História I Still Choose You. - O Amigo.

– Eu gosto de você Nath..

O albino sussurrou descendo a mao pelo corpo do loiro, adentrando a blusa que o mesmo usava, enquanto em suspiros, Nathaniel sussurrava: 

– ... Então não pare, Lys... 

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Aquela frase tão simples quase fez a mente do albino explodir.

Cada expressão, cada toque... Os suspiros, os beijos... 

Tudono Nathaniel era tão perfeito que o Lysandre simplesmente não conseguia mais manter sua tranquilidade costumeira, perdendo completamente a sua sanidade na voz do loirinho

Nathaniel, por outro lado, apesar de gostar dos toques e da delicadeza na qual as mãos do Lysandre passava pelo seu corpo, sentia um certo pânico dentro de si só em pensar no que tudo aquilo podia dar...

... Sentia-se mal... Como se devesse algo a alguém... Como se estivesse traindo alguém, fazendo algo muito errado que resultaria em arrependimentos...

... E todas essas sensações só o fazia se sentir mais estúpido.

– E-Espera Lys...

A voz surgiu de repente enquanto afastava o beijo, mas Lysandre por outro lado, não conseguiu se controlar. Continuava com os seus toques e a selar os lábios no loiro, pelo menos até ser levemente empurrado pelo mesmo, tornando então a sua expressão confusa, enquanto os lábios semi abertos deixavam escapar o ar ofegante.

– O que houve...? Estou sendo muito bruto com você...?

Lysandre perguntou com uma voz preocupada, enquanto levava uma das mãos para o rosto do loiro e o tocava com carinho em um impulso protetor. Aquele ato fez o coração do Nathaniel se partir em milhões de pedacinhos dentro de si, enquanto tentava se recompor ao sentar melhor na cama.

– N-não é isso...

Nathaniel respondeu baixinho, colocando sua mão por cima da do albino que tocava seu rosto.

– ... E-Eu só... 

 A voz do Nathaniel morreu em vergonha de continuar, e em um suspiro, Lysandre deu um sorriso fraco em compreensão. O mesmo retirou sua mão do rosto do pequeno, e levou a mesmas para os fios loiros, deixando ali um carinho como se o menor fosse uma criança indefesa.

– Está tudo bem... –Lysandre respondeu com um sorriso tranquilo– ... Não precisa se sentir obrigado a fazer nada Nath... Eu me sentiria pior se você levasse isso a diante se sentindo desconfortável...

E então, com um singelo beijo em sua testa, Lysandre se levantou, prestes a deixar o menor sozinho.

O coração do loiro acelerou e aqueceu em seu peito só em ver o albino se levantar daquele jeito...

"Por que eu tenho que ser tão idiota???"

– ... L-Lys...

Nathaniel chamou com uma voz triste, se levantando junto com o outro, e o abraçando de repente. Um abraço apertado, necessitado, quase desabafado... Nathaniel precisava daquilo mais que tudo

– ... Obrigado...

Disse baixinho, e sincero, mas sem olhar para o mesmo. Apenas com os olhos fechados, aproveitando cada segundo, e cada batida que podia ouvir do coração do outro, que acelerava a cada segundo.

– ... Pelo que...?

Lysandre tentou manter sua voz normal e calma, mas acabou por causar um riso no loiro, que sabia que o de olhos bicolores não estava tão calmo devido ao som frequente do seu coração... 

Por alguma razão estranha aquilo deixava o Nathaniel feliz...

– Por cuidar de mim... Eu realmente não vou me esquecer disso... Você é um ótimo amigo

Talvez, se o Nathaniel soubesse o quanto aquela frase machucava o albino, nunca teria dito... 

Mas ele não sabia.

... E enquanto esboçava um enorme sorriso para o albino, o mesmo o retribuía com um sorriso fraco e forçado, enquanto voltava a acariciar os fios loiros do mesmo

– ... Você tem que voltar pra casa Nath... Sabe disso, certo...?

E com aquela frase, o sorriso no rosto do loiro morreu, porém, sabia que não havia outra escolha. 

Com um suspiro contrariado, Nathaniel assentiu em mudo, enquanto soltava o abraço, ganhando um ar mais frio só por lembrar do Castiel.

– Sim... Eu sei...

– ... Se quiser... Podemos... Fingir que nada disso aconteceu....

Lysandre disse em um tom claramente constrangido após expor suas intenções para o loiro... Mas o Nathaniel não pareceu tão incomodado.

– ... Não irei esquecer. Infelizmente, eu nunca me esqueço de nada.

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E então, o carro foi estacionado. Nathaniel no banco do carona, Lysandre o motorista, parado bem em frente a casa onde o loiro morava com um certo ruivos-idiota. Nathaniel sentia o ódio voltar só de olhar para aquela casa, e Lysandre percebeu isso 

– Quer que eu vá com você?

– Não... Não precisa, você já fez muito por mim, e esse vai ser um assassinato na qual precisarei cometer sozinho... Não vou me dar ao trabalho de esconder provas e não quero que a você seja preso como cúmplice...

Com essa frase simples e com um tom de voz simples, Lysandre teve que conter uma gargalhada, e aquilo de alguma forma estranha tranquilizou o loiro que sorriu de canto em resposta, retirando o cinto de segurança, e se esticando para o albino, o dando um beijo em seu rosto.

– Eu já vou indo... Obrigado mais uma vez...

Nathaniel não deu tempo do outro responder, apenas saiu do carro, e foi percebendo o quanto a tranquilidade que o Lysandre o passava era substituída pela raiva e frustração que o Castiel emanava só em caminhar pelo jardim em direção a porta de entrada.

A cada passo, Nathaniel fechava ainda mais a cara. Seus punho se fechava até as unhas machucarem a própria palma, enquanto todas as brigas possíveis já passavam pela sua mente, dando ao Nathaniel tempo pra pensar em cada argumento que usaria contra o outro. 

Seupeito acelerava mais a cada passo...

 E aos poucos, se sentia trêmulo em nervoso...

De repente, várias perguntas resolveram aterroriza-lo enquanto no fundo, as flores encolhidas e um céu nublado representavam o seu estado emocional..

E se a Ambre ainda estiver lá...? 

E se eles tiverem passado a noite juntos...? 

E se eles não tiverem sequer dado o trabalho esconder a noite...?

Não devia se importar com isso, certo? Afinal... Não é como se ele e o Castiel estivessem realmente em um relacionamento... 

É apenas... Política, acordos e negócios.

Nathaniel repetia isso pra si mesmo. Talvez com tanta repetição, um dia acredite nisso.

Ao finalmente chegar na porta após uma caminhada que parecia uma eternidade, o loiro deu um suspiro profundo para criar coragem, antes de digitar a senha na porta, e ver a mesma se abrir. E então, o primeiro passo...

...Nathaniel olhou para os lados...

... Nem sinal do Castiel.

Um suspiro aliviado foi ouvido, antes do mesmo fechar a porta e entrar direito em casa. 

– Talvez ele não esteja em casa... –Desejou

– Nathaniel...? –Nathaniel reconheceu a voz do ruivo de repente

– .... Ou talvez esteja...

Castiel estava no corredor, vindo em sua direção em passos rápidos.

Nathaniel já se preparava. Um passo recuado, um rosto já irritado, e os argumentos preparados em sua garganta prontos para disparar.

– Não chegue tão perto de mim seu bastardo estúpido!

Nathaniel falava ainda recuando os passos, mas Castiel não respondeu, e continuou a andar

– O que vai fazer? Me bater???

Nathaniel continuou sem resposta, e aquilo já estava o irritando ainda mais.

– Escuta aqui seu molho de tomate estragado, eu já disse que....

Nathaniel se calou em um piscar de olhos...

Havia sido pego de surpresa... 

 Por um abraço.

Um abraço tão apertado que deixou o loiro sem reação... Todos os seus insultos, sua ira, frustração... Tudo foi por água abaixo. Castiel não dizia uma palavra, apenas abraçava o loiro com força, como se estivesse matando uma saudade de décadas... Mas era apenas um reflexo de arrependimento.

– ... Me desculpe...

Castiel disse baixinho, deixando o Nathaniel ainda mais desarmado e sem reação. Tudo o que foi capaz de fazer, foi levar as mãos ao abdômen do outro, e o afastar, lentamente.

– ... Acha mesmo que um pedido de desculpas vai apagar tudo da minha memória?

A voz do Nathaniel soou fria e indiferente, ao contrário de como estava por dentro. Queimando em desespero.

– Não... Mas eu espero que te ajude a criar novas lembranças... Ou uma nova ideia sobre mim...

Castiel disse baixinho, dando um suspiro profundo antes de continuar...

– ... Me desculpa Nath... Eu realmente fui estúpido. Passei dos limites... ... Eu armei aquilo com a Ambre, queria provocar você... Testar seus ciúmes... Disse aquilo pois sabia que você estava ali, mas não era a verdade... ... Não pensei que fosse ficar tão irritado a ponto de eu me sentir culpado... Eu esperava que você só fosse me bater e me xingar... Sinceramente eu preferia que você tivesse feito isso.... Eu não devia ter brincado daquele jeito com você, eu realmente peço perdão, e .... –Castiel passou a mão em sua nuca, extremamente sem jeito– Bom... É isso... –Finalizou– ....Tiveque treinar isso o dia inteiro porque eu realmente nunca pedi desculpas na minha vida.

Nathaniel estava estático. Não sabia se sentia melhor pelo pedido de desculpas, ou se ficava mais puto por ter sido feito de idiota...

– UMA BRINCADEIRA???

Mas parece que ficar puto venceu a competição.

– Ok... Eu esperava essa reação... –Castiel deu um suspiro, se afastando e sentando no sofá logo em seguida, tentando organizar as palavras de uma forma mais compreensível– Era uma idéia estúpida, claro... A Ambre quem sugeriu. Porém, eu fui mais estúpido ainda por pensar que seria engraçado... Sabe que eu costumo provocar você, pensei que seria como todas as outras vezes... Mas não foi. No momento em que eu vi você... Tentando pegar aqueles papéis no chão... Com... aquela  a expressão... E-eu...–Deu uma pequena pausa, numa tentativa de pensar melhor e não falar besteira, mas não conseguia.– ...Eu entrei em desespero Nath... Quis explicar o que tava acontecendo... Quis tentar reverter a situação... Mas... Não tive tempo porque você ficou tão furioso... Eu... Só queria dizer que... ... Eu realmente te devo esse pedido de desculpas... Mesmo que você não aceite.

Nathaniel ainda estava puto, mas podia sentir o arrependimento e o cuidado que o outro tinha de tentar usar as palavras corretas. Era até mesmo engraçado, se pensasse por outro lado, mas Nathaniel não conseguia rir. 

– Eu não sou seu brinquedo, Castiel.

Disse frio, dando um suspiro enquanto revirava os olhos e cruzava os braços. Era sua vez de falar.

– ... Se pensa que arrependimentos e um pedido de desculpas é o suficiente pra liberar sua consciência, está enganado. Não acredito mais em palavras, eu só acredito em atitudes.

– E o que quer que eu faça? Hm? – Castiel disse tentando controlar a própria irritação. Não estava em posição de bancar o sabichão.– Diga o quer. Só não me peça pra ser seu escravo porque isso definitivamente não vai rolar.

– Apenas... Pare.

Nathaniel disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, sentando no sofá ao lado do outro por não aguentar mais aquela conversa... Já estava causando dor de cabeça.

– ... Pare de me provocar como se meus sentimentos fosse um entretenimento. Não gosto de suas brincadeiras, quero que pare de ficar me irritando, de me beijar só com esse intuito, contra minha própria vontade. E se pensa que vou aceitar esse tipo de coisa por mais tempo, você está muito enganado. Quero que pare e quero que seja agora. Só assim eu pensarei na hipotese de talvez viver em paz e perdoar o que fez. 

Ok, essa era uma proposta cruel aos olhos do Castiel... Mas, não tinha outro jeito. Com um suspiro em desgosto, Castiel assentiu.

– Tudo bem... Tentarei me controlar.

O loiro então sorriu vitorioso, estendendo sua mão para o outro.

– Estamos de acordo?

O ruivo respondeu, segurando a mão do outro de volta, "oficializando" tudo aquilo.

– ... É... ... Tanto faz. 

E é assim que funciona esse casamento...

Apenas política, acordos, e negócios.