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História Ícarus - I - Weint nicht mehr, kinder. ( PRÓLOGO )


Escrita por: Willzhm

Notas do Autor


O termo Weint nicht mehr, kinder. vem do alemão, que significa " Não chorem mais, crianças. "

Capítulo 2 - I - Weint nicht mehr, kinder. ( PRÓLOGO )


PROLOGO

"Weint nicht mehr, kinder"

Estou sob os pisos de uma igreja, cruzes nas paredes, enfeites bíblicos, mosaicos nas janelas, uma bem planejada estrutura acima de nós, muito sangue abaixo de nós.

Sangue?

— O que acha, John? — Perguntou Peter.

Silêncio

Andei sob o impecável tapete vermelho, já coberto com o sangue de religiosos, apoiando minhas mãos sobre os bancos, paro. Ao meu lado, o corpo de um homem, cabelos grisalhos, roupas escuras, barba rala, um corte de cinco centímetros em sua garganta.

— Pense positivo, John, as roupas estão em perfeito estado.

Silêncio.

A dois passos do altar, uma bíblia caída ao chão, guardo em minha bolsa.

— Já lidamos com coisas piores, lembra do homem do hot dog? Tivemos que passar exatos vinte minutos e oito segundos dentro daquele trailer cheio de hot dogs, sem poder comer nenhum!

— Você não sente fome. - respondo.

— Oh, John, por favor, não venha com essa conversa outra vez.

— Estavam cobertos de sangue. - retorno.

— Eu gosto de hot dogs...

Silêncio

À cinco metros a frente vejo duas pessoas, um moço com uma moça em seu colo, as mãos do garoto estavam sobre os olhos da garota, o sangue escorria do tórax dele, pelo seu braço, até o rosto da moça, que possuía um corte em seu pescoço.

Crianças.

— Ok, talvez isso seja pior que o caso dos hot dogs. - disse Peter, com semblante de indignação.

Silêncio, um silêncio ensurdecedor, me encontrava afogado com o sangue das crianças que ali estavam.

Abaixo minha cabeça e vou de encontro com a saída, a bíblia manchada com o sangue das crianças em minha bolsa, o soar do choro da garota ecoa dentro da minha cabeça, percorrendo minhas artérias, descansando no meu peito , deixando uma absurda angústia em mim, bloqueando meus sentidos por um breve tempo.

Vazio.

Recuperando meus sentidos, completamente embriagado com a cena da igreja, me vi em minha forma mais frágil, o que leva um homem a privar uma criança de crescer?

— A gente vai achar ele, John, nenhum humano se esconde de nós.

— Isso não é humano. - Afirmo.

— Certo, vamos embora. - me apressou o homem.

—  Você está com pressa, o que houve?

Tiro um cigarro de um dos meus bolsos.

— Você vai fumar isso? - questiona Peter.

Com a outra mão, possuo um isqueiro.

— John, se matar desse jeito não te torna muito diferente do homem que fez aquilo.

Acendo o cigarro, tragando profundamente, trocando um pouco da minha vida, por alguns minutos de conforto.

— Você é um psicopata, John, comete o crime do homicídio e o pecado do suicídio, apenas para estancar um pouco da sua angústia interior, você é completamente louco!

A nicotina escorrendo em minhas veias, a fumaça tóxica manchando meus pulmões, madame angústia, você está sangrando.

— Me taxa de louco apenas por buscar paz na morte? Vivemos em um mundo insano, temos suicídios todos os dias.

Dou meu ultimo trago, até mais tarde, senhorita morte!

— Não, John, você é louco por estar conversando com alguém que nem existe.

Silêncio.

— Você quer um hot dog? - pergunto.

 



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