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História I See Fire - 100 Anos de Solidão


Escrita por: jauresquad

Notas do Autor


Essa história tem um pouco de mistério, até porque o que seria da vida sem um pouco de mistério né? Mas não pretendo fazer muuuuito drama não, porém sejam pacientes pois as coisas vão acontecendo ao desenrolar da história. Boa leitura a quem estiver lendo :)

Capítulo 2 - 100 Anos de Solidão


Fanfic / Fanfiction I See Fire - 100 Anos de Solidão

 Lauren's POV.

Depois de 50 minutos de pura enrolação, a professora que não parava sequer um segundo de falar, finalmente parou. Então eu revirei os olhos, mas dessa vez foi de alivio. Eu sentia meu estomago em uma guerra entre socos e barulhos, e no momento jurei que nunca mais sairia de casa sem tomar um belo e reforçado café da manhã.

Parabéns Lauren, espero que ninguém ouça esses barulhos” 

Era aula de espanhol, que por sinal eu sempre fui bem nessa matéria, afinal minha ascendência cubana sempre me fez ser quase fluente no espanhol e eu sempre gostei muito das aulas alem da minha facilidade, mas, por algum motivo desconhecido tirando a minha fome, eu não estava com os pensamentos centrados naquela aula, eu tinha outros motivos que não me deixavam sequer prestar um minuto de atenção.

Eu havia conversado mais cedo com Verônica, minha amiga fez questão de me acompanhar por todo o campus da Barry University para irmos buscar os horários das novas aulas juntas, Verônica não havia falado nada demais, não havia mencionado nada sobre os acontecimentos passados, o que me deixava frustrada por não saber o porquê dela estar pisando em ovos comigo, mas eu não quis arriscar perguntar, então ouvia atentamente todas as coisas que ela me contava, então me dei conta que as férias não foram muito diferentes do que sempre costumava ser.

Mas o que estava ocupando mesmo os meus pensamentos era não ter certeza de como meus amigos iriam reagir quando me vissem novamente, afinal eu sumi todas as férias, cancelando planos, viagens, festas (que eu geralmente não perdia uma. Eu tinha medo de ter que explicar coisas aos meus amigos que eu não conseguia explicar a mim mesma.

 -Então Senhores, gostaria de um pouco da atenção de vocês, agora vou chamar aqui a frente uma jovem qual foi minha aluna no ensino médio na Carrollton School, e é excelente aluna em espanhol, ela vai ler um texto para vocês. A voz da Sra. Merlon ecoava naquela sala, e eu revirava os olhos novamente praguejando os céus e a terra por ter que aguentar uma qualquer fazendo leitura, enquanto eu só queria mesmo era voltar pro meu apartamento e fazer qualquer coisa que não fosse passar por aquela aula malditamente chata.

Então decidi fazer a unica coisa que me restava, abaixei a cabeça na minha mesa, e estava pronta para tirar um cochilo que ajudasse o tempo passar, mas foi quando uma voz me fez desligar os meus pensamentos e prestar atenção.

 -Bom dia... É meu nome... É... É, Karla Camila Cabello. 

Eu mantive os olhos fechados desejando estar com um fone de ouvido, entediada ainda com a cabeça abaixada, sem ver a menina cujo o nome se dizia ser Karla sei lá do que. Já tinha perdido as contas de quantas vezes havia revirado os olhos naquela sala.
 

“A professora ainda chama uma garota gaga pra fazer discurso, mas que beleza de primeiro dia.” Eu pensei entediada, e resolvi não se dar ao trabalho de olhar para a menina que falava o titulo do livro ainda atrapalhada.

Mas, algo me surpreendeu  de uma maneira que me fez querer prestar atenção e ouvir atentamente as palavras da tal Camila sei lá do que.

   -“ Eran nuevos gitanos. Hombres y mujeres jóvenes que sólo conocen su propiolenguaje, hermosos ejemplares de piel y manos inteligentes. En sólo quería un dispositivo para olvidar los malos recuerdos, y el yeso que perder el tiempo, y mil...

Arregalei os olhos e levantei a cabeça em um susto que me fez estalar o pescoço.

Quando pus os olhos na jovem eu olhei descaradamente de cima a baixo, havia um rapaz na minha frente que me impedia de analisar a menina que lia com um livro nas mãos melhor, então eu resolvi apoiar os cotovelos na mesa e me inclinar para frente, a fim de ter uma visão melhor da jovem, e.... Que visão. Foi então que eu me dei conta que a jovem deveria ser caloura, pelo fato de eu nunca ter a visto antes. Comecei a olhar em volta e vi que não havia ninguém que eu pudesse lembrar de já ter visto na faculdade antes, é como se eu estivesse em uma turma só de calouros.

A sua voz me tirou a atenção novamente, então decidi a fitar.
    

Ao me deparar novamente com uma jovem, um pouco mais nova que eu? talvez. Ela era tão bonita quanto sua voz e lia de uma forma confiante, na verdade ela lia muito bem, eu quase esqueci do porque eu tinha me levantado tão bruscamente quando a jovem ainda havia pronunciado as primeiras palavras de seu livro.

 “Ela tá citando... Mas?” Eu me perguntava internamente.

 -Invenciones ingeniosas e insólitas que José Arcadio Buendía le gustaría inventar una máquina de memoria para recordar todo. En un instante transformado el pueblo.Los habitantes de Macondo encontraron de pronto perdidos en sus propias calles.

A jovem terminou, e levantou os olhos que antes abaixados e concentrados em seu livro, agora estavam a olhar a turma, com um sorriso tão doce no rosto e as bochechas coradas que me fez esquecer das pessoas por um segundo ao meu redor.

Sim, a menina estava citando “100 Anos de Solidão”, que era por sinal um dos meus livros favoritos. Eu já havia lido e relido novamente umas 5 vezes, por isso me assustei quando a menina começou a recitar uma de suas paginas, não era surpresa para mim que a menina estivesse citando aquele livro, afinal é atualmente considerado uma das obras mais importantes da literatura latino-americana, mas era surpresa para mim que alguém como essa jovem estivesse lendo um livro tão conturbado como aquele.

ela não parecia ser o tipo de pessoas que leem livros como este.”

Eu que antes não me dei nem ao trabalho de olhar, agora estava observando a menina atentamente, que depois de receber um elogio da professora agora caminhava de volta para sentar se em seu lugar.

Então aquela famosa e aliviante frase soou em meus ouvidos me tirando de meus devaneios...

   -A aula acabou! -Disse a Sra. Merlon.

 Amém! resolvi não dar muita importância por estar em uma classe onde parecia só haver calouros e comecei a juntar as minhas coisas para sair dali o mais depressa possível antes que morresse de fome. Sai em passos largos sem ao menos olhar para trás e ver a morena que havia tanto me tirado a atenção há poucos minutos.
 

(...)

Que ar maravilhoso. Eu, agora respirava o ar puro do campus e decidi olhar a tela do meu celular e vi que o mesmo não havia notificações nenhuma, me senti incomodada, antes sempre havia uma mensagem de pelo menos Verônica, ou Keana, ou até mesmo Alexa de "Vamos almoçar juntas" "Te encontro daqui a 10 minutos."

Porém hoje não havia nada, mas o que eu poderia esperar? Estava tudo uma bagunça quando eu quis sumir do mapa, agora eu não podia simplesmente aparecer achando que tudo ia voltar ao normal, achando que tudo ia ser como era antes quando o que eu fiz foi só ignorar tudo e todos. Eu teria que me acostumar que as coisas já não eram mais dessa forma, e não iriam mais ser.

Bufei de pura frustração e me pus a caminhar a caminha da pequena fila que se formava em um food truck externo e quando cheguei, me permitir suspirar, suspirar aliviada e preocupada ao mesmo tempo, olhava por aquele enorme campus da minha universidade e não via nenhum de meus amigos, e eu só conseguia me perguntar aonde haviam se metido todos? Merda, eu só queria os reencontrar logo para saber qual seria a reação deles, mas parece que todos haviam sumido do meu campo de visão.

Apenas dei de ombros, e me concentrei em pedir minha comida e caminhar a uma mesa amadeirada que era preenchida com a sombra de uma das grandes arvores que se matinha ali. Afinal, eu nunca fui à pessoa mais preocupada da vida e isso nunca iria mudar. Então resolvi comer antes que meu estomago resolvesse criar vida própria e ir sozinho.

  


Notas Finais


O livro que eu citei "100 anos de solidão" não existe eu inventei esse título, pelo menos até aonde eu sei não existe. (Só pra saberem).


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