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História Yanki - Gentleman, or not


Escrita por: _GT

Notas do Autor


Olá, eu estou reescrevendo a história por completo então acabei apagando os outros capítulos para que não fique confuso caso alguém comece ler por agora.

Reescrevi o prólogo também, então para quem acompanhava que quiser continuar assim recomendo que leia já que eu adicionei vários detalhes.

Obrigada pela atenção e espero que vocês tenham boas leituras. :)

Capítulo 2 - Gentleman, or not


Fanfic / Fanfiction Yanki - Gentleman, or not


 — Solta! Me larga halt!— Falo em agonia com a voz rouca e arrastada tentando me  debater enquanto halt, o cara que fez minha vida ir de mal a pior, segurava meus pulsos e seus "colegas" começavam a esmurrar meu abdômen. Grunhidos de dor saiam sem meu consentimento por entre meus lábios, estes que tanto tentavam os comprimir estavam sangrando nesse momento.

O suco vermelho com gosto metalizado invadia minha boca, meus lábios cortados por causa dos socos repetidos dados em meu rosto de forma aleatória de forma que meus próprios dentes rasgaram minha pele.

— Grita mais garotinha.— Sussurra em meu ouvido — Está se humilhando ainda mais.— Contraio meus lábios mesmo sentido muita dor afinal eles estavam esfolados.

Os dois param de me bater, halt me joga no chão e cospe em mim.

  — Tomara que te fodam até não conseguir andar como a putinha que você é.— Começam a rir com seus amigos, puxou meu rosto para cima com sua mão calejada por conta de seus treinamentos quase diários de futebol americano.

     — Sua masculinidade é tão frágil a ponto de ter que enfatizar que eu gosto de rolas, halt? — Me levanto me apoiando em meu próprio joelho, afinal o jeito que ele estava me buscando para cima com meu próprio queixo estava me obrigando. Ri dele, eu sabia, sabia que eu  tinha que calar a boca ou ia apenas apanhar mais e mais. Mas irritá-lo era meu prazer enrustido, ele me diminuía tanto porém eu o atingia de forma que nenhuma outra pessoa desse colégio consegue. Talvez ele se sinta ameaçado por causa disso, afinal eu sei jogar o jogo.

— Não sei o que você acha que tem de superior a qualquer pessoa, minha sobrinha de 6 anos é melhor que você afinal, esse seu cérebro deve ser só de enfeite já que para ganhar sente tanta a necessidade de trapacear não é? — Lambo meus lábios para limpar as gotas de sangue que escorriam, me dando muita agonia, ao ver uma veia saltar em sua testa mostrando o quão irritado estava.

   Seguro suas mãos e as tiro de meu rosto me levantando por conta própria enquanto seus capangas estavam apenas olhando. Dou um beijo na bochecha de halt.

— Espero que você foda com alguém por outro motivo que não seja interesse da pessoa em ser popular, bebê.

Saí dali, andando com dificuldade já que eu havia apanhado para um caralho, aquele prego me irrita de uma forma que eu nem sabia que era possível.

   —Aprenda a calar a boca quando ainda tem escolha Steven. — Riu junto com seus amigos se gabando de ter me "vencido", mesmo que no fundo ele soubesse que não era verdade já que claro, eu nunca me senti mal por qualquer palavra que ele tenha me dito, nunca levantei uma mão para bater nele, não que eu não pudesse vencer ele se eu quisesse, diria que meu físico é até que bom, não sou um monte de músculos como ele mas eu sabia me virar, o problema é, ele não vale a pena.

   

  Tomo o caminho de minha casa andando lentamente por conta da dor exuberante que pairava meu corpo, de forma que apenas a ação simples de respirar tinha se tornado uma tortura, imagino a quantidade de hematomas que estão presentes agora. Isso era realmente perigoso, uma das cirurgias que fiz na época do acidente for ter de colocar uma peça em duas de minhas costelas já que elas haviam quebrado no impacto.

Conforme eu ia passando pelas ruas as pessoas encaravam, mas bem, é uma cidade pequena, as pessoas não ligam realmente para o que aconteceu, se está tudo bem ou se você precisa de ajuda, elas dão preferência as fofocas que serão compartilhadas na mesa de jantar mais tarde.





  ⚫




    Saio do banho secando meu corpo, suspiro. Vou em direção ao meu guarda roupa e pego uma cueca, coloco-a em meu corpo. Desço as escadas indo para a cozinha, abro a geladeira e apenas prateleiras vazias eram apresentadas para mim.

 — Porra não tem nada.— Fecho a porta e travo seu painel. Pego meu celular e vejo o horário, eu tinha que passar no mercado e fazer compras mas logo daria o horário de ir para meu trabalho.

Puxo o ar com força o soltando depois.

Subi novamente, eu tinha que encontrar a maleta de primeiros socorros para dar um jeito em meu rosto. Hoje vai ser um dia de apresentação eu tenho que estar mais "bonitinho" do que esse trapo velho que estou agora.

Abro todos os armário do banheiro e apenas no último, óbvio, eu encontro ela bem no fundo. Coloco-a em cima do balcão da pia. Ajeito meu cabelo para trás o prendendo com um grampo. Limpei cada corte, um em cima de minhas maçãs, um ralado em meio queixo, outro corte em minha sobrancelha. Coloquei um Band-Aid em cada um.

Escancarei uma das gavetas e peguei um corretivo, escodi os hematomas, tomando cuidado para deixar natural, afinal ninguém gosta de ser motivo de chacota por ser vaidoso demais.

Dirigi-me ao quarto, separei uma calça preta de brim, minha camisa social e uma jaqueta de lona preta com duas listras vermelhas em cada manga. Coloquei peça por peça, eu estava pronto para ir.

Gosto de meu trabalho, eu ganho o suficiente para me manter junto com a pensão de meu tio e apenas para fazer o que eu amo, cantar, tocar, é como se eu estivesse expressando tudo que não conseguia por meio de palavras ditas ou até mesmo escritas. Eu diria que é minha válvula de escape, um momento só para eu que faço para eu mesmo buscando apenas minha própria liberdade com as palavras.




As solas de meu sapato batiam contra o chão causando um leve estalar, eu andava com cuidado para não escorregar, havia nevado mas cedo e agora a neve estava no processo de derreter, imaginava que tipo de ambiente eu teria hoje, animado com várias pessoas ou solitário com o pobre barman escutando as desavenças de desconhecidos e os dando conselhos. Todo dia é um humor diferente com se aquele barzinho tivesse vida própria. Ele é movimentado o suficiente para algumas pessoas me reconhecerem na rua, mas é um bom público eu diria.

Abri a porta dupla de entrada escutando o badalar do sino e a porta bater atrás de mim. Ninguém havia chegado ainda. Suspiro e vou atrás do gerente para anunciar minha gratificante chegada.

E quando ele me vê percebi que algo iria sair de sua boca com um sorriso que logo se perdeu no tempo, ele segurou meu rosto o vendo de perto.

— Garoto o que aconteceu contigo?

Ele fazia uma careta que parecia estar dividindo a dor comigo, careta essa que me fez dar uma leve risada. Ele era uma pessoa boa e geralmente quem animava o estabelecimento.

— Aquele escroto do meu colégio que eu já te contei, você tinha que ver a cara dele quando viu que eu manti a classe que aquele brutamontes não tem.

Ele sorriu orgulhoso, e começou a arrumar meu cabelo e depois passar o polegar em meu rosto, provavelmente espalhando algo que eu deixei passar.

— Acho bom mesmo, capaz da coordenação querer botar a culpa para cima de você depois.

Eu assenti, ele tinha razão e esse era um dos motivos, meu tio era alguém que além de ocupado era estressado ao extremo, nem sei o que me aconteceria se por alguma conduta minha ele fosse chamado para minha escola e retirado de uma de suas viagens de negócio. Nunca o vi irritado, mas se eu fizesse isso tenho certeza que o veria puto.

— Eu sei, o lixo ainda é rico o pai dele vai no banheiro de manhã e vaga o dinheiro do suborno que ele usa pra deixar a ficha do filho dele brilhando mais que um brinco de tão limpa.

Ele riu e voltou a anotar algo que imagino que seja a quantidade dos produtos já que estávamos na dispensa.

— Vou arrumar minhas coisas para começar o show do maravilhoso astro que eu sou.

Falei claramente brincando, já que minha voz estava rica de sarcasmo. E fui ao pequeno palco que ficava no canto perto ao bar. Abri minha mochila e tirei as partituras que seriam usadas. Não gosto de ficar em apenas um gênero musical, eu sou realmente eclético e gosto de transitar entre eles. Não sei realmente como me denominar no meio artístico.

Coloquei os papéis no leitoril, e coloquei um banquinho junto com ele, ali eu cantaria as músicas que eu usaria minha guitarra, e o resto dos papéis eu coloquei em cima do leitoril próprio do piano. Fui até a cozinha pegando várias garrafinhas de água e deixando entre o banquinho e o piano.


Haviam pelo menos umas 20 pessoas ali agora, era aparentemente o aniversário de alguém já que juntaram várias mesas e estavam todos animados. Eu estava testando o som, microfone, piano, guitarra, amplificadores. Ajeitei meus cabelos negros.

— Boa noite pessoal, espero que todos se divirtam hoje.

Sorri de forma simpática, abri uma garrafinha de água e dei um gole bem grande que trouxe metade da garrafa. Empurrei o banco para o lado e peguei minha guitarra. Ajeitei os pedais onde eu estava e comecei, eu estava imitando a voz das menininhas e ao terminar, no exato instante que eu dei início a bateria que estava em áudio, a pronta se abre mostrando ele, aquele tão nojento e escroto, mais conhecido por halt. Ele estava acompanhando de dois adultos que deviam estar na casa dos quarenta. Eu apenas segui normalmente.

"Uno, dos, tres, cuatro, cinco, cinco, seis

(Um, dois três, quatro, cinco, cinco, seis)


You know it's kind of hard just to get along today

(Você sabe que é meio difícil se dar b hoje em dia)

Our subject isn't cool but he fakes it anyway

(Nosso assunto não é legal mas ele finge ser de qualquer forma)


He may not have a clue, and he may not have style

(Ele pode não ter nenhuma ideia, e ele pode não ter estilo)

But everything he lacks, well, he makes up in denial

( Mas Tudo que ele tem, ele tem em negação)

So don't debate, play it straight

(Então não debata, se finja de direto)

You know he really doesn't get it anyway

(Você sabe que ele não vai realmente entender isso de qualquer forma)


He's gonna play the field, and keep it real

(Ele vai jogar em campo, então mantenha isso real)

For you no way, for you no way

(Para você de jeito nenhum, para você de jeito nenhum)

So if you don't rate, just overcompensate

(Então se você não avaliar, apenas compense)


At least you'll know you can always go on Ricki Lake

(Pelo menos você sempre pode ir ao  Lago Ricki)

The world needs wannabes

(O mundo precisa de aspirantes)

So hey, hey do that brand new thing[...]"

( Então ei, ei faça aquela coisa nova)



Eu estava animado, animado para caralho, ele estava me olhando boquiaberto como se não acreditasse no que estava vendo e era exatamente isso que me fazia sentir vontade de continuar como se fosse meu combustível, eu o olhava de forma esnobe, eu sou melhor que ele e eu sei disso, e agora ele sabe também.

E foi assim até o fim da música. Todos bateram palmas, ainda era o começo da noite e já tinham alguns bem "animadinhos", peguei a garrafa de água e deixei a guitarra no suporte, tomei a última parte que havia sobrado e desci do palco, fui para o bar e pedi uma lata de cerveja. Fazia um bom tempo que eu não bebia ou fumava, claro que não era o melhor hábito de se ter, mas me relaxa e me fazia sentir bem. Fui até o gerente que estava a conversar com um cliente e puxei do bolso dele um maço de cigarros, pegando uma das pequenas unidades e seu isqueiro, ele tinha mania de guardar tudo junto, isso já tinha resultado em boas histórias de quando ele sem querer acaba jogando isqueiros cheios no lixo junto com as embalagens vazias.

Acendi o cigarro e coloquei na boca e fui até o piano sentar no banquinho acolchoado, e comecei a tocar as teclas dando uma ultima esquentada antes de começar a música realmente, deixei o cigarro em cima do piano dando uma última tragada.

"Just stop your crying

(Apenas pare de chorar)

It's a sign of the times

(é uma canção dos tempos)

Welcome to the final show

(Bem vindo ao último show)

Hope you're wearing your best clothes

(Espero que você esteja vestindo  suas melhores roupas)


You can't bribe the door on your way to the sky

(Você não pode subornar sua porta para o seu caminho ao céu)

You look pretty good down here

(Você parece muito bem daqui)

But you ain't really good

(Mas você não é tão boa assim)


If we never learn, we been here before

(Nós nunca aprendemos, já estivemos aqui antes)

Why are we always stuck and running from

(Porque sempre estamos presos e correndo das)

The bullets?

(Balas?)

The bullets

(Balas)


We never learn, we been here before

(Nós nunca aprendemos, já estivemos  aqui antes)

Why are we always stuck and running from

(Porque Sempre estamos presos e correndo das)

The bullets?

(Balas?)

The bullets

(Balas)


Just stop your crying

(Apenas pare de chorar)

It's a sign of the times

(É uma canção dos tempos)

We gotta get away from here

(Nós temos que sair daqui)

We gotta get away from here

(Temos que sair daqui)


Just stop your crying

(Apenas pare de chorar)

It'll be alright

(Vai ficar tudo bem)

They told me that the end is near

(Me disseram que o fim está próximo)

We gotta get away from here[...].

(Temos que sair daqui)


Eu dedilhava as teclas com toda a delicadeza que eu tinha, eu gostava dessa música, lembro de escutá-la em tempos difíceis, os quais eu lembro de meus pais, dos meus amigos, e de todas as desgraças deste mundo, e porra são muitas. Eu mantinha meus olhos fechados, sentia que às vezes o microfone encostou em meus lábios quando eu usava os pilares de minha voz, eu podia ouvir algumas pessoas cantando junto e outras reclamando por ela ser meio angustiosas.

 Enquanto cantava eu acabei encarando Halt, Eu gostava de olhar as pessoas, a forma que elas se comportavam, falavam, até mesmo o olhar delas, e lá estava eu encarando quem eu mais odiava e ele estava me encarando de volta, devo dizer que foi estranho, um sentimento que na verdade foi além de estranho, e o pior foi que nenhum de nós dois quebrou o contato, talvez parecia que eu estava cantando a música para ele, se eu prestar atenção ele deve fazer o que faz para tentar se sentir melhor com ele mesmo, não que seja saudável mas eu sabia que os pais dele não eram os mais afetivos e ele claramente tinha necessidade de atenção.


 Sorri pensando em como deveria ser bom ver ele sendo rebaixado na frente de todos, imaginar ele chorando talvez seja um prazer que eu desenvolvi ao longo dos anos. Sorri pensando nisso.


“Just stop your crying

(Apenas pare de chorar)


Have the time of your life

(Tenha o tempo de sua vida)

Breaking through the atmosphere

(atravessando a atmosfera)

And things are pretty good from here

(As coisas parecem muito boas daqui)


Remember everything will be alright

(Lembre-se tudo vai ficar bem)

We can meet again somewhere

(Podemos nos encontrar de novo em outro lugar)

Somewhere far away from here[...]”

( Lugar longe daqui)


Notas Finais


Obrigado por ler até aqui :)

Primeira música: Pretty fly for a white guy - the offspring
Segunda música: Sing of the times - Harry Styles


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