História I want to burn with you. - Capitulo 25

          Fico completamente pasma com suas palavras. Minha boca não consegue forma nenhuma palavra. Estou totalmente sem reação. Minha cabeça está confusa e meu coração cheio de emoções, dentre elas medo, desespero e uma pitada de alegria. Josh me olha temeroso, mas com um tanto de esperança em seus olhos e é encarando suas Iris verdes que volto a realidade. 
         Meus lábios se mechem, tentando falar algo, mas é como se todas as palavras estivessem fugindo de minha língua. Saio de cima de seu colo e ando pela sala escura, em busca de uma reação.  Essa declaração de josh surtiu um efeito tão grande em mim que é como se eu estivesse sem chão. Como assim? Apaixonado por mim?não! Isso não pode ser real! 
           Volto a encara-lo e acho que por que não dei nenhuma resposta, ele tirou suas próprias conclusões e agora seu semblante é de tristeza. Ao ver sua expressão tento novamente forma palavras e por fim elas saem tropeçadas.
- eu...eu não sei o que dizer. 
- jennifer desculpa, mas não deu para evitar. 
           Eu o entendo e sinto pena dele por isso. Não que eu não goste dele, mas paixão? Não sei. Minha mente está embaralhada demais e meu coração está acelerado demais para mim saber algo concreto no momento.  
- eu não sei o que dizer. Josh...eu realmente não sei o que dizer. - digo já sentindo lágrimas brotarem em meus olhos. 
          Estou desesperada. Sinto um nó na garganta e a única solução que encontro é fugir dessa situação, como sempre faço, mas josh está vacinado e sabe qual vai ser meu passo agora. Antes mesmo que eu suba a escada, ele já está segurando meu braço e me olhando no fundo dos olhos, causando um enorme calafrio que percorre meu corpo. 
- por favor, eu não estou te pedindo muito, eu só quero uma resposta. Te imploro, não me deixa conviver com essa dúvida. 
             Começo a ficar perturbada com tudo aquilo e por um momento de insensatez e pânico, dou a pior resposta de todas. 
- me deixa em paz. Não devíamos nem ter nos beijado a primeira vez e a culpa disso tudo também é minha, mas você que vem piorando as coisas. Se você tivesse cumprido o que haverá prometido a gente não estaria nessa situação agora. E se quer mesmo uma resposta aí vai, eu não consigo sentir o mesmo por você. 
            Sei que estou mentindo, por que querendo ou não eu sei que algo mudo dentro de mim desde aquele primeiro beijo. E parece que não é uma coisa simples não, parece ser algo bem, mas bem grandioso mesmo. Só que nesse momento eu estou desesperada e confusa demais para saber de algo certo. 
            Mesmo com todo o desespero, mais uma vez me arrependo das minhas árduas palavras que atingiram josh como uma facada bem no peito.  Ele solta meu braço com força e posso ver pela penumbra seus belos olhos se enchendo de lágrimas. Então noto o estrago que acabei de fazer no meu querido irmão. Tento voltar atrás e chamo por seu nome, mas já é tarde por que a porta se bate em um baque estrondoso que ecoa pela sala silenciosa que a minutos atras estava preenchida com juras de amor. 
             Desabo ali mesmo no chão, me consumindo em lágrimas e arrependimento. Eu devia ter dito que sentia algo por ele, por mais que não fosse paixão, não o magoaria tanto quanto o que falei. Mas eu fui tão fria quanto uma pedra de gelo. Soltei as palavras como se elas fosse pedras para cima de josh. Não é para menos que ele ficou tão devastado. Suas palavras foram tão sinceras e Doces e as minhas foram como ácidos que corroeram seu coração. Por que sou tão impulsiva? Desde de pequena eu sempre fui assim. Josh que era o passivo, o que pensava antes de tomar qualquer decisão. E aposto que ele pensou muito antes de declarar seu amor por mim e também aposto que agora ele se arrepende amargamente de ter tomado essa decisão. 
           Quando meus prantos cessam, me levanto com muita dificuldade do chão e me arrasto escada acima até meu quarto. Me jogo na cama onde começo um novo choro e posso ouvir em minha cabeça as meigas palavras de josh que por um instante deixaram meu coração em festa.  Por que eu menti? Eu estou apaixonada por ele também e isso me assusta para caramba. Mas isso não pode florescer. Por mais que eu tenha acabado com  josh com minhas palavras duras, foi melhor ter descartado qualquer filete de esperança em seu coração. Por que não podemos viver essa paixão que seria uma repugnância para qualquer pessoa. Imagina o que poderia acontecer? Só de imaginar já fico desesperada, então tomo a decisão mais correta no momento. Vou matar esse amor dentro de mim e torço para que josh faça o mesmo. Ele deve saber que é impossível esse romance e que devemos ser sensatos em descarta essa hipótese. 
           Mesmo com a dor de o ter magoado, me pego imaginando um mundo em que josh e eu não somos irmãos, em um mundo onde nos amámos sem que ninguém nos julgue ou olhe torto, um mundo em que não exista nada que empate nosso amor. e é imaginado esse mundo fictício que acabo caindo na inconsciência. 
            Minha cabeça dói e tenho vontade de passar o dia inteiro nesse quarto. A chuva cai fina lá fora e o barulhinho dela caindo me deixa ainda mais mole e sem animo para nada, mas a peça é amanhã e se eu não comprar logo a droga do vestido com certeza encenarei pelada. Me levanto com muita relutância, vou ao banheiro e realizo as minhas higienes matinais. Pego um vestido soltinho em meu guarda-roupas e escolho uma sandália confortável. Penteio os cabelos e os deixo soltos com pequenas ondulações caindo sobre os ombros. Na maquiagem, apenas uso um rímel e um batom nude nos lábios. Tomo um rápido café da manha e saio de casa. 
           Vou a uma loja de antiguidades e por sorte vejo alguns vestidos antigos. Só que todos eles são de saia balão, o que na serve de nada para helena. Por que ela era uma simples jovem da época e não uma duquesa. Decido ir em outra loja e finalmente encontro o modelito perfeito para helena. um lindo vestido longo vermelho vinho de veludo, com mangas compridas de bocas largas. a roupa é perfeita para a personagem e então percebo que aquele é o vestido do qual eu procurava. pago a peça e decido ir ate uma sorveteria próxima para tomar um sorvete.  
            chegando lá, encontro Madge sentada em um dos bancos que fica no balcão. ao me ver ela abre um simpático sorriso e aponta um lugar vago ao seu lado. me sento e dou um beijo em sua bochecha.
- que surpresa ter ver fora de casa.
- nossa, que exagero. falando assim até parece que não saio nunca de casa.
- e não sai mesmo. você fica tanto tempo em casa que já esta virando parte dos moveis.
- pior que você tem razão viu. - madge parece me analisar e depois de muito estudo ela percebe algo errado.
- amiga, você esta bem? - fico surpresa com sua pergunta inesperada, mas  creio que ela pegou algo em meu olhar.
- sim, por que a pergunta?
- não mente para mim jennifer. eu sei quando esta mentindo e posso ver tristeza em seu olhar.
        tenho uma enorme vontade de me abrir com madge, contar a ela o que anda acontecendo comigo, mas vejo que isso não é uma opção. seria algo que nem mesmo a sábia madge saberia lidar. sua repulsa ia ser tamanha que era capaz até dela sair correndo. mesmo tentando na chorar, as teimosas lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto. madge me abraça sem nem ao menos exitar.  
              - calma amiga, o que quer que seja vai passar. 
- madge o que você faria se descobrisse que está apaixonada pelo seu irmão? -solto a pergunta num impulso e fico desejando poder recolher minhas palavras.
          vejo espanto estampado no rosto de madge. a pergunta pegou ela de surpresa e dá para ver que por dentro uma reflexão esta sendo feita.
- que pergunta mais sem cabimento jennifer. lógico que isso nunca iria me acontecer. isso é sobre a peça? Não é? 
- claro. é a peça que esta me deixando assim para baixo. é que eu encarnei tanto a helena que posso sentir seus conflitos e fico totalmente angustiada com sua delicada situação. - madge respira aliviada e suaviza a expressão. 
- ainda bem que é só a peça. Já  estava preocupada. mas fica calma amiga, desencana, isso é só uma mera historia fictícia. 
- eu sei que isso é só ficção, mas eu quero debater sobre esse assunto. anda, me responde, o que você faria se estivesse apaixonada por seu irmão?
- ai que assunto mais besta esse em. olha, isso nunca me aconteceria, mas, se caso acontecesse eu sei lá, tentaria saber se era recíproco 
- por que isso é tão importante? 
- ué, por que será né jennifer? já pensou, se você estivesse apaixonada pelo seu irmão e ele não sentisse o mesmo por você. isso seria horrível por que além do clima estranho entre vocês, você ainda sofreria horrores por um amor não correspondido.
-  e se fosse recíproco?
- aí ja não sei né. incesto é complicado.  primeiro, não me imagino gostando de alguém do qual eu convivo todos os dias desde de meu nascimento.
- eu também achava isso impossível.
- e não acha mais? jennifer o que esta acontecendo? 
-  nada. Não está acontecendo nada. Eu em. Você está muito paranóica. 
- paranóica? Eu? Você que vem com essa conversa do nada e fica agindo de modo estranho e eu que sou a paranóica? 
- é sim, por que para começo de conversa nem estranha eu estou. 
- a não? E esse assunto esquisito que você está procedendo? Até um dia desses você se mostrava incomodada com esse assunto e agora está toda interessada.
- eu não queria saber mais sobre isso por que ainda não estava vivendo a helena. madge, depois que eu  passei a fazer a helena eu posso sentir na pele suas angústias, medos, receios, dúvidas, desespero e muitos outros sentimentos pesados que acercam essa personagem. O papel dela é muito complexo e você não entende por que você não está vivendo o que ela vive. Por isso estou interessada no assunto, quero saber do ponto de vista de outra pessoa o que ela faria, mas se você está tão desconfortável com isso então paramos por aqui. 
         Madge parece arrependida de tamanho drama do qual ela está fazendo. Até eu fiquei desconfiada com ela e esse enorme desconforto. Nem eu que estou nessa situação não estou tão equivocada com o assunto. Ela percebe minha desconfiança e já começa a ficar perplexa. 
- você não acha que... a não, me recuso a acreditar que você está achando que sou essa pessoa. 
- então por que você está tão desconfortável com esse assunto madge? 
- você está querendo inverter as coisas não é? Era você que estava nessa situação a poucos minutos e agora está me pondo na berlinda. 
- nada disso. só estou achando muito esquisito esse seu surto repentino por causa dessa pergunta besta que te fiz. 
- quer saber jennifer? Quem começou com tudo isso foi você, então pense o que quiser. Minha consciência está limpa e é isso o que importa. - pois a minha tá mais suja do que poleiro de galinha. 
         Não me conformo de madge não ter respondido minha pergunta. Poxa vida, eu quero uma resolução para meu problema e agora que encontrei um jeito de saber a opinião das pessoas sem me envolver não vou deixar passar. Insisto novamente na pergunta.
- madge o que você faria se estivesse apaixonada pelo seu irmão?
- eu vou dá na sua cara. - eu e madge estamos rindo agora da minha insistência. 
- é sério. responde ai, vai. Por favor. - faço cara de cachorro abandonado. 
- argh! sua chata, tá bom, você venceu. 
- yeesss. Agora expresse sua opinião mais sincera. 
- bom, se isso acontecesse comigo eu ficaria desesperada. Mas se eu visse meu irmão na mesma situação que a minha, sei lá, num lampejo de desejo, paixão e loucura eu cederia a um amor proibido e escondido com ele. Nossa, falar isso é repugnante né.  Muita loucura, mas quando se ama nada é louco demais ou perigoso demais. Tudo é tão intenso e belo que você não quer saber das consequências. 
         Fico remoendo em minha cabeça tudo o que ela falou e madge tem razão. Era isso que eu deveria fazer por mais perigoso que seja. Falando até parece simples. Mas tem minha mãe. Como eu a encararia sabendo que estou nutrindo um romance escondido com meu irmão? Já vai ser difícil encara-la quando ela voltar de viajem, imagine ter que fazer isso todos os dias. E como olharia para as pessoas achando que elas sabem do meu segredo sujo. Não! Sou covarde demais para fazer algo tão radical. Prefiro sofrer e deixar como está.  É triste, mas é minha realidade. 
- jennifer? Terra chamando jennifer. 
- ãm, oi? Desculpa, estava viajando com o que você falou. Você é muita sabia madge. Aposto que essa seria uma escolha melhor para helena ter feito do que ter se jogado daquele penhasco. 
- ahhhh sua nojenta, você acabou de me dar o spolier principal da peça. Sua ridícula. Só vou ir ver ainda por que quero te ver arrasando.    
- eu acabei de comprar o vestido dela, você quer ver?
- você ainda pergunta se macaco quer banana? É claro que eu quero vê meu bem. 
            Mostro o vestido a madge que fica babando nele. Ela ficou simplesmente apaixonada no modelito. Depois de muito sonhar com a peça, mudamos de assunto e falamos sobre diversos outros temas e tomamos um milk shake de baunilha delicioso. Não tarda para o sol começar a se por no horizonte e percebo que já está ficando muito tarde para voltar para casa. 
- nossa madge, conversando com você nem vi o tempo passar. Eu preciso ir agora. Ainda tenho que ensaiar bastante por que a peça é amanhã e ainda não estou nos trinques. 
- claro, a gente se fala depois. Ensaia bastante viu, quero ver uma verdadeira atriz amanhã.
- e não irei decepcionar. Não falte em e garanta para que todas as meninas estejam lá na primeira fila. 
- pode deixar. 
         Saio imediatamente da sorveteria e pego uma táxi. Demora alguns minutos e já estou na porta do prédio no qual moro. Pago o motorista e subo para o apartamento. Abro a porta e sinto um cheiro de perfume adocicado no ar. De início, até desconfio que josh mudou de fragrância, mas a silhueta parada a minha frente indicam de onde vem o aromático odor. 
      Continua...