Arizona
Logo após Callie sair de casa, a loira entra no banheiro para enfim tomar seu banho. Tinha adiado tal ato para fazer uma comida rápida para a namorada que estava com fome e dor de cabeça. Sabia que a mulher iria ter uma cirurgia complicada para ao lado de Owen e como tinha acordado cedo e ter enfrentado mais de quatro horas de voo de Washington até Seattle, o cansaço era certeiro. Quando a viu fechar os olhos tomando banho e ao mesmo tempo suspirando sabia que a latina não estava bem e prontamente quis ajudar a mulher que estava com um semblante cansado.
Logo após um relaxante banho, vestiu um dos seus blusões femininos grandes que usava para dormir. Naquela segunda feira a noite dormiria sozinha em casa, e engraçado que não estava mais acostumada a ficar em casa sozinha sem sua filha e Callie. Era fácil demais se acostumar com a presença daquelas bagunceiras em casa, e quando não estavam a casa ficava vazia e solitária.
Posteriormente ao sair do cômodo, entra no quarto de Sofia que estava tirando algumas roupas de seu guarda roupa e colocando-as separadamente em cima da cama. A adolescente ficaria cinco dias fora para o desespero de Callie e Mark que estavam reclamando o tempo inteiro que a filha ficaria longe de casa por muitos dias. Apesar da sua preocupação ‘’normal’’ de mãe, gostava de ver sua filha se divertindo com as amigas, era o que ela gostava de fazer quando era da idade da filha e não pôde fazer tantas viagens assim com os amigos já que sempre tinha que mudar de cidade por conta do emprego do Coronel e sempre perdia contato com algumas pessoas.
— Já arrumando suas roupas para a viagem? Muito bem. Escora na porta do quarto da adolescente vendo a menina revirar os olhos por sua ironia.
— se eu deixasse para fazer tudo amanhã, você e minha mãe ficariam falando no meu ouvido e certamente iria esquecer de alguma coisa. Puxa uma pequena mala a qual tinha levado para Washington colocando ao lado da cama.
— ruim é desfazer mala e fazer logo outra em seguida. Aponta para a mala que certamente ainda estava cheia de roupas dentro.
— eu sou péssima em fazer e desfazer malas. Reclama. — bem que a senhora poderia me ajudar a levar as roupas sujas para lavar né?
— não sei se você reparou, mas tem um cesto de roupa suja no seu quarto. Aponta para o banheiro. — é só pegar as peças sujas e jogá-las dentro. Não há trabalho algum, Sofia.
— urrrg! Rosna. — odeio quando a senhora faz essas coisas. Olha para a mãe que ria de seu semblante fechado. — e para de rir de mim poxa.
— filha, eu não já te ensinei? Quantos dias passará fora? Cinco. Adentra o cômodo. — já viu a meteorologia para ver como ficará o tempo nesses dias na Califórnia? A menina afirma com a cabeça.
— às vezes acho que estou levando roupas demais, às vezes acho que estou levando roupa de menos. Resmunga vendo a quantidade roupas em cima de sua cama.
— você vai viajar de calça? Pergunta para filha e a menina afirma com a cabeça. — temos que simplificar as coisas Sofia. Aponta para a Mochila da menina que se prontifica em pegar rapidamente. A loira abre a mochila tirando as coisas de dentro. — vai levar esse casaco aqui ou outro?
— outro. Esse é muito fechado. Entrega um casaco de moletom para a mãe que coloca dentro da mochila e verifica a nécessaire da filha conferindo se estava tudo certo e acrescentando um protetor solar.
— casaco e nécessaire na mochila como sempre. Se for levar a máquina fotográfica, vai na mochila também junto com os cabos e bateria para celular.
— bota esses dois óculos também. Entrega para a mãe as caixinhas dos óculos escuros.
— como você já vai de tênis, separa chinelo e duas rasteirinhas. As peças de roupa você faz conjunto por dia. Explica para a menina.
— Não leva só blusa de alcinha que pode fazer frio. Não leve só short jeans também, leva uns dois vestidos soltinhos e está ótimo.
— por que a senhora é tão prática? Minha mãe quer levar a casa inteira.
— e você é igualzinha. Aponta.
— não sou nada, eu só fico confusa. Arruma uns looks conforme sua mãe tinha falado.
— Sofia quando você vinha aqui pra casa, trazia uma mala enorme sendo que sempre teve roupas aqui em casa. Sorrir lembrando das vezes que a menina chegava em sua casa com tanta quantidade de bagagem que chegava a assustar.
— mas, era minha mãe que falava que era melhor prevenir. Defende-se.
— agora acaba de ajeitar aí que daqui a pouco seu pai chega para lhe buscar. Ia sair do quarto quando escuta a menina chamá-la: ‘’Mãe’’ — sim?
— eu já te agradeci o bastante por ter ido na minha viagem de aniversário?
— por que isso agora? questiona.
— porque se a senhora não fosse, certamente eu estaria aqui agora de férias com dias contados para voltar para Nova Iorque.
— você quer fazer sua mãe chorar numa segunda feira a noite?
— não... eu só... suspira. — se a senhora não tivesse tirado uns dias para ir, jamais estaríamos juntas novamente vivendo todas na mesma casa.
— agradeça também ao seu pai porque por mim, eu não ia, mas com vocês dois e mais Lexie falando que eu deveria ir dessa vez... viu só no que deu? Sorrir emocionada para filha que estava sentada em sua cama bagunçada.
— todo ano eu chamava a senhora e nunca podia. Reclamava falando que tinha muitas cirurgias, agenda cheia e não poderia se ausentar. Lembra das desculpas que sua mãe lhe dava todo ano.
— era complicado filha, eu não fazia por mal. Mas ainda não estava preparada para sair em uma viagem com sua mãe e sua ex madrasta, como se tudo fosse normal.
— eu sei... mas eu sempre torcia para que a senhora aceitasse e assim poderiam se acertar novamente.
—e na hora certa aconteceu.
— mas demorou tanto. Reclama. — eu pedia tanto a Deus para me dar essa chance de tê-las juntas por dias no mesmo lugar. Confessa. — Porque não era igual quando se viam quando a senhora ia me visitar, ou ia ver minhas apresentações de Jazz ou quando a mamãe vinha para Seattle me trazer e visitar o pessoal. Sempre tinha muita gente em volta...
— fora as chantagens emocionais para passarmos o natal juntas. Lembra?
— eu não lembro nem quando foi o último natal que eu passei com vocês duas juntas. Por Deus!
— esse ano vamos passar, pode ficar tranquila. Sorrir abertamente para a filha. — agora venha aqui franguinha. Chama a menina abrindo os braços para recebe-la em um abraço apertado.
— mãe, a senhora tem que parar de ficar me chamando de franguinha assim... vai que me chama na frente dos meus amigos? Que mico.
— eu já chamo você assim na frente na Zola.
— Zola é minha irmã e melhor amiga. Explica. — ou seja, é da família.
— okay, eu vou tentar me controlar para a senhorita Sofia não ficar pagando mico. Revira os olhos agarrada a filha. — satisfeita?
— uhum. Beija a bochecha da mãe a abraçando pelos ombros. — mãe? Murmura baixinho. — eu posso te perguntar uma coisa?
— o que foi dessa vez? Desfazem o abraço e a mulher segura as duas mãos da filha a sua frente.
— você e minha mãe vão ter mais um filho? Pergunta com o olhar interrogativo típico Calliope Torres.
— quem te contou isso? Semicerra os olhos para a menina.
— ninguém, mas meu avô comentou no café da manhã e você e minha mãe ficaram nervosas de repente.
— é porque esse assunto mexe muito com a gente filha.
— ela me contou uma vez que vocês quiseram e ai aconteceu...
— contou? A menina afirma ao balançar a cabeça.
— já faz muito tempo. Está tudo bem...
— então, a senhora ainda não me respondeu.
— eu e sua mãe conversamos um pouco sobre o assunto, mais pra frente um pouco, quem sabe?
— graças a Deus ela não teve um filho com a Penny. Levanta as mãos para o alto agradecendo.
— Sofia! Arizona repreende a filha, mas acaba gargalhando do gesto da menina.
— Penny sempre foi muito legal comigo, não tenho que reclamar, mas acho que se elas tivessem aumentado a família, seria complicado para a volta de vocês.
— tem razão, mas deixa esse assunto pra lá garota. Dar um tapinha no bumbum da filha que pula de susto reclamando. — na hora certa um bebê chegará, mas isso é entre eu, você e sua mãe. Nada de ficar falando para seu pai ou outra pessoa, okay? Se não vão começar a colocar expectativa demais e eu odeio isso. Suspira.
— pode deixar Dra. Robbins. Coloca a mão na cintura fazendo graça. — esse será um segredo de família. Arregala os olhos. — nosso primeiro segredo de família. Diz animada.
— agora deixe de conversa e vai arrumar sua mala. Se despede da filha saindo quarto.
Ouvir aquelas palavras da filha tinha mexido com a loira, sabia que a filha tinha tentado de todas as formas sempre juntar ela e Callie numa viagem e nunca tinha sucesso, pois ela sempre dava para trás. Sempre soube das intenções da menina e por mais que a entendesse, não achava certo.
Estava verificando seus e-mails e estudando sobre uma cirurgia que faria na manhã seguinte quando a campainha toca. Levantando calmamente do sofá e colocando o notebook ao lado, caminha para a entrada da casa abrindo a porta e logo sente os braços de Hannah em volta de seu quadril. Pega a miniatura de Lexie no colo a enchendo de beijos e sorrir escutando as gargalhadas que a menina soltava.
— para tia, para tia. Sorrir e Arizona a coloca no chão e abraça carinhosamente Dave que deu um passo para trás quando ela fez menção de pega-lo no colo. Era tão marrento aquele moleque.
— loira! Mark a abraça beijando o topo de sua cabeça e as crianças entram na casa subindo as escadas correndo, chamando pela irmã. — como foi a viagem? Pergunta indo para a sala e sentando-se no sofá.
— foi ótimo e meu pai mandou saudações. Murmura debochada para o amigo que faz uma careta.
— eu duvido muito. Revira os olhos. — eu não sei o que seu pai tem contra mim.
— você é o pai da neta dele. Aponta.
— e a Calls? A morena já foi trabalhar? Pergunta olhando para o celular.
— sim, e adivinha? Estava morrendo de dor de cabeça. Comenta. — sua mulher inventou dela viajar para passar um dia em Washington comigo.
— eu não tenho nada a ver com isso, loira. Levanta aos mãos para o alto em sentido de rendição.
— só irei deixar passar essa porque a surpresa foi maravilhosa. Os olhos brilham lembrando dos belos momentos ao lado da latina.
— huuum. Mark faz uma cara maliciosa. — pelo jeito vocês sacudiram à casa do Coronel. fala e sente uma almofada voar em sua direção.
— você é tão ridículo Sloan. Encara o amigo que estava se divertindo as suas custas. — e fique você sabendo que foi uma loucura. Solta uma piscadela para Sloan que resmunga.
— não faz isso com seu amigo Loira, você sabe que essas coisas me afetam. Coloca a mão no peito fazendo um drama deitando no sofá e tampando os olhos.
— seu pervertido. Levanta do sofá quando escuta o barulho das crianças descendo as escadas.
— olá princesa. O homem abraça a filha a levantando em seus braços.
— pai, assim você vai me amassar toda. Reclama e o homem a põe no chão.
— chatinha como à mãe. Exclama vendo a filha beijar a loira se despedindo.
— espero que o ''chatinha como a mãe'' esteja se referindo a Callie e não à mim. Semicerra os olhos para o amigo.
— a outra também. Brinca e ela levanta o dedo do meio para ele.
— há crianças na sala. O homem tampa os olhos de Hannah que arregala os olhos vendo o sinal que a loira faz para o pai.
— pai, a madrinha fez o sinal feio. Aponta Arizona que sorrir da cena.
— e não pode, é muito feio Hannah. Fala para filha que afirma com a cabeça.
— tia, o meu pai disse que não pode fazer esse sinal que é muito feio.
— meu amor, você pode fazer esse sinal pro seu papai quando ele não deixar você pintar suas unhas de rosa. Diz para a menina como se um fosse segredo. — esse sinal não é tão feio assim, tem piores.
— Robbins! O homem tampa os ouvidos da menina escutando as gargalhadas de Sofia e da médica.
— boa sorte Sloan. Pisca para o amigo enquanto caminhavam para à porta da casa. — tchau crianças. Se despede de cada um dos pequeninos.
— você me paga loira, Vai ter volta. Afirma caminhando para fora da casa.
Assim que Mark se retirou com os filhos, a loira volta para sala onde volta a se concentrar em seus estudos. As horas foram passando e quando verifica, já era bem tarde. Ajeita suas coisas para a manhã seguinte e antes de dormir manda uma mensagem para Charlotte dizendo que precisava conversar com a mulher e que assim que desse, era para a loira ligar para ela pois o assunto era sério.
Deitada em sua cama abraçada ao travesseiro de Callie sorrir, lembrando da sua Latina. Aquela desgraçada tinha o poder de abalar sempre o seu mundo com coisas tão simples. Era bom estar ao seu lado, se divertimos juntas e não poderia negar que adora o seu abraço, que gosta de ficar pertinho, ouvir sua voz ao telefone, fazer coisas simples e bobas como olhar no fundo dos seus olhos, ganhar um pedaço de lasanha do seu garfo, sentir seus dedos ajeitando aqueles fios negros de cabelo que insistem em atrapalhar a minha visão e poder vê-la de forma inteira, completa. O sentimento não precisa de nome, só precisa ser verdadeiro, assim como o dela.
Era exatamente às 6h da manhã quando a mulher entra no hospital e encontra April que vinha risonha à sua direção. Abraçam-se ao se cumprimentarem e juntas adentram o elevador enquanto a ruiva fazia mil perguntas de como tinha sido a viagem, se tinha gostado da surpresa que Callie tinha feito e como estava o estado de saúde do seu pai. Não sabia como April poderia ser mais elétrica que ela pela manhã, por Deus, aquela mulher não parava de falar e o que ela mais queria era poder encontrar Karev e ver como andava seus pacientes.
— April, fala com a Teddy e ver se ela está com o tempo livre na hora do almoço. Avisa a amiga que faz menção de sair do elevador quando chega em seu andar. — assim, eu economizo palavras. Sorrir para a amiga que revira os olhos.
O andar da Neonatal era o último e assim que o elevador apita, ela abre um sorriso. Estava com saudades de ouvir vozes de crianças, o chorinho de seus pequeninos e das milhares de brincadeiras que fazia com eles. Simpática como sempre cumprimenta toda a equipe e Loren vem ao seu encontro entregando para ela algumas pastas e contando sobre os pacientes que fariam visita pela manhã. Escutava tudo com atenção perguntando algumas coisas e fazendo algumas observações enquanto conferia alguns casos em seu tablet.
— tudo certinho Loren, faremos essas visitas e depois a gente vai para o caso que Karev jogou pra cima de mim. Revira os olhos andando com a menina a tiracolo.
A manhã passa rápido para a mulher que logo depois da visita, entrou em cirurgia e com isso teve sua manhã toda ocupada. Como estava quatro dias longe do trabalho, encontrava-se com a corda toda e fazia mil perguntas para os internos que entraram com ela em cirurgia. Não podia negar, amava ensinar, e amava mais ainda quem gostava de estar ali na pediatria. Depois de sua especialização, mesmo continuando na pediatria era diferente, pois karev ficava com a maioria dos casos e ela passava a dar mais atenção aos bebês que ainda não tinham nascido.
Muitas grávidas por saberem que o hospital tinha uma cirurgiã como ela, ali em Seattle, a procuravam a todo estante e nunca iria se arrepender da especialidade que escolheu. Ajudar as mães e seus bebês era uma das coisas mais preciosas que gostava de fazer, salvar vidas. Sabia que não tinha o poder de Deus, mas agradecia a ele pelo dom e pela sabedoria que tinha em ajudar muitas famílias com seu conhecimento.
Depois que saiu da cirurgia, pegou seu celular e conferiu suas mensagens. Sorriu quando viu que sua amiga, Charlotte, a tinha respondido dizendo que no final do dia ligaria para ela e estava curiosa e preocupada pois não sabia do que se tratava.
Caminhando pelos corredores, chegou até o refeitório, o lugar estava cheio pois era hora do almoço e vai para a fila escolher o que comeria aquele dia. Bom, a comida do hospital não era lá essas coisas, mas estava morrendo de fome. Não tinha preparado nenhuma marmita para aquela terça feira, então o que restava era comer ali mesmo. Logo após pagar a conta, caminha para a mesa sentando junto com alguns amigos. Naquele momento poderia se distrair com qualquer coisa que estava a preocupando ou qualquer problema que estava passando. Ter Cristina falando mal dos internos, Mark contando piadas ao lado de Avery, e April que sempre era zoada pela turma, não poderia deixar de dizer que era muito feliz por trabalhar com amigos maravilhosos como aqueles.
— achamos a Margarida. Abre a porta do quarto de descanso encontrando Teddy sentada em uma das camas com um semblante fechado olhando para o celular.
— o que aconteceu? April pergunta sentando-se ao lado da loira, e Arizona senta na cama ao lado.
— Henry e eu discutimos ontem, e bem... hoje ele foi trabalhar e não falou comigo antes de sair.
— assunto grave? Arizona pergunta para a amiga que larga o celular e encosta a cabeça na parede com os olhos fechados.
— Teddy? A chama.
— tem uns seis meses que entramos em um processo para adotarmos uma criança. Comenta se abrindo com as amigas que a olham espantadas. — mas, está muito difícil. Exclama.
— mas por que você não contou nada para gente? A ruiva pergunta. — poderíamos te apoiar, te ajudar Teddy.
— não queria que ficassem colocando expectativas por uma coisa que nem sei se vai dar certo, e pelo andar da carruagem, não vai dar. Murmura com a voz embargada.
— mas, o que está acontecendo? Arizona pergunta preocupada.
— lembra quando eu disse que eu Henry estávamos ajudando algumas instituições, e bem, depois disso começamos a visitar vários orfanatos e até que um dia ''BUM'' tivemos um estalo juntos e fomos com tudo... até que um dia estávamos sentados conversando com a responsável de um dos lugares e um bebê tinha acabado de chegar com dois meses de vida. sorrir tristemente. — eu pedi para vê-lo e o nome que colocaram nele era Dom. E quando o coloquei em meus braços e toquei sua mãozinha, ele apertou meu indicador e ali eu senti que era ele sabe? Senti que tínhamos formado uma ligação e agora... deixa um choro sôfrego chegar... já se passaram seis meses e daqui a pouco ele tem um ano e o que está pegando é que temos uma carga horária pesada e isso está afetando já que tem um casal de arquitetos que aparentemente tem mais tempo que a gente para cuidar dos filhos e bem... está tudo dando errado pra gente e ontem eu meio que disse que não queria mais, que era pra deixar o Dom ser da outra família porque eu não aguento mais essa pressão de toda a justiça e assistente social pra cima da gente. Chora enquanto April afaga seus cabelos.
— vai dar tudo certo amiga. Arizona levanta da cama sentando ao lado oposto de April, ficando Teddy no meio das amigas. — lembra quando o Meredith e Derek sofreram tanto por causa da Zola? Essas coisas são difíceis e se for para o Dom ser de vocês, ele será amiga.
—amanhã temos uma reunião com a assistente social e se tudo der certo, ele poderá passar o fim de semana com a gente. Pela primeira vez. Tenta conter as lágrimas que insistia cair de seus olhos.
— você tem fotos dele aí com você? A ruiva pergunta e Teddy mostra a foto para as amigas e as mulheres sorriem olhando para o menino bochechudo, moreno e era igual um índio. Lindo.
— Teddy ele é simplesmente lindo. April murmura emocionada.
— num é? Sorrir boba passando as milhares de fotos que tinha da criança no celular.
— acho que você não deveria desistir. Arizona se manifesta. — sei que é complicado, difícil e bem... só que pensa por isso sabe. Acho que você deveria conversar com a Mer e pedir alguns conselhos, orientações. Ela sabe muito bem sobre o assunto.
— também acho que não só você, mas Henry também deveriam conversar com os Shepherd. Tenho certeza que eles ajudaria vocês nessa situação.
— bom, eu sou mãe adotiva, mas não nessas circunstâncias. O comentário faz as amigas rirem.
— vocês são as melhores amigas do mundo sabia? Teddy puxa as amigas pelo ombro fazendo as mulheres se abraçarem.
— estamos aqui para o que precisar sempre. Beija a bochecha da loira.
— e quando tudo der certo, comemoraremos juntas, bebendo é claro.
— e tem melhor maneira de comemorar? Teddy pergunta sorrindo.
— tem! Você e Henry a sós depois de mandar as amigas para casa. A frase de April faz as mulheres gargalharem.
— só vocês para me fazer rir viu. Murmura. — tive uma manhã péssima. Minha cirurgia foi péssima, meu paciente está péssimo. Suspira.
— e a minha vida sexual está péssima também.
— o que? Arizona exclama encarando a ruiva.
— Jackson agora só quer saber de ficar vendo basquete de madrugada na sala ou jogando vídeo game, ou seja, estou perdendo meu marido para a tecnologia. Reclama ficando vermelha e as loiras não aguentam e começam a gargalhar novamente.
— riem mesmo porque não são vocês... aponta.
— minha vida sexual está ótima, obrigada. Avisa.
— e eu não sei... depois que você e a Torres voltaram, parece que estão vivendo em Lua de mel.
— haja mel porque olha. Faz um sinal com a mão e as amigas arregalam os olhos. — na casa dos meus pais no domingo, no meu antigo quarto. Murmura baixinho.
— NÃO! April levanta da cama se colocando a sua frente. — o que está acontecendo com vocês? Primeiro na casa da jararaca da sua sogra e agora debaixo do teto dos seus pais? A olha incrédula. — Arizona, isso é tão....
— espetacular. Teddy completa sorrindo.
— parece que quando a coisa para ser meio que proibida, é como se tudo ficasse mais excitante. Explica. — vocês deveriam tentar um dia.
— Deus me livre transar debaixo do teto de Catherine Avery. Nega com a cabeça. — do jeito que ela é, capaz de bater na porta.
— aí, April. Só você para animar meu dia. Teddy murmura para a amiga. — Henry não me atende, não responde minhas mensagens.
— dê um tempo pra ele e quando chegar em casa vocês conversam. A loira aconselha. — ele está chateado e você também.
— vou fazer isso é tentar focar no trabalho. Levanta da cama pegando seu jaleco e o vestindo logo em seguida. — o que? Vão continuar aí sentadas? Pergunta olhando para as amigas.
— Arizona ia contar pra gente como foi a viagem.
— ela já contou, April. Ela e Callie transaram num local proibido. O que seria mais interessante que isso? A loira questiona e a mulher sente vontade de contar sobre a possibilidade de aumentar a família, mas iria manter isso apenas com Callie por enquanto.
— meu pai está muito bem, obrigada. revira os olhos.
— aí meu Deus, verdade. Como ele está? Teddy pergunta.
— repouso, reclama, repouso, reclama. Sorrir lembrando das reclamações do Coronel. — tinha que ver a felicidade dele porque Callie estava lá e disse que ele poderia sair de casa já que minha mãe não tem deixado muito.
— é bom ele sair, ver gente, mas não abusar. aconselha Teddy.
— ele queria ir jogar golfe com os amigos, acredita? Eu o proibi. fala indignada.
— é difícil para quem é acostumado a praticar esportes e do nada... leva uma rasteira dessa.
— ainda bem que meu esporte é mais saudável e menos perigoso. Teddy arregala os olhos depois do comentário fazendo as amigas gargalharem. — é só vocês chegarem que só sai besteira da minha boca. Reclama.
— culpadas. As mulheres falam em uníssono levantando as mãos para o alto.
Assim que acaba de conversar com a amiga, saem pelo corredor juntas e logo em seguida cada um toma seu rumo seguindo para seus departamentos. Tinha mandado uma mensagem para Callie perguntando como estava seu dia e como não obteve resposta sabia que a mulher deveria estar dormindo porque pelo que se esperava da cirurgia e do seu plantão, devia ter sido bem puxado, e Callie odiava trabalhar de madrugada. Aliás quem gosta?
O restante da tarde passou exatamente como ela esperava, cirurgias atrás de cirurgias, muito tempo em pé, pouco tempo para se alimentar de alguma coisa mais saudável. Não via a hora de chegar em casa e poder comer uma comida caseira deliciosa que certamente Calliope iria fazer. Bem, pelo menos era o que esperava.
Ao sair de sua última cirurgia encontra Karev que estava vermelho e com a veia do pescoço saltada. Certamente tinha acontecido alguma coisa na realização de sua cirurgia. Ao perguntar o homem, fica sabendo que ele tinha perdido um paciente, uma criança, ou seja, estava devastado. A maneira do homem extravasar era sentir vontade de sair socando tudo. Tenta acalmá-lo pois sabia exatamente o que o homem estava sentindo, compartilharam sentimentos, pois perder uma vida na mesa de cirurgia era uma das piores coisas que podia sentir. Era sentimento de impotência, e ali era como um choque de realidade, pois eles não tinham o poder de operar milagres.
Se despede do homem beijando sua testa e perto da sala dos médicos encontra Dra. Cavalliere que estava com o rosto inchado, certamente estava na cirurgia com Alex. Senta-se ao lado da mulher silenciosamente e pega uma de suas mãos apertando-a, passando solidariedade. A puxa com cautela para dentro da sala e oferece um café, a menina não aceita, então para descontrair oferece uma bebida fazendo-a soltar um leve sorriso.
— Kerev me disse o que aconteceu e eu sei que é difícil, mas se toda vez que um paciente seu morrer e você ficar assim pelos cantos do hospital, não conseguirá olhar para seu próximo paciente.
— eu simplesmente paralisei quando do Dr. Karev disse que não tinha mais jeito. Ele só tinha nove anos. a voz embarga emocionada. — isso é tão injusto.
— eu sei… mas não deixa isso atrapalhar seu andamento, sim? encara a menina que chorava.
— me desculpa, a senhora deve estar me achando uma péssima cirurgiã.
— senhora não por favor. olha para a menina passando confiança. — pelo contrário, eu acho você uma ótima menina Loren, tem tudo para ser uma grande cirurgiã, eu não estaria aqui agora com você se não achasse que fosse.
— às vezes dar vontade de desistir de tudo, ainda mais depois de um acontecimento como esse. Será que eu fiz alguma coisa errada? eu repassei o procedimento na minha cabeça várias vezes. fazia um gesto com as mãos.
— aposto que você foi excelente e seu instrutor estava com você. Karev não deixaria passar nada. a tranquiliza.
— obrigada. agradece a loira. — alguns internos dizem que a senho… você... sorrir para a mulher. — tem cara de brava, mas que é uma ótima pessoa.
— como assim cara de brava? eu sou ótima com todo mundo.
— foi o que eu disse pra eles. comenta. — Brava é a Dra. Bailey ou a Dra. Meredith e… hesita um pouco… — às vezes a Dra. Torres.
— a Dra. Torres? brava? pergunta não acreditando. — duvido.
— ela me assusta e nas pouquíssimas cirurgias que fiz com ela, me deixou tonta de tantas perguntas.
— ela gosta de ensinar. rir interiormente porque certamente Callie fazia de propósito.
— eu prefiro o seu método e o método do Dr. Karev já que são mais tranquilos.
— é porque você gosta da pediatria mulher. Pega sua bolsa. — É sério Loren, você sabe como lidar com as pessoas, com os pequeninos, com os pais deles, você se importa. Tira boas notas, gosta de estudar, então não desista e cabeça erguida. confere a hora no seu celular. — imagina se eu quisesse desistir toda vez que um paciente meu morresse?
— a Dra. está certa, obrigada pelas palavras. agradece a loira, abraçando-a apertado. — vou sair pra tomar alguma coisa no bar aqui da frente. passa a mão pelo rosto secando suas bochechas que ainda estavam molhadas pelas lágrimas derramadas.
— que isso? nada de beber porque um paciente morreu. a repreende. — faça melhor. Vá se trocar que eu te espero. Vai ser minha convidada para o jantar esta noite, mas jantar em casa mesmo. sorrir. — Sofia vai amar te ver.
— tem certeza? eu não quero atrapalhar nada. hesita em aceitar o convite da sua superiora.
— está tudo bem, agora vai logo que eu estou morrendo de fome.
O caminho para sua casa foi feito rápido, as mulheres conversavam sobre alguns casos dos seus pacientes, Arizona ia dando conselhos para a menina que só estava começando. A mais nova era inteligente e corria atrás, não era atoa que tinha simpatizado tanto dom o ser que estava no banco do carona de seu carro.
Ao chegarem em casa abre a porta e dar passagem para a jovem que tímida a espera para juntas caminharem até chegar na sala, onde encontra Sofia e Callie esparramadas no Sofá vendo filme. Quando sua filha ver Loren, solta um gritinho levantando-se do sofá e indo em direção à jovem que a abraça, cumprimento-a carinhosamente. Pôde perceber o olhar questionador da latina para ela que resolve não falar nada. Beija sua filha enquanto a jovem dava um ‘’olá’’ para a morena que levanta indo em sua direção lhe presenteando com um selinho.
— Loren hoje é nossa convidada para o jantar. avisa caminhando em seguida para a escada. — fique a vontade que eu vou tomar um banho e já desço. sente Callie a seguir quieta e quando entram no quarto e a morena fecha a porta, murmura:
— por que essa menina veio para o jantar?
— ela estava mal porque perdeu um paciente. explica. — ela ia sair pra beber, eu preferi trazê-la pra cá, só isso. tira suas roupas no banheiro com o olhar latino em cima dela.
— está fazendo caridade agora? cruza os braços encostando na soleira da porta.
— Callie, não seja horrível. pede entrando no box e ligando o chuveiro.
— fique você sabendo que eu não gostei disso. resmunga.
— e fique você sabendo se for implicante com ela. encara a mulher através do vidro transparente. — te deixo na vontade. solta uma piscadela para a morena que bufa, virando-se de costas e saindo do ambiente. ciumenta. murmura para si mesma sorrindo.
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