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História Identidade Trocada - Sangue


Escrita por: yehunnie

Notas do Autor


Boatos que quando as pessoas me pedem atualização eu não consigo parar de escrever;; Ontem alguém foi meu curioso gato e me pediu atualização, e nossa, eu fiquei determinada em postar até sexta, mas consegui atualizar um dia antes (!!!!) Enfim, obrigada pessoa <3 Espero que gostem, a fic terá agora no máximo mais dois capítulos, e vamo que vamo.
Boa leitura <3

Capítulo 12 - Sangue


 

Junmyeon não sabia como agir, e seguiu Yi Fan para o andar de cima, no que aparentava ser o quarto do Chen. Nunca tinha entrado ali, mas conseguia ver os traços na personalidade do mais novo Wu.

O mais novo continuava agarrado em si, como se fosse seu único abrigo e Yi Fan avisou que iria no andar debaixo acomodar a mãe do mais velho Kim que tinha também sido pega de surpresa. Junmyeon não sabia o motivo que tinha desestabilizado tanto Jongdae, mas compreendia o pavor em seus olhos, o medo que sentia.

– Jongdae, você precisa se acalmar. – Ele falou com a voz mais suave que conseguiu, e ele mesmo estava ficando nervoso com o outro naquela situação.

O mais novo Kim o encarou, seu corpo ainda tremia e seus olhos pareciam perdidos em sua própria dor. Nunca Junmyeon imaginou ver Jongdae daquela maneira. Nunca.

– Eu não sei mais quem sou eu.

A voz embolada começou a explicar o que tinha entendido, e o mais velho agoraa compreendia... As chances de duas pessoas serem iguais daquela maneira eram muito pequenas, principalmente as coincidências os envolvendo.

– Não sei o que fazer.

Existia um acordo mútuo entre os dois de conversarem somente sobre a ‘troca de identidades’ depois, e Junmyeon resolveu deixar de lado qualquer conversa relacionado a isso. O fato era que Jongdae estava surpreso de ver o outro a sua frente, lhe dando o apoio necessário mesmo após ele ter fugido de si.

– Você quer ou não quer descobrir a verdade?

Era uma pergunta difícil de responder. Tinha dois lado, e ele poderia magoar ambos. Os Wu queriam saber se o filho tinha sobrevivido após o parto, e do outro lado, tinha seus pais – que mesmo ausente foram as pessoas que o criaram. De todas as formas, alguma das famílias iria se quebrar com um possível resultado de DNA.

– Não sei...

– Jongdae, você tem que se decidir... Se você quer ou não saber qual é a sua origem... Quem são seus pais biológicos... Você não precisa definir agora...

Seus olhos vagaram pelo quarto do seu possível irmão. Era um local tão diferente do seu próprio quarto, e mesmo assim, tão aconchegante. Não tinha como responder naquele momento, não sabia o que dizer.

Seria uma longa noite...

 

__________

Minseok encarava Chen adormecido.

Tinha o visto agitado toda a noite, e só quando caiu a manhã percebeu que ele finalmente tinha adormecido deitado na sua cama, enquanto ele tinha deitado em um colchão no chão. A noite tinha demorado a passar, e ele sequer conseguia dormir também.

Ele rodou no colchão e pegou o celular embaixo do travesseiro, estava preocupado com Chen, porém, também estava com Jongdae, digitou rapidamente uma mensagem questionando o amigo como ele estava e escondeu novamente o aparelho do Wu... Naquele momento a última coisa que Chen precisava era se sentir menos importante.

A mensagem chegou pouco depois, fazendo o celular vibrar contra seu travesseiro.

Kim Jongdae: Não sei... Estou com medo.

Kim Minseok: Você sabe que estou aqui para o que precisar...

Kim Jongdae: Eu sei...

Kim Jongdae: Ele está aí?

Kim Jongdae: Como ele está?

Ele voltou a se sentar na cama, e observou Chen adormecido... Parecia tão calmo, porém, seu rosto vermelho demonstrava o quanto tinha chorado. Não adiantava mais tentar dormir, quando seu corpo estava agitado e sua cabeça preocupada. Como iria responde-lo?

Kim Minseok: Não sei como ele está...

Sua cabeça doía, tanto de sono, como em preocupação. Ele conseguia perceber a bifurcação daquela situação, mas nenhuma parecia muito agradável.

Kim Minseok: O que você vai fazer?

Seus olhos se focaram no relógio, passava-se da cinco da manhã, e ele sabia que o menino do outro lado das mensagens também não tinha dormido. Sua vontade era pelo menos telefona-lo, mas isso acordaria Chen que finalmente tinha conseguido escapar de toda a sua dor enquanto dormia.

 

__________

Foi difícil para Chen finalmente voltar para casa, a estadia na casa do Minseok se estendeu pelo final de semana, até que domingo à noite, os Wu foram o buscar e agradecer a hospitalidade dos Kim. A mãe de Minseok chegou a confundir o mais novo dos Wu com Jongdae, e quando o filho lhe explicou a situação, ela tratou de tentar alegrar o convidado com suas receitas mais famosas, o que acarretou alguns sorrisos singelos, porém, verdadeiros de ambos rapazes.

Eles permaneceram o final de semana inteiro largados no sofá fazendo maratona de séries, cada um perdido em seu pensamento acompanhados do silêncio confortador. Minseok percebia como ele era diferente de Jongdae, as escolhas de filmes e séries eram completamente inversas, enquanto sabia que o Kim pediria para fazer uma maratona de Harry Potter, Chen procurava Breaking Bad para assistir.

Ir embora da casa de Minseok era como voltar a realidade após o final de semana, Chen entrou no carro emburrado e com cara de poucos amigos, mas escutou sua mãe lhe contando o que tinha acontecido e mesmo já dentro de casa, quando ela lhe pedia perdão, ele manteve-se em silêncio. Era a sua pior arma contra seus pais... O silêncio.

Os Wu eram sempre tão comunicativos e próximos, e não falar nada atingia todos de uma forma arrebatadora. E mesmo diante ao anuncio que segunda-feira de manhã, Jongdae realizaria o teste de paternidade, Chen manteve-se em silêncio.

Os braços de sua mãe o rodearam em um abraço, e Chen deixou-se envolver. Ele não queria dizer nada, mas estava muito assustado, e sua mãe sabia como o desarmar. O choro começou contra a sua vontade, e a intensidade que os sentimentos o atingiu foram arrebatadoras, suas mãos agarraram as roupas da sua mãe, enquanto desejava que ela nunca mais o soltasse. Chen sentia que estava caindo em um abismo.

Chen sentia como aquela situação poderia ser ainda pior para Jongdae.

 

Para a surpresa de Jongdae, após chegar em casa com os pais, ele recebeu um abraço bem apertado. Sua mãe e o seu pai o abraçaram juntos, como um escudo – e ele tinha certeza que nada o atingiria naquele momento.

Seus pais se sentaram, cada um do seu lado, naquele sofá enorme que somente ele usava, já que a casa permanecia constantemente vazia e só com a sua presença, como uma família unida, algo que nunca tinham sido.

Sua mãe segurava sua mão e o seu pai continuava ao seu lado, ele tinha removido o terno e desafroxado a gravata. Não existia amor entre aqueles dois, não mais como homem e mulher. Às vezes ele se questionava se algum dia eles foram apaixonados e o que tinha acontecido, tantas traições e olhares de desprezos que era inimaginável vê-los como um casal de amantes. Era inimaginável ver seu pai se sentindo um bobo vendo sua mãe, da mesma forma que ele sentia como via Junmyeon.

Eles não tinham muito o que falar, seu pai nunca foi muito de conversar. E sua mãe estava muito abalada para dizer alguma coisa, uma palavra de conforto. Ficar ali, junto dos dois já era o suficiente.

– Nós amamos você, Jongdae. – Era estranho escutar o seu pai falando aquilo, mas Jongdae paralisou no início da escada, estava surpreso. – Nunca se esqueça disso, independente do que aconteça, você é nosso filho.

Jongdae não viu Junmyeon durante o final de semana, ele não sabia como encarar o mais velho e ficou preso em seus próprio mundo. O violão que até então era de posse de Minseok, tornou-se seu melhor amigo nesse tempo, com os dedos dedilhando suavemente e a voz exteriorizando sua confusão, ele teve como plateia seus pais sentados na sua cama, enquanto ensaiava uma música – e até mesmo quando começou a gravar um vídeo.  

Fazia algum tempo que não atualizava a conta, porém, aquele vídeo não seria postando em breve, mas ele não se cansou de ver durante a noite, antes de dormir, a voz da sua mãe animada falando do dom do filho e de lembrar o sorriso do seu pai, pela primeira vez orgulhoso de si.

Era estranho dizer que aquela revelação tinha modificado algumas partes de sua vida para melhor.

Mas ele não conseguia conviver com aquela dúvida, e pela manhã no domingo pediu ao seus pais permissão para realizar o exame de DNA. E mesmo com o seu pai dizendo que aquilo não era necessário e que não deveria fazer, ele teve seu pedido respeitado e ainda durante o café da manhã, escutou o seu pai conversando com o dono de um laboratório marcando-o o exame para o dia seguinte.

__________

Ninguém das duas famílias conseguiram dormir naquela noite de domingo para segunda-feira. O exame estava marcado para antes da abertura da clínica, com a maior discrição possível... Não seria bom para a imagem do político Kim estar envolvido em um escândalo como aquele, e Jongdae, nem os Wu, o culpava por isso.

Os Kim foram os primeiros a chegar no local, Jongdae estava aflito e praticamente acordou os pais mais cedo que o horário, tinha apenas tirado alguns cochilos durante a noite e sua mente se questionava do resultado e como estaria Chen.

Diferente dos últimos dias, os Kim permaneceram em constante silêncio. Cada um mergulhado em sua preocupação e em seus medos, um respeitando o momento do outro. Uma mensagem de Junmyeon chegou no seu celular, ele estava em constante contato com o outro Kim desde a noite anterior, quando o avisou que iria fazer o exame naquela segunda-feira de manhã.

Porém, ele não conseguiu responder, sua atenção foi tomada pela chegada dos Wu e seus olhos se focaram em Chen. Era estranho vê-lo tão sério, e ele o encarou também. Nenhum dos dois sabia como se aproximar, e Jongdae sequer sabia se ele participaria também do teste. A recomendação era que ele realizasse o teste junto com a Senhora Wu, mas caso Chen quisesse participar, também seria permitido.

Jongdae caminhou em direção ao outro... Ele poderia ser seu irmão alguns minutos mais velho, e mesmo assim não o sentia daquela maneira.

– Oi.

– Oi. – Chen desviou o olhar, e pegou o próprio aparelho celular como se conferisse algo. – Não tenho nada contra você. – Avisou, ele não conseguia o encarar, mas achou melhor esclarecer. – Só estou tentando me adaptar com essa situação.

– Você precisa de um tempo... – Jongdae constatou.

O Wu afirmou com a cabeça, antes mesmo de um possível laço sanguíneo, os dois eram amigos e cumplices, mas eles precisavam de espaço, forçar algo mais forte entre os dois naquele momento poderia ser prejudicial para a relação futura. Apesar disso, um sentia falta do outro, isso Chen não poderia negar.

– Você vai fazer o teste? – O Kim perguntou, não queria vê-lo emburrado naquele local, mas estava na cara de Chen que ele não gostaria de estar ali.

– Não. – Afirmou, seus olhos encararam os próprios pais, como se quisesse fugir daquele momento. – Não é necessário.

Uma funcionária do laboratório se aproximou e pediu para que Jongdae e a Senhora Wu a acompanhasse. A colheita do sangue foi rápida, mas ele não conseguia encarar a mais velha. Ele tinha curiosidade, queria conseguir falar com ela, mas era como se as palavras não saíssem. Aquela poderia ser a sua mãe, mas ela nunca seria a mulher que o colocava para dormir mais novo e lhe dava carinho.

Parado a observando ser fincada com agulha para remover um pouco do sangue, Jongdae se lembrava que diversas vezes invejou Chen pela família próxima e unida que tinha, e mesmo que fosse comprovado que seu sangue era o mesmo dos Wu, Jongdae era um Kim e não seria um papel com a confirmação ou o sangue que mudaria isso.

– Sei que você está preocupado com o futuro... – A mais velha falou, segurando o próprio braço após a funcionária ter colocado um curativo no local. – Nós não queremos o forçar a nada... Nossa família sempre estará de braços abertos para você

– Eu sei...

– Posso abraça-lo?

Jongdae confirmou com a cabeça. Era estranho aquele sentimento, ele admirava aquela mulher, mas ela não era a sua mãe. Existia todo um tom maternal em suas ações, antes mesmo daquela revelação, mas o sentimento não tinha modificado.

 

__________

[VINTE DIAS DEPOIS]

Um mês.

Esse era o tempo que o laboratório tinha dado para terminar de analisar as amostras de sangue.

E muita coisa tinha modificado.

Chen e Jongdae se cruzavam todos os dias pelo corredor do colégio, porém, eles se cumprimentavam brevemente com acenos de cabeça e ‘bom dia’ quase inaudíveis. Um sentia falta de conversar com o outro, e até mesmo passarem horas jogados no quarto do Chen sem fazer nada.

Apesar de Jongdae ter se aproximado de Junmyeon, e Minseok ter dado todo o apoio possível para os dois, inclusive servindo como suporte para Chen que tinha escolhido se isolar, sempre o procurando e o alegrando.

Minseok se ofereceu para se tornar professor de Chen em literatura e coreano, o que acarretou com o Wu brigando com o Kim enquanto o ensinava química depois do horário da escola. Chen tentava fugir da própria casa, enquanto Minseok desejava passar mais tempo com o mais novo.

De certa forma, Minseok se sentia abandonado por Jongdae, mas estava feliz pelo amigo. Certa noite ele lhe confessou seus sentimentos pelo Junmyeon, de forma tão natural e sem medo, que nem mesmo parecia o mesmo menino de meses atrás quando seus lábios se juntaram em um breve selar.

– Eu gosto muito dele, hyung. – Jongdae disse após correr até a casa do melhor amigo após a escola. Era como se ele precisasse liberar aquelas palavras, como se fosse se libertar.

Então, o mais velho em um acordo mutuo se manteve a distância os observando, não queria atrapalha-los, e achou que seria bom esse afastamento para poder se aproximar de Chen sem ‘maiores preocupações’.

– Você está ok com a troca dos dois? – Um dia Junmyeon perguntou enquanto os dois estavam na fila na cantina, eles não mantinham um habito de conversa, mas eles sabiam que talvez no futuro pudessem ser bons amigos.

                O mais velho não poderia dizer que estava tudo bem aquela troca. Por mais que ele entendesse Jongdae, e passou a enxergar Chen ao se sujeitar àquela ideia de maneira mais positiva, ele também tinha sido enganado.

– Não é algo que eu fiquei muito feliz quando descobri, mas busquei tentar entender.

Junmyeon perdeu o seu olhar em Jongdae, ele estava conversando com Yi Fan na mesa dos jogadores de basquete enquanto esperava o outro terminar de comprar o lanche.

– Eu quero falar com ele sobre isso... É como se ainda existisse uma barreira entre nós. – Junmyeon confessou. – Mas nós dois praticamente evitamos aquele assunto... Eu só não sei como começar. O que você acha? – O encarou.

O olhar de Junmyeon era preocupado e Minseok só conseguia se lembrar do amigo falando de como gostaria de se esclarecer e como Junmyeon era o ser mais adorável que um dia já tinha conhecido. E ainda tomado pelo impulso, o mais velho questionou:

– Você gosta dele, né? – Com um sorriso nos lábios, ele não estava debochando do outro, mas chegava a ser fofo como Junmyeon desviou o olhar para os pés.

Ele poderia não dizer com palavras, mas suas ações deixava bem claro.

– Converse com ele, Junmyeon. – Falou. – Vocês precisam conversar. 


Notas Finais


Céus, eu tenho a sensação que o próximo capítulo vai acontecer tudo lol Enfim, espero que tenham gostado <3
Estou no twitter @yehunnie
e estou no curiouscat https://curiouscat.me/yehunnie (podem vir me cobrar atualização que eu obedeço lol)
Até mais ^^


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