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História Ícarus - IV - Ein Mann in der wohnung.


Escrita por: Willzhm

Notas do Autor


O termo " Ein Mann in der wohnung " vem do alemão, e quer dizer " Um homem no apartamento. "

Capítulo 5 - IV - Ein Mann in der wohnung.


IV

"Ein Mann in der wohnung"

 

O que sobrou da voz de Husson contra mim tocavam meu consciente constantemente, eu estava paralisado, um pouco tão assustado quanto Husson, porém devo atestar que tal experiência está me excitando muito, graças a minha depressão em fase profunda, é parcialmente complicado ter contato com algum tipo de prazer.

— Deve ter sido algum engano, faça de novo - disse então, após apagar o cigarro num cinzeiro que ficava acima da cômoda em que eu encostara, por fim, saindo da casa de Penny, após uma ultima olhada para o corpo, um adeus.

Rapidamente tomei posse de uma das viaturas e fui para a casa, preparei um breve almoço, vesti meu sobretudo preto acima do meu terno bege e segui para a delegacia.

Encostei o carro numa vaga qualquer e adentrei no estabelecimento, indo até minha sala, não muito tempo depois batem na porta, era Husson.

— Segundo rastreamento feito, da sua casa, senhor Christopher. - disse com um tom de voz baixo.

— Como isso é possível? - perguntei, pressionando com força a palma da minha mão sob meus olhos cansados.

— Me responda você - ao ouvir isso, virei a minha cabeça para Husson, semicerrando os olhos e jogando contra ele um olhar de desprezo.

— Você não acha que... - não precisei terminar de dizer, seus olhos já me julgavam, me acusando.

Abaixei minha cabeça, acompanhei o gesto com um longo riso, depois me silenciei.

— É claro - levantei a cabeça e olhei para o ventilador de teto, girando e girando - de repente uma melhor amiga do passado morre, logo em seguida, descobrem que o ultimo telefonema antes dela se matar foi vinculado ao telefone de minha casa, agora eu sou um suspeito? - completei.

A sala ficou em silencio, após dois minutos Husson se retirou. Eu olhava fixamente contra a parede do escritório, o tic tac do relógio mal conseguia acompanhar os meus pensamentos, como poderia ser possível isso?

— Faz quanto tempo que você não come, John? - perguntou o homem que me segue, enquanto brincava com um Ioiô que encontrara por ai.

— Agora não - respondi, voltando ao meu pensamento.

Não demorou muito tempo para que eu seja interrompido por um forte barulho vindo da porta do escritório, alguém derrubou uma bandeja de café, Chris.

— Desculpe, Christopher, é difícil andar e se concentrar no corpo escultural de Beth da 21-B ao mesmo tempo, aqui, eu trouxe um café. - Deixando escapar uma expressão de estar sem graça colocou uma caneca com café ao lado de meus cotovelos.

— Obrigado Chris. - respondi, curtamente.

— Está tudo bem? Vi Husson sair com cara de velório, outro adolescente com coelho morto? - um pequeno riso seguiu sua pergunta.

O caso do adolescente em crise existencial com um coelho morto realmente aconteceu, não faz mais que cinco meses, agora o acontecido se transformou em piada entre as pessoas da delegacia.

— Tudo bem, obrigado de novo, Chris. - acenei com a cabeça, apertando sua mão com firmeza e deixando escapar uma expressão de gratidão.

Chris se retirou, e eu voltei a tentar achar alguma resposta plausível para o acontecido.

Muitas coisas girando em minha cabeça, a ligação de um homem para o meu apartamento, a morte de Penny, casos antigos estão voltando contra minha consciência, me assombrando, não encontrava um espaço em mim em meio a tanta desordem, preciso restabelecer meus pensamentos.

— Você está enlouquecendo, John, está tudo girando aí, uma engrenagem que quando terminar, o fará um homem louco... - disse o homem que me seguia, olhando para o ioiô girando na ponta do barbante que o ligara com seus dedos.

— Como é mesmo seu nome? - fiz com que a cadeira virasse para a direção do homem, joguei contra ele um olhar de impaciência e curiosidade.

Então o homem agarrou o ioiô com as mãos, sem mover a direção do seu olhar e sua cabeça, em uma fração de segundos, levantou sua cabeça, parecia assustado, rapidamente sua expressão facial mudou, estava sorrindo.

— Achei que nunca perguntaria, meu nome é Peter. - respondeu

— Hum, Peter, prazer, meu nome é Christopher. - continuei, ironicamente.

— Prazer John, já nos conhecemos. - ele respondeu, estava sério agora.

Eu queria entender o motivo pelo qual aquele homem me chamara de John, afinal de contas, quem é John? Eu tenho outras coisas mais sérias com o que me preocupar, sinto que estou em um campo minado, qualquer passo errado pode ser um passo trágico, Husson acredita mesmo que eu tenha alguma relação - saquei um cigarro - com o caso. Passei o resto do tempo olhando para o ventilador que girava, girava e girava. Dando meu horário, segui para o apartamento.

Nada fazia muito sentido, mas perante o caminho que eu percorria no taxi, meu celular tocou, eu olhei para o aparelho que vibrara dentro de meu bolso, pego então na palma da mão, a tela registra uma chamada de Desconhecido , um mal pressentimento corria por minha pele, sabia que se atendesse, eu estaria ao outro lado da linha do monstro.

Então, claramente, atendi, colocando o celular contra a orelha, ouvindo apenas uma respiração demorada, como se algo o sufocasse.

— Quem está falando? - perguntei, com medo da resposta.

— Boa noite, senhor Christopher, você pode concorrer a divers... - desliguei antes que a moça do telemarketing terminasse seu discurso, recuperava o meu ar enquanto ria de mim mesmo, que irônico, o que eu pensei que seria? O assassino ligando pra mim?

O táxi estacionou em frente ao meu apartamento, paguei a corrida e subi as escadas, mas ali havia algo errado, a porta do meu apartamento estava entreaberta, sendo que de manhã estara trancada, saquei meu revolver e abrindo lentamente a porta, adentrei no apartamento, todas as luzes estavam apagadas, porém adentro da escuridão havia a silhueta de alguém, a figura estava sentada na poltrona da sala, na tentativa de acender as luzes, me deparei com a energia cortada.

— Se poupe do esforço - disse a mesma voz que falou comigo no telefone.

Permaneci em silencio, a minha arma estava a cinco metros da cabeça do homem sentado, destravei, na esperança de que isso o assustasse. Em vão.

— Que imagem tenta exercer apontando está arma para mim? Você não atiraria, por nada nesse mundo. - ele retrucou, acendendo um cigarro, eu não acredito que ele está fumando dentro dos limites do apartamento.
— Quem é você? - perguntei, completamente interessado na situação.
— Não importa o meu nome, você tem perguntas, eu tenho respostas. - respondeu, dando um longo trago em seu cigarro.
— Errado. Eu tenho uma arma, e você tem alguns minutos - olho para o relogio, mostrando que estou contando.
— Até quando vai usar essas máscaras, John? Nós três sabemos o quanto você é fraco, é só uma criança perdida, vive sua vida salvando coelhos e adolescentes, isso é ridículo! - disse o homem, abaixando sua cabeça e apagando o cigarro num cinzeiro ao lado da poltrona.
— Nós três? - eu perguntei, assustado.
— Mas é claro, eu, você e Peter, juntos aqui novamente.
— Novamente ? - eu explodi, apertei com mais firmeza a arma em minhas mãos, ameaçando atirar - é bom você começar a falar agora!

O homem se levantou e veio até a ponta da arma, seu peito junto à linha de fogo, atirar? Não, eu não consigo, ele tem razão, minha fraqueza.

Então o homem aproximou sua boca de meus ouvidos, e repetiu as palavras mais duras que eu poderia ter escutado.

— Por que matou Penny, Christopher?.



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