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História I See Fire - Invisible Girl


Escrita por: jauresquad

Notas do Autor


Boa leitura a todos!

Capítulo 3 - Invisible Girl


Segundo dia de aula? Segundo dia de aula!

Eu repetia isso na minha  cabeça, na tentativa de me auto convencer que sobreviveria ao segundo dia de aula como sobrevivi ao de ontem. Só que dessa vez eu tinha tomado um café da manha reforçado antes de sair do meu apartamento.

Chegando a universidade, eu não pude deixar de sorrir ao ver a animação de todos, estava tudo colorido, varias bancas de inscrições, os alunos novos animados pra se inscreverem nas atividades extracurriculares que iam de clube de artes até aos mais pesados esportes. Varias bancadas com filas, faixas, todo mundo animado e comentando, ansiosos para se escreverem e fazer parte de algo. Porem eu já havia passado por aquilo e não me enchia mais os olhos.

-MI AMOR, que saudade! –Um beijo na minha nuca me fez arrepiar e quando eu meu viro rapidamente vejo uma Normani sorridente de braços abertos como se estivesse aguardando o abraço mais apertado do mundo, e claro que eu me apressei em lhe dar. 

-Mani, como é bom te ver! Abraço a minha amiga com toda força do mundo.–Como você está?

-Eu estou bem, mas e você como foi às férias?

-Ótimas. – Eu disse sem muito animo, e a minha amiga morena me dei um olhar duvidoso, mas não me questiona muito.

Então nos duas fomos conversando sobre coisas do tipo “o que você fez” “como vai sua família” “você tem aula de que?” caminhando ao longo daquelas pessoas. Para logo avistarem uma baixinha correndo na nossa direção e tratarmos logo de dar um abraço grupal, eu senti meu coração bater novamente em todo aquele calor humano e um alivio por ter visto Normani e Ally antes de qualquer outra pessoa nesta manhã, minhas duas amigas eram a calmaria que eu precisava nessa nova fase.

As minhas duas amigas, Ally e Normani, eu as conheci a dois anos atrás quando entrei na Barry University, e elas são totalmente diferente das minhas “outras” amigas.

Diferente como? Bom, não é um diferente ruim, a verdade é que nessa vida as pessoas são diferentes, gostos diferentes, maneiras diferentes, personalidades diferentes. Allyson e Normani só eram diferentes no sentindo acolhedoras, nunca me julgaram, se importavam comigo mais que tudo e com os meus pensamentos. Ally e Normani gostavam de discrição. Ally e Normani era tudo que a antiga Lauren não era. E por um segundo eu me praguejei por ter abandonado minhas amigas no passado, por ter deixado a nossa amizade esfriar quando eu queria ignorar tudo e todos. Eu senti os meus olhos marejarem no contato carinhoso das minhas amigas.

Uau eu realmente estou mudando.

-Ok, ok, ok, Lauren, como você está?-Ally dizia calmamente se soltando do nosso abraço e fitando os meus olhos. - Eu tentei te ligar depois que tudo aconteceu, mas você não atendia.

-Oh... Eu... Ah... Está tudo bem. -Dei um sorriso fraco pra ela que me olhava com um sorriso preocupado no rosto.

-Mani, Ally, suspirei pesadamente. Eu... Eu queria me desculpar com vocês, por tudo, por ter sido tão estúpida esses últimos meses, pela forma que tratei vocês aquela noite, por não ter ouvido as vezes que vocês falaram comigo e principalmente por ter deixado a gente se afastar, porque eu honestamente sinto que a culpa foi toda minha e das minhas idiotices. - Eu dizia aquilo tudo tentando ser o mais sincera possível.

-Garota, já passou você não estragou nada, AINDA. -Com um sorriso brincalhão deu enfase na palavra. -Nos estamos aqui e é isso que importa. -Era Normani quem dizia. –Só deixa de ser cabeça dura pelo amor de Deus! -Completou, nos fazendo gargalhar.

-Laur... Vamos deixar o passado no passado. –Ally dizia enquanto dava um olhar tão amoroso para mim que me fazia me sentir o mais amada possível.

-Eu amo vocês. -Eu disse simplesmente querendo expressar o sentimento verdadeiro por minhas amigas.

-Mas nossa senhora você tá ficando melosa em Jauregui. Normani comentou com bom humor, e agora nós três caímos na gargalhada novamente.

(...)

Eu havia assistido minhas três primeiras aulas, e resolvi que era melhor ir embora mais cedo, pra dar tempo de tomar um banho antes de sair, hoje eu iria na casa dos meus pais falar com eles que já haviam combinado de almoçarem comigo desde semana passada.

Caminhando tranquilamente pelos corredores despreocupada indo em direção ao meu carro, o campus estava vazio tinha poucas pessoas, mas isso não me preocupava embora soubesse que provavelmente todo mundo estaria em aula que eu estava matando. Mas eu estava mais que feliz de saber que estava tudo bem e tecnicamente de volta ao normal com Ally e Normani.

Eu Não poderia arriscar, não poderia arriscar minhas amizades verdadeiras que eu consegui, que ficaram do meu lado até nas minhas piores épocas, independente do meu dinheiro, ou até mesmo do meu status. Todos tinham problemas, certo? Todos tinham fases ruins e são nas fazes ruins que nos vemos quem são nossos amigos de verdade, isso é clichê, mas não existe frase mais certa: quer ver quem são seus amigos de verdade? Precise deles e veja quem estará disponível ou ao seu lado.

Em poucos minutos eu já estava dirigindo para fora da universidade, respirei fundo olhando pela janela e observando a paisagem naquela pista que levava a principal de Miami, e apesar de ainda não ter falado com ninguém exceto Vero, eu finalmente sentia que tudo estava voltando ao normal e a calmaria que eu tanto buscava finalmente havia me encontrado.

Eu ainda não havia me afastado muito da faculdade tanto que podia ver o enorme campos, eu dirigia definitivamente devagar, o visor do meu carro marcava 30KM/H e eu ia só apreciando o vento no meu rosto. Como se fosse um vulto passando eu vi algo estranho e automaticamente como um reflexo pisei forte no freio e o carro parou de imediato, então ouvi um estouro batendo contra o meu carro, fazendo eu me impulsionar para frente com força, arregalei meus olhos, passei a mão pelos meus cabelo e merda, sorte que eu estava com cinto, meu coração batia feito um louco pelo tamanho susto.

Ótimo, era só o que me faltava, agora estou vendo fantasmas, estou louca.

Abri a porta e saltei para fora do carro a fim de achar alguma pedra ou animal que pudesse ter me feito se assustar daquela forma, mas o que eu achei era algo muito diferente de pedra ou animal.

- Meu Deus do céu. -Foi o que eu ouvi antes de me deparari com a menina, a mão no coração, olhos arregalados e cabelos levemente bagunçados. Eu podia ver seus dedos já brancos de tanto que eram pressionados por sua mão que estava cerrada em punhos. Pronunciava as palavras com medo ou choque ou algo que eu não conseguia decifrar.  

- Eu não sou Deus, eu sou Lauren Jaur... Puta que pariu! –  Eu estava começando a fazer uma piada com bom humor, mas logo interrompi. -Garota, olha o que você fez no para-choque do meu Ford Mustang novinho! -Aquilo literalmente me irritou, embora eu soubesse que não era de fato totalmente culpa da menina que estava ali.

- Eu estou muito bem Sra. Superficial, muito obrigada, não, você não me atropelou, eu estou viva.  –A Jovem dizia entre os dentes. -Eu sabia que eu era invisível nessa faculdade, eu só não sabia que era a ponto de alguém quase passar por cima de mim.

Eu ouvi a menina pronunciar as palavras e levantei o olhar para vê-la novamente, e então tive aquela sensação familiar que tive no primeiro dia de aula na aula de espanhol quando a morena lia um dos meus livros favoritos e por um segundo que eu a olhava parou tudo ao meu redor, novamente.

“Eu tenho que descobrir que coisa chata é essa que essa menina faz comigo.” 

Eu estava nos meus próprios devaneios, até que a menia estalou os dedos chamando a minha atenção novamente.

- Oi? -Ela me olhava com um olhar de preocupação e um tanto avaliativo.

“Eu atropelo ela, e ela que me olha como se eu fosse quebrar.”  

- Oi, olha me desculpa você deve estar machucada certo? - Falei em um tom meio sugestivo. -Pra você ter feito aquele amassado no meu para-choque você deve ter no mínimo quebrado algo... Continuei dizendo e ia me aproximando da jovem, para conferir seu estado mas quantos mais passos eu dava em direção a ela, mais ela dava para trás, para longe de mim.

- Você está com medo de mim?  -Perguntei surpresa com uma sobrancelha arqueada. 

- Eu não amassei seu carro, aquilo amassou. -Agora ela apontava pra uma pedra que tinha uma marca de pneu próximo ao chão.

- Oh, provavelmente foi na hora que eu freei. Mas ei, eu só freei porque eu vi algo passando no canto do meu vidro, eu me assustei.

Então a menina riu, e novamente desatou a falar.

–Eu vi seu carro vindo, mas a sua velocidade era tão baixa, que eu pensei que daria tempo de atravessar a rua, então eu tentei a sorte, foi quando dei uma leve corrida e minha bolsa ficou mais atrás do meu corpo, acho que foi isso que você viu passar no seu vidro de lado. Desculpe-me. –Disse calmamente.

-Não precisa se desculpar, eu fico aliviada de estar vindo devagar poderia ter machucado você caso estivesse mais rápido ou poderia ter causado um acidente maior.

-Tudo bem. Então eu já vou indo... É... Me desculpa pelo seu carro... Se cuida. –Disse e virou de costas caminhando apressadamente.

Mas alguma coisa me dizia para não ser indelicada, afinal eu tinha quase atropelado a pobre menina, que se denominava como invisível. Apesar de que o meu prejuízo seria alto com meu Mustang importado, mas quem me deu aquele poderia me dar muitos outros. Então eu pensava, pensava e ficava ali parada apenas olhando a menina se distanciar cada vez mais, alguma coisa dentro de mim gritava para eu oferecer uma carona para a menina que havia cruzado meus caminhos e ao mesmo tempo gritava para eu me afastar, principalmente agora que tudo estava organizado em minha vida, agora que eu havia se acostumado com a calma e a mesmice.

 

Narrador POV.

"Lauren Jauregui, rica, cheia de amigos, popular... Bissexual. Lauren já havia ficado com meninas antes, já havia namorado meninas antes, assim como meninos, uns diziam que ela gostava só de homens por ser muito chata pra escolher as meninas, outros diziam que ela preferia as mulheres. Já a própria dizia que gostava de pessoas, que não gostava de se colocar em rótulos e que só “apreciava o fato que garotas poderiam ser tão quentes como os garotos.”

Todos sabiam disso inclusive sua família. Sua mãe, Clara Jauregui nunca fora de aceitar muito bem, quanto os outros familiares, principalmente quando Lauren bebia, ia para festas e chegava em casa alta com uma “menina da noite” e dona Clara tinha que entrar no quarto da filha pela manhã para chama-la para que não se atrasasse, ou de madrugada para saber se a filha havia chegado bem e via cenas que não a agradavam, como Lauren nua com alguém na cama, ou alguma menina qualquer saindo do banheiro da filha, ou até mesmo saindo de fininho para Clara não ver. Esse é um dos motivos que Lauren tinha o seu próprio apartamento agora, não que sua família a tenha expulsado de casa, mas sua mãe tinha sido bem clara com as ideias em relação de qual tipo de vida ela queria levar, se ela poderia crescer como uma adulta responsável e se ela quisesse estar com alguém que fosse direito, seja homem ou mulher, que ela levasse para sua casa, que era de família e não uma bagunça e tratasse essa pessoa como um compromisso. Essas foram suas regras, então Lauren, uma das herdeiras da empresa que seu avô construiu, decidiu que moraria sozinha provando a si mesma e aos pais que poderia se manter com suas próprias responsabilidades. Claro que no começo foi um caos, mas agora, Lauren havia vindo sofrendo mudanças e colocando tudo arrumado em sua vida."

 

Lauren's POV.

 - Carolina espera! Em um impulso eu gritei a menina que se afastava e ela parou me encarando mesmo que de longe.
Então ela voltou, caminhando na minha direção que estava parada atrás do meu carro, ela estava com um olhar fixo no meu, e agora eu estava me sentindo nervosa e nem ao menos sabia o porque.

- Desculpe, você me chamou de que?

-Hãm... Seu nome, eu não lembro, provavelmente devo ter errado, eu só lembro que começa com “Ca...” Eu soava ridicula demais enquanto tentava me explicar me sentindo uma idiota por ter chamado a menina de provavelmente a ultima coisa no mundo que seria o nome dela.

-Mila. C a m i l a. Ela explicou cada silaba devagar como se eu fosse uma mongoloide.

Revirei os olhos pela auto explicação, o que a fez sorrir.

-Camila, desculpe pelo erro, eu sou Lauren, Lauren Jaur....

- Eu sei. Ela disse quase que no automático fitando o chão. O que deixou os meus olhos confusos parados sobre ela.- Nos temos espanhol juntas. – Disse novamente, mas com uma incerteza sobre ter me convencido.

-Oh... Então Srta. Camila – Fiz aspas em um tom confiante e brincalhão tentando assegurar que não erraria mais o nome da jovem. –Posso ao menos te oferecer uma carona pelo “quase” atropelamento?

- Eu não sei se é uma boa ideia. Você é uma estranha não sei o que você pode fazer comigo.-Disse simplesmente, porém agora tinha um enorme sorriso.

 –Você estava aqui nessa estrada sozinha, assustando pessoas como se fosse um vulto daquelas historias sinistras de estradas e eu sou a louca que vai te estripar por te oferecer uma carona? Olha eu só estou tentando ser gentil, mas na verdade era eu que deveria estar correndo pra longe de você. -Eu dizia em um tom tão brincalhão tentando fazer graça e funcionou pois a menina não conseguia esconder o sorriso no rosto, e eu sem nem saber o porque mas ao a ver sorrindo sorria também em meio as palavras.

- Não é nada pessoal, Sra. Jauregui, mas hoje tenho muitas coisas para pensar, então eu prefiro caminhar. Ela balançou a cabeça levemente dando as costas para mim que continuei a olhando, porém confusa a vi caminhando de volta a faculdade. 

  Que doida! Decidi ignorar e fui em direção ao meu carro, dando partida e indo na direção oposta da tal Camila.  
  

Voltei a dirigir tranquilamente, olhando novamente a paisagem e indo à estrada para a principal que levaria a casa de meus pais para o almoço que eu provavelmente já deveria estar, e que provavelmente eu não poderia mais passar no meu apartamento como havia planejado antes de deixar minhas aulas pois fui atrasada por uma certa menina.

Mas o pensamento da tal Camila por algum motivo não saia da minha cabeça. Seu jeito doce, inocente, sua voz, seu sorriso e até mesmo seu cheiro que embora foram poucos minutos, era marcante o suficiente para que impregnasse no ar.

. “Para com isso Lauren, você não é mais assim.” Pensei falando em voz alta. Mas era algo além da minha compreensão, um grande porque se formava na minha cabeça, porque a menina falou com tanta convicção o meu nome como se já me conhecesse muito bem? Porque ela se afastou como se tivesse com medo de mim? Porque ela disse que tinha tantas coisas para pensar e estava na estrada sozinha?

Mas o maior porque da minha cabeça no momento era: porque eu não consigo parar de pensar nela se eu mal a conheço?

Tá, ela era uma menina muito bonita, só não via quem não queria, se fosse ano passado eu já estaria bolando um plano com Verônica para conseguir ficar com mais calouras ou calouros que pudéssemos. Mas eu não era mais assim, e eu não queria me envolver com ninguém, principalmente que não pudesse levar adiante, eu estava cansada de relações de somente uma noite, eu estava cansada de toda aquela bagunça, eu estava cansada de confusões, EU era uma confusão, se eu fosse me envolver com alguém de agora em diante seria quando eu resolvesse todos os meus problemas, e justo agora que eu finalmente estava conseguindo organizar a minha vida eu não poderia bagunçar tudo novamente, eu estou correndo de confusões, e algo me dizia que essa Camila era uma grande confusão, uma grande e linda confusão.



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