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História Ice And Fire - Before The War


Escrita por: lavignizer

Notas do Autor


HEEEY, MEUS AMOOORES!!!
Sim, que saudades! Demorei bastante mesmo, mas já havia avisado que estava muito apertado aqui, com estudos, Enem e tals, ficou meio impossível conseguir tempo para escrever. BUT, já estou aqui!
Bom, eu iria escrever o último capítulo de uma vez só, mas vi que ficaria muuito grande e decidi dividir ele. Também não iria postar agora, mas vocês estão a muito tempo sem uma att e estão tão ansiosos que eu decidi postar essa parte aqui antes pra ver se acalma um pouco esses coraçõeszinhos ;)
Boa leitura ^-^

Capítulo 51 - Before The War


Fanfic / Fanfiction Ice And Fire - Before The War

 P.O.V LAUREN

Eu não saberia dizer quanto tempo estávamos ali. Parte de mim me dizia que longos minutos se passaram e que se eu fosse um ser humano normal, estaria estirada em um daqueles corredores.

Graças aos deuses, eu não sou.

Não sentia o cansaço me atingir, mas percebia ele em minhas amigas. Em suas respirações ruidosas e rostos suados. As roupas amassadas – algumas rasgadas – e pequenos cortes em suas peles marcavam a pequena batalha que se seguia.

Quem imaginaria que algumas dezenas de gafanhotos gigantes fariam um estrago tão grande? Quem em sã consciência acreditaria em algo que soa tão estúpido?

No entanto, aquelas pestes estavam destruindo o castelo e levando os nossos moradores/estudantes à loucura. A única solução plausível que encontramos foi fechar todas as portas e janelas, para que eles parassem de invadir o nosso território. Contudo, eles eram muitos e pareciam serem treinados para nos impedir de fechar tudo. Minha velocidade sobre-humana e a de Avril não era o suficiente para detê-los e fechar todas as entradas ao mesmo tempo. Só o que conseguíamos era somente irrita-los ainda mais. Estávamos até que nos divertindo... Mantendo aquelas coisas entretidas enquanto Camila e Lucy planejavam a melhor estratégia de ataque em pouco tempo.

Minha noiva havia sido praticamente arrancada de meus braços para que pudesse ditar os nossos passos, junto das estratégias sábias da filha da deusa da sabedoria e estratégia em batalha, namorada da minha amiga. As duas faziam um belo time, apesar das briguinhas bobas por pura teimosia de ambas. Acontece que Lucy é uma amiga fiel, enquanto Camila também é... o que torna ambas cabeças duras orgulhosas, que jamais cederão antes de conseguirem proteger seus amigos. Lucy ainda não achava sensato que Camila e eu nos arriscássemos tanto naquela missão, o que eu apenas ignorava. Já a minha doce latina rebatia de frente e fazia questão de mostrar que ninguém, no céu e na terra, a impediria de salvar Selena. E ela lutaria com unhas e dentes até o fim. Era mais do que óbvio que eu pensava da mesma forma, apenas me resguardava e não perder o meu tempo discutindo bobagens quando havia tanto a ser feito. Confesso, de início eu sentia um ciúmes absurdo da forma como Camila trata as suas amigas, como se fossem o seu bem mais precioso. Mas então eu me lembrei que eu faria exatamente o mesmo com Avril, Vero e Lucy, e até mesmo com as outras meninas, que haviam se tornado grandes irmãs para mim também. Com o tempo e com as suas presenças impostas em minha vida, eu entendi perfeitamente aquele sentimento. O sentimento de ter alguém que irá nos apoiar mesmo nas maiores burradas que cometermos, de nos ouvir e puxar as nossas orelhas sempre que necessário. O sentimento de ser capaz de enfrentar batalhas e se postar a frente de uma espada por alguém, sabendo que essa pessoa faria exatamente o mesmo por você. De compartilhar momentos inesquecíveis de risadas e choros, descobertas e surpresas.

Fazer parte de uma família.

Eu finalmente voltara a sentir como era aquele sentimento fraternal, mesmo tendo o meu pai, nós dois havíamos sido atingidos pela injustiça da vida em nos tirar os nossos tesouros mais valiosos. Eu estava feliz e completa outra vez... Graças à Camila. E agora eu entendia o seu desespero e achava absolutamente adorável, fofo e até mesmo sexy, quando ela resolvia que enfrentaria até Zeus se fosse preciso.

Minha latina era quente e perigosa.

Juro que ainda não sei qual foi o milagre que eu cometi em uma outra vida para merecer um ser tão puro e maravilhoso como a minha Camz.

- Olha, eu sei que não temos o luxo de nos cansarmos... – Avril comentou durante mais um de nossos milhares de bloqueios contra a porta do salão principal, chutando a cabeça de uma das criaturas verdes em um só golpe. – Mas eu juro que não aguento mais! – Rolou os olhos e eu ri, construindo mais uma vez um muro de gelo para nos dar algum tempo antes que eles voltassem a quebra-lo. – E ainda por cima essas porras fedem como gambás!

- Sei o que quer dizer – concordei entre uma careta. – Parece bastante com o cheiro de vira-lata que a Hansen tem.

- Sabia que eu já tinha sentido isso em algum lugar... – Avril murmurou pensativa.

- EU ESTOU OUVINDO, SUAS MALDITAS PARENTES DO GASPARZINHO! – O grito de Dinah ressoou pelo corredor, ocasionando gargalhadas em mim e em Avril. – Aliás, que eu me lembre bem, a sua noivinha tem o mesmo cheiro que o meu, Jauregui.

Pudemos ver o exato momento em que Dinah surgiu no corredor enrolada em uma toalha branca, com Normani risonha ao seu lado e agarrada em sua cintura.

- Pelo amor dos deuses Dinah, nos poupe das suas vergonhas – resmunguei, negando com a cabeça para a forma como ela estava vestida. Esses cachorros... – E nem se atreva a comparar o cheiro de Camila com o seu... Isso deveria até ser um crime. Nem em um milhão de anos você irá chegar perto do cheiro maravilhoso que ela tem! É doce e envolvente... Enquanto você apenas cheira à cachorro molhado!

- Oras, sua... – abriu a boca para rebater, bufando ao ouvir a risada histérica de Avril.

- Meu amor, se lembra de que pra Lauren provavelmente até o pum da Mila é cheiroso – Normani a falou em forma de consolo e eu franzi o cenho, dando de ombros em seguida.

- Tem razão... Essas duas parecem que vivem sobre o efeito do pó mágico da Sininho – Dinah concordou, desemburrando a cara. – Ok, tanto faz.

- Essa coisa de pó mágico não existe, Jane – falei, vendo-a escancarar a boca em incredulidade como se eu estivesse acabado de falar para uma criança que o Papai Noel não existe. – Pare de andar com Normani.

- Toma vergonha nessa sua cara de gesso, Michelle! – Foi a minha vez de escancarar a boca com o atrevimento dela. – Você é uma vampira mutante cheia das frescurites e eu sou uma loba alfa, no meio de um Instituto para mutantes e com dezenas de gafanhotos possuídos querendo nos matar! Acorda pra vida, sua trouxa! – Acusou, me empurrando levemente pelo ombro e negando com a cabeça. – Por que a Sininho não pode existir?!

- Quer mesmo que eu te responda? – Arqueei a sobrancelha.

- Calem as bocas! – Normani nos interrompeu antes que pudéssemos iniciar uma discussão, nos fazendo bufar. – Precisamos de um plano decente e eficaz pra acabar com essas coisas de uma só vez.

- Eu tenho uma ideia – me pronunciei logo após reforçar o meu muro de gelo, pois aquelas coisas estavam conseguindo algumas rachaduras já. – Mas vamos precisar de metais, muitos deles.

- E de onde vamos tirar isso? – Avril questionou.

- Pode ser de qualquer coisa, só precisamos deles – expliquei.

- Gente, tem aquelas barras na sala nova de treinamento – Normani informou, sorrindo animada.

- Tio Mike vai ficar uma fera – Dinah retorceu os lábios.

- Vai nada, nós só vamos pegar emprestado – dei de ombros. – Depois colocamos de volta.

- Mas não podemos sair daqui – a polinésia arregalou seus olhos ao notar uma pata de gafanhoto abrir um buraco no meu muro de gelo, sendo fielmente seguida por muitas outras.

- Já sei... – Avril murmurou, rolando os olhos rapidamente pelo corredor. – Justin? – Chamou, me fazendo entender o que ela estava planejando.

- Estou meio ocupado aqui! – O vampiro disse, demonstrando que havia escutado o chamado.

- Você só precisa cobrir Ariana – expliquei, esperando que ele ainda estivesse prestando atenção. – Vai ser durante pouco tempo, só o suficiente pra que ela traga as barras até aqui. E aí acabamos de vez com essa palhaçada!

- Entendido – escutei-o me responder.

- DEIXEM COMIGO! – O grito eufórico de Ariana ressoou logo em seguida, nos fazendo rir baixo.

Meu muro de gelo se rompeu mais uma vez, se estraçalhando em pequenos pedaços e flocos cristalinos. Me aproveitei disso e tornei as coisas um pouco mais "escorregadias", dificultando a invasão dos insetos. Dinah rapidamente voltou a sua forma lupina e Normani se camuflou, enquanto Avril e eu sacávamos as nossas espadas outra vez. Mesmo atordoados pela água e o gelo, os gafanhotos se infiltravam e se espalhavam em uma quantidade significativa, nos deixando totalmente cercados.

Durante o caos, eu pude avistar Ariana flutuando pelos ares com um sorriso de orelha a orelha rasgando suas bochechas – certamente animada com a adrenalina, assim como os outros – e a sua volta as enormes barras de titânio que o meu pai estava utilizando na construção da nova sala de treinamento.

- Coloque-as unidas em cada uma das entradas – instrui a Grande, já me preparando ao vê-la assentir com a cabeça.

Assim que Ariana fez o que eu lhe disse, me desvencilhei dos três animais que me cercavam e usei da telecinese para chegar mais rápido até uma das barras. Encostei sobre o metal e conduzi uma carga elétrica pelo mesmo, vendo-a se espalhar por todos eles. Observei os gafanhotos de um por um irem virando churrasco, ficando enroscados nos metais e tostando.

- Que cena lina! – Dinah bateu palmas, ofegante. – Finalmente fez algo de útil, branquela. Além de foder a minha melhor amiga, é claro.

- Vai se ferrrar, Jane – rolei os olhos. – Falando nela, é melhor nós irmos.

Após concordarem, seguimos pelos corredores bagunçados do castelo. Ao abrir a porta da sala do meu pai eu fui rapidamente atingida por um abraço sufocante da minha noiva. O contato com o seu corpo quente me fez respirar aliviada, sentindo a paz de estar completa me invadir com tudo. Agora sim eu diria que nem mesmo Hades em toda a sua glória me venceria em qualquer batalha que fosse, com ela eu era invencível.

- Onde está a minha irmã? – Se afastou, me olhando com aqueles olhinhos castanhos carregados de preocupação.

- Está segura com Troy na enfermaria – lhe respondi, acariciando suavemente a sua bochecha na intenção de acalma-la. – E nós conseguimos retardar os gafanhotos por um tempo, não se preocupa.

- Que ótima notícia, minha filha – ouvi a voz de meu pai ressoar pela sala, cansada, mas firme. Seu semblante era preocupado e ao mesmo tempo resignado, ele sabia que não tinha mais como fugir daquilo que estava escrito que iria acontecer, cedo ou tarde. Era o nosso destino. E eu sabia que boa parte da mágoa em seu rosto era por saber que ele fizera parte do início, ele se culpava de certa forma. Mas o único canalha nessa história, se chama Jean-Claude Lavigne. – Vocês chegaram na hora certa, Camila e Lucy estavam prestes a explicarem o plano.

- Ótimo, não vejo a hora de arrancar a cabeça de alguns zumbis idiotas – Dinah resmungou mais atrás, adentrando com Normani.

Entrelacei meus dedos aos de Camila e a guiei até um dos sofás, me sentando e colocando-a sobre as minhas coxas. Rodeei a sua cintura com os meus braços e apoiei o meu queixo sobre o seu ombro, beijando-lhe o pescoço carinhosamente. Queria acalma-la para o que estava por vir, para que ela não surtasse, ou tudo iria por água abaixo. Eu mais do que ninguém sabia o quanto era terrível perder o controle sobre os poderes, coisas horríveis aconteciam como consequência disso. Camila tinha uma forte tendência a se deixar guiar por seus medos e raiva, e eu não queria que a minha futura esposa carregasse esse peso em sua consciência.

Já bastava a minha.

Apesar disso, todos nós enxergávamos o quanto Camila amadureceu durante esse tempo conosco e o quanto ela nos ensinou também, ensinando-nos a viver intensamente. Lembro-me de quando ela chegou no Instituto, causando alvoroço entre os alunos e atraindo a atenção de todos os lados. Sua pose de menininha mimada seguia fielmente, de uma forma que eu julgava fútil e superficial. Passei a compreender algum tempo depois que tudo aquilo, aquela imagem que ela construiu em volta dela, era apenas o conceito de proteção que seus pais tinham. Eles lhe deram o melhor desde pequena e a mantiveram totalmente fora do mundo real, afastando-a dos nossos perigos, mas também mantendo-a dentro de uma bolha de babaquices que infelizmente muitos dos jovens de hoje mantém intacta. Era impossível não me lembrar dessas coisas quando estávamos prestes a ir para uma guerra, essa que não tínhamos certeza se teria volta. É o motivo pelo qual eu queria a minha noiva o mais grudada em mim possível, mesmo que sentisse apenas os seus dedos entre os meus, eu precisava tê-la por perto. Precisava aproveitar cada segundo ao seu lado e garantir a sua segurança, mesmo que tivesse de abdicar da minha própria.

- Vamos nos dividir em três grupos: o de frente, o da direita e o da esquerda – Lucy começou a explicar e logo senti Camila me abraçando pelo pescoço, iniciando um carinho gostoso em minha nuca. Entendi que não precisava me preocupar com o seu descontrole, ficaríamos bem. – O castelo está cercado por guardas e armadilhas, por isso precisamos distrair a atenção para que Camila e Lauren entrem com o grupo da direita por um túnel subterrâneo que a Mila descobriu.

- Ele leva até o porão onde eles prenderam Selena – minha latina completou, e eles assentiram. – No lado esquerdo há uma outra entrada camuflada, por entre os ramos de trepadeira.

- Exato! – Lucy concluiu.

- Deixa eu ver se eu entendi... – Ariana murmurou, semicerrando os olhos pensativa. – Então, o grupo da frente será a distração pra que os da direita e esquerda entrem despercebidos?

- Basicamente isso – Camila afirmou. – Michael e Kaya guardam os portões, enquanto os outros ficam lá dentro, então provavelmente todos teremos problemas em algum momento. A questão é o tempo. A distração nos dará certa vantagem para chegar em Selena mais rápido.

- Deixa com a gente – Miley anunciou, se levantando sorridente e tocando a sua mão com a de Hayley que também se pôs de pé. – Somos uma ótima distração.

- Somos estupidamente perfeitas pra esse serviço, Smile – Hayley concordou, sorrindo da mesma forma que a amiga. – E eu estou louca pra que aquele cabeça de fogueira prove do seu próprio veneno!

Soltei uma risada baixa com a menção de um dos apelidos que demos para o garoto da Insectomancia, recebendo um tapa de Camila logo em seguida e me obrigando a ficar quieta.

- Eu obviamente vou com o grupo da direita – Demi anunciou o que todos já sabíamos, suspirando tristemente.

- É claro que eu também – Avril disse, firme.

- Bom, eu vou liderar o grupo da esquerda pra chegarmos antes que Cara e Zayn percebam e darmos mais tempo pras meninas – Lucy explicou novamente, lançando um olhar para mim e Camila.

- Eu não vou sair de perto do meu amor – Vero afirmou com cara de idiota, puxando Lucy pela cintura.

Sibilei um "trouxa" apenas com o movimento dos lábios e Veronica logo levantou o seu dedo do meio para mim, causando uma gargalhada em Avril.

- Eu também não quero a minha loba longe de mim – Normani falou entre uma careta, apertando uma Dinah perdida entre seus braços. – Não se atreva a dar um passo pra longe, Dinah Jane!

- E como diabos eu vou saber onde você vai estar? – A polinésia franziu o cenho ao tempo em que Normani escancarou a boca, indignada.

- Quer dizer então que a minha própria namorada não sabe como me achar?! – Bradou, incrédula.

- Meu amor, eu sou uma alfa, mas ainda não tenho visão sobre o invisível! – Dinah lhe respondeu, revirando os olhos.

Normani estava prestes a retrucar, quando meu pai lhe interrompeu antes que ela o fizesse.

- Não é hora pra isso, meninas – lhes repreendeu. – Eu não gosto nada dessa história de vocês fazerem todo o trabalho sozinhos!

- É a melhor opção, pai – lhe sorri tranquilizadora.

- A Laur tem razão, tio Mike – Ally concordou. – Vocês precisam cuidar do castelo e dos estudantes. Além do mais, conseguimos apenas barrar os gafanhotos das entradas por um curto tempo, Troy me avisou que eles estão escalando as torres agora!

- Mesmo assim, ainda acho perigoso demais – retorceu os lábios em desconforto.

- Não somos mais as mesmas garotinhas que corriam e aprontavam por esses corredores, Sr. Jauregui – Arqueei a sobrancelha e o vi sorrir ao me olhar e desviar seus olhos para Avril que sorriu sem graça, mirando as outras meninas em seguida. – Podemos fazer isso, não se preocupa. Vamos ficar bem.

- Tenho certeza que sim – concordou com um suspiro profundo.

- Bom, eu confio na minha menina – Sinu disse, seus olhos brilhando de forma orgulhosa ao se aproximar e segurar nas mãos da minha noiva. – Mas ainda assim, me prometa que tomará cuidado e que não dará uma de heroína de televisão!

- Eu sempre me cuido mama, mas me pedir pra não agir como a Mulher Maravilha já é pedir demais – riu divertida. – Estou indo pra salvar a minha amiga, dona Sinu. Farei o que for preciso!

- Eu não sei porque eu ainda tento – minha sogra negou com a cabeça e se inclinou para beija-la sobre a testa. – Tome cuidado também, querida – se virou para mim e eu lhe sorri ao assentir. – Ainda quero ter netos, então voltem inteiras!

- MAMA! – Camila a repreendeu, gargalhando em seguida ao notar como Alejandro e eu tínhamos nossos olhos arregalados e bochechas em chamas com o pensamento. – A senhora acabou de traumatizar a minha noiva e o papa ao mesmo tempo, parabéns!

- Ah hija, isso aí é só drama bobo – Sinu deu de ombros. – Uma hora isso vai acontecer, né!

- Claro que sim mama, mas ainda está muito cedo pra falar disso – Camila suspirou audivelmente, sorrindo sugestiva para mim que continuava completamente travada. – Vamos nos casar primeiro, não é Lolo?

- Ahm... Eu... É... – gaguejei, arregalando ainda mais os olhos ao notar a expressão assassina com a qual Alejandro me encarava. Senti Camila me beliscar pela minha demora e engoli em seco. – Cla-claro que si-sim, meu amor. Va-vamos nos casar primeiro e depois de uns quinze anos, talvez, podemos pensar a respeito, qu-que tal? – Sorri sem dentes.

- QUINZE ANOS?! – Vociferou, cruzando os braços sobre o peito.

- Dez...? – Arrisquei, manejando a cabeça para o lado e tentando a minha melhor cara do gato de botas.

- Eu não acredito nisso – Camila bufou, virando o rosto para o outro lado.

- Pois eu concordo perfeitamente com a atitude de Lauren – Alejandro interveio e a latina revirou os olhos, gesticulando coisas que somente ela entenderia. – O meu bebê não pode ter outro bebê!

- Francamente Alejandro, Camila faz coisas que bebês definitivamente não fazem! – Sinu negou com a cabeça, rindo.

- Oras mulher, não fale bobagens!

- Eu acho que... – tomei coragem o suficiente para interromper aquela discussão. – Acho que precisamos ir.

- Minha norinha tem razão – Sinu concordou, me fazendo corar. – Mas todos vocês precisam se alimentar e armazenar energia antes.

- A dona Sinu está certa, pessoal – Ally disse, chamando a atenção dos outros para o que dizíamos. – Vamos recarregar nossas energias, mas sejam breves. Cada mínimo segundo é crucial.

E com isso, ficou decidido que o grupo de frente seria formado por Miley, Hayley e Austin. O grupo da esquerda seria liderado por Lucy, sendo suas companheiras Veronica, Dinah, Normani e Ariana. E o da direita seríamos eu, Camila, Avril, Demi, Ally e Justin. Com tudo resolvido, Camila, Dinah, Austin, Justin, Avril e eu, fomos direto para a floresta em busca de alimento.

- Preferia que você se alimentasse só com o meu sangue – Camila resmungou enquanto íamos um pouco mais atrás dos outros. – Apesar de que pelo visto você não está muito afim de criar laços comigo.

Mordi o lábio ao notar sobre o que ela quis dizer com "criar laços".

- Você precisa de energias também, não posso roubar as suas – falei, me aproximando para abraça-la por trás e cheirando seus cabelos macios. – E se eu ficar me alimentando com o seu sangue, nunca vou me acostumar com o sangue animal. O sangue humano ainda corre em suas veias, amor.

- Você não quer mesmo ter filhos comigo um dia? – Sua voz soou mais fraca e sensível ao tempo em que ela parou de andar.

Camila se virou para me olhar e eu suspirei, notando o brilho de seus olhos perdendo a cor aos poucos. Eu sempre soube que um de seus sonhos era ter uma família... É, com filhos e todo o resto incluso. Mas, comigo?

- Não é isso, Camz – abaixei o olhar e segurei em suas mãos no espaço entre nossos corpos. – Eu apenas acho que não precisamos falar disso agora, estamos prestes a ir pra uma guerra! E eu não sei bem se quero trazer um filho pra um mundo como o nosso e...

- Eu entendo – me interrompeu e sorriu fraco. – Penso o mesmo de certa forma, mas ele teria a gente, não teria? – Mordiscou seu lábio inferior nervosamente.

- Claro que sim, princesa – murmurei apenas porque não resisto àquela carinha absolutamente fofa que ela tem, e também porque não suporto vê-la magoada com algo. – Vem cá.

Segurei em seu queixo e a puxei delicadamente para mim, colando os nossos lábios de forma calma. Beijei seus lábios doces com todo o carinho e paixão em meu peito, suspirando baixinho com as sensações que sempre me invadiam quando a tinha assim para mim. Seus finos dedos alcançaram a minha cintura e ela nos apertou com mais força, sugando meus lábios de uma forma que eu sentia os meus pés desgrudarem do chão. Infiltrei os dedos por entre seus fios e acariciei sua bochecha, deslizando a minha língua pela sua intensamente lento. Seus dentes então se prenderam sobre o meu lábio e se arrastaram pela região, o soltando devagar para grudar sua testa na minha.

- Eu te amo, Lo – sussurrou sobre meus lábios, me atingindo com seu hálito quente e palavras mais quentes ainda. Não do jeito que vocês estão pensando seus pervertidos, apenas de forma que aqueceu o meu coração por completo.

- Eu te amo mais do que eu possa explicar, Camz – murmurei de volta, sorrindo brevemente.

- Se alguma coisa aconte-

- Shiii... – levei o indicador até os seus lábios e em seguida deslizei os meus dedos pela sua bochecha. – Não vai acontecer nada, eu não vou deixar – lhe garanti com toda a segurança que eu poderia ter naquele momento, não deixando transparecer o quanto aquilo também estava me assustando. – Todos vamos ficar bem, eu prometo.

- Você não pode prometer isso, amor – suspirou cabisbaixa, mas acabou por sorrir de lado. – Mas eu confio minha vida a você – roçou nossos narizes docemente.

- Senhor, eu pensei que estivéssemos indo pra uma guerra e não pra uma confeitaria – a voz de Dinah soou logo atrás, nos fazendo rir. – Eu vou vomitar com tanto doce!

- Quem vê pensa que você não ficou meia hora se despedindo da Mani só pra vir caçar! – Camila lhe acusou e gargalhamos alto ao notar como ela ruborizou instantaneamente. – Own, que fofa, Chee!

- Cala a boca, Karla – Dinah resmungou, disfarçando ao mirar seus olhos para as unhas.

- Como se fosse alguma novidade, Jane – Avril interveio, sorrindo debochada. – Seu rabo parece entrar em convulsão quando Normani chega perto, é patético! Ah, esses cachorros...

- Cachorro é o se-

- Dinah! – Camila lhe interrompeu e eu gargalhei.

- A Hansen está certa, vocês ficam aí falando de nós, mas comem a mesma coisa que a gente! – Austin se meteu e eu me perguntei quem foi que chamou aquele encosto.

- Para o mundo que eu quero descer! – Avril anunciou, olhando para cima antes de voltar a olhar para o Austin. – O Bombril está concordando com a Dinah?!

- Não que tenha muita importância, mas preciso defender a minha raça – deu de ombros.

- Impressionante, Mahone – fingi surpresa – Você sabe demonstrar amor por algo.

- Você nem faz ideia, Jauregui – sorriu com um olhar sugestivo, me deixando apreensiva.

- Só esqueceu de dizer o quanto vocês fedem à cachorro molhado – Justin se pronunciou, desdenhoso.

- Como se vocês cheirassem a rosas! – Dinah rolou os olhos.

- A Lolo tem o melhor cheiro – Camila defendeu, abraçando meu pescoço e roçando seu nariz por ali, me fazendo sorrir vitoriosa.

- Vocês não contam, faísca – minha noiva levou as mãos até o peito, se fazendo de ofendida com a forma pela qual Dinah lhe chamou. – Você e Lauren estão enfeitiçadas, mas pros outros... É péssimo!

- Que tal resolvermos isso em uma competição amistosa? – Avril sugeriu, sorrindo diabolicamente.

- Que tipo de competição? – Justin questionou.

- Quem chega primeiro na presa, duh! – Minha irmã revirou os olhos.

- É uma ótima ideia, Av – Dinah concordou, sorrindo da mesma forma.

- Por mim... Vamos ganhar mesmo – Austin deu de ombros e eu arqueei a sobrancelha pela sua fala.

Só nos seus sonhos, vira-lata.

- Vocês não podem ser maduros nem ao menos quando temos uma guerra pra enfrentar? – Questionei, sendo obviamente ignorada.

- Não fode, picolé – Avril gesticulou para que eu ficasse quieta.

- Só vamos logo – Camila disse, se afastando para beijar meus lábios brevemente. – Tente não ficar muito atrás, rainha do inverno.

Fiquei boquiaberta com o seu atrevimento, fitando-a se desdobrando e se transformando no enorme lobo de pelagem cinza quase branca. Sua língua deslizou para fora como se estivesse rindo da minha cara e o seu rabo abanou alegremente, para em seguida ela saltar floresta adentro e me deixar com cara de idiota.

- Ah, mas não vou mesmo! – Falei alarmada, me adiantando para correr atrás da latina atrevida.

[...]

Finalmente satisfeitos, nos encontrávamos na garagem do Instituto agora. Demi estava debilitada demais para que sujeitássemos ela a tantas viagens, seu poder não suportaria. Por sorte, o castelo de Jean não ficava tão longe, era ali mesmo no Canadá em uma cidade vizinha.

- Menina Jauregui? – Ouvi Alejandro me chamar e parei antes de entrar no carro. – Podemos conversar um minuto?

Franzi o cenho e Camila sorriu, me incentivando.

- Claro, Sr. Cabello – assenti, me afastando junto com ele. – Do quê se trata? – Questionei quando já estávamos longe o suficiente.

- Eu precisava te alertar sobre algo que o seu pai concorda comigo – disse, me tocando sobre o ombro de forma afetuosa. – Não subestime Jean, Lauren. Ele é cruelmente imprevisível e podemos esperar tudo.

- Tenho alguma ideia disso – murmurei, comprimindo os lábios.

- Você só conhece e sabe um terço da moeda, querida – estremeci com a sua fala, respirando fundo.

- Sei que vai ser um dos momentos mais difíceis da minha vida, senhor – confessei – Mas eu estou prepara pra acabar com isso, seja como for. Essa história já foi longe demais.

- De fato, foi – concordou, suspirando ao provavelmente ser invadido por lembranças de seu passado. – É triste ver o quanto a vingança deixa um homem decadente, ainda mais um que vive por puro ódio e sem amor algum.

- Eu bem sei disso – murmurei mais para mim mesma.

- As coisas mudam, Lauren... Quando nos permitimos – falou sabiamente, lançando um olhar para Camila encostada sobre o capô da minha Ferrari apenas nos observando, me fazendo sorrir automaticamente. – Cuide da nossa princesa, Jauregui.

- Com a minha vida se for preciso, senhor – lhe garanti.

- E pare com essa coisa de senhor que eu sou jovem demais pra isso, mesmo que eu goste esse respeito todo – rimos. – Venha cá, minha filha – me puxou para os seus braços, me transmitindo aquele mesmo calor paterno que o meu pai me passa e aquela doçura que Camila havia herdado, mesmo que a maioria pense que veio de Sinu, boa parte é desse grande homem a minha frente. – Agora vá, não deixe a minha Kaki esperando.

- Tudo bem – me afastei. – Obrigado pelo conselho, se... – me interrompi, rindo de sua expressão repreensora. – Obrigado, Alejandro.

Após receber uma piscada marota em resposta, me afastei e segui até Camila, abrindo a porta do carro para que ela entrasse. Sorriu em agradecimento e eu fechei a porta, entrando do lado do motorista em seguida.

- O que ele queria? – Me perguntou, curiosa.

- Segredo – falei como se não fosse nada, passando o cinto por seu corpo e travando antes de colocar o meu, já que Camila é bastante esquecida com essas coisas. – Nada com que deva se preocupar.

- Ah, vai ser assim agora? – Falou, boquiaberta. – Minha família inteira de segredinho com a minha noiva, que absurdo! – Resmungou emburrada e eu gargalhei.

- Eu sou toda sua, amor – afirmei, me inclinando para depositar um selinho carinhoso em seus lábios.

Ouvimos uma onda de buzinas ressoarem e olhamos em volta, notando Dinah em seu carro do lado esquerdo com Normani, Avril, Demi, Austin e uma Ally emburrada por ter que se separar de Troy, já que o loiro precisava ficar para cuidar da irmã e de Sofia. Do lado direito estava Veronica em seu carro com Lucy, Miley, Hayley, Ariana e Justin. Ri de suas expressões, já sabendo que elas queriam uma racha até o local. No entanto, Camila me arrebentaria inteira se eu entrasse nessa.

- Se comportem, suas putas – pedi ao abaixar os vidros, ouvindo suas risadas soarem.

- E qual graça teria, Jauregay? – Vero sorriu debochada, afundando o pé em cheio no acelerador e saindo dali cantando pneu.

Dinah gritou um "COME POEIRA, ELSA!" e saiu em disparada logo atrás. Neguei com a cabeça e suspirei, girando a chave na ignição. Senti os dedos quentinhos da minha noiva se encaixarem perfeitamente entre os meus, puxando a minha mão para repousa-la em sua coxa e esquentando a pele fria em pouco tempo.

É, a hora chegou... Seja o que os deuses quiserem.


Notas Finais


Vocês provavelmente querem me matar por parar agora, mas respirem fundo porque eu prometo que não demorarei muito pra voltar kk
Irei escrever o mais rápido possível um capítulo especial, porque eu sinto que errei muito com vocês e com os personagens por causa dessa coisa de não ter tempo pra escrever e preciso me redimir de certa forma, escrevendo algo mais descontraído e focado nos personagens antes do capítulo final. E claro, irei escrever também o último.
Tem muuitas coisas pra acontecer e muuitas revelações, muuitos tombos, muuita ação e etc, então comentem bastante o que estão achando e o que acham que vai rolar. Divulguem pros amiguinhos e até pro papagaio da vizinha hahaha' Enfim, curtam bastante esse finalzinho, recomendo até que releiam a fanfic quem tem essa vontade (estou editando os capítulos aos poucos, então está mais organizado), porque quando chegarmos na Segunda Temporada será uma nova fase da história.
Falei demais já, então até a próxima, meus filhotes.
Mommy ama vocês <3


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