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História I Think I Love U - Capítulo 31


Escrita por: LarrySRainbow

Capítulo 31 - Capítulo 31


Harry


Acordei com mãos acariciando meus cabelos. Eu estava no meu dormitório, era sábado, eu tinha certeza que era sábado porque na sexta eu havia encontrado Louis. 


Louis


Abri os olhos assustado e me deparei com Kend me olhando com uma careta cheia de preocupação. 


  - O que foi? - Ela perguntou suavizando a expressão - Pesadelo? 


Esfreguei os olhos e me sentei na cama. 


Kend estava ajoelhada no chão, de frente para mim, me encarando como se eu fosse uma barra de chocolate gigante. 


  - Austin saiu, temos o quarto só para nós dois. - Ela informou sorrindo perversa. 


Olhei para a cama do outro lado e vi que Austin - meu colega de quarto - não estava nela. 


Kend passou as mãos pela minha coxa enquanto se levantava e acabou sentando no meu colo, beijando minha bochecha. 


Bem... Na minha vida, a única coisa que eu não havia nem pensado em planejar era ter algo com a Kend. Justo a Kend. 


Nós não tínhamos nada sério e eu não queria, mesmo. 


Nossos pais se tornaram tão próximos depois que fizeram negócio que tínhamos jantares e almoços juntos quase todos os dias quando éramos mais jovens e eu acabei me aproximando dela, como amigo, nada mais, já que a mãe dela havia a tirado do colégio só porque minha mãe me tirara. 


Eu só estava vazio e decidira dar uma chance de uma futura amizade a ela. Nunca me senti atraído por ela, nunca mesmo. Na verdade nunca me sentira atraído por ninguém tanto quanto sentira por Louis... Louis. 


Eu o encontrei. Eu estive na casa dele e Deus, ele estava tão bonito. Seus cabelos lisos pela testa e a barba por fazer. Estava mais forte também. Seu nariz era o mesmo, o mesmo nariz que eu amava, a mesma boca que eu beijava com tanto desejo, os mesmos olhos azuis lindos que me olhavam com toda a atenção. O mesmo Louis por quem eu havia me apaixonado. 


Esfreguei as mãos no rosto. Eu estava abalado. 


  - Você está bem? - Ouvi Kend me perguntar e me dei conta de que ela realmente estava ali. 


O problema chamado Kend. 


Acontece que ela havia me pego de surpresa quando me disse que ela frequentaria a mesma universidade que eu. Cursaria psicologia. 


Mas esse não era o problema maior. 


Eu a evitava sempre, o primeiro ano passou comigo a evitando de todas as maneiras possíveis. Mas recentemente, em uma festa de comemoração a vitória do time de basquete da nossa faculdade, Kend se declarou para mim e pela primeira vez eu estava bêbado. Eu bebi muito, para esquecer algo que eu já nem lembrava agora sóbrio, e ela me beijou. E acabamos no quarto juntos. 


Eu não gostava dela daquele jeito. 


Eu poderia dizer que gostava de meninos, mas mesmo assim nenhum menino conseguia minha atenção, isso era horrível, porque novamente entrava Louis nos meus pensamentos. Droga, Louis estava em meus pensamentos até quando eu bebia. Então eu deixei com que Kend me beijasse e tudo mais. Porque eu estava bêbado e com raiva de pensar em Louis. 


Mas Kend nunca mais desgrudou de mim. E mesmo eu a evitando depois de termos feito sexo, ela me procurava. E eu não conseguia ser grosseiro com ela, não queria que ela pensasse que eu havia a usado como objeto, que eu havia feito sexo com ela para tentar me livrar das minhas frustrações. Não queria magoá-la. 


E acabamos nisso. Ela não sai do meu pé e eu não sei como a tirar do meu pé. 

E tem o Louis. O que fica pior ainda. Porque eu não consigo pensar nele sem sentir meu corpo tensionar. E vê-lo foi um baque tão grande. Meu Deus, eu precisava falar com ele. Eu não conseguia parar de lembrar como eu fui um idiota, deveria ter posto tudo na mesa e deveria dizer o que eu estava sentindo... Queria saber o que ele sentia. 


Queria dizer que eu não tinha raiva dele. Mas eu agi friamente com ele, como eu andava fazendo com todos ao meu redor, seco, mau-humorado. Eu não queria agir assim com ele, por mais que a situação que envolvia não só a mim quanto a ele também, ser a culpada por eu estar tão fechado assim... 


  - Harry? - Kend me chavama pela décima vez. 


  - O quê? - Respondi irritado. 


  - Você está olhando pro nada há vários minutos. - Ela saiu do meu colo e sentou no colchão - O que houve? 


Eu olhei para ela. 


Suspirei. Eu tinha pena dela. 


Eu era um monstro. 


  - Nada. - Respondi cansado. 


  - Você não está bem, eu posso ver. - Ela passou a mão pelo meu cabelo. 


  - Eu vi sua prima. - Falei de uma vez. 


Kend afastou a mão de mim e me olhou séria. 


Kend e Ciara haviam tido uma briga feia há um tempo atrás e as duas não se falavam, nunca, nem mesmo quando se encontravam pelo campus o que era meio difícil porque as duas evitavam ter que cruzar os caminhos. 


Eu não entendia muito bem mas... Kend a odiava. Ciara gostava de meninas, nenhuma novidade até aí, mas Ciara havia dito a ela que não somente gostava de meninas mas que estava apaixonada por Kend. Foi o fim. As duas não se falaram mais porque Ciara a chamou de vaca ignorante. Mas Kend não deixou muito claro para mim o que havia feito Ciara a xingar dessa maneira. Provavelmente Kend havia digo algo nada legal para Ciara. 


  - Viu é? - Sua expressão estava totalmente séria. 


  - É... Ela... Ela está morando em um prédio por perto. - Falei - Está dividindo apartamento com o Louis. 


Kend me encarou. 


  - Louis? - Ela perguntou confusa. 


Assenti afirmativamente. 


  - Louis, aquele seu amigo? - Ela ergueu uma sobrancelha. 


  - Sim. - Repondi limpando a garganta e levantando da cama. 


  - Onde você a encontrou? - Ela perguntou curiosa - Pelo campus? 


  - Não. - Cocei a cabeça - Eu estava dando uma volta pelas ruas e encontrei Louis, acabei visitando a casa dele e Ciara estava lá. 


  - Faz tempo que não o vê, né? - Ela disse. 


Kend nunca soube sobre Louis e eu. 


Eu havia inventado uma desculpa qualquer quando ela perguntou o porquê de eu ter deixado o colégio. Imaginei que a notícia não havia chego aos dormitórios femininos. Meus pais ordenaram que o assunto morresse, e talvez tenha acontecido, de fato, assunto morto. 


  - Faz tempo que não vejo nenhum dos meus amigos. - Falei pensativo. 


Evitei meus amigos a primeira vez em que eles tentaram entrar em contato comigo justamente porque eu estava chateado com tudo o que havia acontecido. Eu estava sofrendo... Sofrendo de amor. Amor não correspondido. Eu havia entregado tudo de mim para Louis e ele não fez o mesmo. Eu estava machucado. 


Depois que fiquei sabendo do que havia ocorrido no colégio, sobre Morth ter sido afastada e Jay substituído seu lugar, um tempo depois tentei falar com os meninos mas sem sucesso. Eles já não estavam no colégio, eu sabia que eles não estavam mais lá, mas mesmo assim liguei, imaginando ouvir Jay ao telefone, mas não foi ela quem atendeu. Então eu nunca mais liguei. 


Eu sentia falta deles... Até mesmo do Zayn. 


  - Me lembro do Zayn. - Ela disse - Giorgia e ele não aguentaram muito tempo juntos. 


  - É mesmo? - Perguntei interessado. 


Quando saí do colégio, Zayn e Giorgia ainda estavam tendo algo. Mas eu já imaginava que não iria durar por muito tempo. 


  - É. - Ela disse simplesmente. 


Depois ela se levantou da cama esquecendo totalmente o que estávamos falando e foi ao meu encontro, abraçando minha cintura e buscando minha boca para me beijar. 


Eu me afastei. 


Eu estava cansado de alimentar aquela situação. 


  - Kend. - Eu a adverti - Já falamos sobre isso, não temos nada sério... Acho que isso precisa parar, sabe... 


  - Harry, eu sei, não precisa repetir o tempo todo. - Ela sorriu - Vamos nos divertir, apenas. 


Ela dizia isso da boca pra fora. Mas por dentro eu sabia que para ela aquilo não era diversão, para ela sempe foi algo a mais. 


  - São... - Olhei o relógio na parede - Dez horas da manhã. 


  - Não tem horário para tal ato. - Ela conseguiu alcançar minha boca com a dela. 


  - Não estou afim. - Falei a empurrando gentilmente. 


  - Harry, você nunca está afim. - Ela disse irritada. 


E eu tive vontade de expulsar ela do quarto e dizer que era ela quem insistia nessa merda toda. Queria lembrá-la de que no seu aniversário de dezessete anos eu havia dito a ela dentro de um armário que eu gostava de meninos. O problema não era eu e sim ela, que não entendia que eu não sentia nada. 


  - É... Eu nunca estou. - Falei cansado e recebi uma bufada irritada da garota. Ela acabou saindo do quarto batendo o pé toda nervosa. 


Eu estava a magoando. 


Mas e daí? 


Eu estava começando a ficar cansado de ser bom demais com as pessoas e esquecer a mim mesmo. 



As aulas ainda não tinham começado e estávamos atoa pelo campus. Alguns alunos passavam esse tempo estudando, outros indo em festas de fraternidade, outros se dedicando aos esportes e eu... Eu hora gastava tempo tocando violão, hora andava pelo campus. 


Em um desses passeios pelo campus eu me peguei entrando em um dos blocos de moda, onde Ciara frequentava, mas ela não estava lá, óbvio. 


Pelo que eu havia percebido ela levava seus trabalhos para casa e bom, não estávamos tendo aulas, ou seja, ela não estava lá. Ela não ficava nos dormitórios. 


Se eu quisesse falar com ela teria de esperar as aulas começarem. Mas eu nem sabia o que queria falar com ela, era ridículo. Eu estava tão abalado com o fato de ter Louis por perto que estava prestes a puxar papo com Ciara só para fazer perguntas sobre ele. 


Eu não faria isso. Não mesmo, eu precisava encontrá-lo novamente. 


Voltei ao meu quarto e não vi Kend me esperando, o que me aliviou muito. Peguei as chaves do carro, uma jaqueta e saí. 


Eu estava pronto para uma conversa digna. Uma conversa limpa. Eu não tinha raiva dele, só queria que ele soubese disso. 


Parei em frente ao prédio e respirei fundo várias vezes, aquilo estava sendo mais difícil do que eu imaginava. 


Saí do carro e fui direto ao guarda no portão. Disse a ele que era amigo de um morador do prédio, ele pediu o nome e mandou o porteiro ligar. Minutos depois o porteiro fez sinal para que o guarda me liberasse. Louis havia me deixado entrar. 


Quando cheguei ao andar certo, bati na porta e quem atendeu foi Ciara, apenas ela. 


Eu estava errado sobre Louis ter me deixado entrar, porque ele nem estava lá. 


  - Entre. - Ela pediu. 


Eu entrei. Tirei minha jaqueta e a deixei no meu braço. 


  - Se veio atrás do Louis, ele não está. - Ela disse segurando um sorriso - Ele foi resolver umas coisas sobre o futuro orfanato Tomlinson em pleno sábado. - Ela concluiu. 


  - Tudo bem, eu queria mesmo falar com você. 


  - Ah é? - Ela pareceu surpresa - Legal, vamos tomar um chá. 


Eu a segui até a cozinha e sentei no mesmo lugar em que eu havia sentado no dia anterior. Vi o maço de cigarros no mesmo lugar e bem no fundo eu torci para que não fosse Louis quem estava fumando aquilo. Mas era provável ser ele. 


  - Então, o que quer falar comigo? - Ciara perguntou, despejando o chá na caneca pousada no balcão a minha frente. 


 - Por que você e Kend se odeiam? - Perguntei calmo. 


Eu nunca tive a iniciativa de puxar papo com Ciara no campus, ela sempre parecia ocupada demais e eu não ia muito com a cara dela, creio que ela sabia disso. Eu a via raramente passando pelos arredores, mas ela nunca me via ou fingia não me ver. Nunca soube direito. 


Quando fiz a pergunta, Ciara fechou a expressão suave, mas algo logo mudou. 


  - Kend. - Ela disse mais para ela mesma, bem baixinho, como se lembrasse de algo. 


  - Vocês se odeiam, por quê? - Repeti. 


Ciara me olhou um pouco desconcertada, depois piscou algumas vezes tentando guardar, qualquer que fosse a lembrança, na sua cabeça e voltar a sua atenção a mim. 


  - Vocês se falam muito? - Ela perguntou um pouco preocupada. 


Nós não só nos falamos como nos beijamos, mesmo eu não querendo. 


  - Sim. - Afirmei depois de alguns segundos. 


  - Ela contou a versão dela, não é? - Ciara arqueou as sobrancelhas esperando minha reposta. 


Apenas balancei a cabeça em afirmativo. 


  - E o que leva você a querer saber sobre a minha versão? - Ela perguntou bebericando seu chá. 


  - Eu não sei, só queria entender esse ódio. - Falei. 


  - Bem... O que ela disse? - Ciara perguntou não esperando resposta - Disse que eu fui grosseira e a xinguei de nomes feios depois de ter dito a ela que eu estava apaixonada? 


Engoli em seco. 


  - É... Vaca ignorante. - Repeti o que Kend havia me dito. 


Ciara riu. 


  - É, eu a chamei disso. - Deu de ombros - Mas, sabe, eu tive motivos para chamá-la assim. 


Ela pousou a caneca no balcão e apoiou os braços sobre o mármore me estudando antes de começar a falar. 


  - Como você já deve saber, eu gosto de meninas. - Ela piscou - Bem, eu descobri isso de uma maneira simples. Kend e eu andávamos muito unidas desde crianças. Assim que ela entrou no Mont eu comecei a sentir falta dela e tê-la perto por dois dias a cada duas semanas era tão pouco. A saudade só aumentava. Era estranho me sentir vazia quando ela não estava. - Ciara suspirou - Nós crescemos e Kend me acompanhou em todas as festas legais que eu ia quando ela voltava pra casa aos fins de semana. Um vez nós bebemos e acabamos nos beijando em um brincadeira, não foi nada de mais para ela, mas para mim significou muito. 


Ciara entortou os lábios em um bico, pensativa. 


  - Ela é minha prima, eu sei que é estranho mas... 


  - Não é. - Eu interrompi fazendo Ciara sorrir. 


  - Bem, Kend é minha prima. Não achei que fosse um grande problema. Só que ela não entendeu quando eu disse a ela que estava apaixonada e acabou dizendo coisas que talvez ela se arrependa de ter dito. 


  - Eu sinto muito por isso. - Falei sincero. 


  - Mas a Kend não me disse barbaridades por eu ter me declarado. - Ela continuou - Sim, ela ficou chocada e tudo mais, mas não foi isso que a deixou louca. 


Ela me encarou por um momento de um jeito diferente. 


  - Então o que foi? - Perguntei confuso. 

  - Ela disse que eu estava doida e riu. Disse que não tinha problema eu gostar de meninas mas que eu não podia gostar dela porque éramos primas e ela gostava de outra pessoa. 


Então eu entendi. Essa outra pessoa só podia ser eu. 


  - Eu disse a ela que ela precisava esquecer essa pessoa... - Ciara mordeu os lábios, eu sabia que a "pessoa" era eu - Disse a ela que essa pessoa gostava de outra pessoa. Mas Kend não quis entender e isso me deixou louca. Então eu gritei com ela dizendo que o Harry que ela gostava era gay. 


Eu quase engasguei quando ela disse aquilo. Não era uma mentira, mas mesmo assim me deixou desconcertado. Kend não tinha me contado isso. 


  - Ela mesmo havia me dito que você disse a ela que gostava de meninos. Mas ela não estava disposta a esquecer você. Então quando eu disse isso ela me chamou de lésbica nojenta e disse que contaria aos meus pais. - Ciara riu, aquilo não a abalava muito - Eu dei de ombros e disse a ela "vá lá e conte a eles, sua vaca ignorante. Eu vou esperar aqui".


Ciara riu mais uma vez. 


  - Bem, foi engraçado. - Ela tirou os braços do balcão - Eu não a odeio. Talvez ela me odeie. O que você acha? 


  - Ela não fala de você. - Eu falei tentando digerir toda aquela história. 


  - Isso não me deixa triste, nem um pouco, não agora que eu me dou tão bem com a Margot. - Ela sorriu satisfeita. 


  - Margot é sua namorada? - Perguntei curioso. 


  - Não exatamente, mas talvez possa passar a ser. - Ela bebeu mais um gole de chá - E você? 


  - O que tem eu? 


  - Está com alguém? - Ela perguntou com brilho nos olhos esperando ansiosa por uma resposta. Me perguntei mentalmente o por que dela estar tão curiosa sobre isso. 


  - Não. - Falei desanimado - Quer dizer... Eu não sei, a Kend não sai do meu pé. 


Pude notar os olhos dela se arregalando. 


  - Você está com ela? - Ciara perguntou incrédula. 


  - Não, eu não sei... Não é nada sério, ela não me dá espaço. - Me expliquei todo enrolado. 


  - Você não é mais gay? - Ela me encarava ainda incrédula. 


  - Eu não sei, Ciara. - Falei confuso - Eu não saí com nenhum menino e quando pensei na possibilidade, sua prima decidiu me encher o saco. 


  - Não acredito que vocês... Ah meu Deus se o... - Ela parou de falar. 


  - Você não está ajudando muito. - Eu peguei minha caneca e virei todo o líquido na boca de uma vez. 


  - Você não está se ajudando. - Ela retrucou. 

 

  - Preciso ir. - Falei me levantando. 


  - Não vai esperar o Louis? - Ela se levantou junto. 


  - Não. - Andei até a porta e assim que Ciara chegou até mim eu estendi minha mão a sua frente para que ela apertasse a minha. Ela não o fez. - Diga que estive aqui e que preciso falar com ele. - Abaixei minha mão quando percebi que fui ignorado e abri a porta - Até mais. 


Deixei o local.  



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