História If It Were True? - Two

O pior momento da minha vida.

De todas as vezes que eu estava triste ou chateado com algo eu nunca havia parado para pensar em perdê-lo, pelo menos não desse jeito. Meu peito doía a cada minuto a mais que eu não recebia noticias sua, estava para fazer um buraco no chão apenas pelo fato de não conseguir sentar e esperar. Nunca fui bom em esperar algo e o meu Jungkookie fazia questão de esfregar isso na minha cara com o seu total autocontrole, não posso negar que sinto inveja disso.

Depois de doze horas esperando alguma coisa um medico se aproxima de nós com uma expressão que me fazia pensar em coisas horríveis e todos eles incluíam perder o meu marido. Ele parou de frente para mim e para a mãe do Kookie, eu havia ligado relatando o ocorrido e não demorou quase nada e a mulher já entrava pela porta desesperada.

– Parentes de Park Jeongguk? – afirmei sem nenhum pingo de voz para falar algo. – Devo-lhes dizer que a pancada na cabeça causou um dano no cérebro do senhor Jeon, tivemos que levá-lo às pressas para a sala de cirurgia onde podemos extrair o dano, e deu tudo certo – suspiramos aliviados, porém o doutor Choi, como estava escrito em seu jaleco, continuou com a mesma expressão séria o que fez meu sorriso sumir. – infelizmente – prosseguiu ele – houve sequelas, eu sinto muito.

– Que tipos de sequelas? – a mãe do Kookie perguntou aflita.

– O senhor Park perdeu suas memórias. – Meu mundo desabou e então eu percebi que eu estava tão focado em não perdê-lo para a morte que não pensei em outras alternativas. – Ele acordou a uma hora, fizemos exames nele e aparentemente ele está bem, quanto as memórias creio que seja algo temporário. Perguntamos a ele o seu nome e idade e ele não soube responder de inicio mais logo após lembrou-se. – finalizou o médico. – podem ir vê-lo se quiserem mais apenas um de cada vez.

– Obrigado doutor. – falei em um fio de voz. – é melhor a senhora ir primeiro. – a mulher acenou e caminhou até o quarto que Kookie estava logo abrindo a porta e entrando.

Meu nervosismo era aparente, não consigo pensar em nada a não ser no fato do meu marido não se lembrar de mim, eu estou ciente de que há uma grande probabilidade de ele não se lembrar de mim mais eu irei ficar ao seu lado e ajudá-lo a lembrar-se de nós.

Alguns minutos depois vejo a senhora Jeon sair do Jungkook soluçando, o que me faz cair em si “ele não se lembrou dela” meu coração apertou e eu sentir uma grande vontade de vomitar todo o meu almoço, sinto minhas pernas fraquejarem ao que a mulher abraça seu marido em prantos falando repetitivamente que o seu bebê não se lembra de si, sinto uma mão apertar firmemente meu ombro direito e noto ser o senhor Jeon.

– Vou levá-la para casa, fazê-la descansar um pouco... – ele suspirou fechando os olhos e logo depois o abrindo novamente, e eu pude ver os quão angustiados e marejados estavam. Sempre tive uma grande admiração pelo senhor Jeon, eu o admirava não por ser o pai do amor da minha vida mais sim por ser o homem incrivelmente bom, justo e carinhoso para com sua família e os demais, e eu queria ser assim para a minha família, eu quero ser assim para o Jungkook. – vá para casa e descanse também.

– Eu não vou deixá-lo. – senti meus olhos marejarem e então os fechei respirando fundo, o homem apertou meu ombro com um pouco mais de pressão como se estivesse passando coragem o suficiente para mim, sorri levemente para ele que retribuiu. – eu vou cuidar bem dele, prometo ao senhor.

– Não tenho dúvidas disso. – e então ele virou-se e foi embora com a senhora Jeon aos prantos, abraçada firmemente a si. Olhei novamente para a porta do quarto de hospital e andei até ela, respirei fundo antes de dar três batidas de leve na madeira e logo ouvir um sonoro “entre” vindo do Kook, suspirei novamente antes de abrir a porta e vê-lo deitado na cama olhando para mim como se perguntasse mudamente quem eu era, apertei os olhos fortemente os abrindo novamente. Andei devagar até a cama onde o menino a minha frente me olhava com os seus olhos curiosos, ele estava lindo, seus cabelos negros caindo sobre os olhos e seus lábios um pouco ressecados, porém tão vermelhinhos que tive que reprimir a vontade de atacá-los.

– O- oi Jungkook – pronunciei calmamente – lembra de mim?

– Eu te conheço de um sonho... – fez uma pausa ainda me analisando – ou talvez do sonho de um sonho... – então ele parou novamente como se estivesse procurando palavras para formular uma frase – qual é o seu nome? – falhou... Meu coração falhou uma batida, senti meu chão sumir assim como todo o resto.

– Meu nome é Jimin. – sorri para evitar que ele visse minha aparente careta de choro mais não adiantou muito já que ele arregalou os olhos em surpresa.

– Eu sinto muito... Eu... Nós nos conhecemos certo? – assenti – somos... Amigos? – pensei em mentir e dizer que sim que éramos bons amigos mais isso não vai adiantar, seria algo infantil e imaturo da minha parte e afinal de contas não teria como eu falar isso, pois eu sou seu marido e no minuto em que ele visse o seu sobrenome saberia que sou muito mais que um amigo.

– Não, não somos amigos – vê-lo mordendo os lábios em curiosidade e não poder abraçá-lo por achar isso à coisa mais linda que já vi me deixou angustiado. – não se lembra?

– Sinto muito, mas não. – ele pareceu triste por não lembrar, tirei a sua aliança que estava junto a minha no meu dedo e puxei sua mão levemente a colocando aberta e de palma para cima logo depositando a aliança ali.

– Talvez isso refresque a sua memória. – falei em um fio de voz vendo o menino olha para a aliança e me fitar novamente com os olhos levemente arregalados.

– V- você é o m- meu esposo? – assenti ainda receoso com a sua reação. – somos casados... – falou mais para si do que para mim. – por que eu não consigo me lembrar? – colocou uma mão na cabeça e eu me aproximei a puxando e a beijando logo em seguida.

– Não se preocupe meu amor, você vai se lembrar ta bom? Eu vou sempre estar aqui pra te ajudar, eu prometo. – ele sorri para mim e eu retribuo passando a mão em seu rosto. – agora descanse um pouco okay? Vou estar bem aqui se precisar de algo. – falei apontando para a poltrona do lado da cama e o vejo assenti e se acomodar melhor na cama logo fechando os olhos, beijo sua testa e me sento na poltrona o observando.

Temos um longo caminho pela frente, mas tudo ficará bem se estivermos juntos!