Ela está grávida – escuto Suga e Hobi falar um para o outro, e logo depois não sei mais oque aconteceu. Jimin chega junto de mim, me beija e pede um tempo para conversar com ela, e tudo que consigo fazer é ficar parado em merce ao meu próprio pensamento, logo depois percebo que Tae e Jin já se encontrava perto de mim e dos demais, depois disso, sou arrastado até minha casa, isso mesmo, Arrastado. Não tinha força para andar e nem muito menos interagir com os demais, estava preso em meus pensamentos e tudo que queria depois que soube que ela esperava um filho de Jimin, era que ele voltasse pra mim e a deixa-se lá.
Mas...
Já percebeu que na maioria da minha vida tem um enorme “Porém” estampado com todas as letras visíveis. Eu pensei que tudo se tinha resolvido, é difícil dá uma chance para alguém, depois de tantas promessas quebradas, mas eu tentei, tentei, e no fim... ah querido no fim, parece que o destino conspira para não ficamos juntos, e esse é meu medo, luta contra o inevitável, insistir em algo que no fim só machucará mais.
Eu não queria ser abandonado, mas não queria que a criança vivesse sem o pai, não queria que passasse o mesmo que a Soo passa.
Quando meus pais vinham me buscar em Busan e sofreram o acidente que os levaram para o outro plano, minha irmã estava na casa de sua amiga, e esse foi o motivo para ter sobrevivido a este acidente. Tempo depois fiquei com meus tios e meus avós com a Yuna.
Yuna era quatro anos mais velhas, e se casou assim que completou sua maior idade e terminou a faculdade, ela formou sua propría família. Não ache que faz tempo assim, faz três anos, e dessa união um ano depois a Soo nasceu.
Talvez... só talvez, a minha família esteja destinada a desgraça, assim que Soo nasceu, minha irmã morreu no parto e seu esposo cometeu suicídio. Eu disse talvez, porque a Soo nasceu, um garotinha forte e mesmo com tanta desgraça a cercando lutou pela vida. E antes de fechar os olhos de vez, Yuna pediu para eu cuidar da pequena.
A Soo tem apenas dois anos, e eu Jeon Jungkook, sou seu responsável legal.
Nossa Jungkook, você é tão maduro.
Aish, não me falem isso, porque é a Soo chorar por motivo bobos que eu choro também de preocupação, e no fim eu só tento a fazer feliz e só de a imaginar sofrer me parte o coração.
Não quero que ninguém passe por isso, não quero que a criança de Jimin passe por isso. Perdi meus pais novos e sentir ainda criança na pele a dor de perder um ente querido.
Ah sobre perda, sou experiente nisso.
Vamos a lista:
1. Minha mãe
2. Meu pai
3. Jimin
4. Yuna
5. Jimin
...
Palmas para mim, a pessoa mais sortuda do mundo, que perde os pais e que também perde a pessoa que ama duas vezes na vida.
Aish... cala a boca Jungkook. Devia já ter se acostumado com isso.
E foi com esses pensamentos que cheguei em casa, chorando, Isso chorando.
Mas eu já chorava antes de chegar em casa.
Vamos lá, estava eu duas quadras antes de casa, até que parei no meio da rua, Tae virou para mim e perguntou se estava tudo bem, e eu como um idiota, bebezão, começo a chorar na rua, isso chorar, como uma criança que perdeu a mãe. Ah não, espera... eu realmente perdi minha mãe. Mas não foi este o motivo, eu mais uma vez estava com medo, não estava preparado para perder Jimin mais alguma vez.
Quando chego em casa e olho para a sala vários brinquedos espalhados, um sorriso saí dos meus lábios, ela havia voltado do hospital.
– Omma – fala Soo abrindo os bracinhos, ela me chamava assim desde que aprendeu está palavra, ela era muito sabida para seus dois aninhos de vida. – 'tá cholando?
– Não bebê – minto não queria a deixa triste, a abraço ainda mais forte. – foi apenas um cisco.
– Kookie-ah – fala a minha tia – eu tentei te avisar que ela recebeu alta hoje, mas você não atendia... – para de falar assim que seus olhos encontram os meus – estava chorando? – pergunta, enxugando suas mãos no pano de prato – Oque ouve?
– Cisco bobó – fala Soo.
– É cisco vovó – a corrijo por mais que seja pequena não quero que ela aprenda as pronúncias erradas. – Depois conversamos, mãe – a respondo – Vou tomar um banho, Soo – Desço do braço – Omma, já volta. – beijo o topo de sua cabeça.
Já no chuveiro começo a chorar, me odiava tanto, e tinha que ser forte na frente dela – Soo –, mas olha para ela não só me trazia alegria, mas um pingo de tristeza, quando pus meus olhos nela, me lembrei do motivo de está chorando e só queria chorar mais.
Era uma enorme mistura de sentimentos, sentimentos “ruins”... Dores, perdas, tristeza. Tudo que estava acumulado durante quinze longos anos me atordoava, e tudo que estava preso no coração saia em forma de lágrima, e se misturava com a água morna do chuveiro.
Logo depois de um longo tempo, desço quando minha mãe – tia – me chama para almoçar. Logo depois do almoço, Hobi diz ter algum trabalho para Faculdade, ela vai ao supermercado e eu fico com a Soo, brincando.
~X~
A campainha toca, Soo dormia em seu quarto e eu estava no sofá refletindo sobre tudo.
– Jimin...? – pergunto sem entender, ainda estava desnorteados em meus pensamentos.
– Precisamos conversar – fala de uma vez, aparentava está nervoso.
– Omma? – fala Soo descendo as escadas com o urso que Jimin me deu, olhar para ela só me deu a certeza que precisava esclarecer e tomar uma decisão sobre tudo aquilo – realmente, precisamos conversar.
– Omma...? – ele sussurra sem entender.
– Entra por favor, tenho muita coisa para explicar – falo, dando passagem para ele entrar, oque ele faz, pego Soo que já se encontrava na minha perna – senta, por favor – ele faz.
– Jungkook... – olha pra Soo e depois para mim – não sei por onde começar.
– Não precisa explicar nada Jimin – falo calmo – parabéns, antes de tudo...
– Você não entendeu – me interrompe – o filho não é meu, ela veio acabar com tudo que um dia tivemos, para poder seguir em frente.
– Olha Jimin, mesmo assim – passo os dedos no cabelo e respiro fundo – tivemos algo, mesmo você tento algum tipo de relacionamento com ela, entende? Aquele filho poderia ser seu, e como você acha que eu estaria me sentindo. Passei a tarde toda remoendo estes assuntos, Porra Jimin, sabe quanto doeu, quando eu pensei, pensei em te perder de novo? Eu não estou pronto e confesso está com medo, me aproximar de você e tudo acabar mais uma vez. Eu sofri demais, e passa por isso de novo, seria o fim... – no fim não conseguia mais me controlar estava chorando.
– Jungkook... – tenta se aproximar, mas para quando percebe que Soo ainda estava no meio de nos, e em seu olhar percebo que queria que eu explicasse.
– Ela é a filha da minha irmã, que morreu logo após seu parto... – explico toda história – e por isso sou o responsável dela – falo e abaixo a cabeça, talvez Jimin não aceitasse, e seria mais uma confirmação do destino para acabar com aquilo.
Depois de conta a história passaram se longos minutos que pareciam horas, todavia Soo dormiu mais uma vez e eu havia me levantado para á colocar na cama, quando já havia colocado sobre sua caminha, que antes era um berço, e já me preparava para sair do seu quarto de tonalidade rosas, acabo me esparrando com Jimin atrás de mim.
– Ela é ômega? – aceno positivamente, aquele clima estava desconfortável demais. – Bonito oque você está fazendo por ela – fala baixo, como se buscasse a palavra certa.
– Não quero que ela sofra Jimin, já senti na pele a dor de perder pessoas queridas e não quero que ela sofra, talvez seja inevitável quando ela descobrir toda verdade, mas quero lhe proporcionar amor, eu sofri muito e começo a pensar que é de família a desgraça, e vou fazer o possível para ela não sofrer por está maldição. – falo cabisbaixo. E por incrível que pareça, ele levanta minha cabeça e sela nossos lábios.
– Desculpa por ter te feito sofrer... – sussurra e sela novamente nossos lábios – desculpa, por tudo... – sela novamente – Eu te amo tanto Jungkook, e vê oque você está fazendo por ela, só me dá a certeza que você é a pessoa certa para mim.
E aquelas palavras fizeram lágrimas solitárias de felicidades sair de meus olhos.
– Eu te amo – falo assim que separamos nossos lábios.
~X~
Seis meses se passaram, e nem eu sei oque estava acontecendo com a gente, depois de toda a história decidimos ir com calma.
Soo havia completado três aninhos, e eu e Jimin, havíamos á levado para um Park. Jimin á mimava com brinquedos e cada vez parecia está mais próximo dela, e em meus maiores devaneios, eramos uma família, composta por uma mãe, um pai e uma filha. As vezes me perguntava se os pensamentos de Jimin eram igual ao meu.
Hobi hyung e Tae hyung assumiram um relacionamento, na realidade pularam a face do namoro e já estavam noivos. Desde que Hobi havia ajudado Tae num cio, o mesmo se encontrava mais manhoso que o normal.
Jin hyung estava esperando um bebê do Namjoon hyung, e neste exato momento se começava uma espécie de casamento. A barriga de Jin estava visível naquele terno de cor branca, ele estava com sete meses de gestação.
E começa a música instrumental, indicando o inicio do casamento, era uma praia, Jin se negava a casar na igreja, pois queria uma cerimonia digna de uma princesa e Namjoon não negou isto ao ômega.
E lá estava Soo, com um vestidinho branco de princesa, espalhando as pétalas de flores no tapete vermelho, por onde Jin estava a entrar. Depois disso, você já sabe oque aconteceu, a cerimonia seguiu, foram declarados marido e mulher, e todos choravam, mas um detalhe, Tae era oque mais chorava, parecia ser o seu casamento. Como eu disse ele estava mais sensível que o normal.
~X~
Anos mais tardes
– Jungkook... – fala Jimin pegando na minha mão.
Já havia se passado alguns anos, desde nossa conversar ao qual decidimos ir com calma, para nenhum dos dois se machucar. Descobrir que Jimin sofreu também com a separação, com tudo, conversei com seus pais e meus tios, algumas coisas foram esclarecidas, claro que eu estava magoado com eles, mas preferimos esquecer, meus tios me ajudaram e me deram afeto, quando eu mais precisava e não poderia ser ingrato com eles, só tinha a agradecer.
Já havia terminado minha faculdade, que não era tão longa quanto a de Jimin. Para Jimin faltava um ano para concluir seu curso de medicina, mas já estagiava, oque fornecia um dinheiro para ele.
Assim que terminei minha faculdade, comecei a trabalhar, fotografava pra grandes revistas oque me dava um lucro maior. Agora morava sozinho com Soo que agora estava com cinco anos, Jimin e eu mantínhamos agora um relacionamento, uma semana após o casamento do Jin hyung, Jimin me pediu numa espécie de namoro e parecia que meu sonho se tornava realidade.
E no fundo ainda sentia medo de está dormindo.
– Hum...
– Aish, anime-se hoje é um dia especial – fala dando um de seus eyes smile.
– Não é, é um dia qualquer, só que eu estou ficando mais velho – falo desanimado.
– Se continua assim, não darei a sua surpresa – fala sacana.
– Surpresa? Oque é? – pergunto curioso.
– Já está animado? – fala sorrindo, ah como amava o som da sua risada. Tira uma sacola um pacote, não uma caixa e de lá um colar – Era da minha mãe, que ganhou da sua avó e agora é seu... – coça a garganta, parecia está nervoso – Jungkook...
– Hum... – falo curioso para sua fala.
– Jungkook você... – é interrompido.
– Boa noite – fala o garçom, fazendo solta um suspiro de reprovação – seus pedidos – coloca sobre a mesa – Bom apetite – fala saindo.
– Jungkook, você sabe que daqui a um ano estarei me formando e me tornando oficialmente um médico, certo? – continua assim que afirmo positivamente – então... – coça mais uma vez a garganta – Você gostaria de casar comigo?
E ele tira daquela caixa um colar lindo, parecia ser de diamante. E como disse tudo parecia um sonho, Jungkook você quê casar comigo?
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