História I Still Choose You. - A Irresponsável.

Um loiro atordoado e um ruivo satisfeito.

  Era como se encontravam os dois príncipes presentes naquela casa. Enquanto um fazia o máximo de coisas possíveis para esquecer o que acabou de acontecer, o outro sorria, mordendo o lábio, querendo sentir novamente aquele toque.

 Aquilo era estranho para ambos, mas principalmente para Castiel. O mesmo já havia beijado tanto... Tantas bocas mais experientes, bocas maliciosas, que mordem e fazem qualquer um enlouquecer, mas no entanto, foi uma boca inocente, inexperiente e doce, que fez um sorriso surgir em seu rosto, causando um bom humor que o deixou empolgado o suficiente para até mesmo esquecer o tapa que havia marcado seu rosto com um desenho perfeito das mãos do outro.   

Já Nathaniel, estava confuso. Havia gostado daquele beijo? Como pode gostar de um beijo de alguém que odeia? Será que o que sente nesse momento é normal? Esse desejo... A vontade de pedir por mais... Queria voltar lá naquele quarto, fechar os olhos, esquecer que era Castiel ali, e beijá-lo novamente. Mas não iria jogar seu orgulho no lixo dessa forma, então, trabalhava, cozinhava, lavava a louça, fazia tudo para ocupar a mente. Fazia tudo para esquecer, mas nem assim conseguiu.

 – Já está pronto, Nath?

  Um ruivo, aparentemente com um super bom humor, entrou na cozinha. Ele pelo menos se deu o trabalho de vestir uma calça, mas ainda mantia todo aquele abdômen exposto, que fez certas bochechas de um certo loiro corar de uma forma impossível de disfarçar. 

 – O café, as torradas, sucos e panquecas estão pronto, mas se quiser ovos com bacon, vai ter que esperar. Tem manteiga geléia e melado na geladeira. Se achar ruim, jogue fora e faça você mesmo seu café da manhã. 

 Seu tom era ligeiramente frio, sério... certamente não combinava com aquele rostinho (que costuma ser tão pálido...) extremamente avermelhado.  Castiel apenas continuou sorrindo, se sentando, e olhando para o outro, como se tivesse esperando.

 – Não vai me servir? –Perguntou o ruivo como se fosse a obrigação do loiro servir seu marido. 

 – Você tem braços e pernas, levante e sirva-se. A não ser que não tenha capacidade mental para segurar uma jarra de suco sem fazer bagunça. 

 O sorriso do ruivo morreu por uma fração de segundos, sentindo seu estômago roncar com o cheiro de bacon que exalava por toda a cozinha, mas nada chamava tanto a sua atenção, quando a beleza do Nathaniel quando estava irritado. Seus cabelos caiam em frente aos olhos e a expressão que o mesmo se esforçava para manter calma, ficava ainda mais linda com aquele tom de vermelho... Um vermelho que adoraria ver em outras regiões. Como naquele par de nádegas redondos e perfeitos, que ainda iria foder e marcar ela todinha com a palma de sua mão, batendo e a apertando com força, fazendo o Nathaniel gemer, gritar seu nome e depois fazer ele....

 – Castiel? 

 O loiro interrompeu os pensamentos do maior um pouco confuso. Castiel teve que soltar o lábio entre os dentes que nem percebeu que havia mordido, mas ainda assim, sorria abertamente, sem constrangimento aparente, encarando agora o loiro que segurava a frigideira com os ovos e o bacon já prontos.

 – Sim? –Respondeu o ruivo simples, se esforçando para encarar apenas os olhos do outro sem descer o olhar.

 – Vai mesmo esperar eu servir você? –O mesmo revirou os olhos, e colocou os ovos e o bacon em um prato e colocando na mesa.– Se estiver, vai morrer de fome. 

Nathaniel não gostava da ideia de dividir a mesa com um cara que tem mania de o assediar desde o primeiro dia que se conheceram, mas também estava com fome, então resolveu fingir que a presença do outro era insignificante.

 – Você é uma pessoa cruel. –Disse Castiel sorrindo de canto, se servindo de tudo que o maior havia feito, torradas, panquecas e ovos, mas optou pelo suco de laranja no lugar do café. 

 – Fala como se eu tivesse feito algo. Ainda não cortei o seu pênis enquanto dorme, devia me agradecer. –Disse com um tom frio enquanto tomava seu café puro. 

 – Ai...

 De forma involuntária, o Castiel cobriu a área íntima com uma expressão de agonia, que finalmente arrancou um riso mal contido do Nathaniel, e isso fez Castiel sorrir também, deixando o clima menos tenso, até amigável, mas não durou por muito tempo. A conversa foi imediatamente interrompida pelo som da campainha, que tocava sem parar por causa de uma pessoa impaciente.  

 – Já vai! Já vai! Já vai!

 Nathaniel repetia irritado, indo até a porta correndo e olhando no olhos mágico quem era esse ser inconveniente, e ao ver uma longa cabeleira loira com uma pilha de papel entre os braços, Nathaniel deu um longo suspiro, abriu a porta e a garota entrou impaciente sem ao menos ser convidada.

 – Nathaniel, trouxe algumas papeladas de contas que o papai quer que eu organize. Toma.  

 A Ambre simplesmente jogou os papéis no braço do loiro de qualquer jeito é se sentou no sofá impaciente enquanto o mesmo pegava algumas folhas que caíram.

 – Pra quando é? –Nathaniel perguntou em um tom cansado.

 – Hoje, eu disse ao papai que já estava pronto e só vim te fazer uma visita. 

   Nathaniel apenas deu uma olhada na quantidade e o que exatamente eram aqueles papéis, e sorrindo levemente, apesar da grande quantia, algo fácil de fazer. Mas Ambre parecia extremamente impaciente, e quando a mesma simplesmente deu um pulo do sofá e ajeitou as roupas e os cabelos, com um olhar apaixonado para um certo ruivo sem camisa que apareceu com uma expressão mau humorada que há poucos minutos estava sorrindo, Nathaniel simplesmente suspirou irritado, com um ar de "Francamente..". 

 – O que está acontecendo aqui?  Castiel tinha um tom sério que a garota não sabia se admirava ou sentia medo, mas ao ver os papéis nas mãos do seu marido, suspirou.– Está falando sério Ambre? Não sei se percebeu mas estamos em lua de mel, não nos atrapalhe com os seus afazeres.

 – Estamos no que? – Perguntou o outro como se não tivesse entendido, mas o Castiel não respondeu.

 – M-Mas... –Começou a loira.– E-Eu preciso desses papéis prontos... Papai não sabe que é o Nathaniel quem faz todo o trabalho.. E-Ele não pode descobrir... –Seu tom era dengoso, tom de voz que a mesma usava para conseguir tudo o que quer de seu pai. Nathaniel iria dizer que faria sem problemas, mas foi interrompido pelo outro.

 – Problema é seu. –Castiel disse frio.– Nathaniel não mora mais com você, ele pertence a mim, e a única pessoa que vai explorá-lo daqui pra frente sou eu. Aliás, vamos sair. Gaste o tempo que precisar aqui fazendo o seu dever. 

 Com um clique, Castiel retirou de uma enorme mala dobrável guardado no bolso,  e retirou da mesma uma camisa vermelha com uma estampa de caveira, e a vestiu, puxando o Nathaniel confuso pelo braço para seguí-lo, e quando ambos já estavam fora, Nathaniel tentava puxar o próprio braço enquanto passavam pelos seguranças.

 – E-Espera Castiel! Não é assim que as coisas funcionam... A Ambre não sabe... É o meu reino que...

 – Não é seu reino Nathaniel.. você não é herdeiro, nunca foi... O que você fazia? Se vestir de garota e ocupava o lugar dela nos cursos de administração? –Castiel disse em um tom irônico revirando os olhos, mas causando uma reação inesperada no outro, um rosto ainda mais ruborizado em total vergonha.– ..... Acertei?

 – C-Cl-Claro que não seu estúpido! –Respondeu rápido se soltando com força.– Angie disse que era melhor o Nathan me deixar fazer as aulas particulares com a Ambre pra substituí-la nos momentos em que ela estivesse doente ou algo assim... 

 O tom do loiro era decidido, mas Castiel não conseguiu esconder o olhar desconfiado, mas ainda assim, deu um suspiro.

 – Você sempre me diz pra ser responsável... E se ela convive com você há 18 anos e ainda não aprendeu, é hora dela ter esse choque de realidade e perceber que não vai depender de você pra sempre, afinal, você vai estar comigo, sendo minha rainha no reino do Norte. – Castiel não puxou o outro novamente consigo, mas continuou a andar, quando percebeu que o outro continuava parado, pensando, o mesmo olhou pra trás com um sorriso de canto. – Você não vem..? Tem um lugar que eu realmente queria te mostrar hoje, mesmo antes da pestinha chegar...

 E ainda com os pensamentos confuso, Nathaniel deu um suspiro profundo, e correu até o outro com uma forte sensação de que iria se arrepender depois.