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História I want to teel you (Quero te dizer) - Será uma farsa?


Escrita por: BrunaR05

Notas do Autor


OIIIIIIIIII GENTE !!!!!!!

Então, eu apareci depois de março por motivos de dormir e estava maratonando How i met your mother (qualquer semelhança com o final de Barney e Taemin é pura coincidência), sou do grupo que gostou do final, mas coitada da Tracy, ela foi mal explorada como personagem, passou as coisas muito superficialmente, mas enfim, foco em Shinee agora.

Finalmente concluída, mas nem posso confirmar isso porque sou doida e posso inventar outro spin off porque sempre que releio eu amo ver o feedback de vocês ♡

Não esperem cenas hots, to passando uma fase desapego do lemon porque não sei escrever, mas tem mt JongKey nisso.

Onew está na capa, mas não aparece no spin off, nem Minho ( na vdd ele tem uma pequena ação e os dois são citados) Usei essas imagens pra demostrar o progresso no tempo que aconteceu e os paletós são um segredo de Estado, leiam e veram.

Espero que gostem ^-^

Capítulo 24 - Será uma farsa?


Fanfic / Fanfiction I want to teel you (Quero te dizer) - Será uma farsa?

Curiosidade. É a palavra que descreve o motivo ao qual Key estava num voo do Estados Unidos a  Coreia. Cansado. Era seu estado de espirito. Mas a invisibilidade que ele próprio criou a Jonghyun, e da mesma forma o outro se isolava, deixava uma pulga atrás da orelha, além a dos seus cães. Não havia nenhuma atualização nas redes sociais do antigo mentor, e ele nunca estava online, pelo menos quando o recente novo gerente ia stalkea-lo.

Key sabia de todas as coisas que havia dito, e não voltaria atrás, era o que ele achava. Mas de muito ficar sem fazer nada nas férias decidiu visitar sua família e de pura consequência saber o que estava acontecendo com Jonghyun. Durante a viagem ele lia um livro, daqueles de 550 páginas, para não se concentrar no voo que estava deveras entediante. Depois de muitas horas sentado finalmente anunciaram o pouso e em alguns minutos já poderia encontrar sua mãe no aeroporto.

Quando conseguiu pegar sua mala, foi em direção ao salão do aeroporto onde estavam aquelas pessoas segurando uma placa com o nome dos respectivos interessados. Do lado de sua mãe havia um senhora que abraçava sua filha e do outro lado um rapaz que parecia um pouco assustado com a movimentação e falava com um tal de Hoseok pelo celular que não tinha lhe devolvido algo. A sua mãe chorava quando ele chegou perto dele e enquanto a abraçava, seu pai esperava no lado de fora com o carro quase indo busca- los para não ter que levar multa por ficar muito tempo parado lá.

Em algumas horas eles já estavam almoçando, parte da família foi visita-lo, todos parabenizaram por suas consecutivas promoções na empresa, sendo um dos mais bem sucedidos da família. .

Pela noite marcou com Taemin para irem a um restaurante, o mesmo que o pai de Jonghyun marcou para que ele e Haneul se encontrassem a alguns anos atrás. 

- Olha meu maknae, totalmente crescido, engordou, cara de gente grande, como eles crescem rápido – Key disse ao sentar na mesa e ver o mais novo.

- Oh hyung, pare de gracinha que você estava em Nova York faz alguns meses, não aja como se tivesse tido um coma – Taemin como sempre muito compreensivo.

- Desculpa, só senti muita falta sua, tá?! 

- Eu também, cala a boca.

- Meu apartamento lá é tão vazio, arrumado e silencioso, não tem graça sem você.

- Apartamento? Por que não compra uma casa bem chique?

- Pra só a minha pessoa morar?

- Ih ta solteiro ainda, nem eu.

- Sim, por falar nisso, soube que você vai casar.

- Claro,  eu te liguei quando você estava dormindo, porque esqueci do fuso.

- Coitada da garota, e o emprego? – Key não era muito de querer saber de muitos detalhes, principalmente por ter que controlar o seu lado pessoal e profissional, talvez num futuro próximo ele fizesse amizade com a noiva ou não, afinal teria tantas pendências acumuladas quando voltasse das férias.

- Estou indo bem, agora entrou um jovem para ser meu assessor, mas ele tem um problema lá, devido a um acidente.

- Muito grave?

- Parece que sim, mas se você o ver ele não parece ter sequelas, ele é bonito, tipo assim, um k-idol. Ele é muito legal, faz um bom trabalho como você, e deixar eu ser narcisista e sarcástico, então tudo bem.

- Você não existe – Key riu.

- Você voltou pra encontrar Jonghyun? – ele perguntou repentinamente – fiquei sabendo que ele comprou seu apartamento.

- Não, magina, mentira, vim sim, mas isso é só segredo nosso. E olhe que meu apartamento nem é lá essas coisas.

- Cuidado Key, você já sabe como isso acaba.

- Não acredita em mim garoto? Não vou ser tão trouxa.

- Garoto?!

- Força do hábito..

Depois de o jantar acabar Taemin levou seu amigo até a casa dele, que entrou acordando seus pais que estavam na frente da tv dormindo, e foram todos se deitar.

No outro dia Key acordou cedo, tomou café e foi para a empresa do pai de Jonghyun. Ele estava de capuz e óculos, como se isso escondesse algo, entrou no prédio e reparou que poucas coisas e poucos funcionários mudaram, foi até o andar onde trabalhava e pôde ver Minho sair da sala de vice presidência.

- Key, está fazendo o que aqui? – a secretaria o reconheceu e sussurrou perto dele.

- Oh você – ele não lembrava o nome dela – vim aqui ver se eu faço falta, só que não, pretendo fazer algo para avisar que não ficou por aquilo mesmo, mentira, só vim ver se faliram.

- O seu sucesso já vai ser uma baita dor de cotovelo para o chefe. Adorei sua foto no desfile com aquele modelo Alexander.

- Verdade, espalhe que fui promovido no meu emprego e que tenho propostas de empregos de empresas importantes. E sobre Alexander, confesse que eu estava mais bonito que ele.

- Não posso confessar...

- Mas gente, Alexander ia adorar ouvir isso de você. Bom tenho que ir, continue me stalkeando.

Key não se lembrava o caminho para seu velho apartamento, mas sabia ao menos o nome da rua, pegou um táxi e soltou em frente ao edifício certo, eles haviam reformado o lado de fora. Ao entrar foi reconhecido pelo porteiro, e com tranquilidade foi ao elevador, parou um andar a menos do que ele morava e depois acertou, Assim que abriu a porta novamente ele correu e se encostou na porta do apartamento, parecia sentir ouvir a sua própria briga com Taemin pelos pratos sujos, ironicamente lhe deu saudades, das vezes que Jonghyun aparecia de repente e desaparecia da mesma forma, até ele ouvir o elevador abrir de novo, mas era só uma vizinha que não morava por lá quando ele estava.

O que não esperava é que Jonghyun iria abrir a porta com roupa de dormir, e seu transe do sono fosse atrapalhado por ver Key na sua frente.

- Não será possível, eu acabei de acordar, não posso ter sonhos – Jonghyun disse com uma seriedade, não estava caçoando.

Eles tinha duas escolhas, discutir bastante e não chegar a lugar algum ou ser totalmente maduros, com atitudes consideradas adultas.

- Se isso é um sonho eu posso fazer isso – Key pisou no seu pé.

- Aish, não foi você que fugiu daqui e cortou contato comigo, o que lhe traz?

- Eu não sei se você sabe, mas esse apartamento já foi meu e não precisamos dizer quem fugiu de quem.

- Você queria trabalhar ou fazer transporte clandestino de drogas sempre com alguém te ameaçando com um revolver na cabeça?

- Estou bem trabalhando mesmo, na vida sempre determinei que nunca iria abaixar cabeça pra gente do seu tipo, principalmente sua família.

 - Você sabe que eu me acho um fracassado por isso.

- Um otário também.

- Que saudade dessa pessoa com raiva.

- Debochando de mim, a vida por si só já debocha de você. Se troque logo pra poder me apresentar sua nova moradia.

- Você já sabe como é, porque já foi sua casa, entra logo.

Era uma discussão amistosa e idiota, já que Key não o odiava tanto, mas tinha seu orgulho, não podiam ficar remoendo um sofrimento a vida toda, ou esqueceriam ou se sacrificariam pela volta. Ele foi na intenção de saber mais sobre a vida do outro e não de ser expulso pelos inquilinos e funcionários. A casa ainda estava boa, não tinha uma aparência de desgastada, o armário da cozinha ainda era o mesmo, e Jonghyun também deixava seu notebook sobre a mesa de jantar, como ex estagiário sempre fazia, ele se sentou no sofá e ficou olhando em volta enquanto Jonghyun foi se trocar, a foto do dia do passeio no jardim botânico estava no porta retrato que havia dado ao dono da casa, no hack onde ficava a televisão, muito nova por sinal, era uma smartv, ele não tinha em o que gastar mesmo.

Na parede da sala havia um quadro de um mar e uma ponte acima dele, mas não era um local especifico nem conhecido, e aquilo fazia parte da mobília que já estava lá quando Key havia alugado, mas ele se lembrou quando estava fazendo guerra de travesseiro com Jonghyun e o outro foi se esconder ali, a alegria que eles sentiram naquele momento se tornou nostalgia.

Olhando pra o chão lembrou de todas as vezes que jantava com Taemin e ele derramava comida na roupa, devido as risadas ou a sonolência, ali Key se sentia protegido.

Ele podia se ver e ouvir correndo pelo corredor e passando na sala e agarrando sua pasta, pois estava atrasado, e depois voltando cansado, mas sorrindo por ter tirado dúvidas com o professor Lee Jinki e o mesmo tê- lo motivado na profissão. E depois chegando arrasado quando fazia estágio e o assunto Haneul era insistente.

- Lar doce lar – Key disse para as paredes.

- Vamos caminhar! – Jonghyun apareceu agora vestido com roupas casuais, guardando seu celular no bolso.

 

 

[...]

- E então quando menos esperei estava numa festa cheia de gente famosa de Hollywood – Key dizia andando ao lado de Jonghyun.

- Você se diverte bastante por lá né?

- Sempre que posso, ainda não tenho um cargo suficiente para ganhar folgas dessa forma, veja, só pude vir agora.

- Já eu ando numa monotonia, de vez em quando saio e conheço algumas pessoas, outras me reconhecem porque minha mãe fez o favor de fazer uma matéria numa revista famosa com fotos nossas.

- Eu comecei a ganhar dinheiro, mas não consigo entender a mentalidade de sua família.

- Nem eu, vamos considerar que eles agem a favor da sociedade, no caso de acordo com as “regras”. Nem me lembro do Jonghyun dessa época.

- Eu me lembro, ele era bem ambicioso, em todos os sentidos, e era muito medroso. Mas não tinha maldade, queria sempre receber e dar sentimentos bons, só não sabia como. E então eu apareci.

- E depois sumiu ...

- Era o melhor que podia acontecer naquela hora. Eu cresci por dentro, o mundo lá fora é bem pior que o grande prédio de seu pai.

- Bummie...

Eles apenas se entre olharam e Key seguiu o caminho até um taxi e antes que entrasse deu um tchau para Jonghyun. A conversa não foi bruscamente interrompida, ele tinha contado que pretendia voltar pra casa, e até tinha dado o número novo do telefone para ele. 

Para Jonghyun ele bem lá no fundo ainda achava que era o começo de um delírio e que Key na verdade estava nem ai pra ele. Poderia ser verdade ou mentira, mas jurou que iria aproveitar o possível.

 

 

 

[...]

 

 

Key conversava por ligação com Taemin no seu quarto, deitado esperando sua mãe chamar para comer como nos velhos tempos. Ele novamente queria jogar um objeto não cortável no mais novo, pois tinha criado uma ideia louca de adiantar a data do seu casamento só para seu melhor amigo poder estar, Key implorou para manter a data, que faria de tudo para pedir folga ao chefe e ir no mesmo dia que iria voltar, mas seu amigo não aceitou sua proposta. Tentou até dizer que a noiva não iria gostar porque ela poderia estar despreparada, mas descobriu que a ideia foi dela.

Então estava acertado, duas semanas, um dia antes da volta para o EUA, e o terno dele já estava quase preparado, só faltava medir o tamanho. Sua vida depois de mudar de país nunca foi a mesma, ele imaginava ir no casamento do seu amigo de outra forma, antigamente pensava que iria estar perto dele para motiva-lo o tempo todo, e que conheceria a azarenta, assim como na série Friends e similares, mas na verdade tudo era de ultima hora, por sua causa, ele não tinha pedido por isso.

Por impulso ele ligou para Jonghyun, quando se arrependeu o outro tinha atendido, era tarde demais.

- Você ligando? Não estou brincando quando digo que estou achando que estou delirando – Jonghyun atendeu e o barulho da televisão ecoava no fundo.

- Cala boca, eu estou me sentido culpado por uma coisa.

- Você matou alguém? O Minho?

- Não idiota, Taemin vai casar...

- Eu sei, é com uma colega amiga minha.

- Ânh?

- Ele vai casar com uma colega que é minha amiga, o que foi?

- Nada, nada. 

- Ele não fala comigo pelo motivo que você já sabe, mas ela me convidou para ser padrinho, não tem ninguém mais próximo.

- Que deprimente, sim, foco em mim, eles querem mudar a data só porque eu estou aqui.

- Idai, é bom que não sobra tempo pra desistir.

- Então posso me certificar que não estou atrapalhando nada?

- Sim – Jonghyun riu.

- Tchau.

Antes que Jonghyun respondesse a ligação foi encerrada e Key viu a mensagem de Taemin dizendo que ele seria padrinho também, e tinha que aparecer no local da festa do casamento dois dias depois. 

      

 

 

 

[...]

 

 

Os dois dias se passaram e Key havia alugado um carro, esse qual estava parado na zona de estacionamento do espaço, o carro de Jonghyun estava lá. Ele correu pois estava atrasado, quando adentrou o salão havia moças e rapazes dançando, inclusive os noivos. Era de tarde e o sol passava pela porta acertando o outro lado do salão. Todos pararam para observa-lo e a música ainda tocava, o coreografo desligou-a e puxou Key até uma mulher um pouco menor que ele, a que dançava com o profissional antes do outro chegar. O tempo passou, treinaram várias vezes a primeira dança, sorte deles que participariam só dessa, mas passaram a tarde toda nisso,  Key já estava saturado e com sede, foi tão aparente que quando avisaram que havia acabado ele deitou no chão.

- Antigamente você era mais ágil – Jonghyun apareceu a sua vista.

- Não em dançar sistematicamente, ela pisou no meu pé umas quatro vezes – felizmente a moça já estava distante quando ele disse isso.

- Vão ser duas semanas disso, chora logo.

- Já estou quase.

- O que você está fazendo falando com Key? – Taemin apareceu de repente.

- Calma, já conversamos antes de vir pra cá – Jonghyun falou seriamente.

- Relaxa, eu não fiz as pazes com ele – Key disse se levantando.

- Que ótimo, vocês se conhecem, não vou precisar entrosar o grupo – a noiva apareceu também e abraçou Taemin.

- É né, nos conhecemos... – Key disse, não era um fardo conhecer qualquer um dos dois, mas a relação entre eles não era muito amistosa, Taemin nem conhecia Jonghyun direito e já o odiava.

Quando Taemin tinha fugido dali, Jonghyun convidou Key para ir na velha e conhecida cafeteria, o ex estagiário não precisava mais de cafeína, e até evitava porque lhe causava ansiedade, mas queria um pedaço de torta bem cheio de confeito e não se importava de sugar mais informação do seu ex. .

Cada um pegou seu respectivo carro e foi até lá. Como já estava anoitecendo o local estava enchendo, mas eles acharam uma mesa. Ele e Jonghyun comiam cada um um pedaço de torta enquanto conversavam, Jonghyun realmente não fazia nada da vida além de trabalhar e sair com alguns amigos, nada muito diferente de Key, a diferença era apenas a nacionalidade dessas pessoas. Ele esperava que Haneul tivesse reatado, ou que ele estivesse com outro cara, ou em depressão profunda, a primeira coisa era a que achava mais possível, mas Jonghyun parecia tão leve, ele não era assim antes do outro viajar. Key não concebia a ideia de que aquele vice presidente da empresa agora não se preocupava em ser tão bem sucedido.

- Me diz seu segredo para ser assim? – Key perguntou depois de terminar a torta.

- Não tem segredo. Cada um se vira da sua forma, eu me livrei das pessoas que me traziam energia pesada, e infelizmente era minha família.

- E se livrou de mim também?

- Isso foi uma consequência ruim, posso estar melhor mentalmente, mas emocionalmente não posso dizer o mesmo.

- Bom mesmo, se não ia deixar a conta toda pra você.

- Se eu não ligasse pra você eu estaria com Haneul fazendo muitas viagens... por que você tinha que me beijar naquele dia? Poderia estar em Dubai agora sendo traído.

- Traído? – Key riu descontroladamente.

- Sério, isso iria acontecer cedo ou tarde, não estou desmerecendo ela, ela continua sendo uma mulher maravilhosa, mas eu seria um porre na vida dela.

- Amo saber que você finalmente se deu conta da verdade.

- Quer dizer que você já sabia e não me fez ter um choque de realidade.

- Eu sou o choque de realidade.

- Eu fui um porre para você?

- Você acha que foi?

- Humm não sei.

- Claro que não e que sim. Céus... eu estava hipnotizado pela ideia do sentimento amor, mas depois você e até eu mesmo desmanchei essa hipnose com muito drama, você era... sei lá, mas um porre não era.

- Por que sempre tão sincero né?

- E você, é sincero?

- Sim.

- Haneul não diria o mesmo, nem seus pais, Minho então, mas se você é sincero, responderá se ainda gosta de mim ou não sem nervosismo.

- Vamos definir a uma comparação do mesmo que ... mentira, estou sem ideia, mas sim ainda gosto de você, de um modo racional dessa vez, se é possível existir desde modo.

- Você agiria como um casal no meio dessa cafeteria?

- Pelos fatores sociais e de segurança dos dois, não.

- E na frente de seus pais.

- Para provoca- los, não. Chega de perguntas, me sinto num programa de televisão. Tenho impressão de que você estava bem curioso em saber sobre minha vida, para sua infelicidade não fiz nada de relevante.

- Você vai ser padrinho de casamento do meu amigo que te odeia e coincidentemente noivo da sua colega de trabalho e vou estar lá, isso seria um bom plot num best- seller, ou não.

- E estou rindo muito com você tentando conduzir a moça com quem está dançando.

- Eu só vou pra casamento pra comer, Taemin ainda inventa de adiantar a data.

- Ele se importa com você, quer aproveitar esses poucos dias que está aqui para ter sua presença num dos momentos mais importantes da vida dele.

- Os outros só foram as vezes que ele quis comprar uma roupa e tinha acabado dinheiro. Mas você tem razão. Eu devo uma a ele, vai ser o melhor dia dele, a melhor semana.

- Descobri que sou perfeito em mudar de assunto, não estamos mais falando de mim.

- Está bem, senhor Sem Graça – Key olhou pra o relógio e se levantou – tenho que ir.

- Sabe do que eu lembrei agora? – Jonghyun também se levantou – Quando eu te levava para beber, desculpa todas as vezes, mas era engraçado.

- Pra mim não era, mas enfim, tchau – Key se sentia desconfortável ao lembrar de todas as vezes que foi forçado a ter que ir onde não queria. 

   

 

 

[...]

 

 

Era sexta feira da primeira semana, a dança já estava perfeita, faltava apenas o ensaio na capela, o momento da entrada e adversos, Taemin havia chamado todo o grupo para jantar num restaurante não muito chique, tinha aparência de bar. Como Key não conhecia boa parte das pessoas ele se sentou do lado de Jonghyun já que tinha perdido a atenção do seu amigo nesses dias. Eles riam conversando com o pessoal do final da mesa, que era onde suas cadeiras estavam. Havia um casal que não queria se casar, havia amigos que faziam par na dança, e tinha eles dois.

- Eu dou duas horas pra isso aqui, alguma ideia de onde ir? – Key disse para Jonghyun, eles pareciam próximos e estavam, mas não como antes.

- Taemin não vai ficar irritado? Lembre de quarta feira.

- Ele nem vai ver, comemos um pouco e vamos para algum lugar.

Quando eles tiveram oportunidade saíram despercebidamente até lugar nenhum, passaram por vários lugares, sentaram num chafariz numa praça perto dali e segredaram coisas malucas do colegial, e riram um do outro com roupa formal, em seguida foram até uma festa num apartamento que não era de nenhum conhecido, comeram e beberam, conversaram com pessoas desconhecidas até Jonghyun ser reconhecido por alguém, depois passaram num mercadinho e compraram um engradado de soju e foram até uma ponte que existia numa praça onde passava um rio e ficaram ali bebendo sendo ignorados por pessoas que passavam. 

- Só não vomita em mim de novo.

- Fique tranquilo, eu não vou perder o controle como antes – Key parou de falar e olhou para o chão ao lembrar de algo – Você fica me falando essas coisas sobre Taemin, mas não vi você falar de Minho, o que aconteceu?

- Depois do soco que ele deu em você eu preferi me afastar um pouco, e com minha demissão acabei perdendo o contato com ele. Não sei, comecei a ficar desconfortável com as atitudes dele, parecia que ele só estava rodeando minha vaga, mesmo que alguns momentos se mostrasse bem leal. Eu vejo ainda algumas coisas dele na internet, mas acabamos nos afastando muito, só torço pra ele ter aprendido a lição e que esteja bem.

- Naquele dia eu queria revidar o soco, pena que você atrapalhou.

- Boa noite. Posso me sentar com vocês? – um homem apareceu de repente, aparentava ter trinta e cinco anos, aparentemente não era ofensivo.

- Claro – Jonghyun pegou o engradado que tinha quatro garrafas restando e colocou na sua frente para o desconhecido sentar do seu lado.

- Vim para cá pra tomar um vento, estava muito sozinho no meu apartamento, vocês parecem amigáveis o bastante pra ficar por perto.

- Quer? – Key ofereceu o soju para ele.

- Não, obrigado, já tive problemas com isso.

Um momento de silêncio se instalou, Key esqueceu do que falava e qualquer um dos dois não tinham um assunto não intimo para trazer a tona na presença daquele desconhecido.

- Sabe, eu estava assistindo um dorama hoje, tinha aquele artista Jung Kook, o novo queridinho da Coreia, o enredo em si é legal e tudo mais. Mas vocês percebem que na vida real ele é outra pessoa e todo aquele romance parece uma farsa? – o moço começou a falar quando Key já estava constrangido de não ter o que falar.

- Mas esse é o dever dele como ator, interpretar papéis – Key disse.

- Você não entendeu Bummie, ele quer falar que nem sempre precisa de uma obra dramatúrgica para acontecer isso, estou certo ? – Jonghyun interrompeu.

- Isso, vivi com alguém durante sete anos dessa forma. E eu sempre me acho egoísta e me culpo sem nem mesmo ter feito nada. A pessoa não suga só sua condição financeira como a confiança e compaixão nos outros. Nunca queiram passar por isso.

- Que horrível, ao menos se livrou dessa pessoa – Key disse.

- Me livrei... os pensamentos ainda continuam se voltando a tudo que vivi com essa pessoa, e tentando entender como foi tudo fingimento, minutos atrás estava me lembrando, por isso resolvi descer até aqui.

- Se quiser ajuda com algo simples, estamos aqui.

- Me contem o motivo de estar sexta a noite sozinhos nessa ponte, quero me distrair.

- Na verdade não sabemos, mas tudo começou com o casamento de meu melhor amigo. Nós dois já nos conhecemos faz um tempo, e ele – apontou para Jonghyun – é amigo, ou sei lá, da noiva, não sabíamos da coincidência, então estamos nos revendo, eu foi morar na América para trabalhar lá há alguns anos – Key não quis entrar em muitos detalhes, porque, ora, era um estranho - Acabamos de fugir do jantar dos noivos.

- Interessante. Devia estar bem chato por lá para vocês virem.

- Confesso que sim – Jonghyun disse.

Os três conversaram bastante sobre como foi e como estava sendo ser padrinho de casamento, e as coisas clichês que sempre tem em um. O estranho parece ter gostado de se distrair com os outros dois, estava cheio de si mesmo e só queria se importar com alguém que não fosse ele mesmo e o seu passado. Já era meia noite quando foi para casa. Key estava cochilando sentado tentando terminar a ultima garrafa e Jonghyun também estava sonolento, mas não ao mesmo nível que o outro, por isso decidiu levar o ex estagiário ao antigo apartamento dele.

- Cadê meus cachorros? – Key perguntou um pouco grogue – Ah é já se passou algum tempo. Eu já falei ”algum tempo” hoje – talvez muito grogue.

- Fique no sofá, vou buscar um cobertor.

- Muito obrigado, amo dormir, amo dormir, am... – Key se entregou ao sono.

 - Será que tudo que estou vivendo é uma farsa de dorama? – Jonghyun pensou alto enquanto cobria Key.

- Não é, eu estou aqui, vim te ver, deixe de besteira – Key disse e se virou para o outro lado. Jonghyun riu fraco e deixou o pobrezinho fraco para bebidas dormindo no seu sofá e foi se deitar.

[...]

 

Jonghyun acordou com alguém cantarolando a música Cheer up, do grupo Twice, já tinha esquecido que não havia voltado sozinho pra casa. Key estava na cozinha fazendo um sanduiche pra ele e tentando imitar alguns passos da música, depois tossiu por se engasgar com a própria saliva. Então aí implesmente começou a cantar inglês a música Hallehyuah de Panic! at the disco, sua fluência fazia soar melhor no ouvido dos outros.

- Deixa eu pegar o suco agora – Key deu um pulo ao ver o outro – que susto, sorte sua estava sem o copo na mão.

- Bom dia, mal ficou um dia e já virou o vizinho mais barulhento de novo.

- Força do hábito – o copo do suco estava no balcão da cozinha onde Jonghyun estava se recostando, bem a seu lado, Key pegou-o e quando levantou sua visão viu o outro olhando pra si e sorriu.

- Bummie? Você é real? – ele seguia o ex estagiário que ia para frente da televisão, estava acostumado a fazer isso por causa da solidão lá na América, e sempre que Alexander aparecia acontecia o mesmo, porque eram dois folgados.

- Se você quer confirmação se está louco eu posso lhe informar que sim, todo dia você me pergunta, se quiser eu quebro esse copo quando eu terminar de beber – Key apontou para seu café da manhã que estava no braço do sofá.

- E por que você está aqui, justamente aqui?

- Quer que eu vá embora? Deixa eu só terminar de comer.

- Não! Quer dizer... depois de tudo o que eu fiz você vem e ainda se dispõe a me aguentar novamente.

- Eu tenho essa mania, aproveite. Ainda me chateio quando lembro do que aconteceu, mas ver você melhor é muito bom pra mim, o que não era pra acontecer, vim pra contar vantagem.

- Sabe... eu vou esquecer que você disse isso. Estou gostando da nossa nova amizade, é ainda melhor do que quando nos conhecemos.

- Porque o seu eu de agora é muito mais legal e otimista que o antigo. 

- Você não era tagarela assim.

- E você não reclamava tanto assim, não gostou, vem me calar.

Key pensou duas coisas naquela hora, a primeira era que tinha possibilidade de receber água pela cara ou uma almofada – a segunda era que essa expressão foi ambígua e Jonghyun certamente iria entender errado, e começou a ter certeza quando o mesmo estava indo a sua direção.  Acabou encurralado pelos braços do outro que eram apoiados por suas mão no sofá, mas não queria fugir, talvez fosse a real intenção de ele ter dito aquilo, depois de alguns dias da sua volta tinha percebido que nada tinha mudado desde aquele ano conturbado, aqueles olhos alheios ainda lhe causavam tremedeira quando estava focados em si, uma hora daquela Key já estava muito corado, quando finalmente ele iria conseguir seu objetivo uma pessoa abriu a porta.

- Senhor Kim Jonghyun! – um rapaz adentrou e se assustou com a rapidez de Jonghyun em levantar-se para tentar disfarçar – ah, o senhor está aqui, pensei que iria ao banco hoje.

- Vou sim, mais tarde, pode ficar tranquilo, pode fazer seu trabalho.

- Ok, tudo bem – o rapaz olhou para Key que respirava ofegante e lhe cumprimentou – Bom dia !

- Bom dia, você quem é? – Key já imaginava um milhão de coisas e a menos desrespeitosa foi a pergunta que fez.

- Ele é filho da empregada de lá da casa de meus pais, ele precisa de dinheiro para pagar os materiais para estudar, então eu o contratei como faxineiro – Jonghyun falou antes que o rapaz respondesse.

- Bons estudos para você, aproveite a oportunidade, cuidado com o estágio, é bem pior que limpar essa casa. Brincadeira, a não ser que Jonghyun seja seu mentor.

Com o faxineiro ali toda hora passando pela sala, os dois apenas ficaram no sofá sentados um em cada ponta, assistindo a tv enquanto comiam. Key ainda desconfiava daquele rapaz, mas não tinha direito de querer satisfação sobre ele, então apenas observava a forma como se relacionava com Jonghyun.

- Eu vou pra o banco daqui a pouco, quer que eu lhe leve? – Jonghyun se levantou para ir tomar banho.

- Claro, esse era meu plano – Key respondeu.

No começo da tarde Key já estava em casa dormindo porque não estava satisfeito com isso ainda e assim foi seu fim de semana, um nada enorme, então por fim ele decidiu ir no trabalho de Taemin na sua saída para passar um tempo com o amigo naquela segunda.

 

[...]

 

Algumas pessoas esbarrando em Key, mulheres rindo, homens concertando a sua gravata ou jaqueta, um prédio tradicional e dez andares de elevador até chegar na sala de seu amigo, mas ao entrar só encontrou um rapaz muito concentrado no celular, e de tanto analisa-lo ele lembrou que tinha o visto no aeroporto.

- Boa tarde, por acaso essa é a sala do Lee Taemin? – Key cutucou o rapaz.

- Sim, ele foi ao banheiro, o que deseja?

- Sou o amigo dele, Kim Kibum, vim encontrá-lo e você quem é?

- Park Jimin, trabalho com ele aqui.

“ Jovens... folgados, nem se levantam para cumprimentar os mais velhos mais”, pensou Key.

- Ah você é o do acidente – Key disse por impulso.

- Er... ele contou, sim, eu mesmo, não se preocupe, estou bem agora.

- Ainda bem que está bem. Vou me sentar aqui – Key sentou na cadeira de Taemin.

- Está conversando com quem Jimin? – Taemin abriu a porta.

- Comigo, eu mesmo – Key disse.

- Ah você veio aqui, apostou que aconteceu algo, daqui a pouco  saímos, só deixa eu ter uma conversa com Jimin agora porque ele me pediu desde sexta, ok?

- Ok, vou lá fora então – Key se levantou e foi para fora da sala, mas ficou em pé perto da porta.

 “ Chefe, preciso muito de um aumento, eu sei que comecei a poucos meses, mas um imprevisto aconteceu, de repente tenho duas bocas para alimentar agora” – Jimin disse.

“ Mas não era você que estava de affair com Jung Kook, não finja que não, foi manchete a um ano” – Taemin falou com aquele velho tom curioso dele.

“ Sim, mas agora estou ajudando uma amiga, se  você não puder tudo bem” – Jimin dizia meio angustiado.

“  Eu posso lhe dar aumento, mas vou ter que lhe promover, digamos que vou fazer isso, mas essa vaga já está preenchida, então vamos apenas hipoteticamente decidir que lhe promovi, entendeu? “

“ Sim, tudo bem, muito obrigado mesmo, você não sabe como é de grande ajuda, muito obrigado mesmo”.

 

“ Boa sorte com eles ou elas, imagino como deve ser cansativo”.

“ E como, hoje tenho de comprar fraldas e uma papa”.

“ Você parece com um amigo que eu tenho, ajuda qualquer pessoa. Pena que não é esperto ao perceber que pela fresta debaixo da porta dá pra ver a sombra do sapato dele”.

- Eu não disse que não iria escutar a conversa, eu disse que vinha aqui fora. Meu Deus que mundo pequeno outro dia que eu estava falando do Jung Kook.

Então os outros dois saíram da sala, Jimin seguiu seu caminho para voltar pra casa enquanto os dois amigos foram jantar e conversar, na verdade seria maior parte do tempo Key contando sobre sua vida e Taemin comendo como sempre desde a época dos ramens no apartamento. 

Mal sabia que Jonghyun passou o final de semana todo tentando entender o que estava acontecendo, ainda se perguntava se não estava em um sono profundo, ou em um estágio muito alto de loucura. E foi quando fechou a porta da sua sala no trabalho que lhe veio uma coragem súbita que fez adivinhar onde o noivo da sua colega trabalhava porque de algum jeito Key iria se encontrar com Taemin, por que ele sabia que o ex estagiário ficou balançado, e aos fins de semana eram o dia dos acertos sobre o casamento, logo estaria ocupado pra asneira. Chegando lá ele só encontrou Jimin saindo do andar já vazio e o interrogou.

[...]

- Não sei se te conto algo, estou com medo de você se irritar muito – Key disse.

- E pra que avisou que tem algo pra falar? – Taemin estava atento a tensão do amigo.

 

- No sábado, eu quase beijei Jonghyun,, eu pensei que... – as palavras de Key lhe fugiram da mente.

- Que tinha superado tudo ou ao menos só guardava lembranças – Taemin completou.

- Isso, e agora vou ter que vê-lo por uma semana e depois me despedir novamente.

- E se despedir do amigo ninguém liga.

- Eu me importo com você, mas tenho certeza de que quando eu pisar lá em solos americanos você vai falar comigo, mas ele, parece tão incerto.

- Eu trouxão sempre dando atenção. Se você acha que ainda ama ele, por que não o convida para morar com você, mesmo eu não apoiando?

- Não sei se devo, ele já mudou muito depois que fui embora, se eu chama-lo e desestabilizar a vida dele?

- Poderiam tentar um relacionamento a distância e como você é ocupado, ele iria te visitar às vezes.

- Pode ser, agora o problema é se ele também sente o mesmo o bastante pra isso.

- Isso você vai ter que descobrir até a véspera de meu casamento, não quero ver você disperso lá.

- Sim, aquele Jimin, é o seu assistente?

- É, legal ele né? Estou torcendo para que tudo dê certo para ele.

- Eu o vi no aeroporto quando cheguei. Que coincidência.

- Deve ter sido o dia em que a tal moça chegou, tomara que ao menos ela ajude ele com o seu problema.

- E é verdade do affair com Jung Kook?

- Você é fofoqueiro Key, sim é verdade, talvez algo mais sério, eu já vi sem querer uma conversa deles no celular, mas agora estão ambos ocupados.

-  Que mundo pequeno, daqui a pouco encontro algum famoso e descubro que ele é parente de algum colega.

Eles foram comer e foi bem na hora em que Key avistou Jonghyun na porta do restaurante indo em sua direção, os segundos pareciam minutos e a cena parecia estar em câmera lenta, o ex estagiário foi puxado pelo braço até o banheiro, o outro parecia ter corrido até lá.

- Eu perguntei ao rapaz que não lembrou seu nome e ele disse que vocês vinham aqui – Jonghyun disse ignorando que tinha uma privada dividindo espaço com eles na cabine.

- O que você veio fazer aqui?

Um silêncio se instalou, agora não havia um empregado ou Minho para atrapalhar, finalmente depois de alguns anos, algo que os dois queriam fazer desde o dia que Key estava louco mexendo no celular esperando Jonghyun dizer que tinha terminado com Haneul, mas acabou se frustrando e muito, principalmente pelo dia seguinte, em que adiantou o final do estágio e quis nunca mais olhar na cara de Jonghyun. Mas ali naquela hora do jantar seu desejo era que aparecesse repentinamente e eles pudessem voltar a ficar juntos. E foi isso tudo em que Bummie tinha pensado enquanto beijava o outro, mesmo com o barulho de outras pessoas entrando, quando o beijo terminou eles riram porque, nem eu saberia o motivo, talvez porque muitas pessoas iam se perguntar o que aconteceu com rapaz que foi levado a força ao banheiro.

No final desse dia acabou que eles estavam se divertindo da mesma forma que antigamente, com a companhia de Taemin, jantando e rindo, só que agora ele que iria pagar a conta, por conta de uma aposta espontânea.

Jonghyun pegou seu carro e enlouquecidamente chamou Key, em pouco tempo eles estavam em frente a antiga casa dele, estava com algumas luzes acesas, mas eles não entraram pela porta da frente, subiram pela plantas da mãe dele até o seu quarto, que por sorte estava com a janela aberta, mas a porta trancada.

- Eles vão acordar seu louco – Key disse quando o outro puxou seu braço pra se aproximar dele.

- Qual o problema? A gente foge, vai ser engraçado.

Ele estava animado repentinamente, e Key consequentemente também ficou. Eles abriram a porta do closet inútil de Jonghyun, ainda tinhas umas roupas que ele havia deixado, e no fundo tinha um espelho que eles se viram abraçados, depois saíram dali.

A casa parecia desabitada, um silêncio enorme, escutava-se o latido do cachorro do vizinho que percebeu visitas novas.

Ele ficaram por ali, deitados no tapete macio do quarto dele, Key encurralou o outro segurando seus braços e lhe beijava, logo depois o soltou e Jonghyun o segurava na cintura e ele acariciava o cabelo do antigo dono daquele quarto.

Quando o clima já tinha esquentado demais um barulho de passos em direção ao quarto, os atrapalhou, mal estava muito próximo, Key já estava vestindo a calça e caminhando para a janela de novo, por sorte eles conseguiram fugir sem ser percebidos. Era o pai de Jonghyun que tinha chegado e escutou uma risada diferente, não era nem a do filho dele e sim de Key, por isso ele achou que invadiram para roubar algo de forma medíocre e iria espantar o culpado, mas só encontrou o blazer de seu filho no chão e a cortina aberta.

 

 

 

 

[...]

 

No final da tarde daquela terça mais um ensaio do casamento foi feito, agora era a entrada dos padrinhos e madrinhas e depois ver como ficaria a distribuição de pessoas no salão da festa, Key mesmo sistemático e organizado que fosse já estava sem paciência de fazer a mesma coisa tantas vezes, mas se sacrificaria pelo amigo e agora tinha com quem se distrair nos intervalos de descanso. Naquela noite ele levaria Jonghyun na casa de seus pais, como amigo, porque nem eles sabiam o que se passava, então assim que encerrou o ensaio eles foram para lá.

Quando abriram a porta Jonghyun olhou para todos os lados da casa, não se lembrava como era morar numa moradia comum com seus ruídos ao pisar no chão de madeira.  A mãe de Key estava na cozinha tirando o bolo do forno, vestindo o tipo de roupa para quando chega uma visita nova, e pode-se ouvir o barulho dos chinelos do pai batendo ao descer na escada, já que ele escutou a porta abrir.

 

- Boa noite queridos! – a mãe de Key os cumprimentou ao vê-los, a primeira impressão que teve de Jonghyun era que ele parecia ser alguém de alma leve, consciência limpa, porque aparentemente ele estava com pizza na camiseta pelo suor do ensaio e o cabelo meio arrepiado e parecia não se importar em não cumprimentar  – não preciso mais mandar esses dois adultos tomarem banho, então se apressem.

- Boa noite... – o pai de Key apareceu atrás deles os assustando – calma – ele riu da reação – só precisam ter medo de não acharem mais jantar quando voltarem do banho.

- Boa noite... céus... – Key foi subir as escadas.

- Boa noite senhora e senhor Kim – Jonghyun disse e seguiu o outro.

- Esse não era o mentor daquele estágio do Kibum? – o pai dele perguntou a mãe quando eles já estavam tomando banho.

- Sim, estranho né? Key se chateou lá na empresa e nunca mais falou dele e agora aparece aqui de repente.

- Eu acho que é o que desconfiávamos ser, vamos ver se eles vão falar algo, mas se foi ele quem deixou nosso filho triste, por que agora chama- o pra jantar, ainda não entendo essa geração.

Os dois continuaram a conversar e pouco tempo depois Key e Jonghyun apareceram na mesa que já estava arrumada para eles se servirem. Como os pobres rapazes estavam exausto e com fome, nem pararam para conversar, ainda mais Jonghyun que tinha trabalhado antes..

Key foi lavar os pratos para ajudar sua mãe e os outros três ficaram na sala após acabarem de comer, ele ficou um pouco tenso em deixar o outro lá com eles, com certeza viraria um interrogatório da vida dele, e isso o assustaria.

- Então você vem de família rica? – a mãe de Key perguntou.

- Não tão rica, eles só fazem parte da classe alta.

- E você conheceu nosso filho em que lugar? – o pai dele perguntou.

- Quando ele fazia o estágio, achei que ele tinha falado de mim por aqui, eu conheço o antigo professor dele e o seu amigo também, eu era o mentor, mas agora não trabalho mais lá – Jonghyun respondeu serenamente.

- Ah, então é você mesmo, só queríamos confirmar, você deve saber o motivo de ele desistir do estágio quase no final, não é? – a mãe de Key falou.

- Foi minha culpa, vou ser sincero com vocês,  ele causava inveja a alguns funcionários de lá e nós... tivemos um caso, o que seria “ má” imagem a empresa, e esses funcionários jogaram isso contra ele e eu não fiz nada. Mas foi porque iriam ameaçar ele, por isso resolvi até me demitir depois – Jonghyun ficou nervoso, mas estava seguro de que deveria contar.

- E o que você está fazendo aqui? Kibum ficou bastante irritado, só vimos ele melhorar depois da viagem – o pai dele falou.

- É isso que eu admiro no seu filho, ele mesmo sendo enganado soube reconhecer o meu lado mesmo que não me tire a culpa, mas ele é uma pessoa de sentimento puro, e isso deve ter vindo de vocês, claro. Me perdoem por qualquer coisa que posso ter causado, posso tentar corrigir.

- Mas vocês estão juntos de novo? – a mãe perguntou.

- Não sei.

- Os dois estão constrangendo ele, aposto – Key apareceu na sala e se sentou com eles.

- Jonghyun parece ser uma boa pessoa, é menos folgado que aquele Taemin – o senhor Kim disse.

- Toda pessoa existente na terra é menos folgado que ele – Key disse.

- Você vai ficar? – a senhora perguntou.

- Não sei, tenho trabalho amanhã, estou com a roupa usada, deve ser melhor ir pra casa, ainda não é tarde e a pista está livre agora.

- Então Key te leva até a porta – ela lançou a indireta.

 Eles se levantaram e foram até o carro de Jonghyun, ele entrou e Key foi até a janela do motorista se despedir.

- Gostaram deles? – ele perguntou.

- Claro, aliás contei quase tudo o que aconteceu a eles.

- Como se eles não soubessem, no máximo Taemin deve ter deixado a entender algum dia.

- A comida estava ótima, já disse a sua mãe também, obrigada pelo convite.

- Essa é a hora que você fala algo dramático, rola o beijo e vai embora.

- Então tudo bem. A comida acabou, que triste.

- Idiota – Key ficou levantando a sobrancelha esperando a penúltima coisa acontecer até o outro estranhar.

- Que foi? – Jonghyun riu.

Key o trouxe para mais perto e o beijou, depois ficou fingindo vergonha e decepção sô para caçoar do outro, e ele foi embora.

Na volta para dentro de casa os seus pais também o encheram de perguntas, Key respondeu as primeiras e as restantes ele deu a desculpa que estava cansado e queria dormir, o que era verdade, tudo estava as mil maravilhas até ele lembrar do empregado de Jonghyun e criar paranoia, pegando no sono depois.

No dia seguinte Key estava ajudando sua mãe a limpar a casa, enquanto seu pai fazia as compras, tinha parado um pouco pra falar com Alexander que tomava conta dos seus cães, era um novo amigo dele. Tudo estava tranquilo no Ocidente, por enquanto.

Os últimos dias antes do casamento de Taemin estavam deixando todos envolvidos muito tensos, Key e Jonghyun principalmente por saberem que após o evento eles teriam que decidir se manteriam a relação ou nunca mais iam ceder aos sentimentos e se afastarem novamente, mas cada um tinha o seu conflito interno guardado para si apenas aguardando o domingo em questão. Mesmo assim eles estavam aproveitando esses supostos momentos finais como se fosse anos atrás, claro, agora o ex estagiário poderia se sentir realmente amado e não alguém a quem recorrer na pior situação e enquanto isso o outro fazia uma retrospectiva de tudo e percebeu o quanto tudo mudou, não só o emocional, mas o profissional, eles dois com certeza conseguiram achar seu lugar e evoluir suas formas de agir, pensar, organizar, saber, e ele percebeu o quanto um completava o outro na época em que tudo começou, mas e depois?

Os ternos finalmente tinham ficado prontos e como era o mesmo alfaiate, os dois foram juntos buscar, claro que Key não iria deixar ficar daquele jeito formal de sempre, alguns anos de amizade com um modelo e seu dom para moda sempre influenciava nessas horas. Enquanto Key comprava alguns acessórios, Jonghyun apenas o seguia segurando o seu terno, e ria dele estressado por Alexander não querer ajuda-lo por mensagens

Na volta eles passaram em frente ao prédio da empresa do pai de Jonghyun e os dois fixaram os olhos lá, logo depois se entreolharam e riram, por dentro o não mais herdeiro daquilo tremeu por lembrar da sua reflexão sobre ir ou não com Key para  a América, já ele caçoava do seu passado difícil, seu apartamento era perto da universidade mas não do prédio, então tinha que sair bem cedo pra pegar o ônibus ou o metrô do horário certo, soltar em um ponto distante e ir caminhando e ter que se manter acordado nas reuniões, ainda sim tentar assistir alguma aula e depois dar atenção aos cachorros, nos finais de semana aguentar Taemin comer seu estoque de comida e algumas vezes visitar os pais ou simplesmente levar seus cães num local aberto para todos eles relaxarem. Mas agora eram oito horas de trabalho, leituras, happy hours, e um apartamento vazio e silencioso, não tinha Jonghyun, não tinha Taemin, não tinha tapete sujo de biscoito, não tinha o cachorro fez xixi em mim, não tinha ouvir música da infância e fazer dancinha, era ele e ele mesmo.

 Sábado chegou ensolarado e Key convidou Jonghyun para ir a praia, claro que era pra ele levá-lo, não queria se cansar antes do dia de Taemin. Eles iriam levar as comidas, talvez dessa vez fosse menos discreto que no jardim botânico.

-Bummie, você não vai mesmo entrar na água? – Jonghyun perguntou se preparando para entrar no mar, não estava muito agitado naquele dia.

- Agora não – Key ainda estava de camisa e bermuda e apenas mexia os dedos dos pés na beira do mar enquanto as ondas batiam.

- Não é porque ninguém faz isso que você precisa ficar com medo.

- Eu não quero entrar, vou ter que nadar e me cansar, preciso estar 50% disposto na segunda.

- Eu também. Mas tudo bem, você vai se quiser – ele foi até mais um pouco a frente e mergulhou, mas voltou logo e se sentou onde o outro tinha decido ficar.

Eles conversaram enquanto comiam sanduiche, e como sempre alguém acabava se sujando todo de farelo.

- Toda vez que eu vejo você lembro como me faz bem – Jonghyun falou olhando para Key que fazia cara de desinteressado pela piada de mal gosto que ele tinha dito antes.

- Ainda bem né, imagina se eu recordasse tristeza, mas digo o mesmo pra você. 

- Acho que nunca vou entender esse lance de ser um humano.

- Pois é, vai pra Marte.

- Desculpa pela piada – ele riu – mas sério, esse lance de emoções, o olhar, o toque na pessoa especial faz toda diferença, a certeza de que é correspondido, acho que não é só um efeito químico ou biológico, talvez nós tínhamos o dever de estar aqui, hoje, mesmo você se chateando comigo.

- Desculpa, estou preocupado com a segunda ... e como vou conseguir reorganizar as coisas – era mentira, a verdadeira preocupação era se ele voltaria sozinho ou acompanhado.

- Não se estresse tanto com isso, pense que amanhã seu amigo vai querer te ver alegre pra comemorar com ele, então sem decisões importantes até depois do casamento – Jonghyun sabia que Key estava aflito por causa de alguma decisão, mas não sabia ao certo, e também quis retardar a conversa séria que teria com ele sobre ir ou ficar.

- Ok, vamos falar da comida de amanhã então.

Depois de algumas horas ele visitaram Taemin com o intuito de fazer uma despedida de solteiro meio furreca para ele, Key já tinha ido em algumas no Ocidente e queria tentar relaxar seu amigo que suava muito. Mas acabaram num karaokê mesmo cantando rock e estavam adorando. Quando a meia noite estava próxima Key foi para o seu antigo apartamento mais seu atual morador e Taemin se despediu em um aceno ansioso. 

Claro que nesse meio tempo os dois haviam cedido aos desejos carnais, mas naquela noite eles penas seguraram a mão do outro e inicialmente apenas se encaravam sorrindo. A última noite e Jonghyun ainda achava que Key poderia sumir como poeira dali e ele não o encontraria na cerimônia, como um sonho qualquer, por isso ele segurava firme, não tão forte, a mão dele. E Key esperou Jonghyun adormecer para que deixasse suas lágrimas descerem por saber que tinha chance de Jong não querer ir e por estar muito ansioso e assustado com um domingo cheio.

 

 

A manhã chegou e o celular de Key acordou os dois num alarme irritante, porque na segunda passada ele achou que iria estar sozinho e dormiria muito despreocupado. Ele abriu os olhos e se levantou sentindo o vento da janela meio aberta do quarto entrar e assoprar seu rosto, Jonghyun o abraçou por trás e depois se levantou.

- Bom dia – ele disse de costas para Jong – finalmente é hoje.

- Bom dia, espero que o noivo não fuja ou nem diga não.

- E que eu não tenha o pé pisado na dança.

Logo depois de tomarem café e Key ir em casa buscar o terno, eles foram até onde todos os padrinhos e madrinhas estavam se arrumando, ao lado da igreja. O ex estagiário não hesitou em ir falar com seu amigo e ajudá-lo depois de se arrumar. Quando ele chegou encontrou Taemin olhando para a janela com as mãos no bolso e sua gravata ainda estava por arrumar.

- Está pensando quanto dinheiro vai ganhar para bancar refeição de cinco filhos ? – Key perguntou.

- Não, na verdade estava pensando em nós em geral, aquele moleque imaturo sujando seu carpete, eu era até uma pessoa sensata – Key sorriu e Taemin ao vê-lo fez o mesmo – para de sorrir!

- Mesmo não passando esses últimos anos com você, eu sei que você amadureceu muito, você já é chefe de alguém. A noiva é muito sortuda, tirando o fato de você expor os podres, você é ótimo, vem cá – Key o chamou e foi amarrar a gravata – nunca vi você usando isso, você deve estar se batendo pra conseguir arrumar certo, já está toda surrada.

- Viu ai, não sei fazer isso, não devo saber várias coisas.

- Seu idiota, quando tive problemas com a família de Jonghyun você estava ali ao meu lado, entre as pessoas da humanidade, acho que poucas fariam isso por mim, você me  escutou, cuidou de mim, acho que você é tão carinhoso assim não vai precisar saber muito, afinal somos suscetíveis a erro, e você vai aprender com eles.

- Mas agora publicamente estou me casando, cada erro vai virar assunto de discussão no jantar dos vizinhos.

- Eles vão conversar sobre você derramar suco no chão porque bateu o braço quando fechava a geladeira?

- Eu não sei, estou nervoso.

- Se você ama a noiva tudo vai dar certo, até mesmo as coisas que inicialmente derem errado.

- Vamos mudar de assunto, e você, me fazendo ficar seguro, mas eu vi como você estava com Jonghyun ontem.

- Eu estou quase explodindo, é hoje que ele vai me dizer se vem comigo ou não.

- Mas precisa necessariamente que ele tenha que ir com você?

- Infelizmente sim, só se eu vir até aqui todas as férias.

- Te digo o mesmo, se você ama ele não há empecilhos.

- Isso aqui não é um filme ou série, há possibilidade de ele ter pé no chão de que vai ficar. Assim como ele virou traidor pra mim, eu virei o egoísta, eu vejo nos olhos dele.

- Estou torcendo para tudo dar certo, ok?

- Todos estamos.

- Me abrace – Taemin estendeu os braços e logo em seguida Key o abraçou tão forte.

- Eu te amo e você será um ótimo marido.

- Também te amo e invista logo nesse tal de Alexander.

- Idiota – Key o empurrou rindo – acho que não sou pra casar.

- É mesmo, você tem vários TOCs.

- Deixa o destino fazer acontecer, ele sempre me prega peças, bom, preciso ir me preparar com o pessoal para entrar, daqui a meia hora a noiva chega, eu acho.

Realmente ela demorou meia hora, e todos estavam em suas posições, Jonghyun foi um dos primeiros a entrar por motivos de centímetros a menos que o outro e dos que vinham depois dele. Ele analisava cada detalhe da igreja, a música tocando, virou-se para a madrinha ao lado e eles se entreolharam e sorriam, por algum motivo sabia que nunca iria estar ali onde Taemin estava e queria aproveitar até o último momento, porque alguém especial estava ali.

Key veio depois de algumas outras pessoas, ele tremia muito e caçava Taemin com os olhos, os parentes de seu amigo os via e ria ao ver a previsível reforma que ele fez no terno, ele nem ligou, e apenas seguiu seu caminho..

Com todos em seus lugares só sobraram o pai da noiva e ela, todos sorriam ao olhar pra ela, afinal era o foco da cerimônia, por isso os irritantes fotógrafos vinham atrás com seus flashs. 

Key chorou a cerimônia toda, inclusive nos votos, o garoto dele tinha se tornando adulto a pouco tempo e ele naquele momento conseguiu ao menos estar com ele. Jonghyun estava sorrindo, mas estava no outro planeta, pois estava lembrando de Haneul e como ele se meteria em uma furada se fosse ele ali colocando a aliança, e como foi burro de deixar Key ir.

Então finalmente chegou a hora da dança, quando todos chegaram ao salão. Ocorreu tudo tranquilamente, os ensaios valeram a pena, o coreografo até se emocionou ao assistir e ver aquele grupo de gente bem organizado e sincronizado, Jimin estava na mesa ao lado tendo uma dor de cabeça insistente, mas tentou se concentrar na apresentação, ele também estava na mesma experiência que Jonghyun de arrependimento, ainda mais vendo quem amava ser feliz com pessoas que considerava melhores que ele.

A dança deles finalmente acabou e Jonghyun pode ir até Key, eles não se desgrudavam enquanto era possível.

- Aposto que aquela ali no canto, bem despretensiosa é a que vai conseguir o buquê, o claro clichê – Key dizia segurando a mão do outro.

- Olha, não é que foi ela mesmo – Jonghyun disse depois do esperado acontecer – agora, vamos comer.

O buffet foi vasto, tinha da comida regional até a ocidental, Taemin e sua recente esposa queriam que tudo fosse proveitoso para todos, e não iria economizar nisso.

- Acho que chegou a hora – Jonghyun tocou o ombro de Key, enquanto tentava controlar um náusea de nervosismo e como resposta Key assentiu. Eles foram para fora do espaço, no estacionamento, o céu do final da tarde estava nublado e o vento bem forte. Seria um clichê de beijo na chuva ou uma despedida com direito a paletó molhado?

- Então, sabemos que essa é a pergunta pertinente aqui, você vem comigo? – Key finalmente disse e tentava olhar pra o outro sem querer querendo socá-lo seja com um sim ou com um não.

- Não – Jonghyun disse firme, afinal ele já tinha formado a sua resposta ao longo desses dias.

- O que? Você não vai? Por que? Me responde! – Key disse ao ver que Jonghyun não movia um músculo.

- Eu sabia que você ia surtar, e eu estou também. Eu sei que se quando poder eu ou você podemos nos ver, mas essa história me aflige, porque vou sofrer mais com esperar um mês para nos vermos. E eu já fiz minha vida por aqui, me encontrei aqui.

- Por que está sendo tão egoísta? E o meu lado, você viu? Você nunca se importar com o outro.

- Sério? Você  quer falar disso, vamos falar – Jonghyun respirou fundo e começou a falar – tudo bem, eu fiz uma burrada enorme, eu devia ter ido com você desde o inicio, mas agora minha vida está formada aqui.

- Só está provando o quanto só se importa com você!

- Pra anos vivendo nas sombras de meu pai é até melhor que eu faça isso, mas não é isso que eu quero falar. Você se foi, nem me deu o direito de me despedir, mudou o número, não respondeu mensagens ou emails, foi viver sua vida longe do problema que eu fui. Depois conseguiu a droga de um emprego nesse caralho de empresa, ganha mais que eu. Conseguiu contagiar todos por lá provavelmente, tem seu novo amigo que pode te orientar pelas ruas de lá, com quem você vive saindo. Tudo isso foram metas do futuro que no presente já estão compridas e ainda existem outras pelo que eu ouvi de você esses últimos dias. Você deve querer fazer o que agora? Espera... espera, você vai ser promovido mais uma vez no final do ano, pretende comprar uma casa, porque seus cachorros precisam sair ao ar livre e quer comprar um carro pois nem sempre consegue chegar no horário, e os móveis, provavelmente vai passar meses planejando, depois vai morar nesse lugar e esperar que Taemin vá o visitar lá, porque é umas das poucas pessoas que você realmente confia. Você vai querer ajudar uma ONG, vai conhecer alguém bem legal lá, e essa pessoa vai te acolher tão bem lá que vai se apaixonar por ela, depois de uns anos vai querer se casar, talvez. Agora me responda a droga de uma pergunta simples e esclarecedora. Em algum momento nesse seu planejamento de vida antes de voltar aqui, meu nome foi citado? Se você tiver a resposta venha me dizer até o horário do voo amanhã.

E então choveu, Jonghyun lhe deu um beijo de despedida e foi para a igreja pensar um pouco e se acalmar, mas Key não sabia disso, no meio da chuva e escuridão, perdeu ele. Jong entrou na capela e foi até a frente olhar aquelas grandes imagens.

- Por que fui tão palhaço, idiota?

- Palhaço? Não mais que eu – Jimin disse numa fileira de cadeira atrás da dele, fazendo-o ficar surpreso.

- Você de novo rapaz? Veio sozinho, bem vindo ao clube.

- São nessas horas que lembramos das chances que a vida nos deu e nós ignoramos logo de primeira.

- E parece errado aceitar se surgir um segunda chance, porque com a burrice que já aconteceu a confiança já foi danificada.

- Isso mesmo. Preciso ir, vou falar com Taemin e voltar pra casa.

- Hey, avise a Key que estou aqui. 

E o mais novo saiu.

Nesse meio tempo Key tinha entrado no salão todo encharcado, 10% daquela água, eram lágrimas. Ele soluçava enquanto todos a sua frente dançavam uma música eletrônica, inclusive os noivos. Ele procurou a mesa mais próxima, tirou o paletó e deixou em pendurado na cadeira. Não demorou muito pra Taemin procura-lo e achado ele daquele jeito.

- Ele tem razão – Key disse ainda soluçando, ao perceber a presença do amigo.

- Quando eu te avisei que ia adiantar o casamento por sua causa você protestou tanto, disse que veio para cá ver seus pais, mas sei que você queria vê-lo. É uma pena terminar desse forma.

- É isso Taemin, eu pensei nele, mas foi de um jeito mesquinho, foi para vê-lo pior por minha causa.

- Talvez seja a hora de esquecê-lo.

Irônico foi que nesse exato momento Jimin chegou no salão e tinha esquecido completamente o recado e quem era Key, e foi dançar. Dessa forma, Jonghyun entendeu que o outro não queria dizer nada e foi para casa depois de perceber que até Taemin tinha ido embora..

Na outra manhã Jonghyun tinha acordado ainda achando que tudo foi um sonho porque estava com o mesmo pijama de quando reencontrou o outro, tudo aparentemente normal no apartamento. Às vezes ao longo dos anos ele achava que era real, mas no mesmo ano que Key resolveu ir para Coreia acompanhado de Alexander e tratá-lo daquele jeito e saber que na  festa de recepção a ele Taemin estava solteiro, ele teve convicção de que tudo não passou de um sonho intenso. Mas nunca saberemos a verdade..

Como ele fez, cabe a cada um aceitar ou não esse fragmento como pertencente da história.


Notas Finais


Não me matem por favor T.T
Afinal vocês já sabem como terminou a fanfic.
E se quiserem entender a influência de Jimin e o seu acidente é só ler e acompanhar a outra fanfic: https://spiritfanfics.com/historia/palhaco-7022288

Espero mesmo que tenham gostado, comentem suas partes prefiridas e tals.

Até outro momento o/

XOXO


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