eu definitivamente fiquei em choque. Aquilo não podia e não devia estar acontecendo. Ela se divertia com meu sofrimento e desespero que naquele momento devia estar bem visível.

Aquilo só podia ser um pesadelo.

Meu coração estava disparado, não conseguia me mexer, temia só de imaginar ficar sem você definitivamente.

Quando eles finalmente saíram irredutíveis de meu escritório, eu pensei comigo mesmo que daria um jeito, não daria?

Não podia dizer nada a você, não até eu ter resolvido aquela situação. Quem sabe até poderíamos ficar com a guarda daquela criança, eu sempre soube que você se culpava por não poder me dar um filho amor. Eu ficava tão triste por isso. Você daria um excelente pai!

Infelizmente no outro dia ele foi ao meu escritório novamente e para a minha surpresa ele começou a falar de você. Falar que se eu não me casasse com ela faria coisas horríveis com você.

Aquele homem era um sádico homofóbico, igual seus pais eram....

Não sabes o desespero que passei ao ouvir ele pronunciar aquelas coisas absurdas.  No fim eu acabei aceitando aquilo. Sabia que era o fim pra nós dois... E por mais que tenha doido como um inferno, saber que nada aconteceria com você me deixou um pouquinho menos mal.

Na minha cabeça você superaria, você iria seguir em frente. Poxa você sempre fora um cara forte.

A parte de ter de terminar com você fora toda planejada por ele...Aquele homem era louco, ele queria ver você sofrer por alguma razão. Ele queria ver você chorar...sofrer já que o mesmo não precisaria, já que decidi te deixar.

Só não esperava você tirar a vida meu amor...Eu queria te ver bem, saudável, vivo. Contudo você mesmo tirou sua vida. Não imaginava que fosse tão dependente de mim, como eu era de você.

Terminar com você foi horrível. Ver seu desespero e eu ter que atuar, quando na verdade meu coração estava disparado e doía. Eu quase chorei na sua frente mais não o fiz. A única diferença é que iria acontecer na sua frente, pois eu chorava todos os dias por saudade.

Ver você implorando por mim, se humilhando daquele jeito por mim, me deixou realmente traumatizado. Eu só queria te pegar no colo e dizer toda a verdade.

Mas eu sabia que ele estaria vendo e seria pior, por isso depois de finalizar e deixar o mais convincente que consegui eu sai de lá. De algum jeito ele havia me dito que havia colocado câmeras e escutas em seu quarto…Só não sabia como ele fizera aquilo.

Sai de lá e fui o mais rápido que consegui ao banheiro, tive de me segurar para não cair. Minhas pernas queriam ceder eu chorava muito, não conseguia ver um palmo da minha mão.

“Meu coração estava despedaçado e fora tudo culpa minha, como eu me odeio”

Fui para o hotel em que eu estava hospedado o mais rápido que pude, estava destruído, perturbado. Eu queria me matar. Porque eu não pude segurar meus malditos instintos?

Eu nunca havia sentido tanta vontade de matar alguém como eu estava com vontade de matar aquele homem, a não ser os seus pais Tai.

Eu sentia vontade de vomitar, parecia que meu estomago estava revirando e a qualquer momento colocaria tudo para fora.

E essa vontade de matar só piorou quando no outro dia eu vi o senhor novamente. Ele estava feliz e satisfeito. Como ele havia conseguido assistir o desespero dele e sorrir? Eu nunca irei atender.

Sabe Tai eu ainda tinha esperanças de que depois de ver tudo aquilo ele mudaria de ideia sobre nos separar. Mas como vê eu estava enganado.

Na semana seguinte tive de mudar de cidade, achei que seria melhor mantê-la longe de você. Sabe nos últimos dias ela estava se mostrando pior se não igual o pai.

Viver naquela casa estava sendo um inferno, muitas vezes eu queria fugir e ir atrás de você. Mas eu não ousaria fazer. Ela mesmo me disse que se eu fosse atrás de você e ela descobrisse por que ela iria, ela contaria ao pai.

Os dias se passavam e rapidamente viravam semanas, e o que me consolava era pensar que você estaria seguindo em frente.

Bem pelo menos era o que eu pensava.

Um mês de sofrimento havia se passado e eu pensava que a essa altura você desistiria de lutar por nós. Que provavelmente já estaria em outro. E por mais que doesse essa possibilidade eu ficava aliviado. Infelizmente comecei a ter crises de ansiedades depois que nos separamos. Eu ainda chorava muito e ela claro se divertia com isso.

Contudo para a minha surpresa e meu desespero, você foi atrás de mim. Há foi tão bom te ver novamente. Não fazia ideia de onde e nem de como descobriu meu paradeiro, porem isso não diminuiu a vontade avassaladora de te abraçar, te beijar e dizer que te amava.

Pensei que havia ido ali para me xingar, dizer que foi uma perda de tempo ficar comigo que eu era um lixo entre outros vocabulários de baixo calão. O que de fato eu era e merecia.

Mas não você simplesmente se ajoelhou no chão e começou a chorar, eu definitivamente sou um monstro não sou? Como havia conseguido me encontrar uh? Você não desistira de mim igual eu não desisti de você não foi?

Aquela mulher que eu não quero e não posso chamar de “Minha mulher” estava ao meu lado e começou a rir.

Qual era o problema daquela família que adorava ver a dor e o sofrimento alheio?

Não era possível ela ver o estado dele, ver o meu estado e rir. Parece que não são humanos, não tinham misericórdia.

Quando ela começou a rir, um medo avassalador começou a tomar o meu corpo, coisas do tipo; “ela vai contar ao pai” ou “ela vai cumprir a promessa e vai mata-lo” coisas como essa começou a se passar por minha mente.

E então seguindo os meus instintos eu comecei a rir também com a intenção dela pensar que eu estava adorando mais do que ela vê-lo naquele estado. Quando na verdade eu queria tirar você dali e me acertar o mais rápido possível.

E foi com isso que eu ganhei o olhar satisfeito dela, por estar vendo eu rir do seu sofrimento.

E o que eu sempre temi ganhar de você; um olhar vazio, machucado, magoado.

O pior era ver o seu choro meu amor, um choro engasgado e esganiçado, você parecia sentir muita dor. Era muito parecido com o meu quando eu chorava por sentir sua falta.

“Ah céus eu pensava que me odiava agora”

Nada mais justo, só acho que você nunca conseguiria me odiar do jeito que eu me odiava e ainda me odeio.

Os dias foram se passando e o inverno finalmente havia chegado. Eu adorava o inverno pois podia ficar agarrado a você numa caminha quente enquanto conversávamos, enquanto tomávamos achocolatado quente, quando éramos felizes. Só que isso agora só aumentava dia após dia o meu sofrimento e a saudade de você.

E hoje tudo que eu vejo no inverno é imagens nossas juntos. Passei a odiar essa estação amor, você riria de mim pois você costumava dizer que ninguém amava esta estação mais do que eu... Você até fingia estar com ciúmes. Éramos um só, podia ser engraçado dizer isso mais era a mais pura verdade. Só a gente nos entendia.

Mas diante de tudo aquilo uma coisa boa finalmente havia acontecido, não me orgulho de dizer isso mas não vejo outra opção amor. Eu havia o matado.

Você deve estar muito triste agora por saber disto não é? Mas eu não aguentava mais, eu estava definitivamente ficando louco. Aquela família tinha aquele poder.

Tudo aconteceu porque aquele panaca havia dito que mudara de ideia sobre deixar você sair impune. Tinha a mais pura certeza de que ela havia contado ao pai sobre você ter ido até lá.

Fiquei tão louco de ira e ódio que fiz o que mais temia...eu o matei. Na hora só mirei a faca que estava em cima da bancada e parti para cima dele, acabei acertando a faca no braço, pescoço e o torço.

Saí de lá o mais rápido que consegui. Não me arrependia, ele queria te machucar amor e eu nunca permitiria aquilo. Fui a um hotel e fiquei hospedado lá até de manhã, quando finalmente decidi ir atrás de você!

Ela ainda não havia entrado em contato comigo, então presumi que ela devia ter saído. Já que as saídas da mesma estavam ficando mais estranho e mais frequentes.

Mas se eu ligava? Não nem um pouco queria tanto que minhas suposições estivessem certas e ela estivesse tendo algum amante.

Ah ainda me lembro da sensação maravilhosa quando senti que voltaria pros seus braços meu amor. Criaria meu filho com você definitivamente, daria um jeito ou outro de pegar a guarda pra nós dois.

Ah finalmente seriamos muito felizes, me esforçaria ao máximo pra te fazer feliz…só que agora eu cumpriria, pois sofri na pele o preço de uma promessa quebrada.

Quando cheguei na frente da porta do apartamento que já fora nosso, só que agora era somente seu, meu coração acelerou como sempre acelerava quando chegava em casa depois do trabalho.

Bati na porta várias vezes mais você não atendeu. Cogitei a ideia de você ter saído. Oque você foi capaz de fazer nunca iria se passar pela minha cabeça por deus.

Fui até o recepcionista, expliquei a situação que havia chegado e você não estava em casa e ele por sua vez entendeu. Felizmente ele já me conhecia então ele confiava em mim. E então finalmente estava com as chaves em minhas mãos.

Voltei em passos rápidos para o apartamento destrancando-a numa velocidade que um dia eu julgará impossível. Entrei e levei um susto ao ver a casa que já fora nossa naquela situação; bagunçada, vazia, escura e por alguma razão tão sem vida.

Eu estranhei amor, você geralmente era alguém organizado...não era sua cara deixar aquilo daquele jeito.

Chamei-o calmamente e não obtive respostas. Pensei que você realmente havia saído. Mas eu pensava que aquilo seria bom, pois teria tempo de organizar tudo e deixar nos trinques para você novamente, e consequentemente fazer uma surpresa para ti!

Chutei algumas coisas que estavam em meu caminha e adentrei o quarto que dividíamos antigamente. O quarto estava mais bagunçado e sujo do que a sala. Então realmente comecei a me preocupar, não queria que tivesse pegado alguma doença que o fizesse ficar de cama.

Fui em direção ao banheiro e te vi no banheira, no início achei que estivesse dormindo.

Você estava tão sereno, parecia que estava dormindo. Tão bonito como sempre fora.

E realmente estava num sono, que infelizmente não acordaria mais.

Me desculpe amor, mais me lembrar disto me deixa muito mal.

Me aproximei na intenção de acorda-lo, mas havia algo errado, você estava gelado e não acordava.

Comecei a ficar desesperado, não podia ser, devia ser só um terrível pesadelo. Um pesadelo muito ruim.

Meu peito doía tanto, eu chorava como nunca chorei em toda minha vida. Peguei você e tirei da banheira de dentro da agua gelada. Coloquei-o na cama e coloquei o edredom por cima de seu corpo na intenção de esquenta-lo.

Me lembro de chamar a ambulância, minhas pernas ficando bambas, o pânico estava começando a aparecer e tudo ficar preto. Não me lembro de mais nada depois disto, só das minhas pernas cederem e cair deitado ao seu lado.

E sabe o que é mais engraçado? É saber que ele nos enganou amor...O filho que aquela vagabunda esperava não era meu.

Ela estava esperando um filho de um desempregado qualquer. Ela e o pai só queriam meu dinheiro, tinha a impressão de que assim que nos casássemos ela iria me matar e eu não duvido nada desta intuição.

(...)

Enquanto o tempo passava, teno continuava indo visitar Taichi, continuava sendo amor, sempre seria amor.  Apesar de taichi estar de baixo da terra ele continuava o amando.

Teno não aguentava mais todo aquele sofrimento, ele ainda não havia se perdoado. Ele se culpava e se cobrava de mais.

Só que o que ele não sabia era que tinha alguém no céu olhando para ele neste exato momento, e que já o havia perdoado. Apesar disto ele também continuava o amando.

Alguns meses se passaram e Teno havia tomado sua decisão, ele queria ver o seu amor, lhe contar tudo pessoalmente no céu.

Apesar de saber que não seria tão fácil assim ir pra lá, pois havia matado um homem. Mais isso não lhe importava agora pois havia se arrependido.

Taichi via o que seu amado estava prestes a fazer e ficou triste, pois queria que o mesmo fosse feliz, que tivesse uma família como ele não pode. Se arrependia muito de ter se matado. Ele ouviu a confissão de seu amado enquanto o mesmo estava sentado em seu tumulo chorando.

E se tivesse sido um pouco mais paciente talvez agora estariam juntos.

Mais uma coisa era certa, ainda se amavam como um só!  Afinal eram almas gêmeas.

E foi com este pensamento que teno foi em direção a ponte da cidade, decidido a fazer o que faria a seguir.