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História Ícarus - VI - Ein Mann unter den Gebuden


Escrita por: Willzhm

Notas do Autor


O termo " Ein Mann unter den Gebäuden " vem do alemão e significa " Um homem entre os edifícios "

Capítulo 7 - VI - Ein Mann unter den Gebuden


VI

" Ein Mann unter den Gebäuden "

Meu telefone está tocando ao lado do meu corpo sobre o carpete da minha sala, uma náusea atordoante me envolve, enquanto retomo meus sentidos sinto vibrar cada vez mais o telefone, agarro com a mão direita, a tela revela o nome de " O cara ", atendo.

— shalom, está um ótimo dia, você precisa ver. - diz o homem em um impecável hebraico.

  Apenas ouço a ligação, sinto um forte incomodo contra minha dicção, tentando me levantar enquanto o sangue percorre o meu corpo novamente, causando um formigamento, e uma dor intensa, meus suspiros percorrem pelo telefone até o outro lado.

  O monstro está do outro lado da linha.

— Oh, perdão, talvez eu tenha exagero na dose de flunitrazepan, preciso que me escute!

   Desligo a chamada e atiro o celular contra o sofá, levanto meu corpo do chão, cambaleando até o banheiro, tudo está girando, não sinto os meus pés no chão. Em frente ao espelho encaro minhas pupilas dilatadas, enquanto sinto uma onda de enjoo percorrer minha garganta.

   Tudo está girando rápido demais, sento no chão contra a parede do banheiro, fecho o olho em busca de alguma instabilidade mental, há cinco ponteiros no meu relógio de pulso. 

   Não muito tempo depois me assusto com o som de um vidro se partindo, estou tendo ilusões? Me levanto, afundo o meu rosto contra a água gelada da torneira e vou até minha sala, dando de cara com a janela do meu apartamento, em pedaços, em todo o chão, à sua frente, uma pedra do tamanho de um palmo, com um papel gravado uma mensagem, atordoado, pego para ler.

Atende o telefone, cara, está estragando o clima.

  Minha visão já estava apresentando pequenas melhoras quando o telefone toca denovo, o som do toque ecoa na minha cabeça, provocando a dor que já residia ali, atendi, e enquanto estava tudo quieto, encostei o quadril contra meu sofá, forçando meus olhos, na tentativa de que aquela revira volta parasse;

  — Olha, você não está bravo, certo? Aquela janela era horrível! Espera, espera, preciso voltar no personagem. - deixou a chamada em espera, depois de dez segundos, tornou a falar - Chris, preciso que me escute com atenção, eu não sou médico, - eu nem percebi - perdão pela dose alta da droga, você deve estar péssimo! Mas tem um motivo muito importante pra mim ter feito isso... bom, talvez... Eu preciso de você, e você precisa de mim, tem uma coisa grande acontecendo, você pode não ter percebido ainda, mas você está na linha de frente desse conflito moral, eu vou lhe mostrar, olhe para a janel... olhe para o buraco na sua parede, você me verá do outro lado. 

  Ando torto até onde ficava minha janela, e olho contra o buraco, tudo está girando, consigo ver apenas esboços dos prédios, então a voz torna a falar;

  — Aqui! Esse homem acenando contra a jan... do seu prédio precisa de você, essa cidade precisa, existe uma figura no poder que sua sombra percorre milhas e milhas, essa sombra nos impede de olhar contra aquilo que nos condena à limitação, eu vou te explicar melhor quando puder, agora já pode parar de fingir que consegue me ver, eu não sou um dos doze prédios que estão rodando na sua frente.

 —  quatorze - eu respondo, com a voz cansada e embaraçada.

  —  Parece um bêbado, certo, essa cena foi linda, espero que alguém tenha filmado! - respondeu o homem - eu torno a ligar, vá se cuidar, não quero ser o mentor de um cadáver! - e desligou a chamada.

   Um mentor?

   Olho para trás, na tentativa de guardar o celular no bolso sinto ele vibrar, a tela mostrava uma nova mensagem.

  De: " O cara "

 " Os lugares mais sombrios do Inferno são reservados àqueles que se mantiveram neutros em tempos de crise moral  "

 

   Quando volto minha visão para a frente, vejo Peter sentado na minha poltrona, com uma expressão de nojo em seu rosto, olhando contra mim.

  —  Isso foi dramaticamente ridículo! - disse, desviando a voz para baixo.

 —  Eu não acredito nisso, você viu o que ele fez? - respondo, ainda com a voz atordoada.

 —  E tinha como não ver? Ele quebrou sua janela, Jhon! - respondeu Peter indignado.

 —  Isso é um absurdo! - eu me encontro indignado.

 —  Não é pra tanto, essa indignação  é só por uma janela? - ele foi irônico.

 — Não, Peter, ele citou Dante, o cara, citou, Dante, dá pra acreditar? - eu respondo, me sentando no sofá, com expressão de cansaço e indignação.

     Um breve silêncio na sala, enquanto eu e Peter olhamos contra as paredes.

 —  Nossa... - ele finalmente deixou fluir.

 —  É! - Respondo tão rápido que quase impeço Peter de terminar a palavra. 

   Acendi um cigarro.

 



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