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História I See Fire - A Chance


Escrita por: jauresquad

Notas do Autor


Pra vocês não se perderem, esse capitulo invés de ser NARRATIVO é (POV) no caso ponto de vista da Lauren, achei legal fazer assim de vez em quando pra dar uma mudada no contexto e diversificar um pouco. Talvez eu esteja pensando em fazer os próximos capítulos assim também, pq vem POV da Camila por aí e fazer na forma narrativa da muito mais trabalho. Bom, se vcs não gostarem ou acharem algo ruim vcs deixem sua opinião nos comentários. Boa leitura! ;)

Capítulo 7 - A Chance


Lauren’s Pov.

Eu estava naquele café e parecia que meu coração ia saltar do peito, eu só não tinha certeza se ele estava assim por ver Camila, ou se era por ver Camila chorando. Logo me subiu uma raiva tão grande mas tão grande que eu pensei que por um segundo se ela estava chorando por causa daquele moleque chamado Austin eu iria atrás dele para ensinar como se deve tratar uma mulher tão bonita quanto aquela, da maneira correta.

-Lauren? Camila me olhava incrédula e secava as lagrimas o mais rápido que podia, -eu.... eu.... Eu preciso ir, se levantou pegando seu livro da mesa e deixando uma nota de 10 dólares que eu presumi que seria para pagar a xícara de café que ela estava bebendo. Passou por mim como se fosse um foguete e eu sem pensar duas vezes a segurei pelo braço a parando de lado do meu corpo, ela se assustou e subiu o olhar de encontro ao meu, e os chocolates que eu vi poucas vezes alegres pareciam tão tristes e opacos e tinha até um pouco de medo neles... Medo?

- Por favor, me deixa ir, não faz nada comigo.
Camila disse em um sussurro de voz encarando o chão dessa vez ao invés de olhar pra mim, e dessa vez fui eu que fiquei incrédula.

-"Não faça nada contigo?" perguntei fazendo-a olhar de volta nos meus verdes que a encaravam com mais confusão impossível.
-Que tipo de pessoa você pensa que eu sou Camila? Minha voz saiu um pouco mais ignorante do que eu planejava e eu me xinguei internamente quando ela abaixou o olhar novamente para o chão.

- Olha, eu não sei o que falaram para você sobre mim, mas acho que você deveria me conhecer de verdade, assim como eu quero te conhecer e te entender. A essa altura do campeonato eu já não tinha mais controle sobre as minhas palavras.

-Eu... Ela começou, mas eu logo a cortei.

-Por favor Camila, fique, eu jamais faria nada com você seja lá que tipo de coisa você está pensando...
Ela me olhou novamente com um olhar indecifrável, e eu senti meu coração errar a batida por não consegui saber o que ela estava pensando e porque me encarava tão profundamente como se fosse capaz de avaliar a minha alma.

-Desculpa, eu não quis dizer isso dessa forma. Ela disse novamente em um sussurro.

-Tudo bem, olha eu posso te convidar para se sentar aqui, você se acalma e eu te mostro a melhor rosquinha de chocolate da região, eu disse em um tom alegre tentando anima-la.  Mas mesmo assim ela pareceu um pouco hesitante, até que sorriu e eu senti algo totalmente indiferente e desconhecido por mim em vê-la finalmente sorrir.

- Eu vou só ao banheiro. Ela disse e parecia estar mais calma, eu me agradeci internamente por ter conseguido a fazer falar comigo.

-Tá, mas promete que não vai fugir?

Ela sorriu mais uma vez e novamente aquela sensação. Meu deus eu poderia sentir isso pro resto da minha vida era tão bom que eu não me importaria.

-Eu prometo que não vou fugir de você. Ela disse e se levantou em direção ao banheiro.

E eu sorri involuntariamente ao vê-la se afastar.

Tic tac, tic tac, tic tac…
 

Já havia se passado exatos 10 minutos desde que Camila tinha se levantado para ir ao banheiro. Eu olhava cada minuto se passando no celular, eu não queria ir procura-la, queria dar o espaço necessário para ela. Se ela ainda não apareceu é porque não está confortável, afinal ela estava chorando certo?  Eu estava repetindo internamente para mim mesma, mas na verdade estava mesmo era tentando conter a vontade de ir atrás dela.

- Senhora Lauren, Joseph pediu para eu lhe entregar seu pedido. Disse Constance que era uma garçonete enquanto segurava o café e as rosquinhas.

-Constance, mudança de planos, acho que eu vou querer mais duas rosquinhas e mais um café, só que tudo para agora. 
A garçonete me observava com um olhar de quem não estava entendendo nada, mas apenas assentiu e se retirou do local.

Mais 5 minutos se passaram, e  eu já estava inquieta a garçonete já havia retornado com as rosquinhas e os cafés, então eu decidi que era melhor não comer nada para esperar Camila. Eu estava com o olhar fixo do toalete feminino quando menos esperava, saia uma Camila de la totalmente diferente da Camila triste e vulnerável que eu tinha presenciado em poucos minutos atrás.

-Desculpa a demora. Disse com um sorriso um pouco sem graça se sentando em frente a mim.

-Você não precisa se desculpar. Está tudo bem?
Ela abaixou o olhar com um suspiro triste. Merda Lauren, cala essa boca que tu faz melhor.

-Não, mas eu tenho certeza que vai ficar! O que é isso? Disse um pouco saltitante apontando para as rosquinhas e o café, mas tratando logo de desviar do assunto.

- Isso, bom eu acho que aqui tem o melhor café e as melhores rosquinhas de chocolate da cidade, eu queria que você experimentasse. Dei o meu melhor sorriso para ela.

Estávamos comendo e conversando bobagens, Camila tratava de desviar de qualquer coisa relacionada ao seu choro e sua vida pessoa. Já estávamos terminando e tinha ficado um silencio um pouco desconfortável até que Camila me fitou para começar a falar:

 -Lauren, eu não... eu... Não imaginava que você era o tipo de pessoa que frequentava cafés simples na cidade.

-Tem muitas coisas sobre mim que você não sabe Camila. Minha voz saiu mais grossa do que eu realmente queria.

- Porque mentiu pras suas amigas como se não me conhecesse? Você agiu mal quando soube que estávamos no mesmo grupo, depois agiu como se nunca tivesse me visto na frente das suas amigas.

Sabe quando parece que te deram um soco na boca do estomago e você não consegue colocar nenhuma palavra pra fora? Era exatamente como eu me sentia, as palavras de Camila me pegaram com tanta surpresa ela me encarava intensamente esperando uma resposta que eu não saberia lhe dar corretamente, enquanto eu não queria arriscar falar mais merda do que eu já tinha falado.

- Camila... eu...

-Tudo bem, você não precisa me explicar nada. Ela disse num sussurro triste agora enquanto fitava o chão

Pera ai, triste? Será que ela acha que eu realmente tenho algo contra ela, ou que eu sou uma mentirosa? Porra porra porra pensa rápido Lauren.

- Porque você estava chorando, tem a ver com aquele seu namorado? Eu disse e Camila voltou a me encarar, ela abria e fechava a boca como quem quisesse dizer algo mas não sabia explicar.

ARA, reverti o jogo.

-Não tem nada haver com ele. Ela disse secamente e eu me senti um pouco decepcionada por ela não ter desmentido quando eu disse que ele era seu namorado.

-Eu realmente, preciso ir agora, muito obrigada pela companhia e pelo café. Ela dizia já levantando da mesa procurando seu livro.

Droga, eu não queria que ela fosse, não agora, não assim.

-Camila espera. Em um impulso eu coloquei minha mão sob a dela trazendo sua atenção diretamente para mim, ela agora me encarava como se esperasse eu dizer qualquer coisa e havia se sentado novamente, mas não retirou o contato de sua mão em baixo da minha, então eu soube que era a hora de continuar...

-Olha eu, eu, eu não tenho nada contra você de verdade. Suspirei enquanto ela me olhava atentamente... –Eu estava feliz por estar em seu grupo na feira, quero dizer em uma sala cheia de calouros, eu fiquei justo com você que eu já conhecia, de uma forma quase trágica, mas, já conhecia. Ela agora me olhava atentamente, mas com um sorriso enorme no rosto, e eu não pude deixar de sorrir de volta para continuar...
–Mas o seu namorado não pareceu gostar muito de mim, e eu não tenho paciência pra essas coisas, menti para as meninas na verdade eu nem sei por que foi impulso, nos não nos conhecíamos formalmente e eu achei melhor não dizer nada.

Dei de ombros mentindo. Eu não disse às meninas que já conhecia Camila porque eu disse a Ally que não gostava de seu namorado e ela me acusou de estar com ciúmes, as meninas eram espertas Normani já estava me colocando contra parede e se Ally soubesse que eu já conhecia a Camila da estrada ela iria falar algo com certeza, então eu uni o útil ao agradável e achei melhor agir como se não a conhecesse, eu só não sabia que ela se importaria com isso a ponto de me questionar.

-Quero que você me desculpe se pareceu que eu não gostava de você. Porque diabos eu estava me desculpando? Essa garota é um tipo de feiticeira ou o que? Ela faz eu me sentir de forma que eu normalmente não sinto.
 

Agora Camila tinha um sorriso tão lindo no rosto sua mão não estava mais sob a minha, mas só pelo seu sorriso eu já me sentia melhor. Ela apenas assentiu com a cabeça quase que prontamente. 

-Sabe aquela carona que eu recusei na estrada? Acho que eu poderia aceitar agora... Ela disse com tanta timidez que eu sorri involuntariamente.

(...)

Estávamos a caminho de sua casa, enquanto Camila me passava às coordenadas eu apenas dirigia há uns 40 minutos já, ela morava em um local bem distante e pelo que eu podia constatar mais humilde.

-Você mora bem distante da faculdade, como você faz todos os dias? Eu disse sem tirar os olhos da estrada em quanto ela me fitava.

-Na maioria das vezes meu pai me trás ele trabalha no centro pela manhã e nossos horários sempre batem... Sorri pra ela enquanto ela me dizia. –Mas quando não dá para ele me trazer, eu venho com o Austin. Meu sorriso morreu na mesma hora.

Então era isso, eles eram lindos e apaixonados ao ponto de ele trazer ela para a faculdade e ficar de amorzinho na sala de aula, só falta o casamento né. Não entendo, eu estou com ciúmes de uma garota que eu falei dois dias? Não não, talvez não seja ciúmes, eu não vou com a cara daquele moleque e Camila é uma menina tão doce e tão bonita para ele, talvez eu esteja com raiva por que acho que ele não a merece...

-Ele é um bom amigo. A voz da menina me tirou imediatamente dos pensamentos.

-Amigo? Não pareceu quando ele te beijava gritando amor na sala de aula.
Eu disse com desdém, e ela sorriu, porque ela sorriu? Será que ela percebeu que eu estou com ciúmes ou sei lá o que, caralho..

-Nos éramos bons amigos, na verdade sempre fomos há uns dois anos, mas ele sempre insistiu para ficarmos eu nunca quis nada alem de amizade.

- E o que te fez mudar? Questionei de imediato.

-Resolvi dar uma chance, acredito que todos merecem uma chance.

-É... Estou esperando uma chance dos meus pais acreditarem em mim há meses. Falei sem nem ao menos perceber, como um desabafo interno só que não tão interno assim.

Agora ela estava me olhando com um olhar preocupado.

-Não é nada de mais, falei com desdém. –Eu só estou tentando melhorar as coisas na minha vida e tentando deixar outras para trás. Ela me fitava.

-Lauren, é aqui. Ela tocava meu braço que estava no volante e eu senti meu coração palpitar com seu toque.

Desliguei o carro em frente ao que deveria ser sua casa, era rodeada por uma cerca de madeira branca, parecia não ser muito grande e nem muito luxuosa, mas tinha um jardim, um quintal grande uma varanda e tudo organizado e muito bem aparentado, fiquei olhando pela janela por alguns segundos...

-Eu te dou uma chance.

- O que... Que? Falei acreditando que tinha entendido erradas as palavras que saíram de sua boca.

-Eu te dou uma chance para te conhecer melhor quero dizer. Ela disse com um sorriso tímido.
-Você me pediu pra ficar hoje no café que você queria me entender e me conhecer e que eu pudesse te conhecer também, então estou te dando uma chance de te conhecer melhor, por que eu vejo que você não é muito do jeito que falaram. Falava agora com um olhar baixo e tímido.

-O que falaram pra você? Perguntei como um foguete.

-Nada demais, além de te conhecer pela Auto-Jauregui, algumas pessoas falam de você na faculdade, e das festas que você costumava frequentar...
Gelei no mesmo instante achando que ela poderia falar sobre aquela noite, gelei com o pensamento de ela saber algo e por isso ter medo de mim.

- Ah... E também.... Ela abaixou ainda mais o olhar. -Disseram pra eu ter cuidado porque você tem esse lance com as calouras. Falou num sussurro que eu mal podia ouvir se eu não soubesse realmente o que ela falou..

-Ai meu Deus. Gargalhei.-Já sei até quem lhe falou isso, é coisa de Ally e Normani, olha Camila me desculpa por isso. Ela sorriu assentindo com a cabeça. Já era a segunda ou terceira vez que eu pedia desculpas a ela só hoje...

-Lauren, eu acho que já vou indo então, está tarde meus pais devem estar preocupados eu nem avisei nada e acabei levando tempo demais no café e..

-Tudo bem, eu entendo, também devo voltar o caminho é um pouco longo. Sorri.

-Muito obrigada por hoje, por ter me feito companhia e ter me trago até aqui, se você não tivesse me trago eu provavelmente não teria nem chegado ainda.

-Nos vemos amanhã então. Eu disse com um sorriso largo na expectativa de vê-la no dia de amanhã

-Sim, nos vemos! Boa noite Lauren.
Eu abri a boca para responder, mas quando eu menos esperava ela estava com os braços em volta de mim em um abraço desengonçado, mas tão gostoso que seu perfume e seu shampoo me tiraram das orbitas e eu nada conseguia dizer a não ser aproveitar cada segundo aquele momento que durou tão pouco, mas pareceu muito...

-Camila?
 Eu disse quando ela já estava de pé para fora do carro fazendo a me encarar com a porta aberta.

-Obrigada pela chance, eu prometo que não vou desperdiça-la. Eu disse no tom mais galanteador que pude e ela apenas assentiu sorrindo e indo em direção a sua casa.

Eu fiquei ali parada, anestesiada apenas a observando entrar em casa sumindo do meu campo de visão, eu não estava entendendo o que estava se passando comigo, mas agora eu entendia, agora eu entendia o porquê de Normani ter sido tão apreensiva, agora eu entendia que Camila era uma menina doce e sensível, que não merecia ser feito nem um tipo de mal. Eu a conheço tão pouco praticamente nada, mas ela tem efeitos sobre mim que faz parecer que eu a conheço a vida toda, eu agora entendia cada palavra de Normani quando disse basicamente "não envolva Camila nas suas bobagens." E só de pensar nela eu estava sorrindo, eu estava sorrindo feito uma adolescente de 15 anos e eu nem ao menos sabia porque, mas eu tinha certeza de uma coisa, eu jamais machucaria Camila eu jamais iria magoa-la e se ela teria medo de ser minha amiga por achar que eu poderia dar em cima dela como aposta de calouras, ou por ouvir boatos da pessoa inconsequente que eu já fui, então eu iria provar que era ao contrario, eu não iria desperdiçar a chance que ela me deu, ela mal me conhecia mas escolheu confiar que eu poderia ser melhor do que o que ela havia “ouvido por ai.”

Já com o carro ligado e dirigindo de volta ao centro de Miami eu aproveitei para lembrar cada traço de seu rosto, dos cabelos macios e sedosos ao nariz pontudo, os lábios carnudos de uma perfeita latina e o abraço gostoso que me tirava da terra. Foi bom conhecer-la, foi bom estar com ela, eu não entendia, mas ela tinha algo bom sobre mim um efeito desconhecido que eu gostava, não é nada forçado nem evasivo, é calmo e sincero como se ela fosse minha amiga há anos.

Eu não tinha certeza, mas eu não queria supor que estava gostando dela além da amizade, eu acho que nunca me apaixonei verdadeiramente por ninguém e nem quero, não agora, não tenho cabeça para relacionamentos e Camila jamais iria querer ter algo comigo, além que ela já tinha um namoro com o cabelo de palha. Talvez eu estivesse sentindo falta da minha melhor amiga Alexa e tentando desesperadamente suprir a falta com uma nova e sincera amizade...
Não, a quem eu estava querendo enganar? Eu sabia que era diferente, com Camila era diferente.

Para não ficar mais pilhada eu resolvi deixar as coisas andarem normalmente, eu não tinha certeza, eu não tinha certeza de nada, eu queria provar para ela que eu poderia ser uma boa companhia. A única coisa que eu tinha certeza era que Camila havia me dado uma chance e eu.... Eu não iria desperdiçar. 



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