História Ice and Fire - Capítulo Oito

- Nós deveríamos saber que não se pode confiar em Cersei Lannister. - Jon bate na mesa assustando a todos.

- Eu sempre te avisei que ela não devia ser confiável e que nós sempre deveríamos ter um pé atrás com essa gente. - Sansa adorava provar que estava certa, mas ela sabia que Cersei poderia ser um grande problema, e eles possuem tantos problemas agora que a Muralha caiu e os Outros estão cada vez mais próximos.

- Não é hora pra isso Sansa, dane-se quem está certo ou errado, seremos apenas nós e o exército de Daenerys nessa batalha, precisamos nos preparar porque dentre algumas semanas nós partiremos e lutaremos contra essa ameaça. - Jon vira-se para Tyrion. - Onde está a rainha? Precisamos discutir sobre a batalha, precisamos que todo o seu exército venha até o Norte.

- Ela passou mal ontem, acabou desmaiando e está em repouso. - Jon sentiu um aperto no peito, ele devia estar com ela, mas ao mesmo tempo se sentia culpado por isso, ele a tratou mal, a última pessoa que ela deve querer ver no momento deve ser ele.

- Coloque quantos servos precisar à disposição dela, o Maester já foi até ela? - Já que não podia ir até lá, Jon se sentia no dever de fazer de tudo pra vê-lá bem logo.

- Ela recusou a presença do Maester. - Jon balançou a cabeça em negação, mas conhecia Daenerys isso é a cara dela, ainda mais sabendo que o Maester estava cuidando dos sobreviventes da Muralha.

- Já que ela deseja isso, assim seja, mas coloque o máximo de servos a sua disposição. - Tyrion deu uma olhada para Varys e ele retirou-se da sala para cumprir o desejo de Jon.

- E o que eu devo fazer? Eu quero lutar com vocês contra esses zumbis, eu nunca vi nada tão aterrorizante como isso, ao contrário da minha irmã eu sei que essa ameaça pode nos destruir, eu não aguentaria ficar sentado sabendo que poderia ser útil nessa Guerra. - Jaime se pronunciou, tinha escutado todos os xingamentos sobre a sua irmã e tinha se mantido calado, no fundo ele concordava com todos eles.

- Como podemos confiar em você? - Sansa levantou da cadeira e o encarou, Jon olhou para ela afirmando e voltou o seu olhar para Jaime.

- Eu contei todo o plano da minha irmã, isso não basta?

- E se isso for mais uma armação de Cersei? Você não é uma das pessoas mais confiáveis. - Jon acreditava em Jaime, mas ainda tinha um pé atrás com ele, ele amava como homem a própria a irmã, mas nem isso ele podia o julgar, afinal estava apaixonado por Daenerys, e tinha acabado de descobrir que ela era sua tia.

- Eu não sei como posso te provar isso, quando escutei o plano sórdido de minha irmã eu decidi ir embora, não iria ficar mais nem um minuto ali, me abrigue e eu tentarei reunir o máximo de homens fiéis a minha pessoa, um Lannister sempre paga as suas dívidas. - Jaime entendia a desconfiança de todos, nem ele mesmo ainda acreditava que tinha finalmente deixado Cersei.

-  Poupe-nos de suas frases feitas, o único Lannister confiável é o seu irmão, que sempre foi muito gentil comigo ao contrário de você e sua irmã, ou eu deveria dizer sua amante? - Seu irmão pode não se lembrar de todo o mal que esse homem fez a sua família, mas ela lembrava, não ia deixar aquilo passar em branco.

- Jon Snow, eu sugiro que coloque guardas o vigiando, se ele for um espião, o que eu não acredito que seja, ele vai tentar se comunicar com Cersei de alguma forma, talvez através de um corvo, mas com guardas o observando nós teremos certeza de quem ele é. - Tyrion estava orgulhoso do irmão, ele sabia que provavelmente Jaime estaria sofrendo com tudo isso, ele amava a própria irmã, Tyrion sempre desconfiou disso mas nunca teve coragem de ter uma conversa direta sobre isso.

- Eu não concordo, ele pode muito bem ser um traidor, e pode tentar fugir mesmo com os guardas o vigiando. - Sansa o queria ver morto, mesmo que ele esteja falando a verdade, ele não poderia acrescentar em nada na guerra, um homem sem mão não iria durar nem 10 minutos na guerra.

- Eu gostei de sua ideia Tyrion, coloquem os melhores guardas o vigiando, e qualquer mensagem que ele enviar vocês devem verifica-las. - Sansa tenta argumentar mas Jon a interrompe. - Essa é a minha decisão final. - Jon se retira da sala, desde que chegou da viagem não teve um momento de sossego, a cada hora era uma informação nova, ele precisava de um momento de paz.



Gendry observava de longe Arya e Brienne lutando, sem dúvidas Arya estava levando a melhor, tinha momentos que Brienne começava a vencer mas Arya sempre a pegava, desde que conheceu essa menina sabia que ela era especial.

- Vai ficar aí só olhando? - Ele se assusta ao ver Arya caminhando até ele.

- Meu trabalho é forjar armas e não usá-las. - Ele sorriu.

- Deixe de ser medroso, você estava indo se aliar a Patrulha da Noite, pretendia ficar só observando e forjando espadas enquanto seus irmãos lutavam?

- Se eu estou vivo é porque escolhi não lutar. - Ele pisca e pega a Agulha da mão de Arya. - Ela foi muito bem feita, mas você não acha que está na hora de ter uma maior?

- Meu irmão que me deu, e ela esteve comigo em todos os momentos, nós sabemos nos virar bem. - Arya pega a espada de volta.

- Foi só um conselho, não precisa ficar com raivinha. - Ele zomba.

- Esse cara está te incomodando, Arya? - Jon chega por trás assustando Gendry e fazendo Arya rir.

- Sendo um pouco desnecessário, mas eu sei me virar.

- Perdão, meu lorde. Apenas estava dizendo que se... que ela deveria... ter uma espada maior. - Gendry começa a gaguejar arrancando as risadas de Jon e Arya.

- Não precisa ficar nervoso, eu te considero como um amigo, apenas não mexa com a minha irmãzinha. - Jon bagunça os cabelos de Arya, ganhando um olhar de repreensão.

- Odeio quando você faz isso. - Arya bufa. - Nós já tínhamos nos conhecido, ele me acompanhou por um tempo mas uma sacerdotisa com cabelos ruivos o levou.

- Uma sacerdotisa com cabelos ruivos? Melissandre? A mulher de vermelho? - Jon se assusta ao saber que a irmã a conhece, ele não sabia se era grato ou não por ela ter o trazido a vida novamente, apesar de achar um absurdo, mas o que ela fez com a garotinha, filha de Stannis, isso era imperdoável.

- Você a conhece? - Arya o olha confusa.

- Já nos esbarramos por aí. - Jon desconversa, esse não era o melhor momento para contar que foi trazido de volta à vida por aquela mulher. - Se me dão licença, vou dar uma volta por aí.

- Quando voltar, me procure, quero ter uma conversa com você. - Arya ainda queria saber o por que dele ter sumido daquele jeito ontem, e o motivo da discursão com Daenerys que a deixou tão mal que até desmaiou. Jon assentiu e saiu andando.



Daenerys voltava do banheiro mais uma vez, já era a quarta vez que ela tinha vomitado apenas naquele dia, não sabia nem se tinha mais coisa pra sair de dentro, ela mal havia comido.

- Sua graça, precisamos chamar o Maester urgentemente, a senhora não está bem. - Missandei estava estranhando o tanto de vezes que Daenerys tinha ido ao banheiro.

- Não precisa disso, deve ter sido algo que eu comi. - Daenerys se sentou e pegou um copo d'Água. - O Maester tem tantos homens feridos para cuidar, o meu caso não é de urgência.

- Se a senhora me permite, os seus dias estão vindo normalmente? - Missandei desconfiava do que poderia ser aqueles enjoos e vômitos mas não teve coragem de perguntar nada, sabia o quanto sua senhora desejava ter um filho.

- Foi até bom você ter tocado nesse assunto, até estranhei ainda não ter descido, sempre foi regular. - Daenerys para e observa a reação de Missandei. - Você não está pensando que....

- As evidências estão claras, a senhora tem enjoado e vomitado com muita frequência, suas regras estão atrasadas, sua graça pode estar grávida. - Missandei segura aos mãos de Daenerys e observa o rosto dela mudar.

- Isso não pode ser possível, a feiticeira ela... - Daenerys não sabia o que dizer, ela passou anos de sua vida achando que não poderia engravidar, e agora todas as evidências indicavam que ela estava à espera de um filho. 

- Eu vou chamar o Maester, nós precisamos ter certeza. - Missandei sai apressadamente e Daenerys sorri colocando a mão na barriga.



Jon observa de longe os dragões voando, Drogo e Rhaegal, o nome de Drogo foi dado em homenagem ao falecido marido de Daenerys e o outro foi em homenagem ao seu irmão, Rhaegar, que ele tinha descoberto que era seu pai. Jon passou anos de sua vida ouvindo as histórias sobre a Rebelião de Robert, a destruição que Rhaegar causou a Westeros, e agora ele descobre que isso tudo foi baseado em uma mentira, Lyanna nunca foi sequestrada ou raptada, ela fugiu por vontade própria, por que ela não enviou um corvo avisando que foi embora por vontade própria? Talvez não tivesse criado essa confusão toda, ele teria crescido com seus pais, ele se sentia aliviado em saber que sua mãe era uma boa pessoa e que foi fruto de um amor, proibido, mas forte. Lyanna e Rhaegar era a definição de fogo e gelo, e ele era essa junção, tinha o sangue de duas famílias importantes, ele tinha um nome legítimo, Aegon Targaryen, fez uma careta ao imaginar os outros o chamando dessa forma, ele gostava de Jon Snow, ainda era estranho pensar que ele não era o bastardo de Ned Stark, nem filho dele era, lembrou da última conversa que eles tiveram.

" - Voce é um Stark, pode não ter meu nome, mas tem o meu sangue."

E ele tinha o sangue de Ned Stark, poderia não ser filho dele mas sempre iria considerá-lo como pai, ele não iria escolher entre Stark ou Targaryen, afinal ele era a junção dos dois.