História I Wanna Be Yours - Gravuras em teia

“Eu nunca achei que diria isso, mas...”

“O Petey faz muita falta.”

- A ideia genial de deixar o Petey foi de vocês.

“E desde quando você nos obedece?”

- Eu sei lá!

“Cara, a gente só fala merda.”

“Diga isso por você mesmo.”

- Vocês já pararam pra pensar que nós três somos apenas um? E que se vocês falam algo, eu vou fazer, por que nós somos a mesma pessoa?

“Na verdade nunca havia pensado nisso, mas até que faz sentido.”

Wade balançou a cabeça tentando afastar as vozes da sua cabeça, e elas se calaram.
Mas ele sabia muito bem que elas iriam voltar. Elas sempre voltavam.
Eram uma parte de si. Algo que não podia simplesmente ir embora.
Que por mais que quisesse, sempre iriam estar ali.
Assim como o que ele sentia por Peter.
Por mais que tentasse afastar aquilo, sempre estava ali. E sempre iria estar.

Peter tentava correr mais rápido.
Sentia o ar lhe faltar os pulmões.
A caçada havia começado.
E Wade não iria parar. Nunca.

Peter fugira.
Estava com medo.
Wade havia ficado extremamente agressivo.
Quase o matara horas atrás.

Peter estava fugindo do maior a quase dois dias.
Não tivera um segundo de descanso desde então.
Saíra de NY na tentativa de escapar de Wade.

Não sabia o que causara aquele compulsiva sede por sangue do mercenário.
Só sabia que era o seu sangue que Wade queria.

Peter sempre soube dos demônios de Wade.
Só não sabia o quanto eles o dominavam.
Não sabia até onde ia o Wade que ele amava e onde começava o Wade Mercenário dominado pelas vozes em sua cabeça.
E Peter tinha medo.
Tinha medo de que algo assim acontece.
De que Wade de repente o quisesse morto.
E era o que estava acontecendo.

Peter sempre achara que iria conseguir fugir.
E só agora pode perceber que não iria escapar de Wade.
Por mais que tentasse correr.
Wade sempre o alcançava.
Por mais que fugisse.
Wade sempre o encontrava.

Era como se Wade pudesse farejar o cheiro de Peter a quilômetros de distância.
Wade não iria desistir até que estivesse com a presa em suas mãos.
Nunca iria parar.

-Al? –Wade levantou-se da sua cama e foi até o andar de baixo e encontrou Al na cozinha, ela havia derrubado algumas coisas no chão.

-O que você tá fazendo aqui? –A velha senhora tinha o rosto virado pra Wade.

-Essa casa ainda é minha sabia? –Falou Pool jogando-se na poltrona que havia ali perto.

-E daí? Você deveria ter ido atrás do garoto e pedir desculpas. O que aliás era o que você supostamente tinha ido fazer ontem.

-Eu nunca falei nada sobre ir atrás dele.

-Nunca? Você realmente tem certeza que nunca falou nada sobre ir atrás dele?

-Tenho! –Wade olhava fixamente para a mulher a alguns metros de si.

-Então, daquela vez que ele terminou com você fui eu que fiquei chorando no meu próprio ombro e dizendo o quanto amava o Cabeça de Teia e que deveria ir atrás dele e pedir desculpas por ter sido um filho da puta com ele? Hmm?

Wade não tinha como rebater com o que Al dissera. Até por que era verdade.
Deadpool abriu a boca pra dizer algo, porém foi interrompido.

“Cara, desiste. Nós sabemos que ela está certa.”

-Al, por que eu tive que ser tão idiota? –As lágrimas corriam pelo rosto de Deadpool.

A mulher estava sentada no sofá com o rosto mirando a parede a sua frente.
Deadpool tinha sua cabeça deitada no ombro na senhora enquanto as lágrimas continuavam a cair por seu rosto.

-Você é um bastardo idiota Wade, todo mundo sabe disso, inclusive você, e o garoto.

-Acontece que eu fui mais idiota que o normal! E ele ficou muito puto. E foi embora.

-E por que você não põem um pouco de dignidade nessa bunda e segue em frente?

-Eu não posso. Eu amo ele Al! Será que isso é tão difícil de entender?

-Não realmente, mas se ele deixou você, é por que ele não te quer. E se ele não te quer você também deve ser macho e não querer mais ele.

-Mas ele é meu! Só meu!

-Não vejo ele aqui sendo seu.

-Você não vê nada Al, cala a boca.

-Pense duas vezes da próxima vez antes de pedir conselhos amorosos a uma velha cega Wade.

-Mas se eu não for chorar no seu ombro e encher o seu saco, no de quem eu vou fazer? –Wade ergueu a cabeça e olhou para a mulher.

-No da puta que pariu Wade.

-Também não precisava ser tão grossa.

-Eu não sou grossa, sou realista. É diferente.

-Tá, então se você é realista, acha que eu deveria ir atrás do Petey?

-Wade, siga em frente. É o melhor que você pode fazer.

-Não é não. Eu ainda quero o Petey!

-Então vá atrás dele.

~~Vá caça-lo Wade~~

Wade ouviu uma voz em sua cabeça, não que isso fosse estranho, mas essa era uma voz diferente, ela era baixa, quase um sussurro, e que lhe causava um arrepio na espinha.
As outras vozes eram até “amigas” de Wade, e elas gritavam. Muito. Eram quase tão escandalosas quanto o próprio Wade.

Essa era diferente, falava de uma forma mansa, como se estivesse obrigando-o a fazer aquilo.
Wilson se sentia impulsionado a fazer o que aquela voz dizia.

-Eu vou caça-lo Al. –Falou o mercenário levantando-se do sofá.

-Eu não usaria essa palavra.

-Irei caça-lo. Como um leão caça sua presa. Ele é meu.

-Wade, vamos com calma. Não é bem assim que as coisas funcionam. –Havia algo de diferente no tom da voz de Wade e Al podia sentir aquilo.

-Não há escapatória.

-Wade você não pode caçar o garoto. Você deve se desculpar com ele. –Al tentava fazer o mercenário mudar de ideia, faze-lo ouvi-la, mas já era tarde.

~~Ele é a sua presa Wade. Vá atrás dele~~

“Mulheres e Petey, são os dois seres na face da terra com quem não se discute.”

“Embora eu ainda ache que o Petey se encaixe na primeira categoria...”

“Hey! O Petey não é nenhuma garotinha. Ele é muito macho.”

“O nosso macho.”

-Caras... Por favor...

Wade foi para o próprio quarto jogando-se na própria cama e começou a encarar o teto.
O teto de madeira coberto por um papel de parede velho estava começando a se soltar em algumas partes.
O mofo era visível nos quatro cantos daquele teto antigo.
Quanto mais encarava o teto, mais Wade começava a perceber algo ali.
Algo que já não se recordava.

Uma gravura em teias feita por Peter da última vez que o menor tivera ali.
Wade lembrava-se muito bem daquele dia.
Eram suas inicias.

“ P & W “

Wade sentiu uma lágrima quente e solitária correr por sua face e cair no travesseiro.

- O que você está tentando fazer? –Perguntou Wade para Peter.

O Aranha havia escalado a parede e chegado ao teto do quarto de Wade, ficando apoiado nos próprios pés e de ponta cabeça.

- Espere e verá. –Peter tinha um sorriso maroto no rosto.

O menor então tirou um pouco de suas teias e com elas fez algo que Wade não conseguira ver de início, e depois as colara no teto do quarto do mercenário.
Eram suas inicias.

Peter desceu do teto e deitou-se ao lado de Wade novamente e ficou encarando o teto e a marca que deixara no mesmo junto com Wade.

- Pra que sempre que você se deitar, se lembre de nós. –Falou Peter com um sorriso fofo no rosto.

- Eu sempre irei lembrar de você. –Wade virou o rosto para Peter e sorriu. – Eu sempre irei te amar Petey.

- Eu sempre irei te amar Wade.

- Sempre.

- Sempre.

E com isso Wade aproximou seu rosto do de Peter selando seus lábios.