História I Wanna Be Yours - Herói Freelancer

-Quando vai me deixar ir na sua casa? –Perguntou Deadpool ao Aranha que estava agachado no topo de um dos prédios de Nova York.

-Nunca.

-O que eu fiz? –Wade disse com um ar de inocente.

-Você me seduziu Wade.

-Você fala como se não tivesse gostado. –Wade revirou os olhos por baixo da máscara.

Peter ficou em silencio por um instante, ele realmente gostara dos amassos que trocara com Deadpool alguns dias atrás, mas fora coisa de momento.
Nunca havia pensando em ficar com homens, mas com Deadpool era diferente. Havia algo no mercenário que levava Peter a fazer coisas que antes jamais sequer tinha pensado.

-Eu te apresentei meu mais valioso tesouro, agora, em troca, você deve fazer algo por mim. –Disse Deadpool interrompendo os pensamentos de Peter.

-E eu troquei uns amassos com você. Estamos quites. –Falou o Aranha decidido a pôr um ponto final naquele assunto.

-Só iria valer se você tivesse deixado eu te foder, o que não aconteceu, já que você pediu pra ir embora na melhor parte.

-Wade, a Ellie estava logo ali, no andar de cima, o que você queria que eu fizesse?

-Então se ela não estivesse você teria me dado, uh?

-Não foi isso que eu quis dizer. –Rebateu Peter.

-Ok. A Ellie estava lá, beleza, mas vamos a outro ponto, você vai me deixar ir na sua casa, até por que somos amigos.

-Não. E só pra deixar claro, nenhum dos meus amigos nunca quis me foder.

-Você que pensa. Com essa sua bundinha ai, duvido que nenhum deles tenha pensando em te foder nem que seja uma única vez na vida.

Peter calou-se por um instante. Sabia que Deadpool iria continuar insistindo naquilo, e talvez, se ele o levasse até a sua casa, o mercenário poderia deixa-lo em paz.

-Tá legal Wade. –Falou Peter por fim. –Eu te levo na minha casa, e então ficamos quites, ok?

-Ok.

“Cara, isso é golpe baixo!”

“Não podia cruzar os dedos.”

“O Petey vai nos matar quando descobrir que você cruzou os dedos.”

“Ai. Meu. Cú.”

(º-º)

Estava no meio da tarde. Peter decidira voltar para casa, já que Wade ainda estava na sua cola, assim poderia se livrar do mercenário mais rapidamente.
Quando chegaram ao pequeno apartamento de Peter, Wade sentiu-se em casa, já que estava uma tremenda bagunça.

-Por que não contrata uma empregada? –Falou Wade olhando ao redor.

-Por que eu não tenho grana pra isso. –Falou Peter jogando-se na cama.

-Eu já te disse. O negócio é ser herói freelancer. Você fica ai que nem trouxa atrás dos bandidos sem ganhar nada.

-Mas heróis não ganham pelo que fazem. Eles fazem pelo bem das pessoas.

-Até os Vingadores ganham melhor que você, já que eles trabalham pra S.H.I.E.L.D.

-Wade, isso é diferente.

-Veja o Matt, embora ele não possa te ver. –Wade riu da própria piada e Peter também. –Ele é advogado, o que quer dizer que ganha muita grana. E nas horas vagas ele é herói.

-Mas eu não sou advogado.

-Tony Stark?

-É bilionário.

-Thor?

-É um deus nórdico.

-Steve Rogers?

-É a porra do Capitão América. Provavelmente o cara mais foda e amado desse país.

-Deadpool?

-É o idiota do mercenário tagarela.

-Mas ainda assim ganho muito dinheiro.

-Matando pessoas? Isso é o oposto de ser herói.

-Não é não. Caras maus me pagam pra matar outros caras maus, e depois caras do governo me pagam pra matar os outros caras maus e o resultado é muito dinheiro pra mim. Simples.

-Como se fosse simples sair matando as pessoas por ai.

-Mas é simples. Quer que eu te mostre? –Falou Wade levantando-se e indo em direção a janela de Peter.

-NÃO! –Gritou Peter levantando-se da cama. -Não precisa me mostrar nada.

-Você que sabe.

Wade foi até a cozinha e abriu a geladeira de Peter.

-Cadê a cerveja? Os docinhos? –Abriu os armários. –Não tem nada de se comer aqui não é?

-Na verdade não, eu pretendia fazer as compras hoje cedo, mas acabei esquecendo.

-Então vamos agora!

Wade pegou a mão de Peter e teleportou-se para o estacionamento de um dos supermercados de NY que Wade conhecia.

-Vem. – Falou o mercenário puxando o Aranha pelo braço. –Anda logo que eu tô com fome.

-Wade, não sei se você percebeu, mas eu ainda estou com o uniforme, assim como você, vamos chamar muita atenção.

Quando estavam prestes a entrar no supermercado um segurança barrou Wade.

-Senhor, não pode entrar aqui portando armas.

-São de plástico. Somos palhaços de festa infantil. Estávamos indo pra uma, mas foi cancelada. –Falou Wade.

O segurança olhou de Wade para Peter, analisando-os por um instante.

-Qual é cara, você pode até ir conosco, não sou nenhum maluco revoltado com a sociedade que quer matar todo mundo.

-Wade, isso é exatamente o que um maluco revoltado falaria. –Disse Peter e o segurança concordou com a cabeça.

-Você pode nos escoltar ou alguma coisa se não confia em minha palavra. –Disse Wade.

O segurança estava tentado a aceitar a oferta, porém, recebeu uma chamada da central, autorizando a entrada de Wade e Peter.

-Por que? –Falou Peter depois que já estavam dentro do supermercado e Wade percorria os corredores empurrando um carrinho de compras.

-Eu conheço o cara da segurança daqui. A maioria dos caras na verdade, aquele da entrada deve ser novo. –Falou Wade enchendo o carrinho com salgadinhos.

Wolverine não sabia o que fazer, Wade não parava de chorar. O mutante nunca vira o mercenário tão desolado em toda a sua vida. Logan estava um tanto assustado. Deadpool não era do tipo que chorava por alguém. O Deadpool que Logan conhecia iria encher a cara e socar alguns otários por ai.

Logan não sabia o que dizer. Mas não havia nada a ser dito. Wade não precisava de ninguém dizendo que tudo iria ficar bem, por que a verdade é que não tinha nada bem. Não estava nada bem e nem iria ficar. Estava tudo uma merda.

Depois de se acalmar mais, Logan pegou um pouco de whisky e deu para Deadpool, que agradeceu.
Wade respirou fundo e então começou.

-Às vezes, quando ele acha que eu estava dormindo, ele canta pra mim. E eu sempre fingia dormir pra ouvir a voz dele cantando baixinho. –Wade olhava para a parede, os olhos vermelhos e ainda cheios de lágrimas. – Era bom ouvi-lo cantar. Ela era meio triste. Eu sabia que o que ele cantava era como ele se sentia, e eu nunca me importei em fazer nada a respeito. –Pool lembrava-se vagamente da melodia da música. -Oh why can I not conquer love? And I might have thought that we were one, wanted to fight this war without weapons. And I wanted it, I wanted it bad, but there were so many red flags. Now another one bites the dust. Yeah, let's be clear, I'll trust no one. You did not break me. I'm still fighting for peace. Well, I've got thick skin and an elastic heart. But your blade it might be too sharp. I'm like a rubber band until you pull too hard. (Por que não posso conquistar o amor? E posso ter pensado que éramos um só. Queria lutar nessa guerra sem armas. E eu queria, queria muito, mas havia tantas bandeiras vermelhas. Agora mais um vai ao chão. E sejamos honestos, não confiarei em ninguém. Você não me rompeu. Ainda estou lutando por paz. Bem, eu tenho uma pele grossa e um coração elástico, mas sua lâmina pode ser muito afiada. Eu sou como um elástico, até que você puxe com muita força).

Antes que Logan se desse conta, Deadpool o puxou para mais perto de si e o abraçou. Logan não tinha reação. Sabia o quanto o amigo estava triste, porém não era do tipo que sabe como consolar alguém.

Algum tempo depois, Wade acabou por pegar no sono abraçado a Logan.
O outro separou seus corpos e pegou Deadpool no colo, levando-o até o único quarto da cabana e o deitando na cama de casal que havia ali.

Logan deitou-se ao lado de Wade na cama, algum tempo depois, o mercenário girou na cama e abraçou Logan. O outro não tinha certeza, mas tinha quase certeza que ouvira Deadpool sussurrar um “estou aqui Petey” quando o abraçou.

Logan acabou por pegar no sono abraçado a Deadpool, embora não tenha gostado muito da ideia no começo, porém o mercenário não o soltava de forma alguma, e acabou desistindo e dormindo assim mesmo.

Antes que o sol nascesse, quando a floresta ainda estava coberta por uma neblina que se dispersava aos poucos, Scott observava Logan dormindo abraçado a Deadpool ao longe, enquanto uma pequena lágrima solitária corria por sua face.