História SwanQueen: My Way Back to You - Tell Me You Need Me

   Emma Swan

 Depois da minha conversa com Regina, eu fui as docas. Estava frio e o vento bagunçava alguns fios do meu cabelo. Sentia a brisa gelada deslizando pelo meu rosto, enquanto tentava organizar os milhares pensamentos que corriam pela minha cabeça.

 Andei pensando no que ela disse.

Aqueles olhos pretos e assustados são minha primeira lembrança dela, logo após chegar em StoryBrooke para entregar Henry a sua devida mãe. Aqueles olhos assustados, com medo de todo seu plano falhar, com medo de sofrer as consequências devidas as escolhas dos seus inimigos tudo de novo. Esses mesmos olhos estavam me mantendo sã, porque em meio aqueles olhos cheios de trevas, eu vi a luz que ela chegou a ter um dia, a luz que foi tirada dela, a luz que eu consegui salvar.

As palavras rodopiavam na minha cabeça. ''Eu preciso de você''.

Tudo dentro de mim se remexia, todos os anos, todas as maldições, todas as perdas. Regina e eu passamos por diversas coisas, sempre juntas, então porque essas palavras afetavam tanto meu psicológico? Quem diria que a Dark One poderia se sentir tão indefesa assim?

Porém, mesmo me sentindo dessa maneira, eu sabia o que precisava fazer e independente de toda dor, toda força me puxando para baixo, eu precisava fazer o certo pelos dois.

Quando voltei a mim mesma, já estava prestes a bater na porta da prefeita.

    Regina Mills

 Cheguei em casa e bati a porta com força.

Os saltos machucavam meus pés, e não conseguia respirar. O que tinha feito? Tudo parecia fora da realidade. Como eu podia simplesmente dizer todas aquelas coisas para a Emma? Não sou conhecida exatamente como alguém aberta e emotiva. Eu não sabia de onde veio aquilo tudo. Só veio.

Decidi verificar se Henry estava em casa.

-Henry?! -gritei, tirando os sapatos.  

Nenhuma resposta.

Estava prestes a subir as escadas quando a campainha tocou. Revirei os olhos e suspirei fundo.

-Não existe sosseg.. -abri a porta e dei de cara com uma DarkOne irritada. -..Emma.

 -Acho que a conversa de hoje cedo não terminou. -disse, fria e direta, esperando ser convidada.

Estiquei a porta e acenei com os braços indicando que ela podia entrar. A convidei para sentar, mas ela simplesmente ignorou a oferta.

 -Então, o que não conseguimos discutir a tempo? -perguntei meio constrangida, porém com uma sobrancelha erguida, querendo parecer fria tanto quanto ela. Meus braços se encontravam cruzados. 

Ela não me olhava nos olhos, e sim para toda a casa ao seu redor. Tentava evitar qualquer contato visual possível.

-Hoje cedo... -Emma pigarreou -O que você me disse...tudo o que disse, me deixou pensando.

Ela levantou a cabeça, me olhando fixamente.

-Você está certa. -continuou.

-Estou o que?! -respondi espantada.

Nem em um milhão de anos esperava ouvir isso dela, ainda mais em um momento como esse.

-Não é certo agir assim. Se tornar DarkOne foi minha escolha. E eu sei por quem fiz isso. -conseguia ver o medo em seu olhar, um olhar que conhecia muito bem.

Meu coração estava acelerado.

-Emma... -falei calmamente, agora com os braços descruzados -o que você quer me dizer?

Ela suspirou, como quem se rende em uma batalha.

 -Só quero que você saiba que...eu também preciso de você, Regina.

Quando essas palavras chegaram aos meus ouvidos, tudo se silenciou. Só conseguia olhar para ela, porém sem nada para dizer. Sentia meus joelhos fracos, como se fossem cessar a qualquer minuto, e tudo o que eu queria fazer era segurar a sua mão.

Porém não o fiz.

Em um segundo todos os meus medos voltaram, me batendo com força. Imagens dos meus antigos relacionamentos passaram pela minha cabeça. Todo o abuso, toda a dor, todo o sufocamento. E Henry. Meu filho passou pela minha cabeça, e o que era certo para ele.

Emma conseguiu ver tudo isso nos meus olhos, quando não respondi o que ela disse. Então simplesmente nos encaramos, ali, sozinhas porém juntas. As respirações se misturando. Duas mulheres, duas mães, milhares de medos e as mesmas dores.  

Tentei, com todas as forças conter qualquer lágrima, porque não podia ser egoísta. Mesmo sendo tão difícil de esconder todos esses sentimentos, -os quais nem mesmo eu entendia- ainda precisava ser forte.

Após um tempo em silêncio, ela desistiu, fechou seus olhos e evaporou para longe, me deixando ali, parada e em choque. Pensei que fosse cair se tentasse dar qualquer passo.  Tudo foi rápido e intenso, meu ar já não existia. Quando me recuperei, só uma coisa passava pela minha cabeça. 

Eu queria ela pra mim. Queria que ela fosse minha.